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20110604

Missões do MPN/PDA no novo cenário politico

Apresento de seguida o inevitável «trabalho de casa» do MPN (ou outros que venham a surgir) no contexto politico, económico, financeiro e social dos próximos anos.

Em primeiro lugar uma declaração de interesses: Sócrates já esta derrotado e o PSD de PPCoelho já ganhou. Ainda bem. Agora o voto útil a Norte e o meu voto amanha e´ no MPN/PDA, apesar de todas as reticencias que coloco a certos militantes e simpatizantes.

Desenganem-se todos os que acreditam que com o PSD de PPC haverá alterações substanciais a Norte. De facto, não haverão.

O PSD tem 2 metades:

  • O PSD de Lisboa que é um instrumento das oligarquias, do PSI20, dos sectores «rent-seeeking», da economia dos bens e serviços não transaccionáveis e dos mercados e negócios protegidos pelo Estado;
  • O PSD distrital, oposto, que se baseia, no capitalismo industrial, regional, shumpeteriano (http://pt.wikipedia.org/wiki/Joseph_Schumpeter), na economia dos bens e serviços transaccionáveis, das PMEs, na concorrência , na exportação.

Não vale a pena falar do PS e CDS pois são partidos da economia mafiosa ligadas ao fornecimento do Estado e a população inactiva ou menos dinâmica. O PCP e BE pois são partidos tribunícios sem aspiração de governar.

Ora historicamente, o PSD inclina-se sempre para os interesses da oligarquia de Lisboa. Como já se pode vislumbrar do curriculum (http://verdadeirolapisazul.blogspot.com/) de PPC, apesar das imposições da Troika contra o sector BSNT, é muito provável que se mantenha o «status quo».

A economia lisboeta que tem uma bolha imobiliária (valor do m2 40% acima da media nacional), que se especializou em deficit comercial externo via delegações de multinacionais la instaladas e em BSNT, que concentra 40 % do endividamento privado não bancário, que tem um PIB per capita artificialmente acima da media da UE, que concentra a imensa maioria das sedes e serviços centrais da administração central, deveria ser aquela que mais iria sofrer com a crise. São eles que estão a viver acima das possibilidades e não o resto de Portugal

Porem como as oligarquias e o Estado de Lisboa vivem há séculos de parasitagem colonial e há décadas de parasitagem regional, sabem bem manobrar a politica e lançar os políticos certos para defender os seus interesses. E portanto encontraram em PPC uma via para manter o «status quo». O apoio a economia dos BSNT, lucrativa porque sem concorrência, parasitadora, alimentada pelos contribuintes, mudara´ de sabor e ate poderá fazer alguma cura de emagrecimento, mas os beneficiários serão os mesmos. Com PPC acabara o beneficio `a oligarquia pela via das obras publicas e fornecimentos intermédios ao Estado Central e começara´ o beneficio `a mesma oligarquia via privatização parcial ou total de serviços públicos da saúde, educação e segurança social, ainda que seja disfarçado de salvação de Estado Social.

Ora em tudo isto, o padrão vai manter-se. A oligarquia lisboeta dos BSNT continuara a explorar a economia do BST, com Vitor Bento denuncia no seu livro «No´ Cego da Economia».

Na pratica, a única constante politica nos últimos 100 anos, com um interregno de alguns anos depois do 25 de Abril, tem sido o domínio dos oligarcas lisboetas da economia BSNT sobre a politica nacional. Desde o condicionamento industrial em que o Norte ficou com o que Lisboa não queria, ate `a aposta na economia de serviços que deslocalizou do Porto para Lisboa sedes de instituições ca´ haviam ate `as recentes propostas para obras por todo o pais financiadas por PPP organizadas por lisboetas apoiantes de PPC.

Enquanto a economia BST, regional, industrial, shumptereana, sustentavel estiver representada politicamente pelo PSD distrital, na hora H, este será sempre preterido pelos interesses do PSD lisboeta. E quando o PSD distrital toma o poder dentro do PSD, a oligarquia lisboeta muda-se para o PS, como aconteceu com Guterres/Nogueira ou como aconteceu com Sócrates/Santana.

