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20090323

Lisboa a regar-se de gasolina

O especulador sociológico portuense Pedro Arroja, à custa de tantas teses produzidas por dia, acaba por acertar algumas vezes. Já alguém fez uma experiência com macacos a lançar dados com decisões de compra e venda de acções, e acabaram por bater o DowJones...
Adiante.
Uma especulação recente de Pedro Arroja é que Portugal entrará em guerra civil. Penso que acerta.
O texto ontem publicado no Público por Rui Moreira (cada vez mais presidente da CM do Porto) é verdadeiramente incendiário. O desepero da «máfia» que circula o Terreiro do Paço por negociatas leva-os a ignorar o peso populacional a Norte e a subestimar o descontentamento. Estão a regar-se de gasolina. Na prática, MFLeite e assessores, estão a destruir a utilidade do PSD fora de Lisboa e a criar espaço para partidos regionalistas, o que vai ser positivo.
Muitos suspiram pelo fim do regime ou pela clarificação do panorama político nacional. Tão importante como isso é o fim dos desequilíbrios territoriais, ou no nosso caso, a permanente inovação nos investimentos decididos na capital/gestão da administração pública, que tem apenas como objectivo sabotar/drenar o desenvolvimento fora de Lisboa e beneficiar os traficantes de influências lá instalados.

Antigamente, os chefes de Estado e governantes estrangeiros visitavam Portugal. Agora só visitam Lisboa. Na verdade, era hábito do protocolo de Estado promover a sua vinda ao Porto, depois de passarem por Lisboa, onde faziam contactos com os órgãos de soberania. No último dia da visita, costumavam chegar ao Porto de manhã, geralmente na companhia dos embaixadores e de um membro do Governo. A comitiva dividia-se, então, em contactos de negócios, visitas culturais e passeios turísticos. Depois, os ilustres visitantes eram recebidos nos paços do concelho, onde lhes eram entregues as Chaves da Cidade, eram homenageados pela Confraria do Vinho do Porto e almoçavam no Salão Árabe com a sociedade civil e com as autoridades da cidade, antes de rumar ao aeroporto, de onde partiam, após as honras militares. Foi sempre assim, a exemplo do que acontece noutros países, como sucedeu com a visita do nosso Presidente à Alemanha, onde ele não ficou cativo de uma só cidade. Mas o que era hábito entre nós, e hábito salutar e de justiça, agora deixou de ser, como se viu recentemente com a visita do presidente de Angola e dos reis da Jordânia. Não me recordo de uma única visita de Estado ao Porto, em três anos desta presidência, para quem não há utilidade em mostrar mais do que Lisboa aos dignitários estrangeiros e aos empresários, artistas e jornalistas que sempre os acompanham. E nada disto acontece por acaso.
O presidente da CIP, baseando-se num estudo da ADFER (a "associação do desenvolvimento ferroviário" que conta, entre os seus associados, com todos os autores do desastre da modernização da Linha do Norte) defende que o TGV entre o Porto e Lisboa não deve entrar na capital pelo norte, como está projectado. Em vez disso, deveria antes flectir para sul, algures no Ribatejo, através de mais uma travessia do Tejo e depois parar em Alcochete, de forma a aproveitar a entrada em Lisboa pela terceira travessia, que também servirá a linha de TGV para Madrid. Ora, sendo conhecido o enlevo do presidente da CIP pelo aeroporto de Alcochete, e sabendo-se que este fica beneficiado se estiver mais acessível ao Norte de Portugal, e já tendo a Rave denunciado este estudo como incorrecto sob vários aspectos, tudo isto não seria mais do que um fait--divers feito de interesses, se não tivessem aparecido algumas vozes do PSD a aplaudir a CIP e a secundar a sua estranha tese.
É certo que a oposição tem todo o direito de contestar a política do Governo e de lhe complicar a vida. Mas não é recomendável nem oportuno que o faça à custa da nossa região. Depois da líder do PSD ter estado no Porto e ter afirmado que não tinha sequer opinião formada sobre o modelo de gestão do Aeroporto Sá Carneiro, o que diz bem da importância que atribui aos interesses e sensibilidades desta região, só nos faltava ouvir agora algumas das vozes fortes do partido, ainda por cima eleitos pelo Norte, a subalternizar os interesses estratégicos da região. Quando todos pensávamos que o PSD era liminarmente contra o TGV, e que manteria essa linha de rumo, aparece a defender para o projecto uma tese absurda e insultuosa. Absurda, porque se o TGV do Porto entrar pelo sul, demorando mais vinte minutos no trajecto pelo efeito combinado do aumento da distância e da paragem adicional no aeroporto de Alcochete, o custo por minuto poupado no trajecto Porto-Lisboa face ao pendular aumenta em flecha, o que prejudica a análise custo-benefício de um projecto que, para muitos, seria dispensável se a modernização da Linha do Norte fosse concluída. Insultuosa, porque subalterniza o Norte e, como me dizia José António Barros, o presidente da AEP com quem falei sobre a matéria, porque sacrifica a viabilidade do Aeroporto Sá Carneiro, que não está ligado à rede do TGV, que poderia aumentar a sua área de influência e, em vez disso, vê os seus clientes naturais serem conduzidos através dessa mesma rede ao aeroporto de Lisboa...
E, mais uma vez, nada acontece por acaso.

