20090817

A extinção dos Governos Civis é a abertura de uma Caixa de Pandora

Jornal de Negócios Online
Os governadores civis têm o odor que o fim dos impérios costumam deixar. Ficaram, frutos da herança napoleónica, porque se tornaram os olhos, os ouvidos e a voz do Estado em locais distantes. Ganharam a obesidade de quem não tem funções importantes. As suas tarefas, hoje, poderiam ser desempenhadas por meia dúzia de funcionários do Estado sem a pompa e a circunstância que manifestam orgulhosamente. Ninguém sabe por que é que os governadores civis continuam a existir. Supunha-se, maldosamente, que serviam apenas para acomodar 18 bons rapazes e raparigas que tinham prestado brilhantes serviços ao partido a que pertencem. Mas, claro, estávamos enganados. O cargo, pelos vistos, é um fardo. E por isso, a pouco mais de um mês das eleições legislativas e autárquicas, os prestimosos governadores que foram criteriosamente escolhidos por Sócrates em 2005 fizeram como os passarinhos: abriram as asas e voaram. Restam seis, porque porventura estão distraídos ou ninguém pede a sua importante presença. Uma dúzia dos nomeados em 2005 transitou para as listas para o Parlamento, para as câmaras municipais ou para o mais recatado lugar nas empresas públicas. Nada de mal ao mundo acontecerá. Ter ou não ter um governador civil é uma irrelevância para os distritos e para aqueles que lá vivem. Os fogos e as calamidades existirão, ou não, mesmo que não existam e continuarão a ser combatidos mesmo que eles estejam em parte incerta. Resta a questão: quando é que se extermina o lugar de governador civil?
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Comentário: A extinsão dos Distritos e dos Governos Civis, iria provocar sérios problemas ao status quo centralista e lisboeta: Questões como a Regionalização, Circulos Uninominais, adaptação das distritais partidárias a novas fronteiras, substitução das divisões territoriais pela norma NUTS3 emergeriam imediatamente. Por isso os Governos Civis não são extintos.


6 comentários:

El Salvador disse...

As provincias espanholas já acabaram? penso que não. Deixe lá estar os Distritos e se está muito preocupado com os 18 lugares lembro-lhe que na extinção das sub-regiões de saúde também acabaram 18 para se criarem 80 e não eleitas.

El Salvador disse...

As NUTIII é que são aberrações dos espelialistas em Excel e Powerpoint das CCDRs e companhia. Mas quando num cartaz duma candidatura independente às autárquicas (eu disse autárquicas) em Coimbra o Lema é:
Regionalização Sim!
Coimbra Capital

Isto numa cidade incapaz de "gerar" e manter uma grande empresa ao contrário do que outras da zona fizeram (Visabeira; GrupoLena) nós começamos desde logo a entender melhor qual é o jogo e as regras do mesmo.

Jose Silva disse...

El salvador dos distritos...

El Salvador disse...

Você é que entra em graves contradições. Por um lado defende a emergência das NUTIII mas por outro num Blog de Braga diz que na hora de escolher eles vão ver para que lado cai Famalicão.
Ou seja toda a importância às nuts excepto para quem se queira juntar ao Porto. Aí emagrece a nut do Ave e outras engordam. Onde está então a força sociológica de tais aberrações. Como justifica também que grande parte dos Concelhos afectados por essa treta das nuts pertençam simultaneamente às bacias do Ave e Cávado (Braga, Póvoa,etc.).
Eu defendo os Distritos porque os Portugueses ainda não disseram que queriam que se acabasse com eles. Segundo a CCDR até deviamos avançar para as províncias porque as cidades definidas como de equilíbrio regional são Braga e Vila Real. Só que são de equilíbrio regional mas pouco...

A Holanda país desenvolvido da europa é três vezes mais pequena que portugal e tem 12 ou 13 regiões. Como vê não sofrem da doença megalómana das grandes conurbações urbanas de não sei onde. Uma Capital com menos gente que o Grande Porto e tá a andar!

Conheço demasiado bem a incompetência e apego a tachos dos gajos de Coimbra para acreditar em regiões.

Jose Silva disse...

Caro Salvador,

Está a confundir-me com o António Alves. Foi ele que afirmou que Famalicão pretenderia pertencer à AMPorto. Não tenho opinião sobre o assunto.

A minha opinião foi expressa no artigo. A manutenção dos distritos é uma forma de manter o status quo territorial. Não faz sentido existirem por falta de funções na actualidade nem o fará em cenário de Regionalização, qualquer que seja o formato.

A minha Regionalização ideal seria por fusão de autarquias em NUT3. Portanto aí umas 30 a nível nacional.

José Meireles Graça disse...

Extinsão?!

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