20081229

As razões pelas quais os Planos Anti-Crise do Sócrates e de Durão Barroso apenas servirão para piorar a crise I

There's No Pain-Free Cure for Recession por Peter Schiff, via Balanced Scorecard

PSD: Lideres lisboetas, votos fora de Lisboa

Este artigo revela tudo: O PSD não tem votos em Lisboa. A sua base eleitoral é fora dela. Mas porque será que os candidatos a lider são todos lisboetas e profundamente ligadas às suas realidades ?
«Que força é essa amigo que te põe de bem com os outros e de mal contigo», perguntava e cantava o portuense Sérgio Godinho antes do 25 de Abril. Que força é essa militante do PSD fora de Lisboa que apoia candidatos à liderança lisboetas ou afins, antes da inevitável transformação do panorama político nacional e emergência de um partido regionalista.

20081228

Personalidade do Ano 2008 - o contribuinte

Por Pedro Santos Guerreiro no Jornal de Negócios.

Palácio dos Duques de Bragança, Guimarães

Queda de água da Mizarela, Vale de Cambra


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20081227

Turismo - Norte pode ser 3º destino, Turismo religioso Braga e Santiago, e outras ideias

Norte pode ser o terceiro destino turístico português - Suponho que se refira a Portugal Continental (os três principais destinos em Portugal são Algarve, Lisboa e Madeira). Quanto ao texto da notícia, é muito pobre em ideias...

Livro "Turismo Cultural e Religioso em Braga e Santiago de Compostela - proposta da criação de um produto conjunto” - Aqui está uma boa ideia. Faria também sentido incluir Fátima e Lisboa (por causa de Sto. António).

Porto e Norte de Portugal são cenário de romance alemão

Histórias de jovens e qualificados emigrantes do Norte 8

Hugo, Licenciado em Sistemas de Informação para a Gestão. Toronto, Canada
O meu nome e' Hugo, sou natural de Barcelos e formei-me no Instituto Politécnico do Cavado e do Ave em Sistemas de Informação para a Gestão. Actualmente moro em Toronto, Ontário, Canada e há um ano que faço Quality Assurance (para facilitar um bocado as coisas, digamos que testo software, apesar de que ser QA envolve muito mais do que isso) num dos maiores bancos do Canada.
Mudei-me para aqui, como podia ter-me mudado para outro lado qualquer. Casei-me com uma canadiana e meti os pés ao caminho. Mas a minha ideia passava sempre por sair de Portugal.
A ideia que tenho do nosso pais e' que há muita gente que se queixa de muita coisa, mas não sabem realmente o que fazer para mudar isso. Entretanto, formamos jovens as carradas para os inserir num mercado de trabalho que não existe nacionalmente. Acabamos por fim a ver licenciados em, por exemplo, engenharia química a trabalhar em balcões dos bancos. Não e' que haja nada de errado nisso, mas será que quando um jovem escolhe um determinado curso de química, esta a pensar em ir trabalhar para um banco? Quanto muito escolhia um de economia ou de gestão e depois tentava subir nos quadros. Mas adiante...
Estava a ler o blog Norteamos e dei de caras com mais uma estoria de alguém que teve de sair de Portugal para poder ser alguém. E lembrei-me imediatamente do tal artigo que deu inicio a este blog. O link? Guardo-o religiosamente: http://dn.sapo.pt/2005/10/28/tema/20_licenciados_fogem_portugal.html
E' uma reportagem que não me sai da cabeça nunca, especialmente porque decidi sair do meu pais temendo já aquilo que me iria acontecer, como acontecem aos muitos dos meus colegas licenciados.
Digo já que não guardo amores nenhuns ao meu "querido" pais natal, que sempre me tratou de uma forma medíocre. Aqui tenho toda a liberdade para fazer o que quero e o meu trabalho e' muito apreciado e muito bem visto. E confesso desde já que havia uma desconfiança inicial em relação a mim devido 'a minha nacionalidade. Gostei imenso de provar que nos os portugueses somos capazes de fazer coisas muito boas, mas colocam-nos entraves no nosso próprio pais. Desde medicina 'a informática, os recém-licenciados não tem hipótese nenhuma de se impor e fazer um real uso do seu valor.
Para terminar e demonstrar como Portugal só tem a perder com este 'êxodo de cabecinhas pensadoras', fui distinguido recentemente com o prémio de excelência para 2008 (2008 (nome do banco) Award of Excellence) e conseguir isto, no primeiro ano que estou a trabalhar no banco e sendo eu ainda considerado júnior, e' um feito de um tamanho que nem eu consegui perceber ainda... Não duvido nadinha, que tal como eu, existem muitos outros a quem o trabalho e' devidamente reconhecido e recompensado.
De Portugal... tenho saudades dos meus pais e dos meus amigos. A vida aqui seria um paraiso se os tivesse ca', mas a vida nao pode ser como a gente quer.

20081226

Espanha passa a permitir concorrência na gestão de aeroportos

"Vai ser inaugurado hoje o primeiro aeroporto privado espanhol."
Enquanto Portugal pretende avançar para um modelo de monopólio privado nos aeroportos, Espanha está a dar os primeiros passos para permitir concorrência interna.

"O investimento para esta infra-estrutura ronda os 1,100 milhões de euros, 400 dos quais foram gastos numa primeira etapa de obras, seguindo-se os restantes milhares de euros, numa segunda etapa."
O Aeroporto de Ciudade Real está a ser construído de forma faseada, racionalizando assim o esforço de investimento. Essa opção, que era apontada como uma das principais vantagens de Alcochete, parece estar a cair no esquecimento. Não devia. Qualquer outra solução (i.e. construção total do aeroporto) implica uma alocação improdutiva de capital e cria custos fixos que tornarão o aeroporto de Lisboa menos competitivo. E consequentemente, a região.

Originalmente no TurisPorto

Linha do Tua

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20081225

Bragança

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20081224

Feliz Natal

Votos de Feliz Natal para todos os participantes do Norteamos e respectivos leitores.

20081223

FELIZ NATAL

Desejo um Feliz Natal a todos os leitores, comentadores e bloggers, pleno de saúde, paz, amor e muitos sucessos!

Linha do Douro

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20081222

CGD salva Quimonda de Vila do Conde

CGD salva Quimonda de Vila do Conde. Com este salvamento evita-se a falência do maior exportador nacional, a Quimonda, situado em Vila do Conde. Salva-se temporariamente bastantes empregos e PIB significativo. Socrates segura votos a Norte. Porém isto dá muito que pensar. A CGD agora já entra em salvamentos de empresas estrangeiras ? Onde é que isto vai parar ? Quem salvará a CGD ? Razão tinha Daniel Bessa ao questionar em 1995 a utilidade deste investimento directo estrangeiro, pago a peso de ouro pelos contribuintes via incentivos e benefícios fiscais. Terá valido a pena ?

PS: Tenho familiares e amigos, colaboradores e ex-colaboradores da Quimonda-Vila do Conde.