Como os resultados de amanha confirmarão, o PSD ganhara´ a Norte, excepto talvez na Lisboa do Norte (Braga) e o PS e CDU ganharão a sul excepto Algarve e Madeira. Ora esta previsão, vai confirmar minha tese.

Onde entra o MPN neste jogo?

O MPN tem sido um partido tribunício de critica ao centralismo e reclamação por investimento publico. Limita-se ao populismo anti-centralista, uma espécie de bloco de esquerda do Norte.

O MPN tem que perceber efectivamente a sociologia politica e económica se quer efectivamente defender o Norte (eu ainda tenho duvidas sobre isso). Tem que perceber como e que as oligarquias lisboetas criam o rotativismo politco-partidário que as beneficia.

O MPN tem que munir-se de intelectualidade para poder formular uma estratégia para desviar os votos, poder politico, simpatizantes e militantes do PSD distrital. Reclamar contra o TGV, aeropostos, ferrovias, falta de regionalizações entre outros, de nada serve dado que são apenas sintomas de um modelo em funcionamento. Se não forem essas as parasitagens serão de certeza outras. O que verdadeiramente se passa e que os votos do Norte são usados para defender os interesses da oligarquia e massas lisboetas. Este é o problema nº 1.

Perante este desafio, de efectiva compreensão dos mecanismos de representação politica da oligarquia lisboeta , apesar de ter subscrito quase todos os feeds do PDA/MPN, desde que Francisco Fialho abandonou o movimento, não tenho ouvido Anacoreta Correia, nem Cristina Barbot, nem iniciativas para ouvir intelectuais independentes a Norte como seja Rio Moreira ou Pedro Arroja ou lisboetas como Vítor Bento, nem propostas baseadas na inteligência online acumulada em blogues como a Baixa do Porto, Regiões, O António Maria, Geoscopio, Desmitos, etc. No MPN há demasiados lutadores das scuts, empreendedorismo social, produtores de vídeo, vendedores de seguros e por muito meritória que sejam as suas acções e reclamações, não conseguem ver o problema em toda a sua profundidade. E portanto nunca encontrarão uma solução ou proposta ganhadora por falta de correcto diagnostico do problema.

O «upgrade» do MPN também é uma urgência. é que de forma inesperada o assunto independência do Norte será um tema a estudar com profundidade nos próximos 5 anos. E terá que ser o MPN a pensar nele.

O cenário é este: O nível de endividamento externo de Portugal é muito grande e os próximos anos serão duros a tentar equilibrar as contas (embora haja soluções que ainda não foram exploradas como seja incentivar a redução da economia informal via redução de impostos). Ora nos percalços que irão existir neste caminho, num mundo e Europa indisponível para compreensões, haverá sempre a tentação da celebre renegociação da divida, sobretudo por quem não esta habituado a sacrifícios, nem a emigrar, nem a fazer pela vida: precisamente a economia e cidadaos lisboetas, beneficiários do status quo actual. Ora os maiores credores do Estado Português são precisamente… os bancos e fundos espanhóis. Ora com o PSEO pró-autonomia em queda e o PP tradicionalmente castelhanista em ascensão é muito provável que em Madrid se aceite uma renegociação da divida a troco de uma federação Ibérica ou afim. Os Migueis de Vasconcelos do sitio do costume irão aceder, porque é esta a lógica secular deles: Mais um esquema para viver acima das possibilidades durante uns anos. Ora neste cenário, altamente provável a 5 anos, mas para o qual ainda não tenho ideias formadas, o MPN e o Norte terá que ter uma proposta concreta.

Pelas razoes que apresentei, independentemente do resultado que obtenha amanha, o MPN tem novas e exigentes missões pela frente.