PS: Resposta à SSRU: A questão de mais ou menos reabilitação, não afecta a abrangência ou a credibilidade da candidatura de Rui Moreira à CMPorto. O que afectará a sua credibilidade é confundir economia de mercado com PPP/privatizações/tráficos de influências ou afins, praticado por Lisboa e por Rui Rio. Caso ele, como presidente da CMPorto, o confunda, não haverá sebastianismo que o salve e eu estarei ao lado do Teixeira Lopes do bloco histérico, que é perito em criar alarido com esse tipo de práticas. A simpatia demonstrada por Rui Moreira com um político nacional que tem uma sexualidade inpompatível com as posições políticas e ligado a suspeitas de tráfico de influências na aquisição de material militar, não é de facto nada auspicioso.

20090310

Petição pela gestão autónoma do Aeroporto do Norte

A petição já conta com 3650 assinaturas. Faltam 350 para que o tema tenha que ser discutido em plenário na Assembleia da República.

Se ainda não assinou, faça-o agora.

20090126

20090121

Convite à mobilização para a defesa do Aeroporto - 4ª Reunião da Associação de Cidadãos do Porto

Amanhã (5ªfeira) pelas 21.30h, terá lugar no Clube Literário do Porto a quarta reunião da Associação de Cidadãos do Porto, que terá a seguinte agenda:

- Convite à mobilização para a defesa do Aeroporto

- Acções de defesa da Gestão Autónoma

- O impacto do Aeroporto na Região Norte

20090107

Norte une-se em defesa do Aeroporto Sá Carneiro

Mais de 40 associações sectoriais reúnem-se, quinta-feira, no Palácio da Bolsa

As principais associações sectoriais do Norte de Portugal vão reunir-se, quinta-feira, às 11h, no Palácio da Bolsa do Porto, com o objectivo de definir uma posição única e global sobre o futuro modelo de gestão do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no âmbito da futura privatização da ANA.

O encontro vai reunir dirigentes de mais de 40 organizações representativas de actividades económicas da Região Norte de Portugal, desde a Indústria ao Turismo, dos Serviços ao Comércio, Agricultura, Têxtil, Alimentar, Automóvel, entre outras.

A Associação Comercial do Porto, a Associação Empresarial de Portugal, a Associação Industrial do Minho e a Associação Industrial do Distrito de Aveiro são as entidades promotoras e coordenadoras deste encontro multisectorial.

«Trata-se de um acontecimento único, com um objectivo muito claro: definir uma voz única em torno do modelo de gestão de um equipamento que é crucial ao Norte de Portugal - o Aeroporto Francisco Sá Carneiro», sublinha Rui Moreira, presidente da Associação Comercial do Porto.

A necessidade de ser acautelada a gestão autónoma da principal infra-estrutura aeroportuária do Nordeste da Península Ibérica, no quadro da futura privatização da ANA - empresa que gere os principais aeroportos nacionais – está na origem da reunião agendada para a próxima quinta-feira.

A Comunicação Social é convidada a conhecer as conclusões da reunião, a partir das 12h15, no Palácio da Bolsa do Porto.