Ferreira Leite diz a verdade; É pena não ser lider da Oposição

Ferreira Leite diz a verdade:

A líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, afirma que o Governo pode lançar várias linhas de crédito, mas as empresas vão observar os mesmo problemas: “não há crédito. Ponto final.”

Em declarações do “Diário Económico”, Ferreira Leite diz que “Sócrates pode abrir as linhas de crédito que quiser, todos os dias porque não há crédito. Ponto final.”

Assim, a responsável considera que o Governo não vai conseguir fazer com que os bancos emprestem dinheiro às empresas e critica a postura do Executivo liderado por Sócrates.

As medidas anunciadas pelo Governo revelam “uma óptica completamente errada na forma de encarar a crise. As linhas de crédito são abertas o que faz com que as empresas se endividem ainda mais. Ora, o que é preciso é ‘desendividá-las’. E aliás, não só as empresas não se ‘desendividam’ como está a simular-se uma ajuda que na realidade não existe”, explica a presidente social-democrata ao jornal.

É pena não ser lider da Oposição ! Voltarei ao assunto ainda hoje.

20081221

Banca I

A Caixa Geral de Depósitos recentemente tentou contrair um empréstimo de 2 mil milhões de euros no mercado internacional. Não conseguiu. "Apenas" conseguiu um empréstimo 1,25 mil milhões de euros em que, mesmo com o aval do Estado, teve de pagar Euribor + 1,9% (spread). Se estas são as condições de mercado para o Banco do Estado, não serão melhores as condições para os restantes bancos portugueses.

Nos últimos dias não têm faltado críticas aos Bancos. As duas principais são que não emprestam aos clientes, e que não reflectem nos preços praticados os "benefícios" que "receberam" do Estado. Gostava que os iluminados que têm feito as críticas explicassem:
- Como é que um Banco pode emprestar mais dinheiro do que por sua vez é emprestado ao Banco?
- Em que é que emprestar a taxas inferiores às que se financia não é um benefício para os seus clientes?

Amarante

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20081220

Ponte Eiffel, Viana do Castelo

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20081218

Ainda não percebi

Porque motivo tem a ANA de ser privatizada? O que é que isso tem a ver com o financiamento do Novo Aeroporto de Lisboa?

Por favor, expliquem-me isso. Ainda não consegui perceber qual o racional. Existe algum?

O fim de Sócrates e os passos seguintes

António Maria vaticina o fim de José Socrates. É melhor dar crédito a este blogger. É que acerta um grande número de vezes.

Com a emergência de Manuel Alegre, se não estiver a fazer bluff presidêncial, como bastião da esquerda que não vai em «máfias» e elemento passivel de ser governo, o PS passaria a ter menos de 30% dos votos, como o Blasfemias aqui apresenta. Para completar a reconfiguração do panorama político nacional apenas basta que os centralistas e interesseiros pró-socrates do PSD se juntem ao PS e libertem o PPD para ser verdadeiramente um partido Regionalista, extra-Lisboa, também liberto das «máfias», de defesa do contribuinte e genuinamente liberal (e não neo-liberal). O PP ficaria a ser apenas o partido de Paulo Portas e com o PCP e BE continuariam a ser partidos de protesto ou de sustentação de governos. O PS+PSD seria o que efectivamente é: Um Bloco Central de interesses de Lisboa, gerador de propaganda barata, para os portugueses aliendados que não sabem nem querem destinguir o trigo do joio, e que democraticamente também tem direito a existir. Na prática, arrumava-se os traficantes de influências num único partido. Só espero que o Norte não vá em cantigas.

20081216

NORTE LONGE DA MÉDIA...

A Região Norte foi a segunda que mais cresceu, a seguir ao Algarve, no ano passado. Os 2,4% de aumento da riqueza ajudam-na a aproximar-se do resto do país, mas continua a ser, de longe, a região mais pobre de Portugal.
A capital continua, assim, a ser a única região com mais riqueza por habitante do que a média da União Europeia (a Madeira está quase e o Norte manteve-se nos 60%). Mas Portugal no seu todo ainda a tentar recuperar da crise de 2003: os 76% notados pelo INE no ano passado continuam abaixo do valor do início da década.
A diferença de riqueza reflecte-se nos rendimentos dos trabalhadores e os dados comprovam que as remunerações a Norte são as mais baixas. No ano passado, dividindo o total das remunerações pagas em cada região pelo seu número estimado de habitantes, a Norte cada pessoa (e não cada trabalhador) ganhou 6155 euros, se contarmos com os subsídios de férias e Natal. Foi o valor mais baixo, seguido do Alentejo, Centro, Açores, Algarve, Madeira e, finalmente, Lisboa.
Os dados do INE só confirmam a noção de que a disparidade nacional, embora um pouco menor, continua a ser grande. E no que toca à região Norte, a ligeira melhoria de 2007 está longe de compensar a forte queda da última década.
Quanto ao Grande Porto, está longe de ser a segunda zona mais rica, sendo até ultrapassada pelo litoral alentejano, ajudado por projectos como o porto de Sines. E tudo indica que a situação vai piorar, antes de ficar melhor.

20081215

PIB regional 1995-2007

Repare-se no peso relativo da AMLisboa e no tom claro da AMPorto e vale do Ave, reveladores de estagnação. Agradecimento ao Vitor Silva pela sua rápida análise.

Ferramenta interessante para visualizar peso populacional do Norte

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20081214

Serra do Larouco, Montalegre

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20081213

Leça da Palmeira, Matosinhos

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20081212

QUE FUTURO PARA O NORTE?

O distrito de Braga é o terceiro do país onde faliram mais empresas em 2008, de acordo com os dados divulgados ontem pela AIMinho. Apenas Lisboa e, sobretudo, o Porto - onde fecharam mais de 800 empresas este ano - ultrapassam a região minhota. Nos primeiros nove meses do ano, 15 por cento das empresas que abriram falência no país situavam-se no distrito de Braga.Mas a AIMinho alerta que esta acaba por ser a região onde este cenário de crise tem mais impactos, uma vez que é o distrito onde o número de empresas falidas tem mais peso face ao total de empresas existentes. Ao todo, 440 firmas faliram este ano em Braga, o que representa 1,5 por cento do total da região. Neste quadro assume especial relevo o sector têxtil, principal sector da actividade e empregador da região, especialmente no vale do Ave. A associação defende, perante este quadro, a criação de um fundo de reestruturação de empresas para apoiar as unidades com viabilidade económica e o desenvolvimento de um plano de apoio específico para o Norte.

O aumento do número de falências no distrito de Braga tem tido também reflexos num crescimento do desemprego. Os dados da AIMinho apontam para a existência de uma taxa de desemprego real na região que ultrapassa os 11 por cento.Os últimos dados oficiais, que datam de Setembro, indicam que o número de trabalhadores inscritos nos centros de emprego ascendia a 41 mil, mais 700 pessoas do que no mês anterior. Desde o início do ano, há mais 2500 desempregados no distrito de Braga, fruto do encerramento de mais de 400 empresas e da reestruturação de outras firmas.