20100505

Os miseráveis músicos do Titanic

Agora que o «patrão» de Sócrates (Ricardo Salgado) reconhece a inviabilidade financeira das grandes obras públicas na actual conjuntura, será que apenas o lobby que fornece betão ao Estado (engºs civis, cimenteiras, construtores civis, arquitectos, projectistas, advogados ligados obras públicas) defenderá a a figura triste de de um primeiro-ministro agoniante ?

20100210

Obviamente Rangel

Obviamente que votarei Rangel outra vez em próximas eleições.

20090930

Só peço que o Norte peça a Independência e saída deste lodaçal que no sul criararm

No meio do debate sobre o lodaçal lisboeta onde políticos corruptos, Cavaco, Portas, Sócrates, afundam o território chamado de Portugal, há alguém que exclama: Só peço que o Norte peça a Independência e saida deste lodaçal que no sul criaram.

PS: Felizmente estes políticos nunca tiveram o meu voto.

20090926

A não vitória do PSD é sobretudo a derrota do Norte

  • Significa que o PS e suas políticas Centralistas e Drenadoras que beneficiam os portugueses residentes na zona de Lisboa, vão continuar.
  • Significa, como os resultados irão provar,que os eleitores do PSD fora de Lisboa já não conseguem vencer os elitores do PS, sobretudo localizados em Lisboa.
  • Significa que o PSD que tem a sua base de apoio fora de Lisboa e fora do Alentejo, substitui um lider, aventureiro, deslumbrado e pouco rigoroso, por um lider lisboeta que mal conhece o Norte e que não tem força para nos defender.
Declaração de interesses: Apesar de não votar no PSD desejo que este partido ganhe as eleições.

20090924

A capital do «Crony Capitalism»

During the last 20 years, “Greenspan and Bernanke introduced crony capitalism to the West, which is leading to a lost decade(s),” Jim Rogers writes.

Wikipedia: Crony capitalism is a pejorative term describing an allegedly capitalist economy in which success in business depends on close relationships between businesspeople and government officials. It may be exhibited by favoritism in the distribution of legal permits, government grants, special tax breaks, and so forth.

O neo-liberalismo interesseiro transformou-se em «Crony Capitalism». A capital portuguesa do «Crony Capitalism» é Lisboa e o partido que mais o pratica é o PS, obviamente.

O Capitalismo tem que deixar de ser «Crony». Este deveria ser o cobjectivo de todos os partidos, incluindo o BE e PCP.

O Norte também o tem, embora de reduzida dimensão face a Lisboa: Mota-Engil, Soares da Costa, JP Sá Couto, etc.

20090923

Viva a Monarquia !

José Maria Martins:
(...)
Infelizmente , Cavaco Silva foi grande quando falou contra o PSD - quantos cobardes existem em Portugal que atacam o Dr. Durão Barroso! - e destruiu Santana Lopes.
Mas Cavaco Silva vai gastando milhões de euros anuais para nada fazer e para deixar Sócrates deslizar Portugal para a fossa!
Mas gasta milhões de euros em quê? Para quê? Qual a utilidade do PR?
Cavaco Silva ajudou o PS na campanha eleitoral quando depois de dizer que só após as eleições falaria do caso das escutas à si feitas, alegadamente, afinal demitiu o Fernando Lima e com isso deu o vento ao PS que era necessário para levar o PS a ganhar as eleições.
Quantos PSDs se sentiram traídos, enganados por Cavaco Silva?
O PR que tenha bem presente uma coisa: O seu acessor nunca agiria sem ter o agreement de Cavaco Silva, logo esta embrulhada toda teve Cavaco Silva como principal protagonista.
Com esta actuação Cavaco Silva prejudicou o PSD, enganou os portugueses que nele votaram.
Apesar de andarem para aí uns palermas, acéfalos, nos blogues a defender Cavaco Silva, não passam de verbos de encher , que escrevem nos seus blogues o que lhes mandam escrever os seu "amigos", quando se soubessem um mínimo da vida prática saberiam que a demissão de Fernando Lima foi o beijo de Judas que Cavaco Silva deu no PSD!
(...)

