Parece evidente que o Norte só se imporá quando for capaz de não estar à espera das esmolas estatais do Governo Central. É revoltante que se pague impostos e depois não se possa deles beneficiar de um modo justo, mas continuar com os queixumes em nada vai modificar a situação. Seria necessário também ter acesso institucional directo aos fundos europeus, daí a urgência da regionalização.
Mas, mais importante do que isso é ter um plano. É pensar o que se vai fazer para tornar esta região uma região, próspera. Já sabemos que o modelo de desenvolvimento lisboeta não se pode aplicar: não somos uma capital e não podemos basear o nosso crescimento no consumo que resulta de um poder de compra artificialmente mantido por uma classe de funcionários públicos que está sentada à mesa do Estado, bem como do poder aglutinador de investimento estrangeiro, sobretudo em escritórios e representações de multinacionais estrangeiras. Nós também não queremos ser isso. Se formos capazes de nos levantar pelo nosso valor, sem ajudas artificiais, teremos, a prazo, muito mais sucesso.
O que temos para "vender"? Eis alguns exemplos (há muitos mais…):
No sector primário, por exemplo o Vinho
No sector secundário os têxteis, o calçado, desde que se modernizem
No novo sector secundário, há imensas potencialidades na informática, na electrónica, nos equipamentos industriais
No sector terciário, as universidades, o porto, a saúde, algum turismo.
Temos gente de cultura, das artes, da literatura à arquitectura. Temos cientistas “do melhor” que há no mundo. Não falta massa crítica. Faltará iniciativa.
Precisamos também de uma nova geração de líderes. A imagem clássica de que os verdadeiros líderes do Norte são os indivíduos do futebol só interessa a quem nos cola essa imagem, ou seja aos outros, nossos concorrentes.
Falta também aqui um plano estratégico global e “marketing” para podermos “vender” isto. Temos que nos olharmos como uma região europeia, com um público-alvo de 500 milhões de pessoas. Esqueçamos este nosso quintal rectangular de 10 milhões.
Temos que saber ver mais além.
3 comentários:
Pois, mas esse tal plano tem que ser executado por privados. Os poderes públicos apenas deverão coordenadores, condutores, facilitadores, sem gastarem 1 euro. Quem tem que fazer o upgrade económico são os privados, caso contrário temos uma Lisboa 2...
concordo!
Peço desculpa...Não gosto do tema "vender"... O Norte não está à venda!!! Poderia ser "promover"? Acho que ficava melhor e pareceu-me que foi isso que quis dizer... Não leve a mal, mas às vezes estas questões de português são muito importantes! Quanto ao seu Post, substituindo o "vender" concordo com o que diz para Promover o norte!
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