Acho que é preciso relativizar, ou melhor, "colocar em contexto" a questão da penetração da língua espanhola no nosso sistema de ensino.
O nosso sistema de ensino dá indicações claras de que o "modus procidimentalis" de aprendizagem deve basear-se na lei do menor esforço. É da cultura escolar (no caso dos alunos) tentar encontrar as formas mais fáceis de preenchimento dos critérios de aprovação. Assim, entre o difícil teutónico ou o algo distante francês, a proximidade e a facilidade saltam á vista como factores decisivos de escolha do castelhano.
Espanha - Nas regiões da fronteira, o número de alunos que estudam o português não fica atrás do número de alunos nacionais que estudam a língua castelhana. Vêem o português como uma língua de fácil aprendizagem e útil para o negócio - dos turistas que aportam à raia ou da importância (número de falantes e o gigante Brasil) que a língua de Camões tem no mundo.
As competências linguísticas são um requisito cada vez mais necessário num mundo globlizado e de integração europeia.
Dos dois lados da fronteira, os sectores mais conservadores vêem este processo com um certo receio. É errado, pois a independência nacional não fica em nada beliscada. Pelo contrário, permite aos portugueses que estão desempregados e que olham a Espanha como um mercado de opção, estarem munidos de competências linguísticas que serão fundamentais para conseguirem o ganha-pão em território vizinho.
A língua é uma ferramenta. Para alguns, uma ferramenta de troca. Como muitas ferramentas, algumas línguas vão perdendo valor simplesmente por estarem desactualizadas ou porque os seus utilizadores substituíram-na por outra ferramenta (língua) mais moderna e prática.
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