Quando a Ford e a VW decidem instalar-se em Portugal, escolheram a zona Vila do Conde/Maia, como local preferido. E tinham um argumento de peso: já havia uma linha de mercadorias que ligava essa zona (incluindo o agora Concelho Trofa) ao Porto de Leixões. Os custos de ligação ao Porto de Leixões eram muito baixos. Além disso, a maioria do IDE alemão estava no Norte, como essa Continental, que agora parece que ficam contentes por ver a empresa em dificuldades, podendo pôr em risco a viabilidade da fábrica no… Norte.
Mas nessa altura, vou lembrar ao meu amigo, sucedeu uma coisa terrível em Setúbal. Havia muita fome. Até houve um chamado “bispo vermelho”, que enquanto comia jaquinzinhos com o Cavaco, lá lhe pedia dinheiros públicos para ajudar aquela zona do país a sair da crise e da fome. Então o governo desviou a Autoeuropa para Setúbal. E sabe qual foi a reacção no Norte? (E mal sabiamos o que nos esperava.) Calamo-nos e compreendemos que a solidariedade nacional implicava abdicar deste investimento para ajudar a combater a fome de Setúbal. Mais tarde, o Gueterres, como uma espécie de pagamento, apoia a instalação da Siemens/Infeneon.
E foi assim que a Autoreuropa e um grupo de fornecedores foi levado para Setúbel, prejudicando o Norte. Norte esse que mal sabia o que lhe esperava. E por alturas em que se decide instalar a Autoreuropa em Setúbal, o Norte começa a sua longa crise, que levará ao colapso do IDE, da saída das multinacionais, em especial do Calçado e Têxtil, que levou á fome, ao desemprego e a uma crise que já leva 20 anos. Nunca essas gentes de Setúbal agradeceram aos nortenhos a solidariedade tida com eles. (Aliás, na mesma senda dos parasitas da madeira e dos Açores, que agora vivem bem acima dos do Norte e ignoram completamente os nossos problemas, tentando é sacar mais. Nesse aspecto, os Açores e a Madeira apenas imitaram aquilo que fez Lisboa desde sempre. Há séculos!)
Nestes vinte anos, muito desemprego, fome, emigração maciça (basta ver que a emigração nestes vinte anos foi alta, sobretudo com gente do Norte, rumo à Suiça, Alemanha, Espanha, França, até Angola e o Brasil, nas últimas ondas emigratórias.) E a fome foi tanta mas envergonhada, que nunca foi o Norte ajudado em nada por Lisboa. Apenas a Elisa Ferreira (mas de um modo completamente disparatado e à moda soxcialista) tentou inverter o rumo dos acontecimentos e tentar amortecer a crise.
Lisboa, desculpe-me o termo, cagou completamente para o Norte e a sua crise estrutural. Aliás, Lisboa, durante as festas da Expo, até gozava com os nortenhos, dizendo que a culpa da crise era deles e dos seus empresários, que gastaram fortunas em ferraris em vez de máquinas. Ignorando completamente, não apenas o sofrimento do norte como um aumento exponencial da pobreza. Pobreza essa, escamoteada por Lisboa, com RSIs, que apenas serviram para as cámaras e juntas de freguesia socialistas, comprarem votos. Não para resolver a pobreza.
E foi assim, ao longo destes vinte anos. O Norte sofreu uma crise de tal forma, que houve muita fome, emigração (olhe eu também emigrei) e pobreza escondida. Mas os nortenhos têm um grande defeito, neste tipo de regime parasita, implantado por Lisboa. Quem não chora, não mama. E o Norte, em vez de ter bispos vermelhos, em vez de ter manifes contra os governos, e muito barulho a pedir, tentou resolver a crise como pode e sabe. Muitos emigraram. Outros empobreceram. E muitos outros lutaram gloriosamente para sairem da crise. O sector do calçado e do Têxtil são o maravilhoso exemplo, de gente que acreditou em si e investiu muito. Mesmo quando os resultados não eram tão expressivos como eram necessários. E quanto esta gente arranhava a terra, os merdinhas de Lisboa diziam que o calçado e o têxtil não tinha futuro. (Ainda de vez em quando se vêm essas piadas, gozando com os sapatos que se produzem aqui. Muitos diziam mesmo que era melhor pagar subsidios de desemprego aos nortenhos que trabalharem para ganhar um salário mínimo.
