20070813
Em Guimarães/Braga não havia interruptores?
Foi necessário ligar para Campanhã para desligar a automotora que estava parada em Guimarães, após uma descarga eléctrica ter atingido um passageiro e dois bombeiros. Pouco percebo de comboios, mas confesso que fiquei surpreendido com esta centralização a Norte.
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11 comentários:
Pedro, pelo que sei, todo o sistema electrico da linha de Braga e Guimarães, que faz mover os comboios é abastecido por uma central em travagem..Para desligar todo o sistema que faz andar os comboios não deve bastar um simples interruptor ou uma pessoa..O mesmo se passa com a voz que anuncia os comboios, esta já nao é produzida em cada estação, mas apenas numa para toda a extensão da linha de Guimarães e Braga...
Não conheço a realidade da Refer mas, tipicamente, as subestações eléctricas tendem a não ter operadores, sendo comandadas a partir de um despacho. Não estranharia se nem sequer houvesse, em Guimarães, pessoal habilitado para fazer as necessárias manobras.
Como é de geral conhecimento, as linhas de Braga e Guimarães são geridas, erradamente, a partir do Porto, com o menor custo possível para a sua operacionalidade. Em estações como a de Braga (3ª maior cidade do nosso país) existe apenas pessoas para vender bilhetes e segurança, não tendo qualquer tipo de gestão autónoma da infraestrutural ou outra coisa qualquer. Esta é mais uma prova do nó sufocante que o “Portocentrismo” provoca no resto da região Norte.
A infraestrutura que fornece a corrente eléctrica aos comboios é desde o início (os anos 50) operada em regime de telecomando, aliás como em todo o lado. São instalações de elevada tensão operadas à distância - até por razões de segurança - a partir dos vários nós da rede (Porto, Pampilhosa, Entroncamento e Lisboa). Seria totalmente ilógico operar esta instalação a partir de um dos seus extremos. Ver nisto qualquer espécie de centralismo é absolutamente ridículo; ver "portocentrismo" então raia já a obsessão: nem sequer é o Porto que decide onde a REFER instala os seus centros operacionais. Recomendo-vos que lá em casa coloquem um interruptor em cada parede. Dessa forma não centralizam tudo numa das 4 paredes que tem cada divisão da vossa casa.
O centralismo é uma questão política não é uma questão tecnológica. Há que ter uma certa noção das coisas e não deixar que o voluntarismo nos faça parecer infantis.
Como referi, o centralismo está reflectido na grande dependência que estas linhas tem em relação á CP Porto na sua gestão e não neste caso em particular. As consequências deste centralismo pode-se ver nessa estações (maior parte novas) que não tem autonomia para gestão do espaço nem de qualquer serviço, em alguns casos algumas estações construídas de raiz estão fechadas, não desempenhando a função para a qual foram criadas servindo mal as populações locais. Isto não esta relacionado com tecnologia mas sim uma “aniquilação” ou "minimização" de serviços prestados fora do Porto.
caro amigo,
a CP Porto não faz qualquer gestão de estações. Isso é campo da REFER que é a proprietária legal das mesmas. A CP Porto apenas aluga as linhas para os seus comboios circularem; aluga também alguns espaços para vender bilhetes. Se a REFER tem estações abandonadas essa é uma culpa que não pode ser atirada à CP Porto.
Tem razão quanto à quase redução do serviço ferroviário nessas linhas aos comboios urbanos da CP Porto. Mas essa é uma culpa que terá que ir procurar mais longe, lá para a Calçada do Duque em Lisboa onde se reúne o Conselho de Administração da CP. Foi aí que foi decidida a morte lenta dos serviços regionais em muitas regiões do país.
A Linha de Guimarães tem 26 circulações diárias; 13 em cada sentido. A Linha de Braga tem 55 circulações diárias: 27 partindo de Braga, 28 com destino a Braga. Se isto configura uma “aniquilação” ou "minimização" de serviços prestados eu já não sei o que dizer. Se calhar, seguindo o modo de raciocínio de alguns, configura uma inadmissível centralização bragocêntrica. :-)
Antes de emitirmos qualquer opinião devemos obter primeiro informação suficiente para a nossa opinião ser objectiva, fundamentada e pertinente. Senão tudo não passa de um "achismo". Todos achamos que, mas...
um abraço
A linha de Guimarães não tem capacidade para muitos mais comboios, uma vz que não é dupla...
Caro antónio,
Comecei por dizer que não percebia nada de comboios e daí ter ficado muito admirado com a situação.
De qualquer modo, em Braga a percepção é a de que os serviços prestados pela CP não são os melhores para a cidade e região.
Caro Pedro,
Tem toda a razão: os serviços prestados pela CP não são os que melhor servem a cidade e a região. Braga, apesar do grande número de circulações, tem na verdade uma oferta limitada a nível de diversidade. Só há duas opções: ou apanha um urbano a parar em praticamente todas as estações e apeadeiros ou apanha um alfa pendular cujo preço, para por exemplo chegar ao Porto, é completamente irracional tendo em consideração a distância percorrida. Fica muito mais barato utilizar um automóvel e a autoestrada. Falta um serviço de índole regional que, além disso, sirva também horas mais avançadas do dia visto que os urbanos deixam de circular por volta das 10 da noite. Eu como morador no Porto estou impedido de utilizar o comboio para, por exemplo, me deslocar a Braga para assistir a um espectáculo no Teatro Circo. Não tenho comboio para regressar. É completamente inadmissível esta situação entre duas localidades que apenas distam 50 km, fazem parte da mesma conurbação, e que têm muitos fluxos entre si. Perdem ambas muitas potenciais sinergias.
Braga, apesar de tudo, está bastante melhor que as populações a norte de Nine e também que toda a Linha do Douro. As ligações Porto-Viana-Valença-Vigo são confrangedoras; as ligações do Porto a uma das regiões que mais contribui para a sua identidade - O Douro - são terceiro mundistas. Se o poder de decisão sobre estes assuntos estivesse no Porto tudo estaria muito melhor. Garanto-lhe.
"Esta é mais uma prova do nó sufocante que o “Portocentrismo” provoca no resto da região Norte."
Porque é o Porto acusado de algo sobre o qual não tem poder de decisão. Quem decidiu centralizar no Porto estava na sede, em Lisboa, e não delegou o poder de descentralizar ao Porto. Este caso não é um exemplo de portocentrismo.
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