Há aí um pequeno senão: a região Porto não tem globalmente perdido população, é mesmo a área metropolitana que mais tem crescido. Tem perdido é funções e estruturas de decisão e respectivos quadros. Assim como não tem sido capaz de gerar empregos qualificados para a explosão de jovens licenciados que acontece na região. É essa a guerra actualmente em curso.
A Europa dá trabalho a 2000000 de nortenhos !!! A população a norte aumenta 25% no Verão !!! Lisboa tem captado nos últimos 30 anos população ao resto do país. Eventualmente o AMPorto tem-se safado, mas o Porto concelho e o Norte não.
O Porto concelho é um caso aparte; tal como o Lisboa concelho que também perde população a um ritmo tão acelerado como o Porto. Aliás, este problema limita-se aos centros históricos por razões conhecidas e que não vamos aqui analisar esse papel cabe ao blogue baixa do porto)
A Europa dá trabalho a nortenhos e "centrenhos" do interior já desde a década de 60. A região de Lisboa tem captado população ao interior do país tal como a área metropolitana do Porto ao Norte e Centro interiores. Ambas têm crescido bastante.
O que acontece essencialmente nas últimas duas décadas é a deliberada estratégia de captação das funções de direcção e todas as funções subsidiárias e correlacionadas para Lisboa. Isto é, para Lisboa sugam-se a alta direcção da administração pública, as funções mais relevantes do sector terciário, criativo e dos mass media. Neste último caso até a lei que proíbe as televisões regionais não é inocente. Para o arco-noroeste fica a indústria de mão de obra intensiva e o comércio de retalho. Isto prefigura um sistema de desenvolvimento dual. Um de cariz mais elevado para Lisboa, outro de nível mais baixo para o Norte. Mesmo as actividades de alto valor acrescentado que por aqui teimam em subsistir e crescer correm sempre o risco de ter que migrar por falta de capacidade de consumo duma população de baixo poder de compra. É este o risco que corre o noroeste.
É contra isso que é necessário combater. Para isso é necessário obter Poder efectivo. As teorias que remetem para a sociedade civil e para a iniciativa individual esta tarefa só seriam plausíveis se vivessemos num estado de sistema político e economia liberal do tipo "laissez-faire". Com o tipo de sistema político e tradição centralista que temos isso nunca será possível. Ou o Norte agarra uma grande parte do poder político ou uma putativa revolução muda o regime. Doutra forma não é possível.
Trás-os-Montes, Beiras interiores e Alentejo já perderam de tal modo recursos e massa crítica que a sua elevação ao nível das médias nacionais vai ser tarefa para gerações.
Caro António, Você tem razão na explicação do modelo dual: Lisboa fica com a carne e deixa os ossos para o Norte. Mais do que avançar com soluções, acho que é necessário consciencializar o Norte do destino que tem. Sobretudos os iludidos com o futebol precisam de saber da inviabilidade do território e já agora do porquê da desvalorização dos imóveis. Está tudo relacionado. Bastaria que 1 milhão de adeptos do FCP percebessem o que é a Drenagem em vez de saberem a última contratação, que nem precisariamos de Regionalização. Desafio-o a postar sobre este assunto.
O interior, Alentejo, Algarve e ilhas tem tido um upgrade no PIB per capita precisamente porque tem menos de 1 milhão de habitantes. Qualquer investimento empresarial apoiado pelo estado central ou a simples existência de serviços públicos são suficientes para alterar a estatística em virtude da escassez populacional.
Promover o desenvolvimento da região Norte, combatendo o desenvolvimento unipolar de Portugal mas mantendo as fronteiras do Estado Português; Antecipar tendências no desenvolvimento regional na perspectiva económica, social, tecnologica, profissional, ambiental, educacional, sistema de transportes, saúde, etc; Conciliar os inevitáveis conflitos de interesse dentro do Norte (como por exemlo as diferenças Litoral/Interior, as rivalidades Braga/Guimarães ou o chamado «Portocentrismo») impedindo assim que a administração central as use em proveito próprio; Apoiar a modernização da administração pública, a Regionalização, a Fusão de Autarquias e a competitividade dos agentes privados residentes; Aconselhar, apoiar os habitantes nas decisões individuais de emprego, formação, imobiliário, saúde e negócios; Fazer opinião juntos dos residentes, ajudando a criar uma consciência regional; Contactos: Norteamos em gmail.com
Sondagem: Para colocar as preocupações do Norteamos na agenda política local, admita que se promove uma candidatura autarquica, p.e. Porto ou Braga, independente ou via micro-partidos, «low cost»/baseada na Internet. Qual seria a sua disponibilidade ?
