Trás-os-Montes e Alto Douro (TMAD), situado no interior da Região Norte, ocupa uma superfície de 12 870 quilómetros, o que representa 60% da totalidade da área da região e 13,4% da superfície nacional.Nos censos de 2001, residiam em TMAD 466.657 pessoas, ou seja, cerca de 15% da população da região norte e 5% da população nacional, o que corresponde a uma densidade populacional de 40 habitantes por km2.Os principais indicadores económicos e sociais revelam uma população a empobrecer, com o poder de compra inferior ao da região norte e com médias aquisitivas de bens próximas dos 55% do todo nacional.
Do ponto de vista demográfico, a situação é muito preocupante. TMAD perdeu 30% da população nos últimos 40 anos, mais de 230 mil pessoas. Cresceram igualmente os desequilíbrios populacionais no interior da região, com uma mais acentuada desertificação de alguns concelhos, em contraponto à concentração em Vila Real, Chaves, Régua, Bragança e Mirandela. A diminuição da natalidade e a migração de jovens para o litoral, em números significativos, são outra grande inquietação.
As empresas, maioritariamente de muito pequena dimensão, apresentam grandes fragilidades; não existe um tecido industrial significativo.A agricultura familiar atravessa grandes dificuldades e os agricultores são predominantemente idosos; apesar dos incentivos à instalação de jovens agricultores, não tem havido rejuvescimento do tecido agrícola nos últimos anos, e os apoios não são acompanhados de verdadeiros programas de incentivos, capazes de dar continuidade à actividade.
Do ponto de vista demográfico, a situação é muito preocupante. TMAD perdeu 30% da população nos últimos 40 anos, mais de 230 mil pessoas. Cresceram igualmente os desequilíbrios populacionais no interior da região, com uma mais acentuada desertificação de alguns concelhos, em contraponto à concentração em Vila Real, Chaves, Régua, Bragança e Mirandela. A diminuição da natalidade e a migração de jovens para o litoral, em números significativos, são outra grande inquietação.
As empresas, maioritariamente de muito pequena dimensão, apresentam grandes fragilidades; não existe um tecido industrial significativo.A agricultura familiar atravessa grandes dificuldades e os agricultores são predominantemente idosos; apesar dos incentivos à instalação de jovens agricultores, não tem havido rejuvescimento do tecido agrícola nos últimos anos, e os apoios não são acompanhados de verdadeiros programas de incentivos, capazes de dar continuidade à actividade.
As opções políticas e as politícas sectoriais de sucessivos governos (agrícola, industrial, obras públicas, educação, saúde, etc.), cujas consequências mais visíveis são o reduzido investimento público e a inexistência de uma estratégia de desenvolvimento regional, são as causas determinantes da crescente desertificação, perda de qualidade de vida por parte das populações e subdesenvolvimento de toda a região.
Nos três quadros comunitários, os fundos provenientes da União Europeia foram concentrados no litoral, em prejuízo do interior, em particular da nossa região. TMAD é hoje uma região com fortes índices de subdesenvolvimento, que atravessa uma profunda depressão económica, social e cultural.
Nos três quadros comunitários, os fundos provenientes da União Europeia foram concentrados no litoral, em prejuízo do interior, em particular da nossa região. TMAD é hoje uma região com fortes índices de subdesenvolvimento, que atravessa uma profunda depressão económica, social e cultural.
Eu coloco uma questão: Não revela isto, enormes assimetrias entre o Litoral e o interior? Não faz esta região, parte do Norte de Portugal? Não tem esta região um enorme potencial?
9 comentários:
todas as regioes do norte tem potencial, mas com este país e estes governos não vao a lado nenhum.
Nem uma Alemanha se safava com este governo. Transformaria-se ou ainda seria pior que uma Alemanha do Leste na era Soviética.
Este país é uma desgraça para os nortenhos
Caro Anónimo
Até concordo consigo em alguns aspectos, mas se nada fizermos a Norte e noutras regiões, não saimos do sítio...Urge uma tomada de atitude, uma tomada de posição séria e rigosrosa...
