20080531

Enfim

Os 2 candidatos que defendiam o processo de Regionalização ficaram em último.

A candidata que afirma que os projectos socráticos de Alcochete, TTT, novas Scuts e TGV excessivamente caro para as necessidades são para respeitar, ganhou.

Em 2009 governo de Bloco Central para mais do mesmo.

Mais 5 anos de Drenagem do Norte salpicados por Más Ideas, SCUTS «lá vem um» em TMAD e barregens no Tua com lucros para Lisboa.

Enfim.

 

FEUP FAST or slow ?

Aqui podemos ler uma iniciativa interessante da FEUP na área da Economia do Mar:

FASt (FEUP Autonomous Sailboat) is a small scale autonomous unmanned sailboat that is being developed at FEUP (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Portugal) to participate in the Microtransat competition.

Microtransat was lauched in 2006 by professors Mark James Neal (University of Aberystwyth, UK) and Yves Brière (Ecole Nationale Supérieure d'Ingénieurs de Constructions Aéronautiques - ENSICA and IUT, Nantes, France) to stimulate the development of fully autonomous sailing boats. The final objective is a transatlantic race, presently planned for October 2008, starting from the west coast of Portugal.

The FASt project is supported by the Electrical and Computer Department of the School of Engineering of the University of Porto (DEEC of FEUP) and is being developed by a team of professors and students of FEUP. The boat was built from scratch in composite materials, with the valuable help of a Portuguese kayak builder, located in Crestuma, north of Portugal (www.elio-kayaks.com). The design was inspired on modern racing oceanic yachts and was developed with the free version of the boat design software DelftShip (former FreeShip). The hull bottom at the stern is flat to induce planning and the boat has a deep keel with ballast. The rig is a standard Marconi configuration with a small jib mounted on a boom, as used in smaller RC sailing boats.

The FEUP sailboat will be capable of fully autonomous navigation, controlled by a small embedded computer, various sensors and electric motors to adjust rudders and sails. Electric power source is a combination of a solar panel and conventional electric batteries. Communications for data logging and emergency control rely on a satellite data modem and for short range control and monitoring the boat also has a WiFi connection and a conventional radio-control.

In addition to the Microtransat competition, this exercise will enable us to gain competences in the area of autonomous sailing navigation. We hope, in a near future, to be able to offer flexible platforms capable of long range navigation and adequate for supporting various applications like data acquisition, tracking wild life or even surveillance.

Efectivamente é positivo que se investigue em áreas que poderão dar origem a produtos comercialmente viáveis. Se esta inovação é a Norte e envolve empresas já a operar em sectores laterais, como é o caso, ainda melhor. Poderiamos quase afirmar que iniciativas como esta são louváveis e na direcção certa, o aproveitamento das potencialidades que o mar oferece à economia nacional, como defende a UP. Porém convém ter o sentido das proporções. Os nossos vizinhos galegos exportam porta-aviões. Pensaram mais cedo no assunto e nem o Celta nem o Deportivo são campeões.

 

 

 

20080530

and Rio strikes again

JM Porto ameça queixar-se a Bruxelas

A Junta Metropolitana do Porto anunciou hoje que vai apresentar queixa contra o Governo em Bruxelas caso não seja alterada, num mês, a resolução que prevê o desvio de verbas do QREN para a região de Lisboa. Em causa está a resolução do Conselho de Ministros nº86/2007, de 03 de Julho, que no ponto sete prevê que verbas do Quadro de Referência Nacional Estratégico (QREN) destinadas ao Programa Operacional do Norte possam ser utilizadas em Lisboa se forem aplicadas em projectos considerados de interesse nacional. "A JMP pediu um parecer jurídico para saber se isto é ou não legal face às normas comunitárias", disse o presidente daquele órgão, Rui Rio, acrescentando que a avaliação feita conclui que "esta resolução é ilegal". Segundo referiu, de acordo com o parecer jurídico, a resolução "viola grosseiramente" normas comunitárias. Face à situação, a JMP decidiu fazer um ultimato ao Governo, sendo que vai escrever uma carta à tutela, designadamente ao Ministro do Ambiente, Nunes Correia, a solicitar que até ao final de Junho "anule essa possibilidade", alterando a resolução. "Se nada fôr aletardo, a JMP tem obrigação, em Julho, de apresentar uma queixa em Bruxelas", junto do Tribunal das Comunidades, frisou o autarca do Porto. Para Rui Rio, é dever dos autarcas do Norte "não ficar de braços cruzados". O presidente da JMP salientou, contudo, que o desvio de verbas comunitárias para a região de Lisboa "tem sido constante", não sendo apenas "um pecado deste Governo". Rui Rio falava aos jornalistas no final de uma reunião ordinária da JMP, que agrupa 14 concelhos.

