20070831

"FarNorth": Norte a caminho do Faroeste


Links e notas relevantes:

20070830

Os espanhóis resolvem...

Praga de Ratos a Caminho: Afecta várias centenas de municípios espanhóis e já está muito perto de Bragança. Autoridades vizinhas combatem entre 400 e 750 milhões de roedores. E alertam sobre os riscos para a saúde. Ministérios da Agricultura e Ambiente desconheciam. Confederação Agrícola de Portugal não sabia de nada e admite que o rio não impede o avanço da praga. Autarca de Bragança acredita na eficácia do país vizinho.

Tendo em conta o comportamento espanhol no caso Prestige, eu não me fiava tanto, Sr. Presidente da Câmara de Bragança...

"Guerra" Porto vs. Estado Central II

Um erro muito comum é achar que o Porto luta pela autocracia por causa da sua importância económica. Não é verdade. Já muito antes do vinho do Porto (sec. XVIII) que o Porto luta pela autocracia. O Porto viveu em luta constante com os bispos que nela habitavam, e que procuravam controlar os poderes da cidade. Rapidamente serão os reis a querer controlar a cidade. Apenas no sec. XVI D. Manuel I conseguiu impôr o "juíz de fora" e revogar a regra que impedia a presença de nobres por mais de 3 dias - contra o que as instituições municipais e a população reagiu muito negativamente (afinal, tinham impedido os bispos de fazer o mesmo durante centenas de anos).

Esta aversão a todo o poder externo (rei, clero, nobreza) sempre caracterizou o Porto. É verdade que os ingleses trouxeram ideias liberais. Mas apenas no Porto residia o espírito proto-republicano onde estas ideias poderiam dar fruto.

Não é por acaso que a luta pela liberdade no país sempre residiu nesta cidade: na guerra civil de 1383-85, na revolução liberais, na luta pela restauração da carta constitucional, na luta pela República, ou mesmo no apoio popular ao Gen. Humberto Delgado...

Há quem apelide esta "luta" de ridícula, mas a verdade é que ela é tanto mais ridícula quanto é evidente que, enquanto o Porto luta pelo que é seu, outros lutam pelo que é do Porto.

Dizem que é um assunto que não tem importância, mas não abdicam do que não é deles. No final de contas, o verdadeiro espírito do provincianismo reside aqui: acham que, na sua rua, sabem o que é melhor para a rua dos outros.

Porto versus Portugal


Estando bem longe do torrão pátrio, confesso que vejo com cada vez mais inquietude o enquadramento institucional do Porto (Norte) no contexto da unidade da República Portuguesa. Com as devidas adaptações de "latitudes nacionais", faço minhas as palavras de Sabino Arana, pai do nacionalismo Basco;

"Una autonomía lo más radical posible dentro de la unidad del Estado español (português)."

20070829

"Guerra" Porto vs. Estado Central

Uma perspectiva histórica...

Há 800 anos que as gentes do Porto afirmam que as instituições da cidade são as mais adequadas para defender os seus interesses.

Há 800 anos que o Estado Central tenta convencer (impôr) às gentes do Porto que os interesses destas serão melhor acautelados pelos governantes da Capital.

Em 800 anos, as gentes do Porto não ficaram convencidas. Quantos mais anos serão necessários para se perceber o que é a democracia?

20070828

Red Bull Air Race

"O presidente da Associação do Turismo do Norte de Portugal, Jorge Osório, revelou hoje à Lusa que os hotéis das cidades do Porto e Gaia estão com taxas de ocupação (...) que rondam hoje os "80 por cento". Essa média irá certamente aumentar, porque se espera uma grande movimentação de pessoas devido à prova, prevendo-se que os poucos espaços disponíveis venham a ser ocupados", sublinhou.

(...) Considerada a competição mais espectacular do desporto aéreo, o responsável da ADETURN acredita que esta corrida irá proporcionar "grandes benefícios" para a região e mesmo para Portugal, não só por atrair gente de vários pontos do mundo, mas sobretudo por ser transmitido por vários canais de televisão internacionais." Alguns desses canais dedicaram já reportagens alargadas sobre a nossa região".

Em declarações à Lusa, o presidente da Associação Portuguesa dos Entusiastas da Aviação, Luís Gonçalves também classificou a Red Bull Air Race como "um evento único" e sustentou que a realização de uma etapa no Porto "vai projectar o nome da cidade de uma forma incontestável". Luís Gonçalves afirmou que recebeu muitos e-mails de europeus a perguntarem "mais dados sobre a corrida" e sobre os pilotos participantes. "Isto demonstra que o evento tem impacto" junto dos spotters da Europa, frisou.

(...) O Queimódromo, situado no extremo Norte do Parque da Cidade do Porto foi o local escolhido para servir de paddock e aeródromo da etapa do Porto da Red Bull Air Race 2007.A corrida, considerada como a Fórmula 1 do ar, decorrerá sábado sobre o rio Douro, entre as pontes Luís I e da Arrábida. Os treinos e classificativas iniciam-se quarta-feira. A competição está agendada para sexta-feira (eliminatórias) e sábado.

A organização estima que mais de meio milhão de pessoas irão assistir nas ribeiras de Gaia e do Porto a mais uma das dez provas mundiais do festival aéreo Red Bull Air Race 2007. A prova consiste na realização de um "slalon" a uma velocidade máxima de 400 quilómetros/hora, entre os pilares insufláveis e com cerca de 20 metros de altura colocados pela Red Bull no rio Douro."

Noticia disponível, na íntegra, no Sapo.

Eis um excelente exemplo de como promover a região (ainda não é uma estratégia para o Turismo, caro Dr. Rui Rio, mas já é alguma coisa...). Presidentes de Câmaras do Norte e Associações Hoteleiras: ponham os olhos nisto - é assim que se cria riqueza, emprego, e se promove uma região internacionalmente. E quem acha que isto só tem impacto no Turismo, ainda não percebeu nada.

Notas de viagem: exercício de comparações

De um lado - Porto Santo. Uma ilha a 1000 km de Lisboa e a hora e meia de avião. Com uma área de cerca de 40 Km2 com todos os condicionalismos inerentes de insularidade. Solo arenoso e muito pobre. Baixa pluviosidade. Uma grande praia. Pouco mais de 4000 habitantes, sem recursos agrícolas, industriais, patrimoniais... Detém o "maior investimento per capita do país", A.J.J. dixit, possuí uma rede de transporte modelar e uma rede de infra-estruturas exemplares, com um clube de futebol profissional, aeroporto internacional, ligações bi-diárias em moderno ferry-boat. Está em pleno crescimento económico.

Do outro - Concelhos do interior. Um população envelhecida, desertificação humana irreversível. Vias estruturante e investimento público por realizar. Fecho continuado de serviços públicos. Sem perspectivas para os jovens. Uma actividade económica com pouco futuro à vista... Muitos também com grande potencial turístico. Acrescem a apetências agrícolas, de natureza, de património histórico.

Razões há muitas para se comparar o diferente processo, porém a que mais salta á vista (de quem quer ver) tem um nome - autonomia regional.

Lixo e pestilência

Conquanto a Liberdade não seja a panaceia para todos os males deste triste país, é e será sempre um bem a preservar.
Por isso, interrompi momentaneamente o meu "jejum" na participação deste blog apenas para manifestar o meu absoluto repúdio pela vulnerabilidade patenteada com "colaboradores terroristas", como é o caso de um que costuma assinar a "excelência" dos seus comentários com um estúpido e cobarde "Rotor".
Se antes dele já pressentia estar a perder o meu tempo, agora, parece-me não sobrarem muitas dúvidas quanto ao meu vaticínio. Sobretudo, quando se dá corda a escória social da natureza do "rotor". O lixo e o mau cheiro são para deitar fora e mandar incinerar, não para conviver com ele.