MJMorgado ataca de novo; Desta vez, em Lisboa e com pouco alarido. Porque será ?

Nova queixa lança suspeitas sobre Dias Loureiro - Maria José Morgado, coordenadora do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa, recebeu uma denúncia que envolve Dias Loureiro e que se refere à venda da empresa Plêiade e à compra de acções da Sociedade Lusa de Negócios, através do responsável. A denúncia aponta para que possa ter havido crime de branqueamento de capitais.

A notícia é avançada hoje pelo “Correio da Manhã” que revela que a denúncia diz que com os negócios feitos com José Roquette em Marrocos, Dias Loureiro ganhou 250 milhões de euros.

Mas, quando aqueles se zangaram e para “não declarar” os lucros recebidos o património da Plêiade, dado por Roquette a Dias Loureiro, foi integrado na SLN. “Esta transacção valeu-lhe o direito de indicar três administradores da sua confiança para o grupo SLN/BPN”, lê-se ainda no documento, no qual se dá conta de que parte do dinheiro acabou por ser mais tarde transferido para a UBS – União de Bancos Suíços.

O jornal adianta que a denúncia descreve, ainda, com pormenor como funcionava o esquema de branqueamento de dinheiro que normalmente envolvia o BPN e o mesmo banco suíço, com transferências simultâneas para que não fosse encontrado o rasto do dinheiro.

O tempo urge, caro Dr Rui Moreira

O dr Rui Moreira apresentou ontem uma nova análise da situação económica. Breve passagem:

Infelizmente, este orçamento de Estado é o da cigarra, consentido pela inépcia de quem deveria defender alternativas e pela inércia de todos nós, que somos as suas formigas amestradas e diligentes. Enquanto assim for, o Estado escapa à crise, continua a viver confortável e irresponsavelmente, devorando uma parte cada vez maior no que resta no nosso celeiro.

No post anterior afirmei que teriamos eleições antecipadas no início de 2009. O tempo urge para quem não acredita nem no PS nem neste PSD (nem no PSD de PPC, diga-se). Eu votaria PP se Paulo Portas não estivesse por lá. Caso contrário votarei PCP. Não confio no Bloco de Esquerda. Eventualmente poderei considerar o MEP e o MMS.

Porém o ideal, enqauanto o Norte não tem um partido regional, seria mesmo a candidatura independente de Rui Moreira ou alguém patrocinado pela ACP (por exemplo, Paulo Samagaio do programa TGV do PortoCanal) num dos partidos com assento parlamentar e fora do bloco central de interesses, PS+PSD. Francamente não percebo o receio do Dr Rui Moreira. Seria de certeza o deputado com mais identificação com o eleitorado a nível nacional.

Para motivar o Dr Rui Moreira, vou elaborar uma sondagem online. Para já deixo as minha versão das questões. Aguardo sugestões dos leitores.

Nas eleições legislativas de 2009, votará:

  • PS
  • PSD
  • PP
  • BE
  • CDU
  • PS + Rui Moreira como independente pelo distrito do Porto
  • PSD + Rui Moreira como independente pelo distrito do Porto
  • PP + Rui Moreira como independente pelo distrito do Porto
  • BE + Rui Moreira como independente pelo distrito do Porto
  • CDU + Rui Moreira como independente pelo distrito do Porto
  • Outros partidos
  • Abster
  • Em branco



20081211

FMI a aterrar; Eleições em Março 2009

Escrevi aqui que o deficit da Balança de Transacções Correntes iria levar a uma suspensão dos investimentos públicos e PPP, maioritariamente localizados em Lisboa (Alcochete, TTT, TGV para Madrid) e drenadores do desenvolvimento económico fora da capital. Vejamos os artigos publicados posteriormente que reforça a tese:

A minha aposta é que vamos ter eleições antecipadas. Quer para abortar a incompetência e desvarios keynesianistas reinantes, quer como tentativa de desesperada do PS de evitar eleições no pior da crise.


Na sequência do post anterior, da Espectadora Atenta, aqui fica a tabela disponibilizada pelo INE.

De referir que a média é construída na base dos 27 países membros e não na zona Euro.

Somos claramente os mais pobres a usar o euro.

Talvez o mais grave de tudo é a tendência a piorar.

Face a isto quero dar os meus parabéns às nossas elites, pelo excelente trabalho que têm feito a liderar este país!

O PODER DE COMPRA NA REGIÃO NORTE


Segundo dados do organismo de estatística europeu, Eurostat, cada um dos 3,7 milhões de habitantes do Norte tem 13 399 euros anuais do Produto Interno Bruto, expresso em termos de poder de compra. Um pouco acima é a média de cada habitante da Eslováquia: 13 563 euros.
um dos 2,8 mValor bem mais alto dispõe cada ilhões de habitantes da Grande Lisboa ao receber 23 816 euros anuais. A média de Espanha é de 23 069; em França o ganho anual é de 25 077 – foi revelado em Fevereiro pelo Eurostat, com base em valores de 2005.

4386 euros anuais, no máximo, é o rendimento com que vivem os 1,9 milhões de pessoas em situação de pobreza.


Apesar da Região Norte ser a mais pobre do País, é na Área Metropolitana do Porto que se encontram as duas maiores fortunas nacionais. A lista é liderada por Américo Amorim, de Santa Maria da Feira, com sete mil milhões de euros. Após o sucesso na cortiça, investiu no petróleo, transformando-se no segundo homem mais rico da Península Ibérica, só ultrapassado por Amancio Ortega, dono da cadeia de lojas Zara. Belmiro de Azevedo, dono do grupo Sonae, ocupa a segunda posição, com dois mil milhões de euros, revela a revista ‘Forbes’.

Sobre a reabilitação das cidades

Alvo Errado, por Paulo Morais no JN

20081210

Lisboeta alarmado com destruição das elites lisboetas

João Talone vem alertar que actuais operações que mostram a inconpetência ou má fé na gestão de bancos (BCP, BPN, BPP) pode destruir as elites lisboetas, como aconteceu no 25 de Abril.

Hora e meia depois de publicado, já vai com 27 comentários. Não é uma boa andota, isto ?

20081209

Cartel nos Aeroportos

O monopólio privado nos aeroportos é diferente de um cartel legalizado?

Deve o Estado promover os cartéis?

Elisa Gata



Elisa Ferreira: É preciso pegar no Norte e relançá-lo para outro tipo de futuro.