Mais motivos para optimismo moderado: «GrandeGaiaTV.net»

Via Blasfemias, aparece finalmente o canal de Internet TV da AMPorto. Nisto o Porto (AM) ficou para trás: Minho Actual TV, Famalicão TV, Guimarães TV, Trofa TV, Basto TV, Douro TV, Vale do Sousa TV e Viana TV entre outros, anteciparam-se. Sintomático é o Porto AM não ter sido pioneiro nesta nova frente da comunicação social, completamente livre de condicionamento centralista e ser de iniciativa de uma empresa sedeada em Gaia. Como Rio Fernandes escreveu, a liderança na AMPorto não está no concelho sede. Relevante é isto ser um mau presságio para Rio: Além da sua candidata perder amanhã, tem agora uma TV Internet no concelho do seu rival LFMenezes... De qualquer modo tecnologicamente este projecto não representará ainda a revolução que anunciei aqui.

Diferença entre o Norte e o Sul

Excelente crónica de Jorge Fiel: Darwin e Vale do Ave

Às vezes os números não são tão frios como aparentam.  É o caso dos 6,8% de crescimento das nossas exportações têxteis, registado entre Fevereiro de 2007 e de 2008.

Estes 6,8% são uma estatística que nos aquece a alma e é a prova dos nove das capacidades únicas de regeneração do tecido empresarial nortenho, vilipendiado pelos panditas lisboetas do costume habituados a falar com a boca cheia pela lenga lenga dos Ferraris e do trabalho infantil -  para apoucar quem evitou que o pais abrisse falência no rescaldo da Revolução de Abril.

Pela primeira vez , após dolorosos anos de crise, as vendas ao exterior da indústria têxtil e de vestuário cresceram a um ritmo superior às importações, que no mesmo período acusaram uma quebra de 5,3%.

Estas estatísticas do INE mostram o Norte no seu melhor, capaz de se adaptar à globalização, à abertura dos mercados mundiais aos produtos chineses e à desaceleração económica nos principais mercados de exportação do sector.

A 1 de Janeiro de 2005, as portas da União Europeia e dos Estados Unidos ficaram escancaradas à entrada das roupas baratas “made in China” , que já era o maior exportador mundial de vestuário, baseando a sua feroz competitividade num tripé: custos (baixos), eficiência (enorme) e dimensão (gigantesca).

O desarmamento das barreiras alfandegárias ao livre comércio deixou o coalhado de nuvens negras o horizonte de uma indústria que, no seu essencial, baseara a competitividade num fundamento primitivo (o baixo custo da mão de obra).

No Vale do Ave, onde bate o coração da indústria têxtil, temia-se o pior. Mas o cenário desolador, marcado pelas falências e de uma perda recorde de emprego líquido (apenas superado pela registado na construção civil, que foi socialmente atenuado pela emigração para Espanha), foi sendo pintados com cores mais alegres por dezenas de exemplos luminosos de empresas que souberam reestruturar-se, adequando-se a este mundo em fervilhante mudança.  

A têxtil deu uma prova de vida ao país, explicando aos mais distraídos que eram exageradas as notícias que a davam como moribunda. Soube mudar o perfil, tornar-se competitiva na nova e difícil conjuntura, internacionalizar-se e diversificar os seus mercados. Demonstrou que Darwin estava carregadinho de razão quando há uns anos atrás nos avisou que apenas sobreviveriam os mais capazes.

Quando a crise eclodiu na Cintura Industrial de Lisboa e na Península de Setúbal, o bombeiro teve de ser o Governo a usar o nosso dinheiro para comprar a Autoeuropa e apagar esse fogo.

Quando a crise incendiou o Vale do Ave, os empresários e operários da têxtil não ficaram sentados à espera da ajuda governamental, porque sabiam que morreriam queimados se o fizessem. Encarregaram-se eles próprios de extinguir as chamas.

É esta a diferença entre o Norte e o Sul.

 

Eu votaria em PSLopes. O Norte também devia fazê-lo

Se fosse militante do PSD, eu votaria em PSLopes ou Patinha Antão. E acho que o Norte devia fazê-lo. Já apresentei uma razão aqui. A outra é o facto incontestável de PSLopes ter dito quando assumiu o poder que «Portugal não era Lisboa». 4 meses depois seria desalojado por um golpe palaciano-mediático sem precedentes na democracia nacional. Caso PSL ganha amanhã, em princípio votarei PSD em 2009.

