"Rui Moreira vai mal quando desvaloriza o projecto de ligação ferroviária do Porto/Noroeste à Galiza. Está a ser portocêntrico e a desbaratar a solidariedade duma cidade importantíssima para esta batalha como é Braga e do resto do Minho, para quem esta obra é a única oportunidade de grande investimento na região."
Esta afirmação parte da ideia que o investimento público é bom e que o desenvolvimento de uma região pode ser alavancado com mega projectos de obras públicas. Nesta lógica, imagino que os mega investimentos públicos em Lisboa podem ser considerados positivos para o país. Sim, porque são públicos e porque são um "grande investimento na região".
No fundo, o que nos afastaria das políticas de investimento público massivo na região da capital, seriam apenas uns 300 e poucos kilómetros!
Não acredito que a receita lisboeta possa ser aplicada ao resto do país;
1-O peso (volume) dos votos das regiões periféricas é inferior ao da capital.
2-O poder político tende a concentrar o investimento público em áreas próximas do centro de decisão.
3-A questão de desvalorizar o tgv Porto-Galiza tem por base a experiência do que foi nos últimos anos, o investimento público realizado a norte das portagens de Alverca! O investimento público tem por base uma análise das necessidades privadas realizada por um conjunto de burocratas. Esse clamor não é sentido (ao que parece) pela grande parte do empresariado nortenho. Estes costumam ser os melhores auscultadores das necessidades privadas.
Devemos avançar com mais este projecto, tendo por base a ideia de que o que está em causa é a salvação do norte ou ao inverso, a sua irremediável decadência? Um projecto de transportes ferroviários incorpora tal dicotomia salvífica?
Tenho dúvidas. E quanto a Rui Rio ganhar os debates, bem...duvido que alguém neste blogue seja inquilino da CMP!
2 comentários:
"A questão de desvalorizar o tgv Porto-Galiza tem por base a experiência do que foi nos últimos anos, o investimento público realizado a norte das portagens de Alverca! O investimento público tem por base uma análise das necessidades privadas realizada por um conjunto de burocratas. Esse clamor não é sentido (ao que parece) pela grande parte do empresariado nortenho. Estes costumam ser os melhores auscultadores das necessidades privadas."
Caro amigo,
Se há coisa em que eu não confio minimamente - acredite que ainda menos que nas capacidades deste estado centralista que nos sufoca - é no chamado "empresário do norte". Tirando as honrosas excepções que sempre há, o resultado da sua acção está bem à vista de todos: uma população mal formada, desempregada e pobre. Foram muitos anos de salários baixos, trabalho infantil, desincentivo à escolaridade e promoção da bovinidade.
Aqui a norte não é só de políticos novos que precisamos. Precisamos ainda mais urgentemente de empresários novos, com ideias modernas e arejadas.
P.S. - as infraestruturas de transportes - ferroviários, rodoviários, marítimos ou aéreos - terão ser sempre que ser construídas, até pelos custos que envolvem, pelo Estado que além disso também garante o acesso universal às mesmas. Obviamente que os utilizadores terão que pagar o seu uso a custos reais para não promover os indesejados défices. É assim aqui, na América e na Conchichina. Todos sabemos também que uma boa infraestrutura de transportes é condição sine qua non para o desenvolvimento.
e quanto aos votos:
Eixo Leiria-Lisboa-Setúbal: 3,3 milhões de habitantes;
Eixo Braga-Porto-Aveiro: 3,3 milhões de habitantes.
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