20110525

Será que Portas vai pedir a Rio para travar as PPP no Porto ?

Em 2008:
«Rui Rio diz que caminho seguido por Sócrates (investimento público) é «errado» «Não é a política correcta, em termos de investimento público, fazê-los todos agora, todos em força, e secar o crédito às empresas», defendeu o autarca. «Por isso, sublinhou, «temos de ser muito selectivos, mas não me pergunte se hei-de fazer a linha A ou B, este investimento ou aquele». O vice-presidente do PSD criticou ainda o rumo que o Governo está a seguir, considerando que, com a actual política, o país não pode ter esperança»

Não olhes para o que digo, olha para o que faço:
A requalificação do Pavilhão Rosa Mota resulta de uma parceria público-privada entre a Câmara do Porto, a Associação Empresarial de Portugal (AEP), a Parque Expo, o Pavilhão Atlântico e o Coliseu do Porto. Está prevista a construção de 4 volumes no exterior: um restaurante, uma torre para descarga de gases, um espaço para conferências de menor dimensão e o pavilhão de congressos para 1.200 pessoas. O projecto corresponde a um investimento total de 19 milhões de euros, suportados pela autarquia através de um empréstimo bancário (10 milhões de euros), pelo Quadro de Referência Estratégica Nacional (cerca de 6 milhões) e pelo consórcio adjudicatário (3 milhões).
Portas contra a espiral de PPP:
Ao procurar sintetizar as prioridades de manifesto com mais de 140 medidas «importantes», Paulo Portas frisou que um governo CDS «travará a espiral das PPP».

Portas encontra-se com Rio: Será que Portas vai pedir a Rio para travar as PPP no Porto ?

Claro que não. Votem nestes 2 e depois queixem-se.

PS: António, não está esquecido. E terei que escrever antes de 5 de Junho.

20110518

Chapéus há muitos seu palerma !

O que levou o PSD Porto a apoiar PPCoelho em vez de PSLopes foi uma questão de tachos. Parece que nas eleições de 2006 PSLopes terá imposto figuras fora dos distrito do Porto nas listas de deputados do distrito. Se o PSD POrto tivesse apoiado PSLopes, provavelmente este teria ganho a Sócrates em 2009 e hoje Portugal não estaria na bancarrota. Entretanto parece que o PPC fez agora o mesmo que fez PSLopes em 2006...

Menezes para proteger os tachinhos dos seus apoiantes afirma: «Luís Filipe Menezes diz que fusão do Porto com Gaia é prematura». Como dizia o lisboeta Eurico da Fonseca: Nascer, viver e morrer no meio de brutos é triste. Ou então, «Chapéus há muitos seu palerma !»

Qualquer observador minimamente informado, percebe que qualquer assunto «fusão/redução da administração pública» é imediatamente aceite pelo eleitorado e que é uma oportunidade para concretizar a devolução de poder administrativo para fora de Lisboa, via Regionalização tradicional ou alternativas inovadoras. Laje sugere-o, a Troika FMI/UE/BCE obriga, António Costa prepara o mesmo em Lisboa e já começou a pedir a metropolitanização de competências da administração central. A nossa pseudo-elite provinciana é a última a ler as entrelinhas.

Esperemos que seja o presidente da CMPorto Rui Moreira a fundir formalmente Porto e Gaia (e eventualmente outros) ou a passar para a JMPorto competências autárquicas que afectam o desenvolvimento económico (PDM conjunto, transportes, promoção turística, etc).

20110512

Argumento para votar no PDA/MPN em vez do PSD

Nogueira Leite (PSD) afirma que o Estado foi capturado por grandes grupos ligados ao sector dos bens e serviços não transaccionáveis sedeados em Lisboa. Tem toda a razão. Porem, como se explica que Nogueira Leite faça parte da administração de um desses mesmos grupos ? Qual a credibilidade deste apoiante de Passos Coelho ao criticar um comportamento que ele próprio beneficia ? Que confiança se pode ter no PSD ? É de facto intrigante.

Também intrigante a ausência do MPN neste tipo de questões, deixando-se arrastar para a populismo anti-centralista.

A crise actual é uma crise da economia dos bens e serviços não transacionáveis e «crony capitalism» lisboeta. O Norte está a salvar-se e vai continuar a salvar-se, se (e um grande se) a elite lisboeta não conseguir engendrar em tempo útil novos esquemas para exercerem a sua actividade secular: explorar colónias ou o resto de Portugal.

Vejamos 2 exemplos:

Reorganização da administração não central - A Troika quer fusão de autarquias e freguesias; «António Costa quer uma "autarquia metropolitana" para gerir a região»; Lisboa prepara-se para ser a 1º região piloto e os míopes Rio e Menezes desdenham a fusão de autarquias. Para quê o MPN insistir na defesa da Regionalização quando se prepara a uma região piloto em Lisboa por via da fusão de autarquias ? Não andaremos a desprezar pássaros na mão para sonhar com um bando a voar ? Não estaremos novamente a perder oportunidades e a ser ultrapassados pelas estratégias lisboetas? Há que ler as entrelinhas, perceber o que se está a passar e «placar» já com contraproposta que nos beneficie e sem possibilidade de rejeição. Seria exactamente propor uma região piloto à volta do Porto via fusão de autarquias (ou apenas a respectiva gestão), fusão de empresas municipais ou subida de certas competências para empresas metropolitanas (com é o caso da Lipor), tal como Lisboa vai avançar após 5 de Junho.

Investimentos ferroviários - O regime lisboeta quer um TGV Lisboa-Madrid inútil: «o sítio das exportações portuguesas esta a norte e quer-se avançar com uma linha de mercadorias que está a sul». O PSD já está a adaptar o discurso, aceitando-o a custo comportável. O MPN ainda está na fase de reclamar um TGV Porto-Vigo, como no tempo da abundância de crédito barato. Ora, em vez de TGV Porto-Vigo, o que o MPN deveria propor eram investimentos ferroviários «low-cost/high-value» (usando a expressão de outro «culto» urbano da nossa praça) como contrapartida à aceitação do TGV Lisboa-Madrid de baixo custo. Fazer «upgardes» nos traçados actuais, minimizando investimentos em novos troços e criando serviços de passgeiros Porto-Aeroporto-Nine-Barcelos-Viana-Vigo ou Braga-Barcelos-Viana-Vigo ou Viana-Barcelos-Braga-Guimarães-Vizela-Felgueiras-Amarante-Régua ou criar intermodalidade da linha de Leixões junto ao hospital de S.João no Porto ou Leixões-Barca d'Alva-Espanha (tursimo e mercadorias) ou Porto-Lisboa (mercadorias) pela linha do Oeste reformulada. Insistir na mega empreitada TGV Porto-Vigo revela desconhecimento das nossas verdadeiras necessidades e é um frete à economia dos bens e serviços não transaccionáveis e ao «crony capitalism» lisboeta.

O problema das elites do Norte é que andam sempre atrás dos acontecimentos. É preciso criatividade para se atingir propostas credíveis e geradoras de confiança e voto.

PS: Ainda não sei se voto no PSD para assegurar o fim de Sócrates ou arrisco no PDA. É que apesar de confiar nos militantes «patsies» do MPN, há muitos militantes interesseiros por lá (os que queriam criaram uma ONG para angriar capital para actividades financeiras e que depois oportunamente se converteram em políticos).




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