Factores de Desenvolvimento Económico

A proximidade de grandes mercados de consumo (áreas fortemente povoadas /com elevado poder de compra) costuma ser um dos principais factores apontados para explicar o desenvolvimento económico de uma região na Europa. Assim, as regiões próximas do "Triângulo Dourado" Manchester-Paris-Rhur têm uma vantagem em relação às restantes.


Por exemplo, em Espanha as regiões que mais beneficiam deste factor são as do nordeste (catalunha, valência, aragão, bilbau), pela proximidade ao centro europeu e a concentração populacional da Catalunha, e Madrid pela própria concentração populacional.

No entanto, uma análise histórica efecutada por Jesús Lopez-Rodriguez e J. Andrès Faiña revela resultados interessantes. Este factor tem cada vez menor capacidade para explicar o rendimento. Em 1982, a proximidade de grandes mercados explicava 58% da variação de rendimento entre regiões. Em 1999, apenas 42%.

Mais, ao analisar o gráfico disponibilizado apercebemo-nos que a Irlanda é, tal como Portugal, um país periférico. Eles são, no entanto, um dos países mais ricos da UE.

Em conclusão: A concentração é, cada vez menos, um factor relevante para o crescimento económico. As desculpas para o concentracionismo acabaram.

Estudo disponível aqui (seleccionar artigos, ensaios, e depois o seguinte ensaio: "Does distance matter for determining regional income in the European Union? An approach through the market potential concept").

20070827

Norte com mais turistas

Para quem ainda não tinha reparado:

"A região Norte tem ganho um novo fôlego, depois da realização, em Portugal, do Campeonato Europeu de Futebol, em 2004. O Presidente da ADETURN avança um aumento de cerca de 11 por cento no primeiro semestre do ano, comparativamente com período homólogo do ano passado."

Na íntegra no Primeiro de Janeiro

Uma visão no "Oeste" sobre o TGV

"Não faz sentido um investimento de tão grande dimensão e risco financeiro, e com tão elevados custos sociais e ambientais, num projecto que visa apenas ganhar alguns minutos aos comboios pendulares já disponíveis na (renovada) Linha do Norte, e que não garante à partida a sua competitividade face ao transporte aéreo, designadamente o de baixo custo.

No actual figurino do TGV para Portugal, e tendo em vista o interesse estratégico do país, apenas uma ligação de alta velocidade para passageiros parece fazer algum sentido no curto prazo: a do Porto a Vigo, com estação em Braga/Barcelos, aumentando o domínio de influência do aeroporto Francisco Sá Carneiro para o transporte de passageiros. Estratégica
seria também a concretização da ligação ferroviária para o transporte de mercadorias entre Sines e Badajoz, rentabilizando deste modo o forte investimento realizado nas últimas décadas no Porto de Sines.

E caso fosse possível juntar num mesmo canal o TGV para passageiros e uma linha convencional para mercadorias, no médio/longo prazo poderia acontecer que a fraca rentabilidade hoje prevista para a ligação Lisboa-Madrid no que concerne ao transporte de passageiros em AV pudesse ser de alguma forma compensada com os ganhos obtidos, incluindo os ganhos estratégicos, com o transporte de mercadorias. Porém sucede que estes projectos parecem seguir em separado, com a inevitável perda das possíveis sinergias entre ambos."

Por Valdemar Rodrigues (Prof. Universitário, Ex-Gestor do Ambiente do Projecto da AVF para Portugal) no Jornal do Oeste

Torna-se óbvio que as críticas não são só a norte. Só não percebi se ele defende a criação de uma ligação TGV Sines-Badajoz para o transporte de produtos petrolíferos a alta velocidade...

Norte paga pior

"É na Região Norte de Portugal continental onde os salários mais baixos têm um peso maior e a tendência é decrescente à medida que se vai para o Sul. Segundo os dados do INE, 4,9% das pessoas que trabalham para terceiros ganham menos do 310 euros. Esta percentagem desce para 4,1% no centro, 3,1% em Lisboa, 3% no Alentejo e 2,4% no Algarve.

Em todas as regiões, exceptuando Lisboa e Vale do Tejo, é no escalão entre os 310 e 600 euros que se encontra a maioria dos trabalhadores por conta de outrem. No Norte, são mais de metade (53%), o dobro da percentagem em Lisboa (25). No Centro, Alentejo e Algarve, este escalão remuneratório abrange 44,5%, 46,2% e 38,5%.

É por haver tanta gente nos escalões remuneratórios inferiores que o vencimento líquido mediano se afasta tanto do médio. O valor médio é de 712 euros, mas o mediano, que leva em conta a distribuição das pessoas pelos vários escalões, é de apenas 560 euros. Ou seja, metade dos portugueses ganha até 560 euros."

Na íntegra no DN

"Coliseu" Coutinho - Correcção

Correcção ao post inicial: Inicialmente publiquei que o "Coliseu" Viana iria ter cerca de 60 metros de altura (informação que retirei do JN, edição impressa, em meados de Agosto). Por indicação do Salem pude verificar que esta informação é incorrecta. O Coliseu irá ter apenas a altura de 9 metros. Sendo assim, as críticas que efectuei são infundadas.

20070822

Remar contra a maré

"Jornal de Notícias |Vive e trabalha no Porto há mais de um ano. Ainda alguma coisa o surpreende na maneira como se faz negócios e na relação com o Governo?

Pires de Lima | Surpreender não, mas que é frustrante é. A vida dos gestores é distribuída entre a gestão e a necessidade de, permanentemente, se deslocarem a Lisboa. A centralização política tem sido acompanhada por uma certa decadência económica das regiões fora de Lisboa, no Norte mas também no Interior."

Aqui fica uma entrevista interessante. Uma breve descrição das dificuldades que a centralização traz ao desenvolvimento do país. A impressão que tiro desta entrevista, é que actualmente nem mesmo no Porto é possivél levantar uma palha sem autorização ou compadrio de algum burocrata a 300km de distância. Como será possivél, então, desenvolver o resto do país, quando os estraves começam por aqueles que o dever seria ajudar. Somos governados por uma cambada de pessoas mesquinhas, tugas e chicos-espertos.

Mais uma vez, parece que é só o JN que aborda o tema! Até agora é só quem vive na fronteira que se desloca a Espanha para o que precisa (saúde, educação, etc.); talvez quando metade da população tiver emigrado para Espanha e a outra metade para Lisboa, o resto de comunicação acorde!

20070819

Leituras 20070819

20070818

mais leituras de Agosto...

Já que estamos na 'estação tola', aqui vai mais uma sugestão de leitura para as férias: o romance Tu Luís.

20070816

Romaria de Nossa Senhora da Agonia

Peço desculpa à administração do blog, mas não resisto a fazer um parentesis nesta nossa discussão sobre o desenvolvimento da nossa região, para convidar todos os bloggers e visitantes deste espaço, a neste fim de semana ,que vêm, a comparecerem na rainha das romarias de Portugal, a Romaria de Nossa Senhora da Agonia (http://www.festas-agonia.com/) na cidade de Viana do Castelo... Tal como dizia Pedro Homem de Melo, na voz de Amália:

Se o meu sangue não me engana
Como engana a fantasia
Havemos de ir a Viana
Ò meu amor algum dia..

Os longos braços da censura socrática...

... Via 0 de conduta

Centralizar e desenvolver

por Nuno Grande, Médico e professor universitário

"O desenvolvimento de um povo tem implícito o direito de acesso às conquistas do conhecimento que dignifiquem a condição humana dos cidadãos.

