Em conversa com um elemento da direcção do aeroporto hoje ficamos a saber que:
- Os aeroportos galegos não são uma ameaça e são alvo de um centralismo muito mais elevado do que o aeroporto do Porto, o que faz com que companhias aéreas como a Ryanair não vinguem em aeroportos espanhóis (excepto Girona).
- A Ryanair é um sucesso no aeroporto do Porto Francisco Sá Carneiro (Nova designação), prova disso é que nos próximos dois/três anos, a ryanair pode vir a ter 17 destinos diários a partir da cidade invicta.
- O novo aeroporto de Lisboa nunca será uma ameaça, desde que o aeroporto do Porto continue a trabalhar como tem trabalhado. Alem disso nenhum nortenho irá apanhar um avião lá em baixo, sabendo que existe o mesmo destino no Porto. No máximo, Lisboa será uma concorrente, tal como é a Portela e os aeroportos galegos.
- A grande ameaça para o aeroporto, é sim, o comboio de Alta Velocidade se não efectuar paragem no mesmo.
Alguma destas coisas nós já sabíamos..mas agora são confirmadas
19 comentários:
Salem,
A OTA pode ser ameaça. Basta aumentar as taxas no ASC. Provavelmente existiram nortenhos dispostos a apana o avião na OTA por ser mais barato do que o ASC.
mas ir a Lisboa apanhar o avião, para alem de se perder mais 3 horas, ainda temos os gastos da viagem. Alem disso, eles não podem aumentar as taxas so ca em cima sem nenhum criterio muito valido..
A ameaça da ota é a entrega da gestão do Sá Carneiro ao vencedor do concurso para a Ota, com o Sá Carneiro devia ficar quem mais valoriza o aeroporto, nem que seja o estado, porque ao contrario de lisboa o aeroporto do porto pode n ter maturação suficente para gestão privada, quer isto dizer, precisa de algum aconchego a nível de subsídios para funcionar e crescer.
Não, podemos ver só isto pela variante politica, temos de ver também pela variante geográfica. Ao consultarmos o Plano Director do Aeroporto, vemos que a área de influencia do aeroporto da Portela nem sequer toca no da do Porto. No entanto, admito que a area de infl da Ota ou Alcochete seja maior do que a Portela, mas o mm plano director dá importancia minima a isso, e remete também para a tal distancia entre zonas de influencia.
O nova aeroporto de Lisboa feito em Alcochete ou na Ota tem umr aio de influencia até Coimbra.. não mais que isso.
Salem,
Está a deixar-se levar pelo discurso oficial, que a OTA ou Alcochete não ameaçam o ASC. Lembre-se que o discurso oficial de Lisboa tem que ser sempre pacificador para não agitar águas.
Não se deixe enganar...
1- os directores da ASC* reproduzem a posição oficial da ANA. São funcionários superiores da companhia e pretendem manter o emprego.
2- O problema é mesmo a entrega da gestão do ASC à mesma entidade que vai construir a Ota. Isto é, quem vai investir milhões na Ota leva como brinde o ASC e Faro. Logo, não vai permitir qualquer concorrência à instalação onde derreteu o seu dinheiro. Transforma os outros em simples alimentadores da sua obra. Para isso basta-lhe mudar os directores e o ASC já não continua a "trabalhar como tem trabalhado".
3- uma gestão incompetente do ASC vai burocratizando, metendo bizantinices no sistema, desincentivando os clientes, criando mau ambiente laboral com os funcionários que desmotivados prestam um mau serviço aos passageiros e companhias aéreas, etc. Há muitas maneiras de matar pulgas.
4- e depois há sempre o argumento da concentração dos voos intercontinentais na Ota por razões "logísticas", "económicas", do facto da TAP ter sede em Lisboa, etc.
O ASC é um instrumento importante para a internacionalização da economia da região e para a sua ligação à rede de fluxos internacionais que caracterizam as economias modernas (ler Castells para aprender alguma coisa sobre isso); não pode ficar subordinado ao nosso mais directo concorrente. Hoje em dia são as cidades polo e o seu hinterland que cocorrem entre si e não os países. Entregar o ASC a um concorrente - Lisboa - é suicidarmo-nos.
*ASC - Aeroporto Sá Carneiro
««Alem disso nenhum nortenho irá apanhar um avião lá em baixo, sabendo que existe o mesmo destino no Porto.»»