20090106

Paradoxo de Leontief

Quando o Governo argumenta com os fundos europeus como uma vantagem da construção do TGV e do Novo Aeroporto de Lisboa, não consigo deixar de pensar no Paradoxo de Leontief:

"Leontief demonstrou que pode acontecer por vezes que um País que receba uma transferência de outro, se a aplicar mal, acabe por ficar mais pobre em vez de mais rico, como aconteceu connosco e com os espanhóis com o ouro das Américas ou, em tempos mais modernos, com a "dutch desease" nos anos 60".

O mesmo se aplica ao plano anti-crise. Os Governos gastarão mais dinheiro e nós ficaremos todos mais pobres.

20081209

Cartel nos Aeroportos

O monopólio privado nos aeroportos é diferente de um cartel legalizado?

Deve o Estado promover os cartéis?

20081204

Tráfego aéreo europeu em queda

Tráfego aéreo europeu caiu 4,2% em Outubro, face ao mesmo mês do ano passado.

Questões:
- Quando é que realmente precisamos de um novo aeroporto em Lisboa, tendo em conta que nos próximos anos, com a recessão, o tráfego continuará a cair?
- Faz sentido privatizar a ANA neste momento, em que os mercados bolsistas estão em queda, e os potenciais adquirentes com dificuldades em aceder ao crédito?


Adenda: Tráfego no Aeroporto de Lisboa caiu 3,8%. E a quebra está em aceleração (em Setembro foi -1,7%).

20081129

Metro do Porto assume erro de planeamento

Efectivamente, Abel Coentrão, no Público de hoje, acerta: A implementação das novas composições significa assumir que a linha para a Póvoa deveria ser servida por um sistema suburbano:

Os 60 quilómetros de extensão da rede de metro do Porto costumam ser usados como demonstração da capacidade realizadora da empresa e dos autarcas que, quando passaram a liderar o projecto, conseguiram que ele avançasse até ao que hoje é: um meio de transporte de sucesso, com cada vez mais utilizadores. Sendo isso verdade, acontece que essa mesma extensão impede, ao mesmo tempo, que o sucesso deste empreendimento seja bem maior, como se pode perceber pela menor procura nas linhas B e C, e mesmo no troço da A entre as estações Vasco da Gama e Senhor de Matosinhos.

A procura até tem aumentado nestas linhas, mas a taxa de ocupação continua a ficar, em grande parte do dia, aquém daquilo que seria expectável numa rede de metro. O que não espanta. Qualquer especialista em transportes - e as opções para a segunda fase assim o demonstram - tem esta opinião: se tivéssemos num raio de dez quilómetros a partir do centro do Porto uma rede densa de linhas, com 60 quilómetros de extensão total, os números ultrapassariam, e muito, o recorde de 5,2 milhões de validações registadas pela empresa de Outubro.

Mas não é este o caso. Em relação às linhas B e C, ou Vermelha e Verde, a Metro herdou canais de comboio em via única nas quais a dona, então a CP, não queria, ou não podia, investir, o que lhe poupou algum tempo e dinheiro, mas condicionou todo o desenho da primeira fase. Por culpa desta opção é que existe o famoso "estrangulamento" no Troço Senhora da Hora-Trindade, por onde passam composições de três em três minutos, sendo quase impossível, se necessário, aumentar a oferta.

Também por culpa desta opção é que, de repente, quem na antiga Linha da Póvoa viajava num comboio razoável para o padrão da época no sistema ferroviário português se viu confrontado com a hipótese de passar a ter, em troca, um moderno metro, com janelas imensas. O ideal para ver calmamente a paisagem, numa viagem ainda mais demorada, menos confortável e com o dobro das paragens.

Não fossem os protestos dos utentes, os autarcas que os souberam ouvir e a percepção do antigo gestor da Metro, Oliveira Marques, e esse seria o retrato actual. Mas ainda a nova linha B nem estava construída, e o projecto foi sendo submetido a sucessivas alterações. Duplicou-se uma via que no projecto se previa simples, montou-se uma operação com serviço de metropolitano - em mais de 30 quilómetros!! - ao qual se acrescentou um serviço expresso, mais rápido, a parar em quatro estações entre a Póvoa e Senhora-da-Hora, e, posteriormente, anunciou-se a compra dos famosos tram-train, que esta semana começaram a ser testados.

