""Recebi do Prof. Carlos Mota Cardoso (autor e coordenador científico do programa Porto Feliz) este email, que passo a transcrever na íntegra.
“Caro Pedro
O comportamento do IDT (Instituto da Droga) tem sido, nalguns aspectos, indigno. Também não compreendo o silêncio do próprio Ministério da Saúde. Dizem que o projecto é caro. Inqualificável tal argumento, pois pela 1ª vez em Portugal foi possível saber quanto custa reabilitar totalmente um “drogado” em fim de linha: 466 Euros/mês. Reabilitámos 334 dos 679 que assinaram connosco um contrato terapêutico. Alguns continuam naturalmente em tratamento. É muito? É seguramente muito menos, em termos relativos, do que o que gasta o IDT com o combate à toxicodependência. Infelizmente, as ruas e praças das vilas e cidades portuguesas mostram o insucesso das políticas usadas no campo da toxicodependência. O Estado Português atira o dinheiro de todos nós para a fogueira da “droga” com o rendimento que está bem à vista dos cidadãos. Bastava que os CATs tivessem apenas 50% do nosso rendimento para Portugal, nesta matéria, ser um país europeu de corpo inteiro. Lamentável tudo isto.
Já deves ter reparado que os arrumadores voltaram a aparecer nas ruas do Porto. Pois é, o IDT desde Novembro que não nos permite internar, para desintoxicar, um único toxicodependente. Há um ano o IDT rompeu unilateralmente o protocolo que tinha connosco e com o Conde de Ferreira, local onde eram feitas as desintoxicações. Assim, dentro de um ou dois meses, estará tudo na mesma. Ou seja, enxames de jovens perdidos na “droga” espalhados pela cidade.
Um abraço muito amigo do
Carlos Mota Cardoso”
Não vou comentar o desalento do Carlos Mota Cardoso, porque também partilho a sua dor. No entanto, lamento profundamente a indiferença e apatia com que os habitantes da nossa cidade reagiram a esta decisão do Governo. Será que com o nosso silêncio não estaremos a ser cúmplices daquilo que vai suceder no futuro próximo?""
--x--
Eu sei que por trás desta questão existe uma luta de baixa política entre o PS-Porto e Rui Rio, no entanto, a nós enquanto cidadãos, é um assunto que nos deve fazer pensar.
3 comentários:
ANtónio,
Efectivamente é um problema não do Porto mas da AMporto.
Na minha opinião qualquer sociedade tem destes problemas.
Temos 2 tipos de intervenção: A directa, impostos para recuperar falhados/desgraçados; Ou indirecta: desenvolvimento em todas as direcções (económico, educacional, mental, etc). Tenho pena que Rio tenha apenas optado pela 1ª e o tenha feito apenas a pedido dos elitores da Foz.
«eleitores»
o único falhanço deste "programa", foi não terem conseguido exportar para os concelhos vizinhos todos os arrumadores! Ou já se esqueceram das "tricas" com o comandante da Polícia Municipal?
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