20070628

Barcelos, Braga ou Nine? Subsídios para fazer parar o TGV em Braga

Neste post, José Silva propõe alternativas ao traçado já delineado pelo MOPTC para a Alta Velocidade. A alternativa apresenta, de forma clara, algumas das vantagens de criar um corredor mais litoral, por oposição à ligação interior entre Campanhã e Braga. No entanto, a ideia de colocar a linha de Alta Velocidade no extremo oeste do terceiro maior centro populacional do país não me parece avisada e merecerá sempre a forte oposição das forças vivas do Minho. A RAV tem que passar (e parar) no coração do quadrilátero formado por Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos e, por razões económicas, geopolíticas e demográficas, essa estação terá que localizar-se algures a este de Nine e a oeste de Braga.

Os aditamentos propostos por Pedro Menezes Simões (na caixa de comentários) são mais realistas e servem melhor as necessidades do Minho que os propostos por José Silva. Mas colocar a estação do Minho em Nine (o ponto em que a linha flecte) obrigaria a criar um rede viária que servisse mais cabalmente essa localidade, o que implicaria necessariamente mais investimento público. Se a solução "Braga" se mantiver, a questão das ligações viárias está resolvida. Actualmente, é mais fácil e rápido chegar a Braga a partir de Barcelos, Guimarães ou Famalicão do que a Nine. Além de servir melhor o quadrilátero Braga-Barcelos-Guimarães-Famalicão, a solução "Braga" também permite às populações de Vila Verde, Amares, Póvoa de Lanhoso, Fafe, Vieira do Minho, Esposende, Ponte de Lima, Ponte da Barca e Terras de Bouro chegar à RAV com mais rapidez e conforto.

A solução proposta pelo MOPTC apresenta como grande constrangimento o facto de sobrecargar ainda mais o tráfego da linha ferroviária de Braga. Constrangimento que pode ser ultrapassado através da criação de uma rede efectiva de transportes ferroviários no Minho, capaz de ligar esta região, por vias alternativas, ao Aeroporto Sá Carneiro e ao extremo norte da Àrea Metropolitana do Porto.

14 comentários:

PMS disse...

Na minha alternativa, existe também a possibilidade da estação ficar em Barcelos, que está muito bem servido de transportes rodoviários.

Se tiver de parar em Braga, então a única solução mesmo é utilizar solução actual do MOPTC. Que tem a vantagem de não litoralizar ainda mais o país.

Pedro Morgado disse...

Fiquei com a ideia que a paragem seria em Nine. Sendo em Barcelos, ainda afasta mais as populações de Guimarães, Famalicão e Fafe do que sendo em Nine ou Braga.

Rui Rocha disse...

Com um verdadeiro serviço de metro a fazer o corredor: Viana - Barcelos - Braga - Guimarães, faria todo o sentido a estação ser em Barcelos, uma vez que ficava à mão de Braga, Fafe, Guimarães, Amares, Famalicão, Esposende, Povoa de Varzim e de Lanhoso e Viana do Castelo.
De Qualquer das maneiras estou bastante curioso para saber qual a decisão do ministério

Pedro Morgado disse...

Caro salem,

Pelo que sei a decisão já está tomada e a estação será próximo de Braga.

Rui Rocha disse...

Pois, em Braga mesmo nunca poderia ser né? Eu já tinha pensado nisso, deve ser algures antes de Ferreiros ou assim..Depois a estção actual, funcionará como uma especie de Coimbra A ou São Bento..

PMS disse...

A minha sugestão inicial era Nine, mas após ver este post, Barcelos pareceu-me melhor alternativa por ser muito bem servido de transportes (rodoviários).

A passagem pelo quadrilátero urbano (Braga, Barcelos, Guimarães, Famalicão) tem uma vantagem ainda não referida. Uma vez que na zona de fronteira existe falta de mão de obra, a linha AV no quadilatero seria um incentivo à instalação de empresas galegas no quadrilatero urbano, ajudando assim a resolver o problema do desemprego no Vale do Ave.

Por outro lado, a proposta do Ministério (MOPTC) ignora o minho litoral. Porque, sem sombra de dúvidas, Viana do Castelo precisa de uma ligação decente ao Porto e a Braga. E dificilmente não será rentável.