Os tram-train são, no fundo, a imagem do que é esta linha. Não são comboio, nem são metro. Mas a linha B, essa é cada vez menos uma linha de metro, como o demonstra a opção de duplicar a partir de Janeiro a oferta de expressos, a parar nas estações de maior procura, suprimindo um dos três serviços que, em cada hora, paravam em todas as estações. Ainda que isto ainda não seja equivalente à oferta de um verdadeiro comboio suburbano, estas medidas da Metro são uma forma silenciosa de ir corrigindo um erro de base. A bem dos utentes.

Há formas de corrigir este erro: Colocar o CVE Porto-Minho-Vigo a passar pela linha Vermelha e parar no ASC.

20081128

Investimento público

O Governo tem vindo a insistir na importância do investimento público para a revitalização da economia.

Neste contexto, não se compreende a razão porque continua a ignorar a proposta da Sonae e Soares da Costa de investir 1000 milhões de euros no Aeroporto do Norte. Se calhar, estamos a nadar em dinheiro e não sabemos.

20081127

Autarquias do Norte e Aveiro unidas na defesa da gestão autónoma do Aeroporto Francisco Sá Carneiro

Autarquias do Norte e Aveiro, Junta Metropolitana do Porto, CCDRN, Universidades, Associações comerciais e industriais (AEP, ACP, AIMinho, AIDA), empresas (Sonae e Soares da Costa), bl-og-os-fe-ra, e cidadãos. Todos defendem a gestão autónoma. Todo o Norte defende a gestão autónoma. Mas não só. Também o Algarve pede gestão autónoma dos aeroportos.

Até quando continuará o Governo a fazer de conta que não sabe que o monopólio privado não é o modelo desejado pelos portugueses?

20081019

Nota de imprensa: 2ª Reunião da Associação de Cidadãos pelo Porto

Realizou-se no passado dia 17 de Outubro, pelas 21h30, no Clube Literário do Porto, a segunda reunião da Associação de Cidadãos do Porto. A reunião, moderada por Alexandre Ferreira, assumiu a forma de uma tertúlia, com um elevado grau de informalidade. Neste segundo encontro, o movimento que pretende constituir-se como a Associação de Cidadãos do Porto, viu alargado o grupo de aderentes, relativamente à primeira reunião realizada em Setembro. O serão contou com uma agenda que incidiu fundamentalmente sobre dois pontos: uma análise da Região Norte tendo em conta o contexto nacional e um debate sobre soluções e instrumentos de futuro para a Região.

Na primeira parte foi traçado um diagnóstico, que teve como aperitivo uma apresentação de factos e números ilustrativos do potencial da Região e das desigualdades no tratamento relativamente a outras áreas do País, quando se fala de investimento público. Na análise colectiva que seguiu esta apresentação, foram abordadas questões como o empreendedorismo e investimento, factores de competitividade no contexto nacional e internacional, a captação e retenção de massa crítica ou características do tecido empresarial, tendo sido denotado, de uma forma geral, um descrédito na capacidade política do poder local e central para dar resposta às questões que mais preocupam as populações do Norte do País.

Na segunda parte foram abordados temas considerados fundamentais para o futuro da Região. Tendo-se verificado unanimidade relativamente à necessidade de a sociedade civil ter uma voz activa e do movimento que está a ser formado poder vir a desempenhar um papel fundamental na defesa dos seus interesses. Tendo sido identificados diversos temas relevantes para a Região, a discussão centrou-se num dos temas mais actuais: o modelo de gestão do Aeroporto Sá Carneiro.

Tal como já se verificou uma convergência de opiniões de diferentes actores institucionais como a Associação Comercial do Porto, AEP, Associação Industrial do Minho ou Associação Industrial do Distrito de Aveiro, bem como de empresas privadas, também na plateia houve unanimidade relativamente à importância e urgência deste tema para a Região. A consciencialização para a importância do ASC na economia e da convicção de que não se pode permitir que discussões fulcrais para o desenvolvimento regional possam ser tomadas à revelia da sociedade civil, levou à decisão de haver uma associação clara ao movimento que defende a gestão autónoma do ASC, procurando-se criar uma voz até agora inexistente: a dos cidadãos. Esta tomada de posição será acompanhada de um conjunto de acções com o duplo objectivo de consciencializar a população para o problema e de criar um elemento de pressão na defesa dos seus interesses.