Pois, mas se a gestão for conjunta quem decide os destinos que o Porto vai ter vai ser o futuro dono da Ota. O dono da Ota terá todo o interessem em secar o aeroporto Sá Carneiro para obter ganhos de escala na Ota.
««Ao consultarmos o Plano Director do Aeroporto, vemos que a área de influencia do aeroporto da Portela nem sequer toca no da do Porto.»»
Com o TGV a área de influência da OTa passa a ir até Braga.
A questão das taxas aeroportuárias não é relevante para os passageiros portugueses, mas é muito relevante para os estrangeiros que queiram vir até Portugal (e aí sim, escolhem o + barato, entre os diversos destinos à escolha), e para a escolha dos locais de operação pelas companhias low cost.
Somos um país de turismo. Logo, na competitividade de um aeroporto devemos dar mais peso aos estrangeiros que nos visitam do que nos nortenhos que vão para o estrangeiro (são os estrangeiros que viabilizam economicamente as rotas).
Depois, tal como disse: "nenhum nortenho irá apanhar um avião lá em baixo, sabendo que existe o mesmo destino no Porto." A verdadeira questão é que quem gerir os vários aeroportos vai concentrar o maior número de voos possível em Lisboa. Mas essa "duplicação" de rotas não vai existir.
Está a pressupor um cenário de concorrência entre rotas. Mas a gestão conjunta pretende precisamente eliminar essas rotas. Os nortenhos não terão escolha senão passar por Lisboa.
Logo, o ponto basilar do texto cai por terra: "O novo aeroporto de Lisboa nunca será uma ameaça, desde que o aeroporto do Porto continue a trabalhar como tem trabalhado." Com o novo aeroporto de Lisboa, o ASC passará a trabalhar de forma diferente.
A estratégia da ACP é correcta, nnuma lógica de "damage control":
1- procurar uma solução mais barata para o NAL
2- procurar a gestão regional do aeroporto.
Antonio Alves
De facto falaram-me desse problema da Tap: Já se verifica na Portela, onde a Tap faz questão de canalizar a maioria dos voos para lá, fazendo deste aeroporto um hub..
E se a lei não mudar, tendo o ASC autonomia para discutir e negociar destinos directamente com as companhias aéreas, Lisboa não vai poder fazer nada para nos roubar rotas que não sejam de companhias portuguesas.
que autonomia poderá ter se dependerá hierarquicamente de quem mandará na Ota ou 'alkachete'?
Salem, sendo a ANA privatizada por inteiro, a lei não vai interferir nas decisões internas da nova empresa. O ASC perde a sua autonomia.
Salem,
Recomendo-lhe a leitura de Rui Rodrigues no blogue Maquinistas.Org ou então o blogue de «O antónio Maria». Desculpe a franqueza, mas você está a ser bastante ingenuo. No Norteamos não nos podemos dar a esse luxo...
A continuação do actual modelo de desenvolvimento do aeroporto/região do Norte, impossibilita qualquer tipo de voos de longo curso a partir do ASC. Primeiro, porque não há necessidade, a procura não é suficiente e a dinâmica da região não cria essa procura, logo as companhias estrageiras não fazem voos directos para o Porto (pelo contrário). A tranportadora nacional simplesmente usa o hub em Lisboa, que é o que faz sentido para uma companhia da dimensão da TAP. Logo, como quem manda na TAP e Aeroportos ainda tem o mesmos interesses, a situação mantém-se ou deteriora-se.
O objectivo de um aerporto é fornecer um serviço público e depois obter lucros. O ASC concorre com os aeroportos nacionais e do norte de Espanha. Se a gestão destes partidos não é autónoma, o aeroporto está condenado a apeadeiro para a Ryanair, pois será sempre secundário a qualquer aeroporto em Lisboa. O exemplo do aeroporto de Manchester é interessante: o capital é detidos pelas câmaras da região e por interesses privados, e o objectivo é superar Gatwick e tornar-se no segundo aeroporto do país. O governo não tem voto na matéria!
O problema é se a estratégia comercial do Aeroporto de Pedras Rubras for sujeita à lógica comercial do novo aeroporto de Lx, o que pode vir a acontecer com a privatização da ANA, como única empresa gestora das infrastruturas aeroportuárias de Portugal.
Eu nunca vi estratégia comercial para o ASC!
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