20081207

AS DESIGUALDADES REGIONAIS

A produtividade (PIB por empregado), a riqueza "per-capita" (PIB por habitante) e a despesa de investimento por emprego (FBCF por empregado) são muito diferentes entre as diferentes regiões do País como revelam os dados do quadro seguinte.
Em 2005, a produtividade na Região do Norte correspondia apenas a 59,3% da produtividade da Região de Lisboa; a do Centro a 57,8%; a do Alentejo a 78,6%; a do Algarve a 73,8&%; a dos Açores a 71,9%; a da Madeira a 88,4% da produtividade da Região de Lisboa. Em relação à riqueza produzida por habitante em 2005, a da Região do Norte correspondia apenas a 56,3% da de Lisboa; a do Centro a 60%; a do Alentejo a 65,8%; a do Algarve a 74,8%; a dos Açores a 62,7%, e a da Madeira a 89,3%. Apesar disso, a despesa de investimento por emprego era em várias regiões do País superior à da Região de Lisboa, Assim, em 2005, a despesa de investimento por empregado na Região Norte correspondia apenas a 72,6% da despesa de investimento por emprego da Região de Lisboa; a da Região do Centro correspondia a 81,7%; mas a das outras regiões, apesar de terem produtividade e riqueza criada por habitante inferiores à da Região de Lisboa, apresentavam despesa de investimento por emprego superiores à da Região de Lisboa. Assim, a despesa da região do Alentejo era superior à da Região de Lisboa em 24,9%; a do Algarve em 11,3%; a dos Açores em 74,2%; e a da Madeira em 70,4%. As regiões do Norte e do Centro são claramente sacrificadas em termos de investimento quando as comparamos com a Região de Lisboa, sendo o investimento nas restantes regiões do País superior ao da região de Lisboa, mas não tendo o retorno em termos de aumento de produtividade e de crescimento de riqueza para as respectivas populações que seria de esperar, o que pode ser uma consequência da deficiente qualidade desse investimento, o que agrava ainda mais as desigualdades regionais.

O principal Plano de Investimento do Estado é o PIDDAC . E como mostram os dados do quadro seguinte o Estado tem investido de uma forma extremamente desigual entre os diferentes distritos do País, o que tem contribuído para agravar as assimetrias regionais.


Embora o Plano de Investimento da Administração Central (PIDDAC) não inclua a totalidade dos investimentos do Estado, no entanto ele é o Plano mais importante dos investimentos estatais, sendo um indicador importante das prioridades definidas pelo Governo. Entre 2002 e 2008, o investimento realizado pelo governo através do PIDDAC reduz-se em -45,5% a nível do País. No entanto, a diminuição atinge -77,7% no distrito de Aveiro; -82,6% no de Braga; -63,9% no de Bragança; -75,7% no de Santarém; -74,2% no de Setúbal; -76,4% no de Viana do Castelo; -67,4%no de Viseu. É evidente que redução tão drástica e tão desigual do investimento público contribuirá para agravar ainda mais as desigualdades regionais.

Estação da Trindade, Porto

Sobre direitos de autor ler esta nota. Fonte: http://www.flickr.com/photos/nmorao/2242354722/

20081206

Braga

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20081205

CASA DA MUSICA: O ELEFANTE BRANCO

O relatório do Tribunal de Contas às derrapagens na obra de construção da Casa da Música encontrou uma documentação «desorganizada e maltratada», com falhas que o Tribunal de Contas considera «graves». Os juizes queriam conhecer as razões que levaram a construção da Casa da Música a derrapar em 77 milhões de euros. O relatório do Tribunal de Contas refere «não foi possível localizar muitos dos documentos essenciais» à analise da obra. Falhas que o tribunal considera graves e que impediram, por exemplo, perceber algumas derrapagens nos prazos de execução das obras.
O arquivo esteve «disperso, desorganizado e maltratado», em espaços «sem condições» devido às várias mudanças de sede da sociedade gestora. Em causa está a documentação de 33 sub-empreitadas que o Tribunal de Contas contesta por violarem a lei. Os juizes defendem que estamos perante verdadeiros «novos contratos» que custaram 55 milhões de euros. Além da falta de documentação essencial, os juizes apontam inúmeros problemas que já tinham referido em outras análises. São apontados erros e omissões em «projectos incompletos». Faltas de concurso público puseram em causa a transparência da obra e levaram ao «incumprimento de regras legais na contratação». Recorde-se que a Casa da Música custou 111 milhões de euros e a obra atrasou-se quatro anos e meio.

A derrapagem dos custos das obras é um dos "emblemas" da administração pública portuguesa.
A regra é a derrapagem, a excepção é a coincidência entre o valor posto a concurso e o preço real da empreitada.
Toda a gente sabe que é assim: desde os organismos do Estado e as câmaras, aos projectistas e construtoras. E todos aprenderam a viver num sistema em que a simulação, a hipocrisia e a mentira constroem uma nebulosa de interesses e conluios onde tudo é possível e o rigor orçamental sai de rastos.
É uma boa ocasião para mergulhar no penumbroso mundo das obras públicas, tentando perceber as linhas com que se cosem os protagonistas ligados a empreendimentos onde se gastam anualmente centenas de milhões de euros saídos dos bolsos dos contribuintes.

20081204

Desafio para Bragança e para o Governo



Promover que a Linha de Alta Velocidade Zamora-Ourense tenha uma paragem em Bragança. Ideia via Regionalização.

Tráfego aéreo europeu em queda

Tráfego aéreo europeu caiu 4,2% em Outubro, face ao mesmo mês do ano passado.

Questões:
- Quando é que realmente precisamos de um novo aeroporto em Lisboa, tendo em conta que nos próximos anos, com a recessão, o tráfego continuará a cair?
- Faz sentido privatizar a ANA neste momento, em que os mercados bolsistas estão em queda, e os potenciais adquirentes com dificuldades em aceder ao crédito?


Adenda: Tráfego no Aeroporto de Lisboa caiu 3,8%. E a quebra está em aceleração (em Setembro foi -1,7%).

20081203

Quadratura do Círculo ?

http://www.quadrilatero.org/

Se acertamos, então Norteamos: As «máfias» lisboetas habituais no caso BPP

Da direita à esquerda todos criticam:

O salvamento do BPP é mais uma «mafiosidade» das oligarquias lisboetas do costume, como já tinha referido aqui.

20081202

Poupança

10 Dicas para poupar combustível

Soluções para crise: Via Espartana e a outra.

Carlos P Cruz em o Ponto de Singularidade e António Maria em Os Dilemas da Crise colocaram ontem interessantes artigos sobre a Crise que vivemos e como soluciona-la. Eu não vejo outra saída para a crise ocidental e nacional que não seja aceitar de forma adulta as verdadeiras causas e passar a ter um comportamento oposto ao que a gerou, durante o tempo equivalente.

Um individuo, uma familia, uma empresa, só são estatisticamente viáveis se forem «capitalistas», isto é, se acumularem «capital» derivado de terem mais activos do que passivos, se as receitas forem superiores aos custos, consumo improdutivo, juros, etc.

