20070716

É FALTA DE PODER, É MEUS SENHORES!

Não é para contrariar, mas eu concordo com o António Alves. O nosso problema é exactamente esse: não termos poder nem sabermos ainda muito bem como conquistá-lo. E já não vale a pena continuarmos a evocar toda essa gente conhecida, como Belmiro de Azevedo e outros (mas sobretudo este, pela relevância adquirida a nível empresarial e pelo arcaboiço financeiro que conseguiu), porque tendo recursos para o fazer(erem), a verdade é que não quis(eram) usá-los em defesa do desenvolvimento autonómico e político da região. É assim, é lastimável sim, mas ponto final parágrafo. Não devemos contar com quem não "sente" o país real para lá da sua realidade doméstica.

Mas, cuidado com as generalizações quando nos servimos desta realidade para depois a virarmos contra nós, como frequentemente acontece. Lemos e ouvimos dizer coisas destas : "a culpa é nossa", e eu, tenho-me sentido particularmente indignado com estas afirmações, porque mesmo fazendo um sério exame de consciência às minhas acções enquanto cidadão ainda não consegui descobrir a minha quota parte de responsabilidade pelo estado de degradação a que chegamos. Pelo menos, não me lembro de andar a prometer benesses públicas ou privadas a ninguém sem as cumprir, nem mesmo de ter votado na maioria dos (esses sim) políticos que nos vêm desgovernando.

Pessoalmente, revejo-me em quase tudo o que pensa António Alves. Sem desconsiderar outras opiniões, parece-me que (tal como eu) já está um pouco cansado das expectativas que ao longo dos anos a classe política gera para logo a seguir as fazer abortar. Já não vai em conversas e acho que todos nós devíamos começar a fazer o mesmo e procurar encontrar soluções e ideias para conquistarmos o poder que nos foge e a que temos direito. Parece-me não estar a dizer uma heresia, senão a propor a recuperação de uma parte importante da democracia que nos pertence e que nos é sonegada com o insidioso álibi das eleições.

O "Norteamos", pretende nortear mentalidades e consciências, para os prejuízos económicos, culturais e sociais que a região Norte do país vem sofrendo de forma agravada cada ano que passa por força de um centralismo desrespeitador dos fundamentais direitos de cidania, mas
o problema é mais grave do que parece, porque atenta inclusivé para a violação despudorada das próprias regras da Democracia.

A Liberdade de que a Constituição da República Portuguesa reza e garante a todos os portugueses pode ser desrespeitada de muitas maneiras. Uma delas, é a de nos esvaziar politicamente de uma representividade séria, através de uma política encapuzada de pressões e medos a todos os níveis de cujos resultados já estamos a padecer. E o pior desta situação poderá ser o gerar na mente de alguns cidadãos tal insegurança que os pode levar a recear
cometerem eventuais actos de conspiração contra o Estado, apenas por ansiarem limpar o país de parasitas sem qualquer noção do que ele é.















1 comentário:

Anónimo disse...

bom comentario.
é mesmo assim, temos de falar bem deste tema a ver se vamos para a frente, isto é, se passamos à acção..

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