Mas talvez, a ausência de um Estado interventor tenha sido a sorte do Norte. O calçado cresceu e mudou. O têxtil também. Quase sozinhos, a remar contra a maré. Ninguém reconhecia o esforço enorme destas gentes, muitas delas sem patuá para se mexerem na corte parasita de Lisboa, mas bastante trabalhadores, humildes e esforçados. O Norte era gozado pelos parasitas a sul. Até nos chamam bimbos. Mas são estes bimbos que estão a vencer a batalha pela competitividade, em mercados dificeis e fortemente concorrenciais. Não pedem fecho de fronteiras, nem subsidios á exportação ou IVAs reduzidos. Pedem que os deixem trabalhar, que se lhes mudem as leis do trabalho, que se acabe com o parasitismo de Lisboa.
E são estes bimbos que estão agora a tirar Portugal da crise. os de Lisboa só se queixam que vão perder a mama! Pudera! Trabalhar é coisa que custa e parece que no sul, muitos não gostam. Ainda na Segunda-Feira, um ex-funcionário da JM, agora a trabahar por conta própria, disse-o na cara dos inteligentes do Sul que vão ao Prós & Contras pedir mais mamas.
É a vida!
Agora, o parasitismo continua bem vivo:
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=511563
Ou seja, enterraram mais uns milhões valentes (desviando dinheiros do Norte) para tentarem ajudar os Alentejanos. E claro, os investimentos da Embraer foram para o Alentejo por causa deste tipo de políticas. E claro, alguns tontinhos vão dizer: vêm? Nós no Alentejo exportamos componentes de avião. Pois.
Mas olhe que no Norte ninguém protesta contra os investimentos no Alentejo. Sabe porquê? Porque no Norte existe uma coisa chamada amor a Portugal e consideramos Portugal, todo o território. Há muitos parasitas que acham que Lisboa é Portugal e o resto paisagem e terra de bimbos.
Mas não estiquem muito a corda, que vos pode sair bem caro. Se o Norte sai da crise sem ajudas de Lisboa, também poderá começar a mostrar a Lisboa que acabou-se o regabofe. E é só para lembrar a alguns espertinhos, que sem a água e a energia do norte, Lisboa fica como Marraquexe. É só para lembrar alguns, esquecidos, que são egoístas e ingratos.
Não foram os nortenhos que pediram à Autoeuropa para vir para o Norte. Foi mesmo a joint-venture que decidiu vir para o Norte. Foram os americanos e os alemães que decidiram. E não foi apenas por causa da linha ferroviária existente. Mas sobretudo a fama do tecido empresarial do Norte que lhes dava garantias de fornecimentos a tempo e horas, amigo. Foi por haver já então, empresas no Norte, muitas delas alemãs, que lhes davam garantias de uma produtividade acima da Europa. Foi por haver uma Grundig (agora Bosch) em Braga, onde se produzem milhões de auto-rádios. Uma Continental-Mabor em Lousado, Famalicão, onde se prodiam pneus de alta qualidade. Foir por haver uma Philips, uma Quintas & Quintas, Saltano, uma Soécia, etc. etc. Que eram produtores industriais e potenciais fornecedores da nova fábrica
Foi a Associação Luso-Alemã que mostrou aos gajos da Ford e da VW, que o Norte de Portugal era o ideal. Em Setúbal não havia produtores industriais na área. Apenas desempregados, bons metalúrgicos, é certo, mas sem experiência a produzir para os mercados internacionais e habituados á exigências e standards da indústria autoimóvel
Até lhe vou dizer mais, amigo. Quando a Intel quis instalar-se em Portugal (que mais tarde deu a ideia aos socialistas em instalarem uma fábrica de memórias em Vila do Conde) foi no Norte. Mas as autoridades de Lisboa foram tão parasitas, chulas e badalhocas (sim este é o termo, cambada de FDP) que queriam obrigar os gajos a instalarem-se no sul. Eles desistiram e nem Norte, nem sul nem o raio que os parta a todos os parasitas de Lisboa. Esta mania de quererm decidir, a regra e esquadro, os projectos industriais, deu em barraca. Uma vergonha a forma como Lisboa lidou com esse potencial grande investimento americano.