O que se viveu nas últimas décadas no mundo Ocidental foi o desvirtuar do «capitalismo», via excesso de dívida para consumoi e investimento pessoal, empresarial e estatal não produtivo ou pouco rentável: Desde a compra de habitação a preços especulativos, às fusões que aumentam quota de mercado, bonus de gestores e custos de gestão (mas matam a rentabilidade das empresas) até às bombas «high-tech» e caríssimas largadas no Afganistão sobre rebanhos de cabras. Dai as falências das famílias, bancos, empresas e eventualmente Estados. A propósito, «Cotadas devem quase tanto quanto valem em bolsa» e «Gestores do PSI 20 ganham três vezes mais» do que as restantes cotadas ou mesmo as não cotadas, diria eu.

Para solucionar, é necessário regressar ao básico, à frugalidade, ao «capitalismo», à acumulação estrutural de capital, a activos e receitas substancialmente superiores aos passivos e custos. Apenas assim se vai absorver as perdas passadas. O Ocidente, Portugal e os portugueses terão que fazer o mesmo, antes ou depois de FMI ou a UE o dizerem. O excesso de Estado Social, as ineficiências na administração pública (300 autarquias, Estado Central concentrado em Lisboa onde o metro quadrado e salários são mais elevados), o desperdício via corrupção ou encomendas empoladas aos lobbis betoneiros terão que acabar, com ou sem revolta generalizada, com ou sem emigração em massa. A sustentabilidade regressará. Este é o caminho espartano, à chinês. É o caminho de quem efectivamente se desenvolve.

Obviamente que há atalhos facilitistas e presumo que serão usados para adiar a crise por mais uns anos/decadas: Vender os aneis que restam e endividar os que ainda não nasceram. Conretamente, tal como propõe Obama e Socrates, mais PPP, mais endividamento externo garantido pela venda das infra-estruturas na posse do Estado, estradas, aeroportos, rede de águas e saneamento, portos, rede electrica, etc. Quem comprará ? As formigas chinesas e afins. Tenho a impressão que este caminho será mais facilmente implementável nos EUA do que em Portugal, e portanto teremos mesmo que ser Espartanos.

PS: Nem mais. Via FT, a Polónia junta-se à Alemanha no grupo dos Espartanos. No grupo das Cigarras, os EUA e UK.

20081201

Fotografias do Norte de Portugal

Com base nos albuns existentes no Flickr, iniciei ontem a apresentação de um conjunto de fotografias sobre o Norte de Portugal. Encaro o Norteamos como uma espécie de serviço público onde os membros apresentam críticas, alertas e sugestões. Os textos aqui publicados podem ser usados livremente por terceiros para este fim.
Para facilitar a logística da publicação das fotos, não analisei as restrições de direitos de autor de cada uma delas. Caso os respectivos autores não encarem o uso das suas fotos pelo Norteamos como uma espécie de serviço público, queiram por favor comunicar via norteamos@gmail.com. A respectiva foto será de imediato retirada.

20081130

Senhora do Salto, Valongo

Sobre direitos de autor ler esta nota. Fonte: http://www.flickr.com/photos/_ferman_/2590077792/

20081129

Metro do Porto assume erro de planeamento

Efectivamente, Abel Coentrão, no Público de hoje, acerta: A implementação das novas composições significa assumir que a linha para a Póvoa deveria ser servida por um sistema suburbano:

Os 60 quilómetros de extensão da rede de metro do Porto costumam ser usados como demonstração da capacidade realizadora da empresa e dos autarcas que, quando passaram a liderar o projecto, conseguiram que ele avançasse até ao que hoje é: um meio de transporte de sucesso, com cada vez mais utilizadores. Sendo isso verdade, acontece que essa mesma extensão impede, ao mesmo tempo, que o sucesso deste empreendimento seja bem maior, como se pode perceber pela menor procura nas linhas B e C, e mesmo no troço da A entre as estações Vasco da Gama e Senhor de Matosinhos.

A procura até tem aumentado nestas linhas, mas a taxa de ocupação continua a ficar, em grande parte do dia, aquém daquilo que seria expectável numa rede de metro. O que não espanta. Qualquer especialista em transportes - e as opções para a segunda fase assim o demonstram - tem esta opinião: se tivéssemos num raio de dez quilómetros a partir do centro do Porto uma rede densa de linhas, com 60 quilómetros de extensão total, os números ultrapassariam, e muito, o recorde de 5,2 milhões de validações registadas pela empresa de Outubro.

Mas não é este o caso. Em relação às linhas B e C, ou Vermelha e Verde, a Metro herdou canais de comboio em via única nas quais a dona, então a CP, não queria, ou não podia, investir, o que lhe poupou algum tempo e dinheiro, mas condicionou todo o desenho da primeira fase. Por culpa desta opção é que existe o famoso "estrangulamento" no Troço Senhora da Hora-Trindade, por onde passam composições de três em três minutos, sendo quase impossível, se necessário, aumentar a oferta.

Também por culpa desta opção é que, de repente, quem na antiga Linha da Póvoa viajava num comboio razoável para o padrão da época no sistema ferroviário português se viu confrontado com a hipótese de passar a ter, em troca, um moderno metro, com janelas imensas. O ideal para ver calmamente a paisagem, numa viagem ainda mais demorada, menos confortável e com o dobro das paragens.

Não fossem os protestos dos utentes, os autarcas que os souberam ouvir e a percepção do antigo gestor da Metro, Oliveira Marques, e esse seria o retrato actual. Mas ainda a nova linha B nem estava construída, e o projecto foi sendo submetido a sucessivas alterações. Duplicou-se uma via que no projecto se previa simples, montou-se uma operação com serviço de metropolitano - em mais de 30 quilómetros!! - ao qual se acrescentou um serviço expresso, mais rápido, a parar em quatro estações entre a Póvoa e Senhora-da-Hora, e, posteriormente, anunciou-se a compra dos famosos tram-train, que esta semana começaram a ser testados.

Os tram-train são, no fundo, a imagem do que é esta linha. Não são comboio, nem são metro. Mas a linha B, essa é cada vez menos uma linha de metro, como o demonstra a opção de duplicar a partir de Janeiro a oferta de expressos, a parar nas estações de maior procura, suprimindo um dos três serviços que, em cada hora, paravam em todas as estações. Ainda que isto ainda não seja equivalente à oferta de um verdadeiro comboio suburbano, estas medidas da Metro são uma forma silenciosa de ir corrigindo um erro de base. A bem dos utentes.

Há formas de corrigir este erro: Colocar o CVE Porto-Minho-Vigo a passar pela linha Vermelha e parar no ASC.

20081128

QREN: JMP tem dois pareceres "inequívocos" que sustentam queixa contra o Governo

A Junta Metropolitana do Porto (JMP) revelou hoje ter dois pareceres, da autoria de Gomes Canotilho e Manuel Porto, que sustentam a queixa apresentada contra o Governo português devido à regulamentação do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

"Os dois pareceres são absolutamente inequívocos", afirmou Rui Rio, presidente da JMP, em declarações aos jornalistas no final de uma reunião deste organismo. Os pareceres já foram anexados às queixas que a JMP apresentou em Julho no Tribunal Administrativo e no Tribunal das Comunidades para exigir "a revogação da norma que permite o desvio de verbas das regiões de convergência para a região de Lisboa e Vale do Tejo".

