Comentário de MMT à minha proposta aqui publicada:
Proposta muito interessante, se a fizermos coincidir parcialmente com a área de vizinhança da A24. Onde houver compatibilidade de parâmatros, em termos de raios de curvatura e perfil longitudinal, parece-me aqui que há possibilidade de equacionar mesmo um traçado para velocidades superiores a 250 Km/h, sobretudo nas zonas mais planas, a Sul do Rio Lima (nas zonas de orografia fácil, não há grande diferença entre construir para 350 Km/h ou 250 Km/h, desde que o movimento de terras (aterros e desaterros) seja ela por ela.
Poder-se-á aqui discutir Braga sacrificada em benefício de Barcelos + Viana do Castelo, embora o "arco ferroviário" (concêntroco) de Guimarães a Barcelos, procure em certa medida reequilibrar este aparente afastamento da capital do Minho. Relativamente a esta "concêntrica" - aliás, devo aqui dizer que é algo que deveria sempre existir, independentemente deste traçado (ou do da RAVE, concorrente com a A3) vierem a ser uma realidade nos próximos anos, na medida em que há uma carência nítida de uma via férrea distribuidora de Guimarães a Barcelos, intersectando o eixo Porto-Galiza, assim como as antenas secundárias provenientes do Lousado e de Nine.
Ainda no tocante a Braga, este traçado apresenta uma outra vantagem: é a questão de evitar o problema da nova estação de Braga, na medida em que o moderno terminal que existe, é de topo, e não serve para uma linha directa à Galiza, senão em reversão - coisa que é inaceitável num caminho de ferro moderno do séc.XXI (já nos basta a Figueira da Foz, que nunca mais fazem uma curva directa, de união das linhas do Oeste e Beira Alta, e põem uma estação moderna, de passagem). A não ser que a RAVE preveja um túnel urbano em Braga (coisas no "segredo dos Deuses").
A passagem em Sá Carneiro é incontornável. Ela também está prevista pela RAVE, se bem que numa fase posterior a 2013 (com a construção do troço Campanhã-Aeroporto-Nine).
Aqui eu equacionaria antecipar desde já este troço, assim como (sem prejuízo à ligação a Campanhã), o assentamento da 2a via na Linha de Leixões, para qual a mesma se encontra preparada desde a sua construção (não é necessário alargar a plataforma nem sequer mexer nas obras de arte - elas já comportam 2 vias), e fazer um pequeno troço, desde as proximidades de Leixões até ao Aeroporto. Isto porque, tal como no novo aeroporto de Lisboa (independentemente da sua localização), seria também importante que a valência suburbana lá chegasse, aqui com uma vantagem estratégica extraordinária, de rebatimento de tráfegos locais para TODAS as radiais a Norte do Porto, e ainda oferecer uma ligação regional directa apontada ao Fouro, via concordância de S.Gemil e Ermesinde.
A complementar esta modernizada linha de Leixões ligada ao Aeroporto, o que faria falta em acessibilidades ao Grande Porto. Simples: fazer com que esta linha abraçasse também a margem esquerda do Douro. Com um novo troço de Contumil ao Sul de Gaia (Valadares ou imediações de Espinho), comportando necessariamente uma segunda travessia ferroviária do Douro possuindo QUATRO vias. Duas de tráfego suburbano local e outras duas de longo curso, preparadas para acomodar três carris e duas bitolas 1435mm/1668mm em simultâneo, possibilitando assim o desafogar definitivo da Ponte de S.João, sobretudo para que existisse uma "família" de serviços de Alta Velocidade oriunda de Sul, dirigida a Campanhã via Contumil, ou até mesmo mais outra, evitando Campanhã, e diringindo-se dorectamente ao terminal ferroviário de Porto-Sá Carneiro, onde teria o seu término e correspondência (ou continuidade por intermédio de material circulante bi-bitola) para o "Eixo Atlântico".
Parabéns pela proposta!
MMT
PS: No meu comentário eu falo num traçado maioritáriamente paralelo à A24. Óbviamente que osto é um engano, porque eu estava a referir-me à A28! (Nova auto-estrada Porto-Viana-Caminha-Valença, por ora sob regime de SCUT).