Se ganhar PPCoelho, poderei ou não votar no PSD. PPCoelho tem ainda falta de lastro. Mas reconheço nele e nos seus apoiantes vontade de ouvir e avançar. Só não sei se conseguirá afrontar com sucesso as «máfias» do centralismo. Por exemplo, o apoio de Paulo Teixiera Pinto é sintomático. Revela que há interesseiros, desempregados da política à procura lugares. Na prática, os centralistas do costume (Rio, Veiga, JPABranco, JPPereira, MRSousa, Cavaco, Durão, Borges, etc) estão com MFLeite. Os centralistas zangados com o Centralismo estão com PPCoelho. Todos eles seriam apoiantes de PPCoelho no dia seguinte a uma vitória deste...

Mais grave ainda é aquilo que já se percebe das intenções de MFLeite: Fazer uma coligação com Sócrates em 2009. Perante a subida do PCP+BE+Alegres, que já alcançam 20%, o PS sem maioria absoluta teria que se coligar com alguém que mantenha o «status quo» dos interesses oligárquicos de Lisboa. Estavam a preparar-se com notável antecipação para governarem-se mais 4 anos. Caso ela ganhe, obviamente teria que esperar por uma candidatura de Rui Moreira na lista de algum partido ou votar PCP (o BE é contra a Regionalização e Centralista). A não ser que LFMenezes ou alguém avancem com um partido populista/regionalista...

Assim o melhor que o Norte tem a fazer é mesmo apoiar PSLopes. Enganaram-me com Guterres/Nogueira em 95, mas votei pela primeira vez no PSD em 2005. A regra é simples votar sempre contra o «status quo».

20080529

Minho: Politicamente Abaixo de Zero

Os portugueses de Braga, Guimarães e de mais algumas cidades e vilas de todo o país vão pagar os aumentos dos passes sociais dos seus transportes públicos e ainda os passes sociais de Lisboa e do Porto. A situação não é nova, mas está a atingir níveis de absurdo que devem motivar uma profunda reflexão entre todos.

A Câmara de Braga já anunciou que, apesar dos aumentos dos combustíveis, o preço dos passes sociais vai manter-se. Perante a discriminação imposta pelo governo socialista, Mesquita Machado «lamenta que os bracarenses sejam tratados como portugueses de segunda. Os lamentos têm a ver com a ausência de apoios estatais aos transportes urbanos de Braga ao contrário do que sucede com os do Porto e Lisboa onde o governo decidiu não aumentar os passes sociais.»

Estas declarações políticas que, aliás, subscrevemos em absoluto são manifestamente insuficientes tendo em conta os prejuízos acumulados. Apesar dos passes sociais dos Transportes Urbanos de Braga não aumentarem no próximo mês de Julho, é bom que os bracarenses tenham presente que a factura está a ser paga por todos, em prejuízo de investimentos que terão necessariamente que ser adiados.

Congelamento dos passes sociais

Convém lembrar que Lisboa significa Lisboa propriamente dita, Loures,Sacavém, Sintra, Oeiras,Cascais, Odivelas, Vila Franca, Azambuja, Almada, Barreiro e Setúbal; Porto, por sua vez, significa o Porto propriamente dito, Gaia, Espinho, Ovar, Estarreja, Aveiro, Valongo, Gondomar, Maia, Matosinhos, Póvoa de varzim, Vila do Conde, Ermesinde, Paredes, Penafiel, Caíde de Rei, Trofa, Famalicão, Braga, Santo Tirso, Vizela, Vila das Aves e Guimarães.Todas estas localidades, de um modo ou de outro, e umas mais que outras, estão abrangidas pelos passes sociais em vigor nas áreas metropolitanas do Porto e Lisboa. Quanto ao resto têm toda a razão.

Em vez de congelarem os passes sociais, e transferirem o dinheiro directamente para as empresas, deviam era deixar que o custo se repercutisse directamente nos consumidores e compensá-los depois com a possibilidade de poderem descontar o dinheiro despendido com os passes em sede de IRS. Funcionava até como um incentivo ao uso dos transportes públicos como sugiro no meu post anterior. Mas o governo, que não é nada parvo, preferiu a demagogia: como a esmagadora maioria dos operadores de transportes públicos nas duas áreas metropolitanas são empresas públicas que recebem indemnizações compensatórias, i.e. recebem o que o governo lhes apetecer dar e não refilam, o governo faz de conta que é benemérito. As empresas, entretanto, vão acumulando passivo.