31 da Armada : O extraordinário caso das «escutas» em Belém fez mais pela demonstração das virtudes de uma monarquia constitucional do que mil bandeiras hasteadas.

20090922

Máfias e golpes palacianos lisboetas com dia em grande. Eles afundam Portugal.

Apoio descarado do Louçã a Sócrates levam alguns dos seus apoiantes pensar 2 vezes...
Cavaco pode ter prejudicado irremediavelmente a derrota de Sócrates. Até JPPereira o critica...
Os políticos lisboetas arrastam Portugal para a miséria...

Leituras 20090922

20090921

Aviso de um dos mais atentos aos mais distraídos: «Um voto no Bloco é um voto em José Sócrates»

Quem o afirma é ABCaldeira, aqui. Quem quer votar à esquerda é preferível votar nos séniores (CDU) e não nos adolescentes (BE).

20090917

Grave: Blogue afecto ao PS/Governo usa terminologia nazi para apoiar Sócrates

Aqui.

O Norte e as proximas eleições

Como tenho referido várias vezes a conjuntura actual está e vai continuar a beneficiar o Norte. Pelo simples facto de que o modelo de crescimento económico da região de Lisboa, baseado nos sectores de Bens e Serviços Não Transaccionáveis, no endividamento, no patrocínio estatal e na Drenagem de recursos humanos e mercados do resto de Portugal não são mais viáveis:
  • Ainda ontem Medina Carreira defendia a aposta na Exportação para Portugal sair da crise. Direcção correcta mas muito mal detalhada, diga-se, dado que quem precisa de exportar é Lisboa...
  • A economia da região de Lisboa é responsável por quase 2/3 das dívida privada de empresas e particulares existente em Portugal, li há tempos num relatório do Banco de Portugal. Insustentável, portanto.
  • A Blogosfera transformou a política e o número de eleitores não manipuláveis pela propaganda dos meios tradicionais aumentou nos últimos 5 anos. Levará inivitavelmente à derrota humilhante do PS e ao aparecimento de novos partidos na Assembleia da Républica (Manuel Monteiro, PCTPMRPP, PNR e eventualmente MEP ou MMS);
  • Com a derrota do PS cairá também por terra uma série de projectos que apenas beneficiavam a região de Lisboa. Esta derrota será menos expressiva apenas em Lisboa, aliás, revelador do profundo desconhecimento do que são as expectativas dos portugueses não lisboetas ou alisboatados por parte do actual governo.
Portanto, qualquer que seja o cenário, mesmo de Bloco Central, o Norte sairá reforçado porque a conjuntura económica beneficia quem vive de uma economia capitalista (e não uma economia alavancada/endividada) e porque a Blogosfera veio permitir o florescimento da formação de opiniões/convicções/intenções de voto descentralizadas e independentes dos fabricantes de opinião lisboetas e alisboatados. Nada disto se altera, qualquer que seja o resultado eleitoral.
Mesmo assim, qual o voto que melhor defende os interesses do Norte ? Obviamente que nunca este PS. Porém o PSD de MFLeite não tem a credebilidade para as propostas menos más que apresenta. MFLeite por muito rigor e razoabilidade que agora apresente não a garante daqui a 6 meses. Não faltará um médico lisboeta que a troco de umas massas entregue um relatório médico a MFLeite onde recomende o abandono da actividade profissional, ficando o PSD depois com carta branca para prosseguir as polítcas de defesa dos parasitas que orbitam o Terreiro do Paço... Pela idade e pelo passado, MFLeite não tem força para impor o que defende. Portanto é um risco para o Norte, apesar de ser preferível ao PS. Restam os outros partidos tradicionais, PCP, CDS, BE. O CDS no Porto merece alguma consideração, apesar de eu achar que Paulo Portas é outro lisboeta disposto a traficar influências e a vender-se a quem der mais... A CDU também merece consideração. Ainda há dias Honório Novo defendia linha do Douro até Salamanca (quem o não defende hoje em dia ? é uma especie de Regionalização de aviário... agora todos a defendem...). O BE já não. João Semedo a defender o TGV Lisboa-Madrid revela o nível de imaturidade política do BE. A minha recomendação é votar Manuel Monteiro em Braga, votar CDS, CDU ou MMS. Pessoalmente em princípio votarei MMS, que já defende a Regionalização. Gostei mesmo de um tempo de antena que ontem ouvi na Antena 1. Não é um voto útil, mas é um contributo para a queda do status quo do regime da 3ª república.