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Tendo em vista uma preparação conjunta da terceira reunião e da sua agenda, foi criada uma mailing list, podendo os interessados inscrever-se enviando uma mensagem para o endereço porto.agora@gmail.com. Alguns blogers presentes, como Tiago Azevedo Fernandes (“A Baixa do Porto”), Pedro Menezes Simões (“Norteamos”), ou Rui Farinas (“Renovar o Porto”) propuseram também os seus espaços online para catalisadores de ideias e opiniões relativas a este movimento em geral e à tomada de posição relativa ao Aeroporto em particular. Todos os interessados terão assim à sua disposição um espaço onde poderão encontrar as mais recentes informações relativas a estes temas e contribuir online para esta discussão.

20081017

ASC em «Damage control»

Estou bastante céptico relativamente ao futuro do ASC e à estratégia da ACP/JMP/Sonae/Soares da Costa. Porquê ? Basicamente porque os agentes regionais são ridiculamente ingénuos. O futuro do ASC está estrategicamente encalhado devido aos erros passados e só nos resta o «damage control».

Vejamos:

  • A ACP/Rui Moreira baseou a sua estrategia para a gestão autónoma em armadilhar compromissos verbais com Teixiera dos Santos/Sócrates. Ora, estes, como é habitual, renegam o que fôr necessário para atingir os seus fins. Não resulta.
  • A JMP com Rio à frente só serve para retirar poder negocial. É que este senhor acha que não se deve berrar com Lisboa. Do lado de lá, já devem dizer «pois, pois, a gente compreende».
  • A participação da Sonae e da Soares da Costa é um caso de «moral hazard», como relata Honório Novo:
    • Efectivamente Belmiro, anda há muitos anos em dissonância cognitiva. Por um lado o Estado Central nega a posse de bancos, OPA à PT e agora a gestão do ASC. Por outro lado ele manifesta-se contra a Regionalização ou contra qualquer outra alternativa que altere o «status quo».
    • A posição da Soares da Costa neste filme é revelador do cínismo e do «lobby» do betão: Há uns anos esta empresa sacou do OGE uma expansão megalómana de fraca qualidade do ASC via Ludgero/Cardoso/Jorge Coelho/Guterres e agora propõe-se gerir o ASC.

É certo que a importancia do ASC me deveria fazer branquear o passado. Porém os erros estratégicos anteriores do poder económcio a Norte, cumplice habitual do Centralismo, AEP/Ludgero/ACP/AIMinho/Sonae/BPI/AICCOPN, continuam a manifestar-se ainda hoje. Efectivamente os privados andaram a baldar-se e agora invocam o desenvolvimento regional. Durantes decadas, foram ingénuos e cumplices com a Drenagem do território, a troco de negócios, incentivos, obras, juros bonificados, licenças administrativas. Agora, não grande tem credebilidade nem geram vaga de fundo da sociedade civil, claro está.

Sobrevalorizam o seu poder, julgando que por serem gigantes no nosso territorio também o são a nível nacional ou ibérico. Efectivamente não tem o peso político, económico, social que tem a mega região de Lisboa e seu bloco de interesses, «máfias», MSM, e população acéfala consumidora de propaganda. Não percebem que são David contra Golias. Desperdiçaram oportunidades de ganhar poder regional há 10 anos e agora é tarde. A gestão autónoma do ASC está condenada ao falanço e a prova disso é o contra ataque da artilharia pesada do Centralismo como revela António Maria a propósito do recente excesso de zelo alfandegário com turistas galegos no ASC:

Nada acontece por acaso! Eu, como alguns amigos galegos cultos e bem informados, temos a mesma teoria: sempre que a Galiza se aproxima de Portugal, alguém de Madrid ou de Lisboa, começa a provocar, e depois a sabotar. Desta vez, creio que as armadilhas estão a ser colocadas por gente do Terreiro do Paço (oriunda da nova loja sino-maçónica, envolvida na especulação da Portela, no assalto à ANA e na ocupação territorial das terras de Alcochete), e ainda por gente da Moncloa e do Palacio de Oriente, que detesta as teorias de Richard Florida sobre as mega-regiões, preferindo manter isolado o seu quintal galego. Porto, organiza-te!!