"É inequívoco que a legislação comunitária não permite esse desvio", frisou Rui Rio, recordando que a JMP "contesta o desvio de verbas das regiões de convergência para objectivos que não são regiões de convergência".

Sobre o estado do PSD, Paulo Morais lê Norteamos 5 meses depois

Após a vitória de MFLeite, em Junho, escrevi:

«Obviamente que em 2009 com um PS com 40%, PSD com 30% e PCP+BE com 25%, a coligação governativa nunca será com a esquerda mas sim à direita. A vitória de MFLeite é o melhor seguro de vida dos interesses oligarquicos e centralistas. É a garantia de mais 5 anos de status quo. Desengane-se quem julga que MFLeite terá preocupações sociais. Paulo Gorjão demonstrou aqui que isto é falso. Também eu já tinha detectado essa mesma manobra demagógica de JPPereira aqui. E também não descerá impostos permitindo que estes sejam usados na «social democracia» dos grandes interesses, PPP, Scuts, Alcochetes, TGVs, Estado Central exagerado e concentrado em Lisboa, (...). Os impostos altos e crédito caro incidirão sobre as PMEs (sobretudo onde elas abundam, a Norte) e classe média e não sobre os grandes projectos com patrocínio estatal. (...)

MFLeite poderia ser útil se tivesse coragem para acabar com estas grandes obras, como em tempos escreveu. Mas não. Nota-se desde já o Bloco Central de interesses, as «máfias» a actuar: Ela própria já disse no 1º debate televisivo que Alcochete, TGV e TTT são para continuar. Conclusão: mais do mesmo.»

Paulo Morais escreve:

«Não vislumbrando alternativa à direita do PS, os eleitores expressarão o seu descontentamento votando à esquerda, no Partido Comunista ou no Bloco, retirando a maioria absoluta a Sócrates. Com uma oposição firme à esquerda, os socialistas procurarão apoios à direita, através de acordos de incidência parlamentar ou, mais previsivelmente, de uma coligação governativa. Face à irrelevância do CDS, será ao PSD que caberá o papel de muleta de Sócrates, viabilizando um novo bloco central. Daqui a cerca de um ano, esta solução será impingida aos portugueses como inevitável e de salvação nacional. Será abençoada pelo presidente da República, a quem, em troca, Sócrates patrocinará provavelmente a reeleição.

O Governo que interprete esta solução institucionalizará, a nível político, o bloco central de interesses que já domina o país no plano económico e social. Assistiremos a um dos mais negros períodos da nossa já moribunda democracia. Os dinheiros do Estado vão correr à tripa-forra nos bolsos dos empresários, banqueiros, advogados e consultores ligados às direcções dos dois partidos do arco governativo, agravando a promiscuidade dominante entre os mundos da política e dos negócios.

Esta nova união nacional promoverá os mega-investimentos públicos que a crise aparentemente justifica, os neokeynesianos doutrinam e o presidente da República apadrinha. Construir-se-á o TGV, desbaratando 15 mil milhões de euros num projecto absolutamente inútil. Além do novo aeroporto de Lisboa, da nova travessia sobre o Tejo e o que mais virá.»

O que se passa é que MFLeite, mesmo agora afirmando correctamente que é contra o investimento público não rentável e favorável a uma descida de impostos, tem uma gestão da oposição tão fraca, tão improvisada, tão pobre, que não é levada a sério. Ela foi mesmo escolhida pelos cavaquistas para ser apenas uma espécie de oposição que não faz danos nem ameaça, como provam as sondagens. Quem a empurrou para a liderança sabia que ela tinha 68 anos, que queria dar apoio aos netos, que era pouco ou nada cativante, que tinha tido um passado incoerente. Quem a escolheu sabia/sabe que ela nunca ganhará eleições, por muito que ela agora diga a verdade. Por isso ela e o PSD é uma marionete ao serviço do Bloco Central e Centralista. E o aventureirismo do PSD Porto tem grandes responsabilidades nisto.

Investimento público

O Governo tem vindo a insistir na importância do investimento público para a revitalização da economia.

Neste contexto, não se compreende a razão porque continua a ignorar a proposta da Sonae e Soares da Costa de investir 1000 milhões de euros no Aeroporto do Norte. Se calhar, estamos a nadar em dinheiro e não sabemos.

20081127

Autarquias do Norte e Aveiro unidas na defesa da gestão autónoma do Aeroporto Francisco Sá Carneiro

Autarquias do Norte e Aveiro, Junta Metropolitana do Porto, CCDRN, Universidades, Associações comerciais e industriais (AEP, ACP, AIMinho, AIDA), empresas (Sonae e Soares da Costa), bl-og-os-fe-ra, e cidadãos. Todos defendem a gestão autónoma. Todo o Norte defende a gestão autónoma. Mas não só. Também o Algarve pede gestão autónoma dos aeroportos.

Até quando continuará o Governo a fazer de conta que não sabe que o monopólio privado não é o modelo desejado pelos portugueses?

Pura especulação ou pura coincidência ?

A Segurança Social tinha um depósito no BPN desde o tempo de Ferro Rodrigues em 1999. Foi levantado nas últimas semanas gerando problemas de liquidez que culminou na nacionalização do banco.

Porque é que esse elevado depósito foi criado ? O que une Ferro Rodrigues a Dias Loureiro ?

João Luís Ferro Rodrigues casou-se com Joana Dias Loureiro em 2003. Elite política lisboeta no seu melhor ! Pinto da Costa à beira destes é um anjinho !

Espero que seja pura coincidência e que esteja a ver mosquitos por corda.

É so esperar

À medida que Socrates ajusta a propaganda irrealista à dura realidade, haverá cada vez menos eleitores crédulos. Ainda bem:

Lisboa política em decadência:

  • É necessário desratizar  (brilhante expressão de António Maria) estas elites políticas lisboetas;
  • Cavaco, o tal que há 20 anos disse que Portugal devia apostar todos os recursos em Lisboa, há muito que não me merece respeito. Este episódio BPN/SLN/Dias Loureiro em que Cavaco procura ocultar amizades com «mafiosos» só revela a má fé com que as elites políticas lisboetas encaram os restantes cidadãos.

Liberdade de imprensa e Regionalismo crescente:

Os Independentes e Regionalistas vão colocando os pontos nos is:

  • Mais um movimento cívico a Norte: Movimento Alternativo do Nordeste;
  • Rui Moreira teve uma pequena pega com Luís Gomes. Eu acho que este esteve bem ao alertar para misturas poluidoras, mesmo que tinha corrido o risco de parecer condicionar liberdade alheia. Rui Moreira sozinho tem valor. Ligado a Rio, PSD ou PS, passa a zero. O proprio percebe isto mesmo e pediu ao DN para desmentir a participação em qualquer reunião com o PS.