Assim, não há desenvolvimento num sistema político e administrativo centralizado que agrava as desigualdades regionais para favorecer o crescimento financeiro de algumas instituições privadas e públicas que influenciam os órgãos de decisão governamental.

De facto, os grupos económicos, principalmente financeiros, afirmam-se contra a regionalização pois pretendem estar próximo dos órgãos de decisão política e governativa que procuram condicionar e influenciar."

JN

Quanto mais destes artigos na comunicação social melhor. No entanto acho que este tipo de artigos precisa de dados e exemplos concretos, sobretudo para alertar aqueles muito distanciados do país real.

20070814

Morgado investiga acusações contra si ?!!!?

Expliquem-me lá: não era suposto este ser uma país democrático? Mas agora os magistrados já investigam casos em que eles próprios estão envolvidos? Parece-me que isto está a ficar perigoso, muito perigoso...


PGR retira ao MP do Porto denúncia contra Carolina


Nuno Miguel Maia

Uma investigação ao teor das declarações da irmã gémea de Carolina Salgado - em que esta é alvo de graves acusações - foi esta semana retirada ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) do Ministério Público (MP) do Porto pelo vice-procurador-geral da República e remetida à equipa de coordenação do 'processo Apito dourado', dirigida por Maria José Morgado.

O inquérito diz respeito a factos mencionados por Ana Salgado no processo por difamação contra a ex-namorada de Pinto da Costa, movido pelo médico Fernando Póvoas. O depoimento, tornado público há três semanas, levantou suspeitas sobre o relacionamento de Carolina com a equipa de investigação do 'Apito dourado' e sobre o modo como foi feito o livro "Eu, Carolina". O processo entretanto instaurado no DIAP incidia sobre concretas denúncias relativas a drogas e extorsão. No último caso, José Mourinho poderia ter sido a vítima.

Segundo o semanário "Sol", Maria José Morgado terá tentado ela própria retirar o processo ao DIAP do Porto, mas viu essa pretensão recusada pelo procurador- -geral distrital do Porto, Alberto Pinto Nogueira, com o argumento de que o caso não teria conexão com o 'Apito dourado'.

O JN sabe que a procuradora terá feito esta diligência a 27 de Julho, dois dias depois de ter tomado conhecimento de um pedido de medidas especiais de segurança para Ana Salgado dirigido pelo DIAP do Porto à PSP. A solicitação viria a ser recusada, após "avaliação negativa" do DIAP de Lisboa, pelo qual Morgado é responsável.

Perante a negativa de Pinto Nogueira, Maria José Morgado deu conta do caso ao vice-procurador-geral da República, Mário Gomes Dias. Volvidos 10 dias, na semana passada, o magistrado deu ordens para o inquérito ser remetido para Lisboa.

Assim, com esta decisão da Procuradoria-Geral da República (PGR), Morgado irá investigar o teor das denúncias feitas pela irmã de Carolina, visando indirectamente a própria magistrada e mais em concreto um inspector da PJ da sua equipa. Em causa estão também factos envolvendo o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira e a jornalista Leonor Pinhão, entre outros.

A 28 de Julho, recorde-se, o procurador-geral, Pinto Monteiro, disse que iria instaurar um inquérito ao "teor das declarações" de Ana Salgado e "às circunstâncias em que foram prestadas".

http://jn.sapo.pt/2007/08/12/policia_e_tribunais/pgr_retira_mp_porto_denuncia_contra_.html

Tap reduz bizantina rota Porto-Lisboa-Amesterdão

20070813

Em Guimarães/Braga não havia interruptores?

Foi necessário ligar para Campanhã para desligar a automotora que estava parada em Guimarães, após uma descarga eléctrica ter atingido um passageiro e dois bombeiros. Pouco percebo de comboios, mas confesso que fiquei surpreendido com esta centralização a Norte.

Homenagem a Torga

No centenário do seu nascimento, uma pequena homenagem a Miguel Torga. Nasceu em S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa, em 12.8.1907 e faleceu em 17.1 1995, sendo sepultado na aldeia natal. De seu nome completo Adolfo Correia da Rocha, adoptou o pseudónimo de Miguel Torga porque "eu sou quem sou. Torga é uma planta transmontana, urze campestre, cor de vinho, com as raízes muito agarradas e duras, metidas entre as rochas. Assim como eu sou duro e tenho raízes em rochas duras, rígidas, Miguel Torga é um nome ibérico, característico da nossa península".

O "reino maravilhoso" é um texto publicado no livro "Portugal" e foi lido pela 1.ª vez aquando da realização do II Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro em 1931. Eis um excerto:

Um reino maravilhoso
Vou falar-lhes dum Reino Maravilhoso. Embora muitas pessoas digam que não, sempre houve e haverá reinos maravilhosos neste mundo. O que é preciso, para os ver, é que os olhos não percam a virgindade original diante da realidade, e o coração, depois, não hesite. Ora, o que pretendo mostrar, meu e de todos os que queiram merecê-lo, não só existe, como é dos mais belos que se possam imaginar. Começa logo porque fica no cimo de Portugal, como os ninhos ficam no cimo das árvores para que a distância os torne mais impossíveis e apetecidos. E quem namora ninhos cá de baixo, se realmente é rapaz e não tem medo das alturas, depois de trepar e atingir a crista do sonho, contempla a própria bem-aventurança.
Vê-se primeiro um mar de pedras. Vagas e vagas sideradas, hirtas e hostis, contidas na sua força desmedida pela mão inexorável dum Deus criador e dominador. Tudo parado e mudo. Apenas se move e se faz ouvir o coração no peito, inquieto, a anunciar o começo duma grande hora. De repente, rasga a crosta do silêncio uma voz de franqueza desembainhada:
- Para cá do Marão, mandam os que cá estão!...
Sente-se um calafrio. A vista alarga-se de ânsia e de assombro. Que penedo falou? Que terror respeitoso se apodera de nós?
Mas de nada vale interrogar o grande oceano megalítico, porque o nume invisível ordena:
- Entre!
A gente entra, e já está no Reino Maravilhoso.
(...)

Ausências

"Fundador do PS, António Arnaut, critica ausência do Governo nas comemorações do centenário do nascimento de Torga" (Público)

Miguel Torga é o maior homem das letras de Trás-os-Montes e os transmontanos não estranham esta ausência; é exactamente igual à do Governo em toda a região. Releva-se a coerência.

20070811

Debate Intra-Norte: O que espera Braga para começar a protestar ?

Parece que se está a preparar uma Regionalização com 5 regiões, as respectivas capitais, Porto, Coimbra, Lisboa, Evora e Faro e respectiva centralização de orgãos regionais. Eu preferiria fusão de autarquias pela lógica de NUTS3 e assim criar mini-regiões. De qualquer modo a questão é que com esta regionalização em curso aqui relatada, o Porto vai centralizar o Norte. Defendo então que a sede regional da DGCI não esteja sediada no Porto mas sim em Guimarães ou Amarante. É tempo dos participantes e leitores de fora da AMPorto se pronunciarem.

A verdadeira aproximação à Galiza

Esta é a verdadeira aproximação à Galiza. Aliás. Por este prisma e dado que estamos no Verão, também há aproximação à França, ao Luxemburgo e à Alemanha. E também aproximação a Lisboa por parte dos mais urbanos e qualificados de Porto e Braga. Aliás, com tanta aproximação (leia-se emigração), daqui por anos chegamos lá. Estaremos todos lá.

Algo se passa conosco. Ou somos limitados na gestão do desenvolvimento ou somos manipulados pelo nosso adversário (centralismo lisboeta) ou ambos. Acredito que seja ambos.

De qualquer modo a liga ou a supertaça ou lá o que é, está já a começar e a depressão passa já.

