20070719

O NORTE E A CONSTITUIÇÂO DA REPÚBLICA

Se o "Norteamos" não conseguir gerar uma dinâmica activa de mudança, se não fôr capaz de superar as diferenças ideológicas, clubísticas e político-partidárias dos seus colaboradores, então, dificilmente conseguirá os seus objectivos. Começo a recear que o preconceito ou a inflexibilidade intelectual de alguns contagie a disponibilidade de outros.

Se existe aspecto em que todos parecemos estar de acordo, é o da subalternidade e empobrecimento da Região Norte provocada por um excessivo e crescente centralismo que nos faz sentir num autêntico colete de forças. Assim sendo, não entendo porque alguns de nós insistem em condicionar as suas ideias ao politicamente correcto e destacar as proibições constantes da Constituição da República. Eu também estaria de acordo se isso fosse apenas uma questão de respeito pela Constituição, mas não é. Trata-se antes, de questionar se quem nos tem andado a governar a respeita ou está à altura de a fazer respeitar. Na minha opinião não está.

A propósito, vejamos então o que diz a Constituição no Artº. 9º (Tarefas fundamentais do Estado):

Alínea c) Defender a democracia política, assegurar e incentivar a participação democrática dos cidadãos na resolução dos problemas nacionais;

Alínea d) Promover o bem estar e a qualidade de vida do povo e a igualdade real entre os portugueses, bem como a efectivação dos direitos económicos, sociais, culturais e ambientais, mediante a transformação e modernização das estruturas económicas e sociais;

Alínea g) Promover o desenvolvimento harmonioso de todo o território nacional, tendo em conta, o carácter ultraperiférico dos Açores e da Madeira;

Em que ficamos? Deixámo-nos tomar por parvos ou exigimos seriedade? Alguém é capaz de garantir que alguma destas alíneas constitucionais tem sido levada à letra?
Quem é afinal que está a trair a Pátria (que somos todos nós) ? Como portuense e nortenho, sinto-me traído e muito. E estou convencido não ser o único, ao que leio, vejo e oiço por esse Norte fora.


Por tudo isto, acho que talvez não seja demasiado cedo para cada participante do "Norteamos" se definir quanto aos seus objectivos e ao tipo de colaboração que está na disposição de prestar para além de opinar. Desculpem-me a franqueza, mas acho que seria útil que se soubesse. Pelo menos, para mim, é.

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