Conclusão: Presentemente confluem várias tendências benéficas para o Norte: Regionalismo presente e crescente, implosão do modelo de negócio da comunicação social tradicional, crise mundial nos sectores de crédito barato e fácil, predomonantemente localizados em Lisboa, descrédito crescente da classe política lisboeta. É só esperar.

 

 

 

 

20081126

Da Lisboa Profunda: Campanha de Cavaco financiada por homens do BPN

«Cavaco Silva terá recebido quase 100 mil euros de homens ligados ao BPN. A lei proíbe donativos de pessoas colectivas».

Não há nada de mal em tentar evitar que se saiba que a campanha do PR foi financiada por administradores suspeitos de crime ou convidar para o Conselho de Estado um desses administradores. Mas se Cavaco teme, é porque deve. A imagem de Cavaco impoluto penso que acabou.

A conclusão é clara: Os políticos lisboetas fazem tudo, mesmo moralidade cinzenta, para manterem um nível de vida, ambições, para as quais não tem possibilidades. Não merecem a minha confiança. E cada dia que o Norte confie nestes senhores, será um dia perdido.

Volterei mais logo ao tema.

20081125

Investimento em Infraestruturas

O New Deal tinha como objectivo reduzir o desemprego através de um forte investimento em infra-estruturas. Naquela altura, a sociedade industrial ainda caminhava para a maturidade, e a maioria dos desempregados eram operários pouco ou nada qualificados.

Hoje vivemos numa economia de serviços, e estamos a entrar na economia do conhecimento. Alguém me explica como é que, no curto prazo, estes investimentos vão ajudar a reduzir o desemprego?

E como é que os investimentos que podem absorver mão de obra pouco qualificada são feitos na região de Lisboa e litoral centro (entre Porto e Lisboa), onde se concentra a população mais qualificada do país?

Por isso, por favor arranjem um motivo melhor para que estes investimentos sejam feitos do que a conjuntura de curto prazo. É que baixar impostos é mais eficaz do que investir em infra-estruturas. Que é como quem diz, não preciso da ajuda do Governo para desperdicá-lo. Sei fazer isso sozinho. E até posso cometer a loucura ("ironia") de fazer algo de útil com ele.

Compre Norte

Jorge Fiel assina excelente crónica. É também mais uma ideia para a ACDP.

O poder está na ponta da espingarda.

Ao contrário do presidente da Comissão Europeia e do guru da direita portuguesa bem pensante (qualificativo que acho assenta muito bem ao Zé Pacheco Pereira) nunca fui maoista, que não me inibiu de arranjar uam edição de Pequim do Livrinho Vermelho, belíssimo objecto que consulto de vez em quando.

Mao foi um ditador sanguinário e um refinado estupor, mas agrada-me a simplicidade pragmática dos seus pensamentos, que mergulha as raízes na escola da desarmante sabedoria chinesa fundada por Confúncio.

Uma frase de Mao – “O poder está na ponta da espingarda” - , veio-me à cabeça esta semana à medida que subia a minha indignação com os resultados de uma pesquisa estatística motivada pela divulgação da notícia de que o Norte foi a segunda região europeia onde se registaram mais despedimentos colectivos no período 2002-07.

O Norte está triste e infeliz e tem todas as razões para isso. É a segunda região do país (a seguir a Lisboa) que mais riqueza gera, mas quando chega a hora de a distribuir surge no último lugar, com um rendimento per capita de apenas 80% da média nacional e 57% da média comunitária.

Não me parece saudável um país em que os salários pagos na capital são 50% superiores ao resto do país - e que o poder de compra em Lisboa (135,5 em permilagem do total nacional) seja o triplo do do Porto (44,01).

Como portuense, fico revoltado ao constatar que, no período 1992-2006, de todos os 308 concelhos do país, o Porto foi o que mais poder de compra perdeu (-2,5%) e que no pódio estejam os três concelhos do eixo Lisboa-Cascais, com Oeiras à cabeça (4,5%).

E a mostarda sobe-me que nariz quando vejo que Lisboa absorve 42,5% do total de crédito concedido pelos bancos. Se juntarmos o Funchal a Lisboa, que ficam com 53,9% do dinheiro emprestado pela banca. O Porto contenta-se com um terceiro lugar (11,9%).

Nós, os três milhões nortenhos, não podemos ficar parados. Enquanto os carteiristas de Lisboa nos metem a mão no bolso, o desemprego não pára de crescer (em 2007, o Norte ultrapassou pela primeira vez o Alentejo e tornou-se a região com maior taxa de desemprego) e  a riqueza  não pára de de diminuir (no início dos anos 90, o IRS per capita no Porto era metade do de Lisboa; dez anos depois era apenas 25%).

O grave é que o Governo continua a adiar a Regionalização e apenas contribui para alargar este fosso, como o prova o facto de em 2009, o Norte ir receber segundo valor mais baixo (226 euros per capita), contra 382 euros da média nacional) do plano de investimentos da administração pública (Piddac).

É tempo de dar um murro na mesa e declarar guerra ao centralismo ladrão. De aprendermos com Mao que o poder está na ponta da espingarda – ninguém dá nada a ninguém, se o puder evitar. De aprendermos com João Jardim, que, usando os cotovelos, fez da Madeira a segunda região mais rica do país, com um rendimento 25% superior à média nacional.

Para começar, a AEP devia reconverter a campanha Compre Português por uma campanha Compre Nortenho. E como o Governo é surdo a vozes que não venham da rua e se exprimam na primeira metade dos telejornais, ganhávamos em boicotar a visita ao Norte de governantes, enquanto não for dado um sinal claro de que o roubo vai acabar. Eu estou pronto a atirar o primeiro ovo podre.

Jorge Fiel

20081123

Ah, Cavaco então também era accionista da SLN.

Portanto, Cavaco :

Questões:

Conclusões:

  • Ainda bem que não voto em parentes da «Máfia».
  • Mais uma lição para o Norte: Nunca confiar em políticos do Sistema de Lisboa.
  • Este Regime fede !

 