20070810

Números (II)

Alguns dos nossos leitores, mais dados talvez às actividades cavalares e taurinas do que propriamente à discussão honesta, volta e meia aparecem por aqui a falar de impostos, rendimentos mínimos e outras coisas, fazendo afirmações falsas que só provam a sua ignorância e uma certa "má vontade". Nada como alguns dados objectivos para os elucidar e ajudar a melhorar o seu posicionamento - se tal for possível - perante a sociedade.

Os que estudaram alguma coisa de macroeconomia sabem que a diferença entre o rendimento primário duma região e o seu rendimento disponível é assegurada pelas tranferências de distribuição, na sua maioria garantidas pelas administrações públicas, fazendo numas subir o seu rendimento e noutras descer. Vamos aos números (clique na imagem para aumentar):



Como podem constatar, a Região Norte, apesar da crise instalada e do seu empobrecimento relativo, tem-se mantido nos últimos anos como contribuinte líquida - isto é: o seu rendimento disponível é inferior ao rendimento primário; dá mais do que recebe!; ao contrário, por exemplo, do Centro e Alentejo. Os dados de 2005 e 2006 ainda não estão disponíveis mas desconfia-se, tendo em conta a quebra ainda maior das transferências do Estado central, que a coisa piorou.

Nos idos anos 80, ainda na ressaca dos desvarios revolucionários lisboetas, quando foi necessário recuperar o país foi daqui que o movimento de recuperação económica partiu. Foi aqui que foram criados os bancos e grupos empresariais privados que levantaram a economia. Foi esta região que também se mostrou solidária, por exemplo, com a península de Setúbal, quando por lá se passava fome, aceitando de bom grado o desvio de investimentos estrangeiros que para cá estavam previstos, como por exemplo a autoeuropa, afim de acudir àquela região em crise.

O que se tem passado nos últimos tempos, configura-se uma manifesta quebra de solidariedade para com o Norte por parte do Estado Central e da região que o confiscou, principalmente a partir da entrada na CEE/UE, em seu favor. Registe-se e não se esqueça.

P.S. Os números podem facilmente ser comprovados através de vários documentos disponibilizados pelo INE

O Futuro está a Norte e não se pode perder



Em termos regionais, as Regiões Autónomas e o Norte do Continente constituem as áreas onde este grupo tem maior peso: nos Açores representam, em 2005, 15.9% da população total e no Interior Norte 13.3%. Pelo contrário, a Grande Lisboa e o Sul são as regiões onde este grupo populacional está menos representado, correspondendo a 10.7% e 11.3% da população daquelas regiões.

Ribeira Grande (Açores) e Câmara de Lobos (Madeira) são os dois concelhos com maior peso de jovens entre os 15 e os 24 anos, que representam 19.0% e 17.9% da população total. No extremo oposto, Vila Velha de Ródão (Castelo Branco) e Gavião (Portalegre) são os concelhos onde o grupo está menos representado, correspondendo a 8.0% e a 8.5% da população destes concelhos.

Lisboa é o sétimo concelho (dos 308 do país) com menos peso de jovens na sua estrutura demográfica (9.4%) e o Porto é o 59º com menos peso de jovens, apresentando o mesmo rácio de Alcochete e Sintra (11.0%).

Fonte: Marktest


Venda de jogadores iguala exportações de têxteis


Para aqueles que ainda têm 'pruridos' ou desvalorizam a importância económica da indústria do futebol:

"Caso se concretizem as transferências de Quaresma (35 milhões de euros), Lucho Gonzalez (20 milhões) e Manuel Fernandes (nove milhões), os três grandes receberão neste defeso mais de 180 milhões de euros, o equivalente ao montante exportado pelos têxteis portugueses, nos primeiros quatro meses do ano. Dos negócios já fechados, o F.C. do Porto é o campeão das vendas, tendo já recolhido 69 milhões de euros, seguido do Sporting, 29,3 milhões, e do Benfica, 23,3 milhões. A soma destas transferências atinge os 121,6 milhões de euros, valor que, mesmo assim, supera as exportações registadas, entre Janeiro e Abril de 2007, em sectores como o do peixe, do leite ou da fruta e iguala outros como o dos vidros e dos minérios. Olhando para os destinos das exportações nacionais, os 121,6 milhões representam o dobro das vendas realizadas ao Brasil ou à China e praticamente o triplo das feitas à Rússia, no mesmo período."

in Semanário Económico

Com estes números em jogo, talvez se compreenda melhor algumas movimentações e o desespero que alguns, quiçá ressabiados por terem perdido o monopólio e o mercado protegido que usufruiram durante décadas, têm e que os motiva a usar todo o tipo de estratégias para tentarem reaver a liderança.

P.S. Infeliz foi a foto escolhida para ornamentar o trabalho do jornalista :->

Leituras de Agosto II

Terminal 2


Férias significa sempre partir. De carro, de comboio, de avião, como seja, malas aviadas. Dantes, para destinos óbvios, como a "terra" e a praia de família; hoje, para destinos tão exóticos como acessíveis, numa sábia combinação entre o aguçar do nosso imaginário, palmeiras e águas azuis, e a bolsa de cada um, créditos e pagamentos suaves.

Por isso posso dizer que o meu início de férias, leia-se fazer a mala e partir, nesta modalidade tão cansativa quanto irracional de férias repartidas, ocorreu na passada sexta-feira no Terminal 2 do Aeroporto Internacional de Lisboa, com destino ao Funchal, uma pequena viagem marcada quando a meteorologia do Continente ameaçava pregar partidas sucessivas.

O Terminal 2, julgo que uma recente obra do nosso aeroporto, é um enorme barracão, feio, mal ventilado, sem os cómodos mínimos a que este tipo de infra-estrutura obriga, e onde se amontoavam magotes de viajantes e pilhas de malas e sacos, fazendo filas frente aos balcões do check-in, tão longas que davam voltas sobre si mesmas, de tal modo que o passageiro da fila dois ficava enrodilhado na fila três e assim sucessivamente. Neste espaço caótico e hostil, para além de se proceder à gestão dos atrasos das partidas, delayed é um leitmotiv, procedia-se também à gestão do famoso overbooking. Tudo designações catitas para realidades incompreensíveis.

Porque o delayed configura, apenas, uma situação de desleixo acumulado e o overbooking é pura e simplesmente uma fraude, já que se trata de vender duas vezes o mesmo bilhete. Só que, como é hábito, os responsáveis estão invisíveis, inatingíveis, são chamados por walky-talkies, os seus nomes apenas sussurrados pelos infelizes funcionários dos front-desks, os quais, à beira de um ataque de nervos, se superam (como o eficiente funcionário que me atendeu) ou se desnorteiam em função da respectiva idiossincrasia, já que, naquele estado de caos oficial, nenhuma formação específica lhes é dada. Como é hábito em Portugal, recomenda-se paciência, atitudes conformadas, como se fôssemos pedintes e não clientes, como se a TAP, a ANA e a Ground Force não existissem por e para nos prestar serviços, a nós que pagamos bilhetes, taxas de aeroporto para além de pesados impostos.

Na T-shirt de um homem novo com um bebé ao colo lia-se "existo logo exausto". Nada tão verdadeiro! Uma jovem mãe francesa, olhando com fúria o seu malcomportado rebento de quatro ou cinco anos, vociferava: "Tu est minable, tu sais! Minaaable!" Mas verdadeiramente minable era tudo aquilo.