Sondagem: O que devem fazer os descontentes com a situação do Norte ?
5 comentários:
Nem mais...embora tenha achado hilariantes os mimos a Rui Rio!
Há aí um pequeno senão: a região Porto não tem globalmente perdido população, é mesmo a área metropolitana que mais tem crescido. Tem perdido é funções e estruturas de decisão e respectivos quadros. Assim como não tem sido capaz de gerar empregos qualificados para a explosão de jovens licenciados que acontece na região. É essa a guerra actualmente em curso.
António,
A Europa dá trabalho a 2000000 de nortenhos !!! A população a norte aumenta 25% no Verão !!! Lisboa tem captado nos últimos 30 anos população ao resto do país. Eventualmente o AMPorto tem-se safado, mas o Porto concelho e o Norte não.
O Porto concelho é um caso aparte; tal como o Lisboa concelho que também perde população a um ritmo tão acelerado como o Porto. Aliás, este problema limita-se aos centros históricos por razões conhecidas e que não vamos aqui analisar esse papel cabe ao blogue baixa do porto)
A Europa dá trabalho a nortenhos e "centrenhos" do interior já desde a década de 60. A região de Lisboa tem captado população ao interior do país tal como a área metropolitana do Porto ao Norte e Centro interiores. Ambas têm crescido bastante.
O que acontece essencialmente nas últimas duas décadas é a deliberada estratégia de captação das funções de direcção e todas as funções subsidiárias e correlacionadas para Lisboa. Isto é, para Lisboa sugam-se a alta direcção da administração pública, as funções mais relevantes do sector terciário, criativo e dos mass media. Neste último caso até a lei que proíbe as televisões regionais não é inocente. Para o arco-noroeste fica a indústria de mão de obra intensiva e o comércio de retalho. Isto prefigura um sistema de desenvolvimento dual. Um de cariz mais elevado para Lisboa, outro de nível mais baixo para o Norte. Mesmo as actividades de alto valor acrescentado que por aqui teimam em subsistir e crescer correm sempre o risco de ter que migrar por falta de capacidade de consumo duma população de baixo poder de compra. É este o risco que corre o noroeste.
É contra isso que é necessário combater. Para isso é necessário obter Poder efectivo. As teorias que remetem para a sociedade civil e para a iniciativa individual esta tarefa só seriam plausíveis se vivessemos num estado de sistema político e economia liberal do tipo "laissez-faire". Com o tipo de sistema político e tradição centralista que temos isso nunca será possível. Ou o Norte agarra uma grande parte do poder político ou uma putativa revolução muda o regime. Doutra forma não é possível.
Trás-os-Montes, Beiras interiores e Alentejo já perderam de tal modo recursos e massa crítica que a sua elevação ao nível das médias nacionais vai ser tarefa para gerações.
Caro António,
Você tem razão na explicação do modelo dual: Lisboa fica com a carne e deixa os ossos para o Norte. Mais do que avançar com soluções, acho que é necessário consciencializar o Norte do destino que tem. Sobretudos os iludidos com o futebol precisam de saber da inviabilidade do território e já agora do porquê da desvalorização dos imóveis. Está tudo relacionado. Bastaria que 1 milhão de adeptos do FCP percebessem o que é a Drenagem em vez de saberem a última contratação, que nem precisariamos de Regionalização. Desafio-o a postar sobre este assunto.
O interior, Alentejo, Algarve e ilhas tem tido um upgrade no PIB per capita precisamente porque tem menos de 1 milhão de habitantes. Qualquer investimento empresarial apoiado pelo estado central ou a simples existência de serviços públicos são suficientes para alterar a estatística em virtude da escassez populacional.
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