Histórias de jovens e qualificados emigrantes do Norte 7

Pedro, Engenheiro Informático. Haia, Holanda
Que bela surpresa tive hoje em ter encontrado este blog. E' sempre revigorante ler experiencias de pessoas que tal como eu decidiram viver uma aventura fora de Portugal. Uns de forma definitiva outros como um folego momentaneo mas todos com historias e testemunhos muito interessantes e que podem ajudar a clarificar as duvidas dos mais indecisos.
Penso que a minha aventura e' das mais recentes aqui relatadas mas quero mandar tambem a minha pedra neste charco de experiencias de lusitanos que equacionaram e decidiram dar uma escapadela.
Desde muito cedo comecei a trabalhar na minha area de formacao, Informatica. A partir dos 18 anos comecei com alguns trabalhos em part-time para arranjar uns trocos para os fins de semana mas porque queria atingir rapidamente a minha independencia os 3 ultimos anos do meu curso trabalhei em full-time na mesma empresa.
Nao que tivesse razoes de queixa em viver em casa dos meus pais ou que me sentisse mal no meio social envolvente mas tinha algo a remoer em mim, uma sensacao de que queria algo diferente daquele ambiente controlado, previsivel e confortavel. Apos ter conseguido, com bastante sofrimento, terminar o meu curso de Engenharia Informatica pelo Instituto Politecnico Engenharia do Porto em 2006 senti mais uma vez o bichinho a remoer. Eu nao estava mal, mas queria mais! Tinha um ordenado que dava para viver confortavelmente mas queria comecar a tracar um novo trilho. Sentia que a passagem pela faculdade pouco ou nada tinha alterado a minha rotina diaria e as responsalidades no meu emprego. Estava irrequieto e desanimado. Na altura nunca me passou pela cabeca uma aventura fora de portugal pois largar familia, amigos de sempre e namorada era um passo demasiado grande e arriscado e que por isso nunca o coloquei em consideracao.
Apos uma pesquisa de empregos por todo o pais reparei que a zona com uma melhor e maior diversidade de propostas de trabalho e' Lisboa. Tive algumas propostas e decidi-me por uma empresa que na altura estava a comecar. Era uma empresa de consultoria e diferente do que ate entao estava habituado. Muitas pessoa a receber o ordenado da mesma entidade patronal, mas todos espalhados pelos clientes e apenas com dois pontos de contactos anuais com os colegas: jantar de natal e aniversario da empresa.
Comecei com o peito cheio de ar, entusiasmado e motivado com as condicoes que me eram oferecidas.
Ja ouvi boas e mas experiencias em consultoria. Temos que ter sorte no projecto onde calhamos e com um pouco sorte podemos escolher o que mais se adequa 'a carreira profissional que aspiramos. Infelizmente nao aconteceu comigo e durante 7 meses tive nessa empresa num projecto nada aliciante e onde sentia-me a vegetar. Estando em lisboa nao por necessidade mas como uma aposta que estava a fazer em mim, a ter gastos com casa e viagens todos os fds para Santa Maria da Feira decidi que tinha que fazer alguma coisa. Falei com o meu manager na altura e apos algumas promessas falhadas cheguei a conclusao eu estava a ser um bom negocio para a minha empresa mas nao para mim. Senti que estava num negocio de carnes onde os consultores eram colocados por tempo indeterminado em clientes independentemente o trilho profissional que auspirem ter.
Decidi por procurar outro desafio. Nesta altura ja tinha equacionado a saida de portugal mas foquei a procura dentro de portas. Arranjei um projecto bastante interessance e desafiante numa empresa de producao de software na margem sul de Lisboa e com isso tive mais uma mudanca na minha vida. Arranjar novo espaco para morar, mudar a minha rotina e travar novas amizades. Admito que gosto ritual. Talvez porque sou novo e nao tenho encargos (filhos, casa) decidi dar outro passo.
Passado um mes tive a chamada de um amigo para ir para a Holanda. A empresa estava a contratar e estavam a precisar de pessoas com o meu perfil. Ele ja me tinha abordado a alguns meses atras mas porque estava ainda em periodo de experiencia na actual empresa e ainda nao tinha muitas responsabilidades decidi dar continuidade ao pedido de informacao. A entrevista telefonica correu bem e apos uma entrevista em que fui 'a Holanda, fizeram-me uma proposta.
Regressei a Portugal e nesses dois dias equacionei todas as variaveis da minha vida. Estava numa boa empresa a ter o tipo de trabalho que andava a' procura, num bom ambiente e integrado numa boa cultura empresarial. Conversei com as pessoas que me conheciam melhor, pedi opinioes e tentei dar resposta as perguntas: o que quero, o que tenho a perder, o que tenho a ganhar. Conclui que senao aceitasse mais tarde ia-me arrepender pois dificilmente iria ter uma oportunidade como esta. Tinha um emprego com boas perspectivas de me realizar profissionalmente, um apartamento a minha espera e um peito cheio de ar para encarar as previsiveis dificuldades. Se corresse mal e nao me ambientasse era comprar um bilhete para Portugal. Assim foi e sai com o objectivo de estar um ano e agora faz 5 mes que estou em Haia.
Existem ate agora duas perspectivas: pessoal (social) e profissional.
Como e' a minha primeira experiencia fora de portugal estou a ter uma infinidade de primeiras experiencias que ainda estao a ser sentidas e compreendidas. Existe uma grande comunidade portuguesa por ca e tendo a Holanda uma cultura virada para os estrangeiros nao sinto dificuldades na integracao. Admito que o primeiro mes nao foi facil pois existe muita burocracia a ser tratada e alguns choques culturais e linguisticos a serem ultrapassados mas neste momento ja estou instalado e integrado em varios grupos de amigos. Esta a ser uma excelente oportunidade de interagir com pessoas de diferentes culturas e valores e tendo o pais uma localizacao central rapidamente se acede a varios pais circundantes.
Profissionalmente admito que ate agora nao esta a corresponder as expectativas. Talvez coloque a fasquia alta, talvez seja exigente mas que culpa tenho em querer aquilo que me prometem?! Apos algumas dificuldades administrativas e problemas iniciais na comunicacao interna dentro da empresa neste momento estou integrado numa empresa cliente multinacional onde existe quase o mesmo numero de estrangeiros e holandeses. Estou a ter novos desafios no relacionamento inter-cultural entre pessoas, estilos de trabalho e de expectativas. Considero ate agora positivo este saldo, mas como ambicioso que sou, ainda com espaco para melhoramentos.
O balanco e' francamente positivo e como em quase todos os posts que tenho lido acerca deste assunto partilho a sensacao de arrependimento de nao ter dado este salto mais cedo. Nao aconteceu por falta de coragem ou por desconhecimento consciente das opcoes que existem fora de portugal. Ha sempre um risco a ser ponderado mas penso que o retorno e' sempre positivo. Nao sei qual sera a minha decisao daqui a 7 meses quando fizer um ano que estou ca. Se vou continuar nesta empresa, se continuo pela Holanda ou se vou para outro pais. Depende das motivacoes que me agarrem por ca e as oportunidades que irao aparecer.
As saudades da nossa terra sao muitas e penso que nunca como agora dou tanto valor ao nosso Portugal. Em muitas coisas nao ficamos atras de muitos paises e infelizmente sinto que existe alguma mentalidade negativista que teima em comparar o nosso cantinho apenas naquilo que de nao tao bom temos. Neste momento tenho a certeza que desejo regressar a Portugal. Gosto disto, da vida da cidade, da minha vida, do ritmo, da novidade mas quero voltar as minhas raizes, 'a minha terra. Talvez regresse e me desilusa. Pode acontecer, mas se esse dia acontecer e se ele chegar vou tentando espalhar por ca o orgulho que tenho em ser portugues e aquilo em que somos bons.
Vim 'a procura de uma nova aventura, saborear novas experiencias para regressar a Portugal com outras perspectivas. Talvez aconteca daqui a um, cinco ou dez anos mas com optimismo digo que chegarei com mais bagagem do que quando sai.
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