Com muito atraso, muita fome e desconforto, lá chegámos à Madeira. Registo aqui três importantes motivos de regozijo, para além, claro, da beleza natural que é mérito mais de Deus que do homem: a limpeza do espaço público, a total ausência de graffiti, a amabilidade genuína de todos os que trabalham na hotelaria, na restauração, no comércio, nos museus, para os quais o cliente não é um inimigo e uma grande afluência de clientes não é uma desgraça. Em todo o lado - do Hotel Miramar ao Choupana Hill - é pedido ao cliente que se manifeste sobre a qualidade do serviço, através de inquéritos que, apercebemo- -nos, são mesmo para levar a sério.

No regresso, repetiram-se os atrasos e o aspecto do aeroporto da Portela (internacional, convém não esquecer) era aflitivo: o chão sujo de líquidos suspeitos, papéis, beatas, casas de banho nojentas. Carrinhos, nem vê-los, e a bagagem demorou mais de meia hora a chegar à passadeira.

Escrevo, porque transporto uma angústia e uma dúvida partilhada por muitos portugueses: a angústia de darmos, na nossa primeira sala de visitas, uma imagem tão degradante e injusta de Portugal; a dúvida de, sendo o turismo tão relevante, vivendo estas empresas à custa dos seus clientes, sabendo-se que o Verão é uma época alta, como justificar que este tão desejado e previsível aumento da procura gere um caos consentido e assumido pelos responsáveis?

Não sei se é necessário um aeroporto novo. Mas sei que seria desejável uma TAP nova, uma ANA nova e uma Ground Force nova. Mais barato e mais urgente.

Maria José Nogueira Pinto in DN de 9 de Agosto de 2007

Eu acrescentaria um regime político novo, uma organização política-administrativa do território nova, et cetera...

Pois

Assunto de 1ª página (entre outros) na Voz da Galiza: Las bolsas europeas caen con fuerza por el temor a una crisis de liquidez;

Assunto de 1ª página (entre outros) no Jornal de Notícias: Entrevista de Pinto da Costa à SIC;  

Pois.

 

 

20070809

Aguardamos um novo destino Ryanair...

... ou Easyjet, ou Air Berlin, ou outra qualquer, ou mesmo Iberia:

LISBOA (PORTELA).

Salvador Dali

Acabei de ver uma peça na SIC notícias sobre a exposição de Salvador Dali no Palácio do Freixo. Salvaguardando a hipótese (na qual em não acredito) de ter sido "artefacto de jornalista", apenas foram entrevistados turistas estrangeiros: duas brasileiras e um espanhol. Parece que os portugueses (em particular os portuenses) a ignoraram. Assim não adianta reinvindicar grandes realizações para a nossa região.
Também é verdade que quase não há divulgação da exposição, seja paga ou institucional. Serralves tem o sucesso que tem, também por causa do excelente marketing que sabe fazer.

Mais dois novos destinos da Ryanair

Pisa (Florença) e Valência são os dois novos destinos que a Ryanair coloca ao serviço dos passageiros do ASC, aumentando assim para 13 o número de voos.
Por outro lado, nota-se que em Santiago não há qualquer acréscimo do número de voos...

Leituras 20070809

·         Braga, Guimarães e Porto preparam centro de excelência para a saúde;

·         «Um jovem director de marketing ganha mais que o primeiro-ministro». Provavelmente ocorre nesta agência de emprego de lisboetas; Por cá, não me parece;

·         Ryanair cria Porto-Pisa e Easyjet Porto-Basileia;

·         Ciclovias de Guimarães e Braga em debate.

 

 

 

20070808

Os Senhores Deputados

Os membros do parlamento britânico têm, entre outros, os seguintes deveres:

II. Public duty

Members have a duty to uphold the law and to act on all occasions in accordance with the public trust placed in them.


Members have a general duty to act in the interests of the nation as a whole; and a special duty to their constituents.


Os membros do parlamento português têm, entre outros, os seguintes "deveres":

Artigo 152.º
(Representação política)

1. A lei não pode estabelecer limites à conversão dos votos em mandatos por exigência de uma percentagem de votos nacional mínima.

2. Os Deputados representam todo o país e não os círculos por que são eleitos.


Não seria esta diferença que mudaria a situação do país da noite para o dia. No entanto, os deputados ao ter um maior vínculo com os respectivos eleitores, ajudaria a dar uma maior voz às diferentes regiões na A.R. A ignorância do governo face à situação do resto do país seria muito mais díficil de esconder. E sobretudo, decisões de caractér local seriam mais debatidas na A.R.


Leituras de Agosto

Rompendo com o estado Nação, a reivindicação comunitária enferma muitas vezes de uma lógica destruidora. Reconciliar os grupos e a colectividade emerge como uma das prioridades da democracia moderna, (...) O objectivo perseguido pela comunidade - assegurar a sua prosperidade, a sua liberdade e a sua defesa - entra (frequentemente) em concorrência com o desenvolvimento do Estado-Nação. Se este Estado é estável e as suas instituições legítimas, ele está à altura de negociar com as comunidades insatisfeitas e de converter em interesses políticos as suas reivindicações. Se o Estado é autoritário, reage pela repressão ao que considera como uma insubmissão ou uma ameaça de secessão. Se é fraco, afunda-se numa tormenta de rivalidades entre comunidades. Pode ser confiscado por uma das comunidades em detrimento das outras. A paralisia da economia e as intervenções estrangeiras aceleram então muitas vezes a crise interna e a passagem à luta armada.

Picard, Elisabeth
Le réveil communautaire,
"Courrier de l'UNESCO"
Junho de 1993

Vassalagem aérea

Novamente e infelizmente, na minha opinião, é o futebol que move o povo do Norte. Bastou que a equipa do FCP fosse apanhada na celebre rota Porto-Lisboa-Amesterdão, para que os aliedados do futebol (MST, CAA, Rádio Nova, entre outros) reparassem que o Norte anda a ser prejudicado. Infelizmente só assim é que reperam. Não vale a penas mais comentários. Vejamos os factos e consequências. Como se pode comprovar na imagem acima ou no site da TAP, os voos Porto-Amesterdão e vice-versa passam primeiro por Lisboa, quando geograficamente, o que faria sentido seria o contrário. As consequências são obvias: O Norte tem que prestar vassalagem aérea a Lisboa quando vai para a Europa, perdendo tempo de viagem desnecessariamente. Creio que este voo não é o único voo em que isto acontece. E assim é natural que a Portela fique artificialmente saturada. Enfim.

Nota: Não considero alienados do futebol os participantes e leitores do Norteamos que gostem de futebol, pois efectivamente, mostram que as suas preferências de lazer não impedem a atenção às questões de desenvolvimento do Norte. Os alienados são os restantes.

20070807

A TAP já não é deste tempo

Apesar da lufada de ar fresco que representou a entrada dos administradores brasileiros na TAP, esta pouco se modificou. A sua estrutura burocrática, pesada e funcionalista, os seus quadros e chefias intermédias, e a generalidade da sua exagerada (em número) massa laboral, continua a agir da mesma maneira: quadros superiores em luta por tachos e mordomias; pilotos e pessoal de bordo a funcionar como uma casta endogamica apenas preocupada em ganhar o mais possível e trabalhar o menos que puder; trabalhadores maioritariamente preocupados em garantir o emprego, de preferência sem grandes níveis de exigência, e esperar pelo dia da abençoada reforma, esta o mais cedo possível. Todos em conjunto olham o mundo, do alto da torre de marfim de quem se sabe detentor de um mercado protegido, de forma majestática, arrogante e prestam amiúde um serviço incompetente.

Estas empresas - TAP, PT, EDP, CP, etc. - são centralistas, concentradas, burocratizadas e só sobrevivem devido à protecção do Estado que lhes garante um mercado livre de concorrência séria. Além de canais priviligiados de drenagem de massa monetária para o centro - por exempo, a EDP não produz um megawatt de energia no concelho de Lisboa mas é lá que contabiliza todos os seus enormes lucros - servem também para garantir empregos luxuosos aos próceres das oligarquias centralistas e empregos menores para a massa de migrantes que cada vez mais engrossam a área metropolitana da capital.