PS1: Tenciono brevemente suspender a minha actividade de blogger.
PS2: Há um «blogger» José Silva no blogue do MMS-Porto, que obviamente não sou eu.
PS3: Alem dos partidos citados é tambem de considerar o PPV, partido inequivocamente regionalista dado que defende opiniões maioritariamente existentes a Norte de Portugal e o único com sede fora de Lisboa.

20090904

Habitual cinismo de Rui Rio

Público - Opções
Não tenho, assim, nenhuma discordância com a realização das corridas da Boavista, nem qualquer problema em reconhecer a importância que as mesmas podem ter para a notoriedade do Porto e para a atractividade da cidade nos fins-de-semana em que se realizam. Discordo, no entanto, em absoluto, que o município do Porto seja o organizador das mesmas, defendendo que essa organização deveria pertencer a entidades privadas, limitando-se o apoio da câmara à componente logística.
As recentes notícias sobre o pagamento de subsídios a proprietários de automóveis antigos de fórmula 1 para "desfilarem" no Porto são demonstrativas do estado a que as coisas chegaram com a actual maioria camarária e tornam claro que a autarquia deve deixar de ser a organizadora destas corridas.
O vereador da Cultura foi lesto em justificar e defender este subsídio (que, disse-o, atingiu os 77,5 mil euros). E reafirmou que isso permitiu "tornar as corridas mais atractivas" e "ter três F1 que foram campeões do Mundo".


20090829

Portugal não é um Estado. Portugal é apenas um região do Lis ao Sado. Votar PS ou PSD é prejudical ao resto de Portugal.

Jornal de Negócios Online
O debate sobre o pós-27 de Setembro ganhou ontem nova dimensão com o "sim" de Deus Pinheiro a um governo PS-PSD. Qual a relevância da sua opinião? Deus Pinheiro não é um político qualquer: fez parte do primeiro bloco central, foi ministro de Cavaco Silva, comissário europeu nomeado pelo PSD e é, agora, o cabeça de lista escolhido por Ferreira Leite para o círculo de Braga.

Comentário: As políticas do PS, correspondem ao que um eleitor médio da região de Lisboa conhece: Administração pública, grandes empresas de serviços não transaccionáveis, iniciativa estatal. Porem o Governo não tem âmbito regional, mas sim nacional.
O PSD, apesar de ganhar fora de Lisboa, é liderado actualmente por uma facção lisboeta. O não à Regionalização ou as cumplicidades com o Bloco Central e Centralista acima relatadas reflectem a atitude desta facção.
Assim: O PS governa para lisboetas; O PSD é liderado por lisboetas;
Quem votar neste PS ou neste neste PSD e não vive na região de Lisboa está a prejudicar Portugal.


20090818

Estamos safos

Jornal de Negócios Online

Ao contrário do que Camilo Loourenço diz, um governo minoritário não vai ter força para ser centralista nem para sacar mais impostos, nem para propor mais megalomanias. A dinamica do modelo de desenvolvimento económico de Portugal, de enconsto ao Estado, fica colocada em causa. Os territórios (Lisboa) e sectores (Bens e Seviços Não Transaccionáveis) que absorvem impostos, taxas (radiodifusão) e margens monopolísticas (Brisas, PT, EDPs, etc) ficam com a vida dificultada. Com a crise e com a ingovernabilidade da Administração Central será cada região por si. A Drenagem de impostos, recursos humanos, oportunidades de negócio, verbas do QREN/PIDDAC vai reduzir-se. O Norte salvar-se-á.


