Como podemos ler aqui (página 3), os proprietários de apartamentos e moradias situados na AMPorto perderam 11 € por metro quadrado entre Dezembro de 2006 e Março de 2007. No mesmo período os proprietários da AMLisboa apenas perderam 1 € por metro quadrado. Para um andar ou moradia com 100 m2, esta evolução representa uma perda de cerca de 1100 € em apenas um trimestre. Estes valores negativos na AMPorto foram compensandos pela evolução positiva nas restantes regiões a Norte (página 1), fazendo com que em média o m2 da nossa região tenha evoluído de 1073 €/m2 para 1074 €/m2 no mesmo período. Destaque também para o facto de todas as sub-regiões a Norte terem uma valorização do m2 abaixo da média nacional, estando no polo oposto os imóveis de Lisboa e Algarve (página 3).
Os propriétários a Norte são as vítimas finais do modelo de desenvolvimento da região de Lisboa. Este modelo consiste na dupla ética da administração central na repartição dos investimentos públicos e na criação de condições de desenvolvimento de negócios privados, incrementando a competitividade na região de Lisboa e reduzindu-a no resto de Portugal, nomeadamente a Norte onde está metade da população. Ao longo das décadas recentes, esta política designada de «Portugal Unipolar» (1), tem levado à Drenagem/Migração Interna de pessoas e sedes de empresas do resto de Portugal em direcção à capital. Com o tempo, provoca menor presssão demográfica, redução do valor do m2 e empobrecimento dos proprietários e seus herdeiros.
1: «Penso que Portugal não tem dimensão para ter um desenvolvimento multipolar. Por isso deveremos apostar tudo na região que hà partida tem mais potencial». Cavaco Silva, anos 90.
3 comentários:
«Penso que Portugal não tem dimensão para ter um desenvolvimento multipolar. Por isso deveremos apostar tudo na região que hà partida tem mais potencial». Cavaco Silva, anos 90.
Então porque raio apostou tudo em Lisboa e na Margem Sul? Se era o norte que tinha mais potencial?
Na optica de Cavaco, Lisboa era a tal região...
Na óptica de Cavaco, há portugueses que têm direito ao desenvolvimento e outros que têm direito à drenagem...
Enviar um comentário