Com a politica de transportes que tem sido levada a cabo em Trás-os-Montes, não podiamos esperar outra situação.
a_) A nível ferroviario, fecharam a linha do Corgo entre Vila Real e Chaves. Não tinha fluxo suficiente..ok!!Então porque é que anos mais tarde, constroem uma auto-estrada entre as duas cidades?
b_)ainda a nível ferroviario: Linha do Tua, uma das dez mais belas do mundo segundo uma revista americana (fonte não segura), ou seja, tem todo o potencial turistico. Já não falo em fortes investimentos no troço fechado Bragança-Mirandela (enquanto estava activa) para ligar em pouco tempo esta cidade ao Porto.
C_)Para acabar as ferrovias: Linha do Douro. O anonimo fala na Alemanha, mas as vezes acho que até a Etiopia rentabilizaria esta linha melhor do que nós. Os entusiastas dizem que nos anos 50 já cicularam composições nesta linha a velocidades superiores às actuais, o que não é possivel agora devido a falta de investimento. Já se falou aqui no blog acerca da sua abertura até Salamanca. Essa linha no passado não deu frutos, mas eu digo SIM à sua re-abertura para substituir o canal Aveiro-Salamanca. Já não falo em potenciais turisticos, porque isso já todos nós conehcemos.
d_)Ecopistas: A linha do Sabor, nunca deu lucro e foi fechada. Admito a hipotese. As autarquias querem então transformar aquele canal numa ciclovia. Segundo a CM de VN Foz Coa, a REFER pede uma mensalidade exageradissima por um contrato de 20/25 anos. Ou seja, a REFER, lucra todos os meses com algo onde nunca investiu, e daqui a 20 e poucos anos recupera tudo.
e_)No primeiro ponto falei da AE Vila Real - Chaves . É uma via que fazia falta á região, bem como a A7, mas faz ainda muita falta a A4 para ligar Amarante a Vila Real e a Bragança. A IP4 não serve para nada a não ser para matar pessoas. Recorde-se que o distrito de Bragnça ainda não tem um km de AE e o de Vila Real só em 2005 viu pela primeira vez uma via do genero.
Assim Trás os Montes não vai la!!!!
O curioso é que no referendo em 98, os transmontanos votaram NÃO à regionalização!
É curioso mas quase à mesma hora escrevia, no Avenida Central, um post sobre investimentos capazes de alterar o rumo das coisas nessa região.
Cara EA,
Tudo o que diz é verdade. Eu não tenho grandes respostas... Mas não esquecer que TMAD, apesar da área, tem a população do Porto ou Gaia.
Tem razão caro José Silva, mas repare que o número de transmontanos que estão no litoral a trabalhar e deixaram a região é elevado... E TMAD tem imenso potencial, simplesmente, não se investe muito por ali... Agora vão surgir alguns investimentos na região, mas continuo a colocar a questão: Que futuro para esta região?
É muito lindo falar sobre grandes investimentos e projectos futuros para a região. O problema é que não há ninguém, a nível privado, disposto a investir um cêntimo no que quer que seja. Investimento sim, mas só com dinheiro do Estado e de preferência sob a forma de subsídio a fundo perdido. A região, que mais podia beneficiar com isso, foi a primeira a votar contra a regionalização. Onde estão os políticos que induziram as pessoas a isso?
Ao salem e espectadora_atenta:
1) A via ferroviária só é viável quando houver gente e mercadorias que o justifiquem. O serviço de poucos passageiros terá de ser feito por via rodoviária (autocarro de passageiros). Mais, a via ferroviária deve cobrir distâncias consideráveis. Peggando no exemplo: para ir do Porto a Mirandela, se lhe indicassem um comboio que parasse em todos os apeadeiros e estações, como reagiria? A satisfação dos clientes tem de estar presente. Provavelmente, se não houvesse uma alternativa Porto/Mirandela em directo ou semi-directo (com duas ou três paragens), escolheria outra alternativa, não?
2) As vias rápidas são um pau de dois gumes: enquanto aproximam localidades distantes, afastam as próximas. Assim (pegando no mesmo exemplo), uma via rápida Porto -Mirandela (supondo destino final) é apreciada pela celeridade da viagem, no entanto, as populações intermédias ficam mais distantes dos centros de decisão e, por arrastamente, das oportunidades. A fixação populacional é mais difícil. Além disso, a tendência, neste país, é o do abandono do interior (Norte, centro e Sul).
Ctos,
João Moreira
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