20090817

A extinção dos Governos Civis é a abertura de uma Caixa de Pandora

Jornal de Negócios Online
Os governadores civis têm o odor que o fim dos impérios costumam deixar. Ficaram, frutos da herança napoleónica, porque se tornaram os olhos, os ouvidos e a voz do Estado em locais distantes. Ganharam a obesidade de quem não tem funções importantes. As suas tarefas, hoje, poderiam ser desempenhadas por meia dúzia de funcionários do Estado sem a pompa e a circunstância que manifestam orgulhosamente. Ninguém sabe por que é que os governadores civis continuam a existir. Supunha-se, maldosamente, que serviam apenas para acomodar 18 bons rapazes e raparigas que tinham prestado brilhantes serviços ao partido a que pertencem. Mas, claro, estávamos enganados. O cargo, pelos vistos, é um fardo. E por isso, a pouco mais de um mês das eleições legislativas e autárquicas, os prestimosos governadores que foram criteriosamente escolhidos por Sócrates em 2005 fizeram como os passarinhos: abriram as asas e voaram. Restam seis, porque porventura estão distraídos ou ninguém pede a sua importante presença. Uma dúzia dos nomeados em 2005 transitou para as listas para o Parlamento, para as câmaras municipais ou para o mais recatado lugar nas empresas públicas. Nada de mal ao mundo acontecerá. Ter ou não ter um governador civil é uma irrelevância para os distritos e para aqueles que lá vivem. Os fogos e as calamidades existirão, ou não, mesmo que não existam e continuarão a ser combatidos mesmo que eles estejam em parte incerta. Resta a questão: quando é que se extermina o lugar de governador civil?
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Comentário: A extinsão dos Distritos e dos Governos Civis, iria provocar sérios problemas ao status quo centralista e lisboeta: Questões como a Regionalização, Circulos Uninominais, adaptação das distritais partidárias a novas fronteiras, substitução das divisões territoriais pela norma NUTS3 emergeriam imediatamente. Por isso os Governos Civis não são extintos.


20090815

MFLeite cederá ao betão, naturalmente. E aos respectivos financiadores, consultoria jurídica e gabinetes de engenharia.

Jornal de Negócios Online
A mania do betão é outra imagem que se confirma com esta história. Depois de termos visto António Guterres ceder ao betão, após críticas aos governos de Cavaco Silva, voltamos ao mesmo sem que ninguém já se preocupe em elevar a batalha contra o betão em bandeira política.

Converge para a promoção do betão a grande pressão das construtoras - secularmente fortes em Portugal - com uma sociedade ainda muito provinciana e deslumbrada com auto-estradas, terminais de cruzeiro, rotundas e centros culturais e comerciais "que se vejam". "O maior" é sempre mais ouvido que "o melhor". Enquanto assim for, todos os partidos que cheguem ao poder vão ceder ao betão. Assim garantem o melhor dos mundos: dinheiro e votos. Ainda que à custa dos filhos e netos. Mas isso logo se vê.

O betão com que enchemos o País é um indicador do nosso subdesenvolvimento, a imagem da nossa saloiice. Só quando castigarmos os partidos que nos enchem de betão poderemos dizer que somos desenvolvidos.


20090812

Quem votou em Cavaco e vai votar em MFLeite vai ter Portugal governado por idosos

Fazer opinião « BLASFÉMIAS
se Manuela Ferreira Leite ganhasse as legislativas teríamos um presidente e uma primeira-ministra septuagenários, pessoas que já não estão propriamente na idade com maior vitalidade. A própria Manuela Ferreira Leite percebe-o, ao longo de meses tem vindo a mudar de indumentária par dar um ar de aparentar menos idade do que a que tem, os outdoors de campanha apresentam mesmo alguns retoques de Photoshop para suavizar rugas e disfarçar sinais.