Resta-nos «damage control», exigir contrapartidas:

  • Direito à participação da JMP ou CCDRN na gestão privada da Ana;
  • CVE Porto-Minho-Vigo a passar no ASC via ramal de Leixões;
  • Muito importante: Reclamar o restabelecimento de algumas rotas TAP para principais aeroportoes europeus, Londres, Paris, Frankfurt em início e fim de dia de forma a permitir deslocações profissionais ao Norte num único dia de trabalho, sem ser por lowcost. Alternativamente, conceder uma taxa aeroportuária excepcional à BA, Luftanhsa ou AirFrance para o fazer.

PS1: Sugestão para as negociasções. Belmiro exigia o «write off» da toda a dívida para ficar com a gestão do ASC. Não poderá ser apenas parte da dívida. Isto é, não se poderá considerar que uma componente foi investimento público e que portanto não transita para os privados ? É que se Belmiro assumisse parte da dívida teria muito maior poder negocial. Depois até poderia revende-la fazendo um peditório pela região. Eu até era capaz de dar para tal.

PS2: Há cerca de 15 dias estive no ASC, na ala sul. A certa altura havia uma porta exterior aberta a cerca de de 20 metros de um difusor de calor. Não percebo nada disto, mas acho revelador de incopetenca na conceção do edifício.

PS3: Enquanto o trafego nos restantes aeroportos desce, no ASC continua a subir.

20081011

Gato por lebre

«Algum tempo após a publicação do meu trabalho acima referido, tive conhecimento que o percurso espanhol entre Madrid e Badajoz, passando por Talavera, Cáceres e Mérida (actualmente com a extensão de 461 Km) deverá ficar mais comprido do que eu previa rondando, agora, os 430 Km; o que vem confirmar a ideia que os espanhóis não estão interessados na muito alta Velocidade, contentando-se - e bem - com a velocidade Elevada e que a Ministra do Fomento chamou de "altas prestaciones" para contento dos pacóvios de cá e de lá.»

Henrique Oliveira e Sá confirma neste texto, mais uma vez, aquilo que eu aqui já tinha alertado. Este facto vem tornar ainda mais imprescindível a ligação Porto-Braga-Vigo. Será a única via de ligação minimamente competitiva à rede ferroviária transeuropeia que restará a esta região.

António Alves

20081008

Apresentação dos modelos de gestão do Aeroporto Francisco Sá Carneiro no Europarque às 17h00m de hoje

"A JMP vai promover, no próximo dia 8 de Outubro [hoje], no Europarque, em Santa Maria da Feira, uma sessão de esclarecimento em torno do futuro modelo de gestão do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, na qual estarão presentes os autores dos estudos que sobre essa matéria foram encomendados pela JMP à Faculdade de Economia do Porto e à empresa de auditoria e consultoria Deloitte. Ambos os estudos foram inequívocos ao pronunciarem-se por um modelo autónomo para aquela infra-estrutura aeroportuária, de vital importância para o desenvolvimento da Região Norte.

A sessão, embora aberta ao público em geral, tem como principais destinatários todos os membros e associados das estruturas subscritoras da carta que nesse sentido foi enviada em 17 de Junho ao Primeiro-Ministro e que são as seguintes: Associação Empresarial de Portugal (AEP), Associação Comercial do Porto (ACP), Associação Industrial do Minho (AIMinho) e Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA)." - AMP

20080930

Privatização da ANA

Nada impede uma empresa de comprar a ANA e posteriormente vender um dos aeroportos a outra empresa.

E nada impede que exista um acordo para-social prévio para assegurar este cenário...

20080912

Ryanair mantem objectivo de abrir base no Aeroporto Francisco Sá Carneiro

A low cost irlandesa enviou ontem um comunicado às redacções a desmentir uma notícia que dava conta da desistência de abrir uma base no aeroporto do Porto. Nesse sentido, a Ryanair informa que o facto de ter aberto uma base em Barcelona (Réus) não implica que não venha a abrir uma no aeroporto Francisco Sá Carneiro, até porque, mantém as negociações confidenciais com esta infra-estrutura. - Publituris
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