É por isso, que sempre que lembro dos chulos em Lisboa, apetece-me explodir e chamar-lhes aquilo que eles sempre foram: chulos, azeiteiros e parasitas. Até esse investimento, que poderia ajudar imenso Portugal, foi embora por causa da aplicação de fundos comunitários no sul. PQP a todos! Burros que nem uma porta. Depois, enfim, o IDE industrial quase secou, com Lisboa mais preocupada em promover o imobiliário, que a Expo foi isso mesmo: um grande negócio para a especulação imobiliára.
Aliás, a localização da Autoeuropa foi um grande erro. Que foi reconhecido pelos americanos e que os fizeram desfazer a joint venture, deixando a VW com a fábrica nas mãos. Com a saída da Ford, muitos investimentos que se instalaram em Portugal voaram como os da Delphi, por exemplo.
E a Autoreuropa foi-se mantendo por Portugal por mero acaso e teimosia dos alemães. (Que tinham razão, como veio a demonstrar que a grande maioria dos componentes vão do Norte para Setúbal.) Chegou a ser equacionado o seu fecho, até há bem poucos anos, face à capacidade produtiva quase sempre abaixo dos 50%, mesmo com o esforço meritório dos seus trabalhadores, que mostraram estar à altura da fábrica. Nisso há que bater palmas aos trabalhadores da Autoeuropa, que conjuntamente com os alemães e os próprios fornecedores, foram os herois para impedir o encerramento da Autoeuropa.
Mas a localização foi um tremendo erro. Se eles tivessem instalado a fábrica onde foram aconselhados a abrir, estariam mesmo no centro dos seus principais fornecedores, podendo ter uma cadeia de produção mais rápida, JIT mais eficiente e até a qualidade mais alta. Onde eles foram aconselhados a abrirem a fábrica ficavam a meia dúzia de kms. dos pneus, dos auto-rádios, das lâmpadas, dos componentes para motores, etc. Mas depois, claro, os subsidios falaram mais alto. E mesmo assim quase que fecharam as portas. O primeiro local seria mais competitivo. Isso é a verdade dos factos.
20111013
Auto-Europa na Maia e licão sobre a história económica recente do Norte de Portugal
20101123
20101118
Sector BSNT (de Lisboa) continua a explorar o sector BST (do Norte)
A “festa” continua, portanto! Depois queixem-se…
Caro dr Vitor Bento,
Em primeiro lugar gostaria de o felicitar: Considero a sua tese o acontecimento económico do ano em Portugal. Efectivamente ter detectado evidências da exploração/abuso que o SNT exerce há mais de 20 anos sobre o ST é para mim o acontecimento do ano. Saliento que eu próprio já tinha detectado e escrito algo idêntico há alguns anos, embora sem fundamentação analítica e empírica, que designo de «Drenagem» (aqui e aqui).
Em segundo lugar gostaria de questiona-lo se já reflectiu nas implicações territoriais da sua tese. É que efectivamente o SNT está localizado em Lisboa e o ST está localizado sobretudo a Norte.