Nota: não tenho preferencia pessoal por nenhuma solução, nem em particular pela que dei (que me parece a mais barata de todas, mas que não resolve o problema do metro da póvoa, é pior para o aeroporto, mas igual para leixões, mas também não é tão adequada para Braga-Guimarães.

Jose Silva disse...

Pedro

A minha proposta implica necessariamente uma contraparida justa para Braga.

Acredito que ainda será respescada.

PS: Bragacentrismo ? O Minho não aceitaria ou Braga não aceitaria ?

Pedro Morgado disse...

Barcelos tem boas ligações rodoviárias? É local de passagem da A11 que vem de Braga e, incrivelmente, não tem ligação directa para Guimarães.

Braga fica na confluência da A3 com a A11 e ainda está servida pela Via Rápida de Vila Verde e por ligações rápidas a Amares e Póvoa de Lanhoso.

Para chegar a Barcelos, 80% da população do Baixo Minho tem que passar por Braga. Não há aqui nenhum Bragacentrismo. Acho que já justifiquei por que é que a proposta do MOPTC é a melhor para o Minho.

PMS disse...

Acho que não há dúvidas de qual é a que serve melhor o minho (não considerando outras contrapartidas - metro, etc).

A questão é - com o mesmo €€€, qual a melhor solução global.

CCz disse...

Se para ligar Porto a Vigo, é preciso parar em Braga, mais fica reforçada a minha opinião que isto do TGV é mais uma masturbação de políticos com o dinheiro extorquido aos impostados.

Quanto tempo leva um Alfa pendular de Braga ao Porto? 40 minutos! E se não parasse em Famalicão até podia durar 35 minutos.

Quanto tempo levará um TGV de Braga ao Porto? Quantos segundos vamos ganhar? Quanto custarão esses segundos a menos?

Idem para uma ligação em Alfa pendular do Porto a Vigo, ou de Braga a Vigo.

CCz disse...

O que comentei acima aplica-se ao TGV Porto-Lisboa (se o Alfa pendular em Itália atinge os 300 km/h, o da Linha do Norte não ultrapassa os 222km/h) e ao TGV Lisboa-Madrid.

CCz disse...

E não fazer contas, e não avaliar o retorno potencial dos projectos, e desenhar castelos no ar - uma estação em Braga, Braga não, melhor em Nine, Nine não, melhor em Barcelos, ... - é replicar o estilo de gestão lisboeta. O estilo de quem gere dinheiro que não custa a ganhar, o estilo de quem não tem de prestar contas aos impostados.

Anónimo disse...

Boas conterraneos, sintome muito feliz em poder "postar" um blog aqui da terra.

Eu sou d Barcelos, e utilizo muito regularmente a estação de Nine, para ficarem ja a saber que n tenho segundas intenções!

Para mim pareceme lógico à 1a vista escolher Braga como a estação de paragem da nova linha de alta velocidade porque é a mais central em relação à população do minho, principalmente Guimarães ficaria a perder com a escolha de Barcelos.
Há muitas soluções em termos de autoestradas que servem perfeitamente Braga, o minho agora tem das melhores redes de autoestrads da europa.

O problema é que nos estamos a falar de uma estação de comboio e não de autocarros.
De seguida me explico, se a estação for em braga terá de ser algures antes da estação principal de braga, uma especie de campanha de braga, ora acontece que esta estação ja existe, e pode executar muito bem essa função que é a estação de Nine.
Nine se n contarmos os apeadeiros, fica a uma estação de Braga e a uma estação de distância de Famalicão, o mesmo se passa em relação a Barcelos, mesmo que n tenha serviços urbanos.
Quanto à zona sul do minho esta muito sinceramente tão facilmete se coloca Braga como n Porto, aliàs as linhas de urbanos de Penafel e Guimarães facilitam o acesso mais rapido e barato ao porto do que a braga.

Por isso a minha conclusão final é que se o novo comboio parar no minho, nem sei se é necessario?, deve parar em Nine que é de longe a maior estação do Minho, que serve o maior numero de cidades e inclusive extende a sua influência até Viana do Castelo!

mariomar disse...

Estou completamente de acordo com o publicado por zzee.
Na verdade,Nine é,indubitavelmente a maior estação ferroviária do Minho.
Porque não sediar aqui a futura estação central do TGV?
Tenho a certeza de que teria custos bem menores dos que a «opção Braga» acarretará.Além disso,situa-se numa situação privegiada, pois situa-se no centro do quadrilátero urbano.

Leituras recomendadas