20070604

NORTE DESNORTEADO...

Fronteira entre o Norte de Portugal e a Galiza divide duas realidades bem distintas: o milagre económico e o optimismo do lado de lá contrastam com o pessimismo e a depressão do lada do cá!
Os indicadores económicos mais recentes não deixam margem para dúvidas a Galiza atravessa o período mais próspero da sua história e promete, até, superar todos os índices de crescimento de Espanha. A produtividade dispara, impulsionada pelos sectores da indústria e serviços. O contraste com a crise que se vive na Região Norte de Portugal é evidente. Dois exemplos: o salário médio galego já vai nos 1240 euros, o dobro da Região Norte, que se fica pelos 635 euros. A taxa de desemprego da Galiza desceu para o nível mais baixo dos últimos 25 anos, enquanto no Norte continua a subir e a bater recordes pela negativa.
O mais recente relatório sobre a conjuntura económica divulgado pela Junta da Galiza confere o cenário de franca expansão económica. "Ao longo de 2006, a economia galega evoluiu muito favoravelmente. A taxa de crescimento do PIB atingiu 4,1%, superando a do conjunto da economia espanhola (3,9%)", relata o documento, onde consta, também, que rompendo tendências anteriores, o sector da indústria é o que apresenta maior dinamismo. "A produção industrial registou uma sensível recuperação, com uma variação média durante 2006 em relação ao ano anterior de 7,7%, o que, além de dobrar a média espanhola (3,7%), constitui o nível mais alto de sempre", lê-se no relatório. Ainda assim, continua a ser o sector dos serviços o que mais contribui para a subida do PIB, cuja taxa média de crescimento, de 2001 a 2005, rondou os 3,3%.
O sector automóvel garante todos os anos à Galiza receitas de milhões de euros, estimula o emprego e o crescimento do PIB. Uma indústria que não pára de crescer e que tem cada vez mais peso na economia local. Segundo dados oficiais do Governo Regional, o "cluster" da indústria automóvel inclui mais de 70 empresas, que representam uma facturação anual superior a 2600 milhões de euros. No que toca a componentes, a fábrica da Citroën (grupo PSA) de Vigo absorve 36% do total da produção das várias empresas da região, 21% destinam-se a outras unidades de Espanha e os restante 43% seguem para exportação. Os postos de trabalho que a indústria automóvel emprega na Galiza ronda os 20 mil. Destes, metade respeita ao Centro de Vigo do grupo PSA e o restante às fábricas de componentes. O progresso desta indústria na Galiza há muito que tem reflexos na economia portuguesa, com a implantação de um grande número de fábricas de componentes para automóveis, principalmente na Região Norte.
DESCENTRALIZAÇÕ? IMPERATIVO PARA O NORTE CRESCER "SAUDÁVEL" SEM O SUFOCO DE ANOS DE DISPARATES DO PODER CENTRAL...

11 comentários:

PMS disse...

O que nos leva a pensar qual a racionalidade de criar um novo cluster de desenvolvimento automóvel em Lisboa, quando seria muito mais oportuno potenciar o já existente no alto minho...

Espectadora Atenta disse...

Essa é uma das questões principais Pedro!
Muito bem observado...Pelo que percebo dos seus posts, temos em comum alguns pontos interessantes sobre uma nova "estratégia" para o Norte!
Gosto dos seus Posts Pedro!

PMS disse...

É mutuo...

Anónimo disse...

para mim a estrategia seria muito simples
independencia
ja estou farto desta nojeira do portugal galego e mouro-lusitano al-gharbio

o norte é galego, a Galiza foi separada a meio literalmente.
O norte esta mais desenvolvido e caminha para a independencia (ainda vai havendo liberdade de expressao e liberdade para que se façam partidos que lutem por isso) e cá no sul da Galiza somos uma autentica colonia às ordens dos estrangeiros lusitanos que seguem a foder-nos a toda a hora.

Essa dos carros, enfim, é ridiculo.
Imaginem se fossemos independentes, teriamos o cluster de desenvolvimento automovel no norte, seriamos muito mais desenvolvidos, estariamos a lutar par a par com a nossa irmã Galiza, seriamos uma só.

Enfim, isto nem com regionalização irá lá, acreditem

Carlos Santos

Espectadora Atenta disse...