Quer Cavaco Silva, quer Manuela Ferreira Leite mostram sinais evidentes de dependerem cada vez mais dos assessores, a líder do PSD chega a tomar posições que são antecipadas por artigos de Pacheco Pereira e Cavaco Silva evidencia sinais de perda de qualidades intelectuais, as suas intervenções não preparadas chegam a ser anedóticas.

Não será difícil de imaginar o que seriam os diálogos nas reuniões de quinta-feira entre o primeiro-ministro e o presidente, a primeira a queixar-se dos ossos e o segundo a dar conta dos truques para disfarçar dos tremeliques na mão direita. Seriam reuniões assistidas com os assessores a carregar os papéis e a decidirem o essencial, enquanto os governantes entreteriam a tarde a beber um chá e comer umas bolachinhas.
Comentário: Quem vai ganhar serão os «jovens» das franjas, Portas, Louçã. Sócrates satura. Continuo a apostar na eleição de deputados pelo PNR, PND, MEP, MMS, PCTP-MRPP. O poder será pulverizado e ainda bem. Eu próprio equaciono votar num destes.

20090811

As (pseudo) elites do Porto no seu melhor

EDIÇÃO IMPRESSA
O projecto de expansão do Europarque, apresentado pela Associação Empresarial de Portugal (AEP), vai mesmo concretizar-se. O investimento previsto de 460 milhões de euros, a transformação do Visionarium num centro de realidade virtual e a criação de 4900 empregos não estão em xeque, ao contrário do que declarações recentes do presidente da AEP poderiam fazer supor.
José António Barros admitiu que o Europarque "é um disparate" e um "flop" durante um debate sobre o projecto de remodelação do Pavilhão Rosa Mota, no Porto, na passada quinta-feira.
O responsável máximo da AEP vai, aliás, explicar as suas afirmações nos próximos dias. O PÚBLICO apurou que o dirigente se referia apenas a uma componente do Europarque, o centro de congressos, para enfatizar a necessidade de criar um novo no Pavilhão Rosa Mota, no Porto.
O Europarque abriu há 14 anos, precisamente como um centro destinado a acolher congressos de grande dimensão. No site dedicado ao equipamento, pode ler-se que "o Europarque é um projecto de desenvolvimento económico e cultural de características únicas em Portugal, fruto da vasta experiência e reconhecimento da AEP, que tem vindo a colocar todo o seu saber-fazer ao serviço dos agentes económicos".
Todavia as declarações de José António Barros provocaram alguma apreensão em Santa Maria da Feira e levaram o presidente da câmara local a pedir uma reunião, no sentido de esclarecer o que foi dito pelo líder da AEP. O encontro terá lugar esta semana, estando a ser ultimados o dia e o local. "Vou ter uma conversa com o engenheiro José António Barros, para perguntar-lhe porque andou a anunciar o projecto de expansão do Europarque há poucos meses", disse Alfredo Henriques, presidente da autarquia, ao PÚBLICO (ver edição de domingo).

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O cavaquista e anti-regionalista Ludgero Marques a troco de umas verbas da administração central e da UE, cria uma nova centralidade na sua Vila da Feira natal e hipoteca a viabilidade econónmica da AEP. O novo presidente da AEP diz a verdade, o Europarque foi um disparate, mas agora tem que retratar-se perante o gestor imobiliário local, o respectivo presidente da autarquia.

Tudo o que caracteriza as pseudo elites portuenses estão presentes neste episódio:
- Mito das grandes obras, das novas centralidades, do «único na Europa»;
- Obras na terrinha onde se nasceu (como por exemplo o Metro do Porto em Vila do Conde decidido pelo vilacondense Fernando Gomes);
- Suburbanização a 360º (incluíndo agora a poente, com o desnecessário edifício do terminal de cruzeiros em Leixões);
- Vender a autonomina política e administrativa ao governo de Lisboa a troco de dinheiro para projectos;
- Endividamento;
- Diversificar para áreas de actividade onde não há competência;
- Duplicação de infra-estruturas em vez da racionalização das existentes;
No fim, faléncia, ridículo e oportunidades perdidas.



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