Em terceiro lugar gostaria de questiona-lo sobre as implicações futuras da sua tese. Atendendo à insustentabilidade do modelo de crescimento do SNT, baseado em patrocínio Estatal, em endividamento e prejuízo do ST que nas actuais circunstâncias necessita de ser apoiado, é inevitável que o PIB per capita de Lisboa tenda a diminuir nos próximos anos, ao contrário do PIB per capita das restantes regiões nacionais.
O dr Vitor Bento teve a amabilidade de me responder:
Caro José Silva,
Quando escrevi sobre o assunto não pensei nas implicações regionais que refere, mas, entretanto, já me tinham chamado a atenção para esse efeito. Valendo-me apenas das aparências (i.e. sem uma análise objectiva da situação), tendo a pensar que tem razão.
Sendo assim, é estranho que a “gente do Norte” não tenha sido mais activa a contestar o modelo. E que tenha até, nalguns casos, sido protagonista dos incentivos ao modelo… E a Universidade?20100828
Agora os estágios profissionais também passam a ser decididos em Lisboa
Mais notícias da «Drenagem» de Portugal para Lisboa:
- Lisboa ficou com quase todos fundos para modernizar Estado
- Estado Central não tem conhecimento do pais real (via Blasfemias)
- Desertificação avança (via Blasfemias)
Há uns lisboetas especialistas em detecção da intriga palaciana e «mafiosidade» local que só agora é que começam a perceber que é necessário mudar de vida. Mas ainda estão do outro lado do Atlântico.
20100814
Roubando a água do Norte
A clandestina corrida à água actualmente em curso sob o disfarce de putativas necessidades energéticas é uma conspiração potencialmente explosiva. Tem que ser abortada imediatamente!
Se alguém pensa que vai aprisionar as águas do Norte do país, para privatizá-las a favor da EDP e depois vendê-la a preço de ouro a Lisboa e ao Alqueva desiluda-se. Antes mesmo de uma tal conspiração ser descoberta e desmontada haverá quem no Norte de Portugal impeça tamanho crime!
20100615
O Norte foi a tartaruga e Lisboa foi a lebre.
- Exportação de calçado acelera - É caso para falar de um sector em contraciclo. As empresas portuguesas de fabrico de calçado atravessam nesta altura o melhor período dos últimos 10 anos, sobretudo no que toca à vertente da exportação.
- Exportações têxteis iniciam recuperação
- 2009/2010: Falências desaceleram em Braga, Bragança, Guarda, Castelo Branco e Leiria, estabilizam em Vila Real e no Porto e aceleram no resto do Continente, nomeadamente Lisboa (+20%).
Os sinais de desespero no modelo económico de Lisboa são visíveis e a nós cabe-nos protestar veementemente, permanentemente e profissionalmente contra cortes no investimento e despesa públicos territorialmente injustos, como por exemplo: «O PÚBLICO apurou que uma das maiores preocupações do Conselho de Administração da Refer está relacionada com troços da linha do Norte que precisam de intervenção urgente, nomeadamente no Ribatejo e entre Ovar e Gaia, onde a infra-estrutura está "presa por arames" porque, perante a expectativa da sua modernização, se deixou a manutenção em patamares mínimos. Agora, sem dinheiro, a solução passará por reduzir a velocidade dos comboios adequando-a às condições da linha. O novo cenário de contenção deverá levar também ao abandono das linhas do Corgo e do Tâmega e ao downgrade do projecto da linha do Douro que se limitará a uma requalificação entre Caíde e Marco de Canavezes, adiando-se a sua electrificação até à Régua».
20100603
Urgente mesmo é nos protegermos do colapso da economia lisboeta.
20090823
Drenagem encapotada de investimento público na Saúde
Nove hospitais com o estatuto de Entidade Pública Empresarial (EPE) vão ter menos dinheiro este ano para reforçarem o seu capital social, de acordo com um despacho governamental.Em termos globais, vão ser menos 38 milhões de euros face aos 105,4 milhões de euros previstos inicialmente, sendo que algumas unidades vão receber só metade do que estava estipulado. Um corte que poderá pôr em causa a concretização dos planos de investimento dentro dos calendários previsto por estas unidades, que servem mais de um milhão de pessoas.
