20070720

O Partido Regional

Há quem considere que os actuais partidos do sistema de poder ainda são reformáveis. Eu não acho. Julgo que estou bem acompanhado: pelo menos pela maioria dos portugueses que já nem se dá ao trabalho de ir votar.

Todos os partidos, incluindo, e principalmente, os dois maiores, que há 3o anos repartem o poder, têm no seu programa a Regionalização. Após 3 décadas de governos mútuos e sucessivos nem um passo foi dado nesse sentido. Antes pelo contrário, passos foram dados em sentido inverso, tendo um deles (PSD) inclusivamente feito, num dado momento histórico, acirrada campanha contra. O PS, apesar de na oposição fazer juras a pés juntos a favor, logo que sobe ao poder lança mão de todos os argumentos disponíveis para a ir adiando o mais possível. É o caso do actual governo, que além de ter uma prática de fazer inveja ao mais empedernido centralista, já atirou para a próxima legislatura - na qual não tem sequer a garantia que será poder - a tão decantada, e sempre tão assediada com (falsas) juras de amor, Regionalização. Sócrates acaba também recentemente de cortar quaisquer veleidades de reforma do sistema político. São partidos de matriz centralista. Está-lhes na massa do sangue. Sabem que sem o sistema que os sustenta pura e simplemente morrerão. Daí nada virá de positivo.

Por todas as razões expostas é que eu julgo necessário a emergência de um partido regional. Por tudo o que traz de diferente, de novidade, de viragem, de inédito, de verdadeira capacidade de agitar a água choca do pântano e de desafio ao imobilista sistema vigente. Um partido regional seria uma verdadeira "ruptura epistemológica", um acto verdadeiramente revolucionário capaz de derrubar o sistema centralista.

P.S. - antes que me ameacem com a cadeia: eu não estou aqui a apelar à luta armada; muito pelo contrário: apelo à mais pura e legítima luta política; a luta armada ficará para quando as pessoas começarem a ser presas por delito de opinião.

4 comentários:

PMS disse...

Qual o objectivo do partido regional? Qual o programa?

António Alves disse...

Um dos objectivos está bem espresso no texto: o fim do sistema centralista. Mais objectivos:

- devolver aos povos e regiões o legítimo direito de se governarem a si próprios e tomarem decisões sobre aquilo que lhes diz directamente respeito;

- aproximar as decisões dos seus destinatários segundo o princípio da subsidariedade (princípio constitucional);

- promover o desenvolvimento coeso e homogénio do território;

Programa:

- implementação imediata das regiões administrativas e (apenas na minha opinião, porque este assunto teria que ser decidido pelas pessoas) começar a dar passos largos no sentido da mais ampla autonomia regional a exemplo das autonomias açoriana e madeirense;

- reduzir o Estado Central àquilo que é exclusivamente nacional; o resto ficaria a cargo das regiões podendo elas livremente seguir vias diferenciadas.

Para já chega!

PMS disse...

Nesse caso, não se trata de um partido de uma região específica, mas de um pertido a favor das regiões. Parece-me bem. (o que não faz sentido é um partido especifico de uma só região no quadro político actual)

António Alves disse...

Faz todo. pelo que disse no texto (1º e 2º parágrafos) e porque é na região norte que ele tem objectivas hipóteses de vingar.

As outras virão por efeito de bola de neve.

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