No caso da TAP, felizmente que o monopólio do mercado europeu já não existe, restando ainda o mercado dos voos intercontinentais. Espera-se que este caia brevemente, pelo menos para a América. Existem outras opções para voar para a Europa. É hora de fazer escolhas e deixar cair o patriotismo parolo e ultrapassado.

O Estado Nação centralizador e concentracionário é uma realidade em morte acelerada. Por muitos estertores, recidivas e demonstrações de força que possa manifestar (caso do português dos nossos dias), é tudo uma questão de tempo - é o canto do cisne. Tal como a Revolução Industrial e o capitalismo, a 3ª vaga civilizacional, o mundo difuso e disperso da sociedade informacional, da rede global, também não deixará nada como dantes. Habituem-se. :-)

Leituras 20070807

·         Espanha investe em aeroportos de Lowcost em Cidade Real e Badajoz, junto à linha AV Madrid-Lisboa. A ideia de um mega aeroporto na Ota ou Alcochete fica cada vez mais vazia e sem passageiros;

·         CIN (Maia) reduz emissões poluentes; Porem o Norte está poluído; Também é natural. O Norte não é um deserto nem vive dos serviços. De qualquer modo há trabalho por realizar;

·         Amostra de sebastianismo lisboeta-castelhano;

·         Avaliação pertinente sobre Portugal pelo bispo de Aveiro.

 

 

20070806

"A campanha já chegou aos aviões???"

Meus senhores,

Pelo que percebi no noticiário da noite da RTP, a equipa do FCP, depois de mais uma brilhante vitória no torneio de Roterdão teve de ficar apeada em Lisboa em vez de vir directa para o Porto.

Ao que consta (via RTP), o Comandante deu ordem de expulsão a toda equipa do FCP. Terá visto PC a subornar um árbito, ou é mais uma carolinice?

O chefe da tripulação deve ser um desses cavalheiros com alto sentido ético e profissional que agora também se acha no direito de maltratar o clube da minha cidade. Com as costas quentes, qualquer cobardola é herói. E este país está a ficar cheio deles.

Mas como é que estes gajos conseguiram fazer com que Salazar hoje me pareça um anjo? É preciso ser-se mesmo muito medíocre.

Estará na hora de voltarmos a emigrar? Ah, por segundos devo ter sonhado. Afinal quando é que este país deixou de fabricar emigrantes? Será preciso dizer mais?

Pedro Abrunhosa

"O Porto está de joelhos e rasteja face ao Poder"

Pedro Abrunhosa um dos melhores artistas do Paìs, "político" de esquerda e nortenho ferrenho dá uma excelente entrevista ao JN.
Abrunhosa diz aquilo que muitos sabem, mas têm medo de assumir: Norte de joelhos, Norte sem lideres, fraqueza de Cavaco e CMP sem oposiçao.
Abrunhosa de parabéns, e não seria ele um bom Líder?

Efeitos a Norte da recessão económica internacional que se aproxima

Nos últimos anos o mundo tem tido taxas de crescimento económico saudáveis. Portugal por, sua vez ocupa o lugar 196 no crescimento em 2006, juntamente com paises como a Coreia do Norte, Kiribati, Seicheles e Zimbabue. Se juntarmos a este facto as evolução do Norte abaixo da média nacional nos últimos anos, verificamos efectivamente quanto mal estamos (Isto é mais um indicador de que debater a alienação futebolística é um erro; Voltarei ao tema oportunamente).

Ora este cenário negativo da região só não foi pior por causa da nossa ainda capacidade exportadora. Beneficiamos de uma economia espanhola e europeia em crescimento que consegui absorver as nossas produções.

O crescimento económico mundial tem sido sustentado pelo crédito imobiliário no mundo ocidental e crédito para investimento industrial na China. Porém o crédito está a ficar mais arriscado e caro. O crash no imobiliário espanhol já se deu. Nos EUA está a dar-se. Os mercado estão em queda e Dow Jones, acima representado, provavelmente hoje cairá ainda mais.

Se numa conjuntura europeia e mundial, o Norte teve o desempenho que conhecemos, imaginem o que nos irá acontecer com a recessão que se avizinha.

Mais Plataforma Logística de Valença

Depois de tudo o que referi em Junho sobre esta plataforma, soube há poucos dias que há intenção da plat log de Valença vir a ter, não os 40 hectares inicialmente projectados, mas sim 440 (!!!!). Assim sendo, vai ser construída a segunda maior plataforma logística da Península Ibérica numa área onde escasseia o emprego e onde as cotas de mercado são duvidosas. Não esquecer, que a Plisan (que pelos vistos começa a entrar em águas de bacalhau), estará mesmo ao lado com os seus 400 hectares.

Terá a região transfronteiriça condições para 840 "campos de futebol" logisticos?

Pelo menos, até ver, a Rede Natura 2000 fica a salvo, uma vez que a localização será também alterada....

20070805

Alto Minho e Gestões Autárquicas

Fui passear pelo Alto Minho e, melhor que nunca, percebi a importância que as autarquias podem ter na preservação versus assassinato da história e da identidade das povoações. Vila Nova de Cerveira conjuga, com grande sobriedade, história, ambiente, cultura e modernidade. Monção parou no tempo, deixando degradar o seu património que por lá continua à espera de alguém que tenha visão e dinheiro para o restaurar. Valença do Minho é um autêntico inferno: centros comerciais dos anos oitenta e prédios desordenados são a pesada herança das gestões autárquicas do pós-25 de Abril. Uma herança capaz de ofuscar toda a monumentalidade do passado.
Três exemplos que não são mais que uma metáfora do país.

[versão integral no Avenida Central]

20070803

Modelo gráfico do regionalismo de aviário

Links relevantes:

Leituras 20070803

·         Desisti, a meio, da leitura da entrevista de Carlos Lage ao JN. É o bla-bla-bla habitual. Se por acaso detectarem algo de novo, PF coloquem em comentários;

·         Falando em PS a Norte, além dos excursionistas à vitória de António Costa na CML e de Renato Sampaio, também Carlos Pinto nos diverte. Lembrou-se agora que existem problemas por resolver. Enfim;

·         Negociatas lisboetas: «firmas de advocacias sofisticadas que projectam financeiramente os fundos que recebemos da União Europeia, de modo a que as sombras lhes incidam nos cofres»;

·         Presidente do INAC defendendo a OTA ou Alcochete e denegrindo as forças vivas do Norte. O que vale é que há sempre alguém que se sabe ler as entrelinhas e detecta tachistas ao longe;

·         4 empresas do Norte definidas como «case studies» da política industrial europeia Serralves, Simoldes, BA e Martifer.

Fiscalizar as esmolas

Carlos Lage (presidente da CCDRN) representa o Governo no Norte do país, mas critica a inexistência de uma "verdadeira política regional". Acredita que é uma questão de tempo até que Lisboa reconheça a necessidade de estratégias específicas para a região, tanto que o "declínio económico do Norte seria, para o país, uma catástrofe".

20070802

"Um silêncio ensurdecedor"

Como foi publicado no blogue A Baixa do Porto, isto é, tornado público, republico aqui um post do arquitecto Pedro Aroso que inclui um email do autor e coordenador científico do programa Porto Feliz, Prof. Carlos Mota Cardoso, sobre o fim forçado do programa pelo IDT.

--x--

""Recebi do Prof. Carlos Mota Cardoso (autor e coordenador científico do programa Porto Feliz) este email, que passo a transcrever na íntegra.