Graficamente, A redução nos hospitais a Norte é de 45% enquanto que no resto de Portugal é de 20%.
Fonte: Jornal de Negócios.

20090821
Acabou o investimento público no NAL, TGVs e TTTs. Começou na Reabilitação Urbana. Eis 759 milhões para o «Arco Ribeirinho Sul». Apenas mudou o cheiro.
Reabilitação da margem Sul terá 750 milhões do EstadoComentário: Suspende-se megalomanias lisboetas e cria-se outras manias em Lisboa e arredores. O resto de Portugal, nada. Será que os leitores da Baixa do Porto ligados à reabilitação urbana desta vez ficam indignados ou vão também trabalhar para Lisboa ?
A reabilitação urbana nos concelhos de Almada, Barreiro e Seixal, anunciada há um ano sob a designação Arco Ribeirinho Sul, prevê um investimento público global de 756 milhões de euros, só para preparar infra-estruturas e terrenos.

20090818
Estamos safos
Ao contrário do que Camilo Loourenço diz, um governo minoritário não vai ter força para ser centralista nem para sacar mais impostos, nem para propor mais megalomanias. A dinamica do modelo de desenvolvimento económico de Portugal, de enconsto ao Estado, fica colocada em causa. Os territórios (Lisboa) e sectores (Bens e Seviços Não Transaccionáveis) que absorvem impostos, taxas (radiodifusão) e margens monopolísticas (Brisas, PT, EDPs, etc) ficam com a vida dificultada. Com a crise e com a ingovernabilidade da Administração Central será cada região por si. A Drenagem de impostos, recursos humanos, oportunidades de negócio, verbas do QREN/PIDDAC vai reduzir-se. O Norte salvar-se-á.
20090726
A implosão do regime inicia-se a 28 de Setembro. Ainda bem.
Há uns meses escrevia: O FMI já cá está. O Norte salvou-se. Esta crise, por cortar a verba, vem impedir o «business as usual» da história económica e geográfica das décadas recentes de Portugal: Operadores privados maioritariamente lisboetas, corrompem o Estado Central para este, via impostos, susbsídios UE ou endividamento, lhes conceder negociatas privadas e megalomanias pacóvias aos residentes de uma única região do pais que suspostamente manterá os governos eternamente no poder: Lisboa. A provar esta tese, nas eleições europeias de Junho, o PS apenas ganhou no distrito de Portalegre e de Lisboa, a CDU em Setubal, Évora e Beja e o PSD no resto de Portugal, isto é, onde fica a economia dos bens e serviços transaccionáveis... O paradigma já não tem viabilidade. O círculo vicioso quebrou-se.
Cavaco no final dos anos 80: Portugal é um pais pequeno para ter um desenvolvimento multi-polar. Por isso devemos apostar tudo na única região que tem capacidade de se internacionalizar: Lisboa.
PS: Ontem descobri que há sapatos nortenhos à venda na Amazon. Afinal a internacionalização de Lisboa não funcionou...
20090401
Não, não é piada do dia 1 de Abril: Documento oficial de 2006 afirma que é em Lisboa que deve ser concentrado o desenvolvimento
PNOT 2006 - «O reconhecimento de que a Area Metropolitana Lisboa é o principal espaço de internacionalização competitivo de Portugal. pemite ter expectativas que será na Região de Lisboa que deveráo ser concentradas as principais acções e medidas que reforcem esse papel a nivel europeu e mundial. Sem descurar a preocupaçáo com o desenvolvimenlo harmonioso das restantes regióes do pais que complementaráo essa competitividade e náo entraráo em competição/anulação desse designio, ou desenvolverão outras apeténcias, como o caso do Turismo no Algarve» (Via Regionalização).