Caro carlos Santos

Agradeço o seu comentário, porém permita-me discordar de sí em alguns pontos: 1."ja estou farto desta nojeira do portugal galego e mouro-lusitano al-gharbio" - Não considero nojeira, mas são pontos de vista e aceito o seu.Considero que o Norte tem uma cultura e um carácter de identificação com a Galiza (quer a nível de indústria quer de serviços) que o Sul jamais terá...Repare num pormenor: o galego fala praticamente portugues!
2."O norte esta mais desenvolvido e caminha para a independencia (ainda vai havendo liberdade de expressao e liberdade para que se façam partidos que lutem por isso) e cá no sul da Galiza somos uma autentica colonia às ordens dos estrangeiros lusitanos que seguem a foder-nos a toda a hora." - Não estou de acordo em absoluto!o Norte ainda não está a caminhar para a independência e isso dos estrangeiros lusitanos que seguem a(...) a toda a hora é uma visão um pouco míope...Se focar ao perto a questão, apenas se trata de um "modus operandus" distinto, apenas e só isso...
3."Essa dos carros, enfim, é ridiculo." Olhe que não...afinal este cluster tem vindo a potenciar o desenvolvimento da região norte e a criação de postos de trabalho e é reconhecida a nível europeu a eficácia desta estratégia.

Quanto à regionalização, sinseramente tenho dúvidas por causa dos "feudos" de alguns regionalistas convictos, mas acho que se a Região Norte se conseguir desvincular dos "tentáculos" do Polvo centralista que a governa, as coisas podem correr muito bem!
Atenciosamente,

Anónimo disse...

Espectadora Atenta:
Acho que o Carlos Santos estava a dizer precisamente o contrário do que entendeu...

Espectadora Atenta disse...

caro Carlos B

É provável... Mas eu não entendi assim e achei que devia acrescentar estes esclarecimentos...Se dizia o contrário ainda melhor e fico muito satisfeita, embora respeite a sua opinião

Anónimo disse...

"Essa dos carros, enfim, é ridiculo."

Aqui é que não me entendeu.
Queria dizer que era ridiculo isto que se segue:

"O que nos leva a pensar qual a racionalidade de criar um novo cluster de desenvolvimento automóvel em Lisboa, quando seria muito mais oportuno potenciar o já existente no alto minho..."


Quanto ao resto é o que disse.
Realmente para mim Portugal é uma nojeira, detexto.
Não é a minha nação, não me deixo enganar como a maioria das pessoas. A minha nação é o noroeste peninsular, da Galiza até ao Mondego e o meu desejo é que um dia possamos ser um país a sério e governarmo-nos a nós proprios..

Já agora, gostaria de felicitar a espectadora atenta pelas suas publicações, que são as minhas preferidas neste blogue.
Continue o bom trabalho.

Carlos Santos

Espectadora Atenta disse...

Carlos Santos

Obrigada pelo "elogio"!Vindo de sí considero um elogio!
Concordo consigo e facto intrepetei mal as suas palavras! A minha visão é semelhante à sua...Ainda hoje publicarei aqui um post interessante sobre Norte/Galiza e deixarei um link para assinar uma petição on line contra a construção do Aeroporto da OTA...

Atenciosamente,

Anónimo disse...

bonito mapa, Galiza, Norte e Astúrias ;)

Já agora aproveito para também dizer que gosto muito dos seus comentários. É um prazer lê-la. Fala de temas bastante importantes, economia, empreendedorismo, empresários, euroregião (nação ;)) norte/ galiza

OTA e TGV são investimentos ridiculos. E claro lá vai o norte pagar investimentos desnecessários em vez de se desenvolver.
Haja paciencia para aturar este "país" e estes governos.

Espectadora Atenta disse...

Caro Anónimo

Agradeço os seus comentários.
Repare, se todos unirmos forças e estratégias podemos organizar um movimento cívico independente que lute pelos verdadeiros interesses do Norte... Acredite que por mim nem OTA nem TGV...Uma petição com o número de assinaturas necessárias e um "projecto" empreendedor com ideias e parcerias empresariais podem vir a ser muito úteis para encontrar a "liderança" que o Norte tanto precisa!
Atenciosamente,

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