“Caro Pedro

O comportamento do IDT (Instituto da Droga) tem sido, nalguns aspectos, indigno. Também não compreendo o silêncio do próprio Ministério da Saúde. Dizem que o projecto é caro. Inqualificável tal argumento, pois pela 1ª vez em Portugal foi possível saber quanto custa reabilitar totalmente um “drogado” em fim de linha: 466 Euros/mês. Reabilitámos 334 dos 679 que assinaram connosco um contrato terapêutico. Alguns continuam naturalmente em tratamento. É muito? É seguramente muito menos, em termos relativos, do que o que gasta o IDT com o combate à toxicodependência. Infelizmente, as ruas e praças das vilas e cidades portuguesas mostram o insucesso das políticas usadas no campo da toxicodependência. O Estado Português atira o dinheiro de todos nós para a fogueira da “droga” com o rendimento que está bem à vista dos cidadãos. Bastava que os CATs tivessem apenas 50% do nosso rendimento para Portugal, nesta matéria, ser um país europeu de corpo inteiro. Lamentável tudo isto.

Já deves ter reparado que os arrumadores voltaram a aparecer nas ruas do Porto. Pois é, o IDT desde Novembro que não nos permite internar, para desintoxicar, um único toxicodependente. Há um ano o IDT rompeu unilateralmente o protocolo que tinha connosco e com o Conde de Ferreira, local onde eram feitas as desintoxicações. Assim, dentro de um ou dois meses, estará tudo na mesma. Ou seja, enxames de jovens perdidos na “droga” espalhados pela cidade.

Um abraço muito amigo do
Carlos Mota Cardoso”

Não vou comentar o desalento do Carlos Mota Cardoso, porque também partilho a sua dor. No entanto, lamento profundamente a indiferença e apatia com que os habitantes da nossa cidade reagiram a esta decisão do Governo. Será que com o nosso silêncio não estaremos a ser cúmplices daquilo que vai suceder no futuro próximo?""

--x--

Eu sei que por trás desta questão existe uma luta de baixa política entre o PS-Porto e Rui Rio, no entanto, a nós enquanto cidadãos, é um assunto que nos deve fazer pensar.

Governo de Lisboa vs. Governo das Colónias

"Na tomada de posse do X Governo Regional da Madeira, o Governo fez-se representar pelo secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, Filipe Baptista.

O Governo esteve hoje representado na tomada de posse do novo executivo municipal liderado por António Costa com a presença de sete ministros..."

PG, no Bloguítica

Comentários:
1. Os outros ministros estão de férias
2. O problema da dívida de Lisboa já está resolvido 3. A presença do Governo nas tomadas de posse de executivos eleitos tem uma dimensão simbólica. Também aqui, há símbolos que dizem tudo...

Ponte de Lima - Capital da música popular

Carlos Ribeiro e Cinha Jardim foram ontem apresentados como padrinhos do Festival Credial, que reúne vários nomes da música popular portuguesa (como Tony Carreira, Emanuel ou Toy) num evento a realizar de 10 a 12 deste mês em Ponte de Lima.

O festival, patrocinado pela Credial, empresa de crédito ao consumo, decorre na Praça das Virtudes, num espaço ao ar livre junto ao rio Lima. Surgiu para "preencher uma lacuna na programação festivaleira portuguesa. Apercebemo-nos de que nos festivais de Verão estavam representados géneros como a pop, o jazz ou a world music, mas não existia nenhum evento dedicado à música popular."

Sérgio Leitão lembra-nos que "a preparação do festival arrancou no início do ano e a resposta dos artistas convidados foi fantástica." Fala-nos de músicos que têm "um público muito vasto e que colheram muito bem a hipótese de actuarem num festival, além de encararem o evento como uma excelente forma de promoção da música popular".

O local escolhido para acolher a primeira edição do Festival Predial foi Ponte de Lima. "Porque a vila representa uma portugalidade muito associada aos artistas em cartaz", justifica Sérgio Leitão. "E com as infra--estruturas indicadas para oferecer as melhores condições a todos os visitantes." A organização espera a visita de cerca de 10 mil pessoas por dia, numa região "habitualmente muito povoada em Agosto".

Os bilhetes para o Festival Credial já estão à venda. O ingresso de um dia custa 10 euros e o passe de três dias pode ser adquirido por 20 euros. Sérgio Leitão lembra que "as entradas para o festival podem ser compradas nos locais habituais mas também em espaços como casas do povo, postos de turismo e quiosues de Ponte de Lima." No site oficial, www.festivalcredial.com, também é possível comprar bilhetes.

CIP recomenda Portela+1

Os autores do estudo da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) para a construção do novo aeroporto de Lisboa defendem a opção "Portela + 1" e avançam com novas conclusões. A CIP equaciona Alcochete como aeroporto principal, que funcionaria numa lógica de commplementaridade. A Confederação defende a existência de dois aeroportos, sendo que o de Alcochete iria gradualmente, e ao fim de 20 anos, substituir o da Portela.

À medida que o tráfego aéreo for crescendo este será transferido para o novo aeroporto a sul do Tejo, construído faseadamente, "numa lógica de complementaridade e não concorrência", defendeu ao DN, Carlos Borrego, um dos especialistas da Universidade de Aveiro que lidera o projecto da CIP.

A Portela poderá assim manter-se como um aeroporto mais pequeno e servir as rotas de baixo custo (vulgo low cost) aviões de menor dimensão. A CIP revelou que a solução “Portela +1" apresenta também vantagens nos custos em comparação com a OTA, representando uma "redução na ordem dos 60 a 70%".

Enquanto que a solução do Governo custa aos cofres do Estado "7200 milhões de euros", Alcochete "fica-se pelos 3500 ou 4 milhões de euros", defende o ex-ministro ao matutino. Além da poupança nos custos da obra, Alcochete apresenta igualmente vantagens ambientais e a possibilidade de ser construída apenas uma pista.
In AEIOU (versão completa no DN), publicado por sugestão de José Alberto Brito Ribeiro

Adenda 1: "O DN contactou o Ministério das Obras Públicas, que disse que Mário Lino não faria comentários às posições de Carlos Borrego. Fonte oficial lembrou, no entanto, que o Governo não labora num cenário de dois aeroportos porque "não há viabilidade económica para isso", nem que ficasse Alcochete só para o tráfego das companhias low-cost: "Com as tarifas baixas não se pagaria o aeroporto de Alcochete". Mais, a TAP também só funciona num aeroporto, pois trabalha no sistema de placa giratória."

Adenda 2: A Associação Comercial do Porto (ACP) apresenta para a semana a equipa que também irá trabalhar num estudo "Portela + 1". Ao DN, o empresário Rui Moreira diz que irá tratar-se de "um estudo sério e sustentado".

Comentário à Adenda 1: O Governo insiste no imbuste. "A Portela +1 não funciona porque a OTA é muito cara, e portanto a OTA não pode funcionar ao mesmo tempo que outro aeroporto". Resta-me lembrar, mais uma vez, o evidente: que o +1 não é a OTA. Por consequência, a viabilidade económica da Portela +1 tem que ser estudada para cada caso concreto. Note-se que Londres tem 4 aeroportos.

20070801

"Porto inspirador e Lisboa justiceira"

Pois é, meus senhores, agora é que vai ser ganhar dinheiro! Pensando melhor, acho que me vou converter ao centralismo! Afinal vale a pena, há mesmo vantagens nisso! Vou ter de rever rapidamente as minhas posições nesta matéria...