PS: Procurei no Google estas frases, mas não encontrei. Peço ao António Felizes que disponibilize o original do documento no seu blogue, assim que possível.
Teach yourself «Drenagem» in 10 minutes - Parte 2/2
- Para os que combatem este «status quo», acabei de enunciar a forma de o destruir: A solução passa por acabar com as bases que sustentam o modelo:
- Acabar com o «financiamento». Estou moderadamente optimista com o que a crise actual está a fazer nesse aspecto; A propósito, lêr este artigo, que, como todos os marxistas, acerta apenas no diagnóstico: «Dívida ao estrangeiro aumentou 54% durante o governo Sócrates - No fim de 2008 o crédito ao imobiliário, à construção e habitação era dez vezes superior ao credito à agricultura, pesca e indústria»;
- Passar para o estado regional as actuais funções do estado central relacionadas com o desenvolvimento económica (infra-estruturas, incentivos às empresas, planeamento do território, âmbiente, gestão da educação pública, etc). Portanto, Regionalização com fusão de Autarquias, com extinção de governos civis/CCDRs, e com eliminação de funções económicas do Estado Cental; A oportunidade para uma nova ofensiva para uma Regionalização 2.0 está do lado de Rui Moreira já no dia 23 de Abril;
- Reduzir o peso do sector dos SNT na actividade económica da região de Lisboa (por exemplo, deslocalizando para o resto de Portugal a administração pública central, como PSLopes tentou fazer em 2004, ou sedes de empresa/institutos públicos).
PS: Este artigo é também uma homenagem ao Pedro do blogue Portuense. Imagine-se, o autor de um blogue sobre o Porto foi recentemente viver para Lisboa. Mais um.
20090331
Teach yourself «Drenagem» in 10 minutes - Parte 1/2
O problema, caro Ventanias, é que as decisões do governo passam sempre por prejudicar o Norte ou resto de Portugal. Não por causa de qualquer obsessão malévola dos lisboetas, administração central ou «máfias» que circulam o Terreiro do Paço. Eles nem se quer pensam nisso. A razão é muito prosaica. É que, no resto de Portugal e sobretudo na metade Norte, está o mercado/população/empresas/clientes que rentabilizam os projectos de natureza socialista (diria melhor, de natureza estalinista), que Lisboa permanentemente emite (Expos, CCBs, Benficas 6 milhões, NAL, «ligação à europa por TGV», concentração da administração pública central, privatização de serviços públicos, como por exemplo a ANA, etc).
Tudo isto tem a ver com o modelo de crescimento económico da região de Lisboa: Concepção e administração de Serviços não Transaccionáveis (SNT). Enquanto o Estado Central tiver funções ao nível da economia, houver impostos nacionais ou europeus para gastar e a actividade económica da região de Lisboa se concentrar no fornecimento de SNT (administração pública, comunicação social/cultura, sistema financeiro, gestão de energia, gestão de infra-estruturas, etc) o modelo desenvolvimento económico por Drenagem permanecerá. Os respectivos lideres empresariais estarão sempre a procurar novas modas/ideias/projectos para fornecer o Estado Central e para angriar clientes no resto de Portugal. Exemplos recentes são a centralização de serviços de assitência civil ou gestão do fornecimento água, como explica o 1º parágrafo da história da Águas de Portugal. (Continua amanhã)
20090323
Lisboa a regar-se de gasolina
Adiante.
Uma especulação recente de Pedro Arroja é que Portugal entrará em guerra civil. Penso que acerta.
O texto ontem publicado no Público por Rui Moreira (cada vez mais presidente da CM do Porto) é verdadeiramente incendiário. O desepero da «máfia» que circula o Terreiro do Paço por negociatas leva-os a ignorar o peso populacional a Norte e a subestimar o descontentamento. Estão a regar-se de gasolina. Na prática, MFLeite e assessores, estão a destruir a utilidade do PSD fora de Lisboa e a criar espaço para partidos regionalistas, o que vai ser positivo.