10 comentários:
"evitar o problema da nova estação de Braga"
Qual problema?
texto um bocado confuso. mantém-se o problema do traçado a norte de Viana. Braga de fora? não me parece politicamente sustentável nem desejável.
aquela ligação ao Sá Carneiro, embora confusa no texto, já eu a tinha proposto de modo mais explícito aqui: http://www.porto.taf.net/dp/node/1952
uma via construída de raiz para velocidades de 250 km/h ocupa uma faxa de cerca de 55 metros. esse facto torna-a um tanto incompatível com o aproveitamento do traçado do metro do Porto em certos tramos.
é a minha opinião :-)
o problema a norte de Viana é incontornavel, e mesmo imediatamente a sul...
António,
Explique lá: O AP anda a 220 km e o canal não tem 55 m de largura !
São necessários 25 metros de afastamento mínimo entre a cabeça do carril da fila exterior, em ambos os lados duma via dupla, até às edificações, não ferroviárias, mais próximas
A Linha do Norte foi construída no séc. XIX. Foi recentemente modernizada em alguns dos seus troços permitindo a elevação de velocidade. Naqueles em que se circula a 220 km/h, tirando alguns casos pontuais, a regra dos 25 m é aplicada. Mas esta é uma linha renovada, onde são permitidas algumas excepções às regras actuais. Se se pretender construir uma linha nova para estas velocidades elas terão que ser integralmente respeitadas. Usar o canal do metro do Porto (linha da póvoa) para construir uma linha de velocidades na casa dos 250 km/h implica respeitar as modernas normas porque não se trata da modernização duma linha de caminho de ferro pesado, coisa que aquilo que lá está actualmente nunca poderá ser considerada. Trata-se de construir uma via de caminho de ferro pesado nova.
A norte de Viana, acompanhando a A28, implica passar duma altitude zero para cerca de 240 metros em escassos 8 quilómetros. Isto é: um declive médio de 30 mm/m. Tal declive é demasiado para o caminho de ferro e anula qualquer hipótese de transporte de mercadorias. Mais vale furar a Serra da Arga. Mas isto são questões técnicas que é melhor deixar a quem tem a devida autoridade para as resolver. A nossa análise deve ficar-se pela política.
Deixar Braga de fora da ligação Porto Vigo justifica-se sociológica e economicamente? A mim parece-me que não. Em todos os aspectos.
António,
Vários assuntos:
A minha preocupação é transformar a linha Vermelha em sub-urbano CPPorto até Barcelos ou Viana. O aproveitamento do troço actual de Modivas ao Aeroporto, menos de 10 km seria a forma de alcançar esse objectivo. Faria com que o canal do CVE fosse rentabilizado com comboios sub-urbanos ! Acho que 10 Km e a necessidade de fazer passar o CVE pelo ASC justificam uma excepção aos tais 55 km.
Eu nunca defendi que Braga ficasse fora do CVE. Disse apenas que ficasse sem ligações directas ferroviárias. Aliás vai ser pior do que isso que vai acontecer. A paragem do CVE será «o mais próximo possível de Braga», disse Mário Lino, e metro do Minho/Braga será para quando as galinhas tiverem dentes.
Viana: Há alternativas: Litoral, mais lento; Tuneis; Ou então o CVE ir de Barcelos para Braga e de lá seguir pelo novo traçado.
Acho que vale a pena aproveitar o CVE Porto-Minho-Vigo para modernizar ao máximo a ferrovia a Norte. Voltarei em breve a este assunto.
Este debate está a passar ao lado de um ponto assente: O dito TGV passará por Ponte de Lima para mal dos nossos pecados. Em relação ao troço Ponte de Lima-Vigo já está a ser preparada a candidatura conjunta Portugal/Espanha aos fundos comunitários respectivos. Isto é assim porque há para este troço uma maior comparticipação comunitária.
o trigalfa tem razão, o traçado já está definido..penso que é irreversivel..jagora,Trigalfa, em que parte de Ponte de Lima é que vai passar mesmo??espero que bem longe da vila..
OK Trifalga.
Não se esqueça que a OTA também estava mais do que decidida...
Lá se vai o Metro do Minho...
Este debate é apenas para maximizar a utilidade dos investimentos ferroviários para o Norte e não para maximizar os proveitos imobiliários de cada autarquia...
Confirmando-se resta-nos debater o troço Braga-Porto. Há que defender a ligação litoral a parar no ASC.
O traçado Ponte de Lima-Vigo acompanhará de perto a autoestrada Ponte de Lima-Valença. Passa portanto a nascente de Ponte de Lima e atravessará em tunel a Serra do Formigoso rumo a Romarigães.
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