Inapelavelmente rendido aos ventos moralistas que sopram do Sul, decidi dedicar-me à indústria cinematográfica. Está muito em voga e 'promete' dar rios de dinheiro (descansem, que não é o tipo de rio que estão a pensar)! Por motivos económicos ainda pensei convidar o senhor La Féria para fazer uma revista, mas achei que era pouco ambicioso e optei mesmo pelo cinema. Queria uma coisa em grande!Só não vou é armar-me em realizador para não mostrar o lado mais repugnante do meu carácter como alguns "botelhos" (não sei se o nome vem de bota se de fedelho) que por aquelas bandas rastejam. Prefiro ser produtor. Não tenho é 'cacau' que chegue, mas confio na solidariedade dos mecenas cá do burgo (por hábito muito generosos) para avançar com o projecto.

Já escolhi o realizador, vai ser o Woody Allen. Nem menos! É mesmo realizador, é competente e tem um finíssimo sentido de humor. Porque sou bairrista e provinciano, ainda me lembrei do Manuel de Oliveira, mas, dada a sua origem tripeira, reconsiderei e não lhe fiz o convite com receio que mais tarde o viessem a acusar de tráfico de influências...É que o senhor tem quase 100 anos e eu respeito as pessoas idosas...e a transparência de processos.

A temática complementa-se, e será dividida em duas partes que oscilarão entre a pedofilia e a fiabilidade da justiça portuguesa. O cenário decorrerá na região da grande Lisboa para emprestar mais realismo ao filme. A maior dificuldade do projecto está no elenco porque implica uma grande quantidade de actores que pode inflaccionar o preço final da obra. O título ainda não foi decidido, mas estou a pensar na versão portuguesa de: em "E tudo o vento levou-Parte II".

Mas cuidado, nada de confusões, será apenas um filme de ficção, uma adaptação... Percebem? Toda e qualquer semelhança com factos da vida real, será obviamente pura coincidência...O meu interesse é essencialmente de índole cultural, embora creia que não me levarão a mal por querer ganhar umas coroas. A vida está tão má.

A Nova Ponte de Leixões

Acerca da nova ponte sobre o Porto de Leixões, e para esclarecer algumas papoilas saltitantes que por aqui anonimamente comentam as nossas postas, convém dizer que o Estado central não investiu lá um tostão. Como tudo aqui no Norte, foi o próprio porto que a pagou. A APDL, gestora do Porto de Leixões, é a única entidade do género que apresenta lucros no fim do ano. Em 2006 obteve um resultado líquido de 6,072 Milhões de Euros; em 2005 obteve 3,5 Milhões de lucro e em 2004 3,7 Milhões. Como se vê já não é de hoje o bom desempenho da APDL. Convém dizer, só para que conste, que as suas congéneres de Lisboa e Sines apresentam anualmente volumosos prejuízos.

No ano de 2006 o Porto de Leixões processou um volume total de carga que atingiu os 14,016 Milhões de toneladas, o Porto de Lisboa 11 Milhões e o Porto de Sines 26,9 Milhões de toneladas. O Porto de Leixões é também o campeão de carga contentorizada, com um volume de 3,88 Milhões de toneladas. O Porto de Sines praticamente só processa crude e produtos petrolíferos para a Petrogal mais carvão para a EDP (central do Pego), atingindo estas cargas 93% do movimento total. A carga contentorizada é residual. Não fosse o encaminhamento - forçado pelo Estado - dos graneis para esse porto, este estaria às moscas. É um fruto da elefantíase centralista que já vem do tempo do Marcelo Caetano. Nunca ninguém o quis e agora vão construir-lhe uma ligação ferroviária a Espanha para ver se o vendem aos espanhóis.

Como se vê o Estado não gastou um tostão na nova ponte de Leixões. Ela custou apenas 14 milhões de euros. Já está paga há muito. Por aqui não há almoços grátis. O Estado vai continuar a arrecadar os lucros de Leixões.

Os Portos de Mar nacionais, porque são geridos por entidades autónomas e em concorrência, são um exemplo do que poderia ser a gestão dos aeroportos se estes estivessem sujeitos ao mesmo modelo.

Biblionetgrafia:

http://www.publico.clix.pt/carga_transportes/noticias.asp?id=1299973

http://jn.sapo.pt/2006/02/22/grande_porto/registo.html

https://www.apdl.pt/gca/index.php?id=1178640347

http://www.ine.pt/portal/page/portal/PORTAL_INE/Destaques?
DESTAQUESdest_boui=5585018&DESTAQUESmodo=2

O triunvirato cleptocrata

Esta notícia é um exemplo paradigmático da trilogia de interesses que nos rouba o futuro: o financiamento partidário e das respectivas elites dirigentes, os empreiteiros de obras públicas, os bancos financiadores de investimentos sem risco garantidos pelo estado.

Vão ser gastos, do nosso dinheiro, no total, 144 milhões de euros, 29 milhões de contos antigos, para ganhar 10 minutos de percurso na linha ferroviária entre Lisboa e Faro. Lisboa e Faro estão ligadas entre si por 12 ligações directas, 6 em cada sentido - isto é: em média, 0,5 comboios por hora.

Entre o Porto e a Régua, existem 26 ligações diárias, 13 em cada sentido, em média 1,08 comboios por hora; em algumas os passageiros são obrigados a uma ruptura de carga (transbordo em Caíde para os urbanos da CP Porto); e, apesar disso, há clientes para mais, houvesse oferta por parte da CP. O Estado central não tem previsto, tão cedo, qualquer investimento para esta linha que a partir de Caíde é em via única, não electrificada e regulada por cantonamento telefónico, uma tecnologia do século XIX.

Entretanto, recentemente, foi promovido através de uma inédita campanha publicitária um intercidades, que se mantém em funcionamento, entre Lisboa e Évora. Este comboio transporta uma média de 23 passageiros e os seus proveitos são tão fracos que até o serviço de bar já foi suspenso. Há dois anos a CP suprimiu o intercidades Porto-Régua com o argumento de não ser rentável. Transportava mais, muito mais, do que os singulares 23 passageiros do IC alentejano.

Porto de Leixões mais competitivo

"A nova ponte móvel, aliada ao investimento de aprofundamento da bacia de rotação e de acesso às docas interiores, a menos 12 metros, permitirá que o Porto de Leixões passe a ser acessível a embarcações panamax, que hoje representam 71 por cento da frota mundial no transporte de contentores”, explicou. Até ao final do ano o equipamento poderá receber navios de maior porte, aumentando, assim, a competitividade de Leixões em relação aos outros portos europeus.

Devido à proximidade do Aeroporto Francisco Sá Carneiro e com a construção das plataformas logísticas, projecto que conta com o “empenho pessoal” de Ana Paula Vitorino, o porto poderá tornar Portugal numa referência das plataformas logísticas do Eixo Atlântico.

A par dos benefícios económicos deste projecto, a secretária de Estado lembrou os “ganhos evidentes” para a população local com a ponte.Esta estrutura é a quarta maior ponte basculante do mundo, tendo sido investidos 14 milhões de euros."

Mais areia...

Diário Económico: "O antigo presidente da Portugália, Ribeiro da Fonseca, disse ao DE que a portela poderá crescer até 20 a 25 milhões de passageiros..."
Mário Lino: "Não conheço nenhum estudo que diga que a Portela pode chegar a 25 milhões de passageiros. Só conheço estudos que dizem que pode chegar aos 15 ou 16 milhões de passageiros. São estudos conhecidos - encontram-se no site da NAER"
PMS: Não conhece, mas devia. Existem dois relatórios aqui e aqui citados que afirmam que a Portela pode receber 21 milhões de passageiros, e são conhecidos pelas autoridades aeroportuárias desde Julho de 1999.

Mário Lino: "(...) Estas obras permitem receber os tais 17 milhões de passageiros"
PMS: Pensei que tinha dito que os estudos apontavam para um limite de 15 ou 16 milhões de passageiros...
Leituras recomendadas