Muitos suspiram pelo fim do regime ou pela clarificação do panorama político nacional. Tão importante como isso é o fim dos desequilíbrios territoriais, ou no nosso caso, a permanente inovação nos investimentos decididos na capital/gestão da administração pública, que tem apenas como objectivo sabotar/drenar o desenvolvimento fora de Lisboa e beneficiar os traficantes de influências lá instalados.
O presidente da CIP, baseando-se num estudo da ADFER (a "associação do desenvolvimento ferroviário" que conta, entre os seus associados, com todos os autores do desastre da modernização da Linha do Norte) defende que o TGV entre o Porto e Lisboa não deve entrar na capital pelo norte, como está projectado. Em vez disso, deveria antes flectir para sul, algures no Ribatejo, através de mais uma travessia do Tejo e depois parar em Alcochete, de forma a aproveitar a entrada em Lisboa pela terceira travessia, que também servirá a linha de TGV para Madrid. Ora, sendo conhecido o enlevo do presidente da CIP pelo aeroporto de Alcochete, e sabendo-se que este fica beneficiado se estiver mais acessível ao Norte de Portugal, e já tendo a Rave denunciado este estudo como incorrecto sob vários aspectos, tudo isto não seria mais do que um fait--divers feito de interesses, se não tivessem aparecido algumas vozes do PSD a aplaudir a CIP e a secundar a sua estranha tese.
É certo que a oposição tem todo o direito de contestar a política do Governo e de lhe complicar a vida. Mas não é recomendável nem oportuno que o faça à custa da nossa região. Depois da líder do PSD ter estado no Porto e ter afirmado que não tinha sequer opinião formada sobre o modelo de gestão do Aeroporto Sá Carneiro, o que diz bem da importância que atribui aos interesses e sensibilidades desta região, só nos faltava ouvir agora algumas das vozes fortes do partido, ainda por cima eleitos pelo Norte, a subalternizar os interesses estratégicos da região. Quando todos pensávamos que o PSD era liminarmente contra o TGV, e que manteria essa linha de rumo, aparece a defender para o projecto uma tese absurda e insultuosa. Absurda, porque se o TGV do Porto entrar pelo sul, demorando mais vinte minutos no trajecto pelo efeito combinado do aumento da distância e da paragem adicional no aeroporto de Alcochete, o custo por minuto poupado no trajecto Porto-Lisboa face ao pendular aumenta em flecha, o que prejudica a análise custo-benefício de um projecto que, para muitos, seria dispensável se a modernização da Linha do Norte fosse concluída. Insultuosa, porque subalterniza o Norte e, como me dizia José António Barros, o presidente da AEP com quem falei sobre a matéria, porque sacrifica a viabilidade do Aeroporto Sá Carneiro, que não está ligado à rede do TGV, que poderia aumentar a sua área de influência e, em vez disso, vê os seus clientes naturais serem conduzidos através dessa mesma rede ao aeroporto de Lisboa...
E, mais uma vez, nada acontece por acaso.
PS: Resposta à SSRU: A questão de mais ou menos reabilitação, não afecta a abrangência ou a credibilidade da candidatura de Rui Moreira à CMPorto. O que afectará a sua credibilidade é confundir economia de mercado com PPP/privatizações/tráficos de influências ou afins, praticado por Lisboa e por Rui Rio. Caso ele, como presidente da CMPorto, o confunda, não haverá sebastianismo que o salve e eu estarei ao lado do Teixeira Lopes do bloco histérico, que é perito em criar alarido com esse tipo de práticas. A simpatia demonstrada por Rui Moreira com um político nacional que tem uma sexualidade inpompatível com as posições políticas e ligado a suspeitas de tráfico de influências na aquisição de material militar, não é de facto nada auspicioso.
20090225
Ao serviço da «Máfia»
2. Nas últimas décadas as autarquias e estado central passaram a apoiar os bombeiros, mantendo-se, apesar de tudo um organização descentralizada.
3. Nos últimos anos a administração central e suas «máfias» quer passar a controlar este sector de bens e serviços não transaccionáveis e que movimenta milhões. Exemplo disso é a prestação de serviços de transporte de doentes que deixou de ser apenas fornecido pelos bombeiros.
4. No dia em que aparece uma sondagem em se revela a confiança dos portugueses nos bombeiros e a desconfiança nos políticos, aparece de imediato um agente da «máfia» a tentar descredibilizar estes portugueses (ainda) não arregimentados pelo centralismo.
5. Assim se constroi o contexto para que futuramente a gestão e o negócio dos serviços de bombeiros passem a ser geridos em Lisboa ficando por lá as remunerações mais elevadas.
20090224
Porque o JN não merece solidariedade do Norte
Pedro Baptista detecta bem: O JN não é muito coerente. Aliás os respectivos jornalistas não são muito coerentes. Durante anos aceitaram ser manipulados pela Lusomundo/Lisboa. Libertaram-se um pouco quando Joaquim Oliveira entrou. Agora são novamente vítimas do «downsizing».
É o que dá servir interesses alheios. Como alguem dizia, quem troca liberdade por segurança não merece ambas. Quem troca a solidariedade e defesa do Norte pelo salário, não merece nem um nem outro.
Ainda por cima, parece que é o JN o único jornal da Controlinveste que dá lucro:
http://renovaroporto.blogspot.com/2009/02/quem-tudo-quer.html
JMP apresenta queixa contra o governo em Bruxelas. Qual a posição de Eliza Ferreira ?
A União Europeia poderá suspender a transferência de verbas do Programa Operacional Norte (PON), na sequência da queixa apresentada pela Junta Metropolitana do Porto (JMP) em Bruxelas. A JMP insurge-se contra a introdução no regulamento do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) do mecanismo de "efeito difusor" (spill overs effects) que permite à região de Lisboa financiar projectos, desviando fundos estruturais das regiões de convergência. (...)O "efeito de difusão" está limitado ao Sistema Científico e
Tecnológico e da Administração Pública e tem um carácter excepcional. O
Governo invocou junto da Comissão Europeia (CE) o "benefício da
capitalidade" e o efeito multiplicador noutras regiões do país de
investimentos, em especial na área de Investigação &
Desenvolvimento, realizados por agentes de Lisboa.Este mecanismo permite, por exemplo, candidatar ao QREN uma parceria
O seu presidente Carlos Laje tem uma "oposição de princípio" ao
entre um centro de investigação de Lisboa e uma empresa nortenha. Ou
financiar um investimento que tenha de ser promovido por um serviço
central, como o caso de plataformas informáticas do Fisco, para que
empresas de qualquer região possam realizar operações online. (...)
"mecanismo controverso e excepcional" do "efeito de difusão", invocado
pelo Governo. "No passado recente, não foi a grande concentração de
investimentos na capital que fez o país crescer como um todo ou
diminuir as assimetrias de desenvolvimento regional", adverte Laje

20090219
TGV, NAL, TTT e ...
Mas a reabilitação da frente ribeirinha de Lisboa tem já garantido um financiamento gordo de 400 milhões de euros. Só o Turismo de Portugal entra com 70 milhões.
A lavagem da cara da marginal da capital, que contempla enterrar o comboio da linha de Cascais no troço entre o Museu da Electricidade e o Centro Cultural de Belém, vai ser a grande obra comemorativa do centenário da República.
20090218
Lisboeta arrisca a vida, UP «trata» do para-quedas e afins
Isto é uma metáfora da história de Portugal, não é ? Lisboa arrisca, envolve-se em megalomanias (conquista de Ceuta, guerra colonial, entrada para o Euro, NAL, TGVs, etc) e o resto de Portugal paga.