Convém recordar aos mais distraídos que a decisão foi tomada por Lisboa

ministros da gasolina




O meu amigo, e sempre bem informado, Dario Silva enviou-me estes dados referentes ao número de veículos automóveis segurados em Portugal. E isto a propósito de quê? A propósito do aumento dos preços dos combustíveis, obviamente. Pelo que podemos ver, existiam em Portugal, no ano de 2006, 4.206.618 veículos ligeiros segurados. O que dá, grosso modo, um automóvel para cada 2,46 portugueses. Na realidade dá uma média de 1 automóvel para cada 1,9 portugueses adultos. Incluindo, obviamente, os que não conduzem, não usam o automóvel, ou já não têm idade, por serem muito idosos, para conduzir. Daqui não viria qualquer mal ao mundo. Poderia até ser um sinal de riqueza e bem estar. Mas não é. Para milhões de portugueses a posse de um automóvel é a única forma de se deslocarem eficientemente na sua vida quotidiana. Há também muito comodismo e paradigmas culturais errados associados a esta realidade. Mas, julgo, não invalidam a desmesurada dependência de milhões de cidadãos do transporte particular. A tudo isto devemos acrescentar a também excessiva servidão das empresas ao transporte rodoviário por camião.

A escalada dos preços dos combustíveis, que não é conjuntural, e mesmo depois de corrigida a momentânea especulação, é um fenómeno que veio para ficar, coloca em causa toda esta realidade socioeconómica. O tempo da energia barata acabou. Muitos orçamentos familiares estão a rebentar pelas costuras. Às galopantes subidas das prestações mensais do crédito à habitação somam-se as cada vez maiores despesas com combustíveis. Para muitos é o descalabro. Conheço famílias a gastar 500 euros de combustíveis mensalmente.

Abordo este assunto na sequência do debate de ontem na SIC entre os candidatos à liderança do PSD. Acerca deste tema, um queria baixar o ISP, outro constituir um fundo, um outro baixar o IVA, o quarto nem sequer percebi bem o que propunha. Tudo medidas paliativas. Aspirinas que aliviam momentaneamente a dor de cabeça mas não curam nada. Nenhum deles propôs, por exemplo, levar para a frente, com carácter de urgência, o alargamento das redes de metro do Porto e de Lisboa (duma vez por todas em irrepreensível paridade), o arranque definitivo do metro em Coimbra, a implementação de uma rede de caminho de ferro ligeiro no Minho e a correcção do traçado da Linha algarvia de modo a que sirva eficazmente todo o seu litoral; a construção de uma ligação ferroviária moderna da Região Norte a Espanha e Europa para que a nossa indústria exportadora possa reduzir os custos associados à nossa condição periférica e diminuir a sua dependência do camião; ou então a promoção do uso do transporte público através de compensações fiscais (porque raio eu não posso descontar os 280 euros anuais que gasto na aquisição do meu passe mensal no IRS?); e também o anúncio de medidas que promovam o regresso das pessoas ao centro das grandes cidades, financiado a sua recuperação urbanística e aumentando a oferta de habitação a preços comportáveis, passando estas a residir mais perto do seu local de trabalho. A solução passa por preparar o país para que a maioria das pessoas possa dispensar o uso dos automóveis nas suas quotidianas deslocações entre a casa e o emprego/escola. As famílias poupariam milhares de euros anuais. Todo esse fluxo monetário poupado seria mais bem empregue na compra de alimentação (também cada vez mais cara), cultura e lazer. Todos viveríamos melhor e a economia ganharia com isso. Seria mais diversificada. A malta do lóbi automóvel teria que mudar de ramo porque a quantidade de dinheiro manter-se-ia a mesma, apenas seria aplicada noutro tipo de bens. Os impostos sobre os combustíveis devem ser baixados apenas nas duas actividades económicas cada vez mais fundamentais: a agricultura e as pescas. Acreditem: estamos a entrar numa era de regresso ao básico e fundamental.

Obviamente que nenhum dos postulantes a líder do PSD se lembrou de falar nestas coisas. Também ninguém esperaria tal de um conjunto de pessoas que toda vida foi funcionária pública ou político profissional. Pareciam quatro candidatos a ‘ministro da gasolina’. Mas este mal não é exclusivo do PSD.

MSTavares é um lisbonário centralista masoquista

«(...) E quem sentiu a necessidade urgente de mais auto-estradas a rasgar todo o interior já deserto, de um novo aeroporto para Lisboa, de um TGV de Lisboa para Madrid, outro do Porto para Vigo e de uma nova ponte sobre o Tejo para o servir? Quem foi que andou a gritar “gastem-me o dinheiro dos meus impostos a fazer auto-estradas, pontes, aeroportos e comboios de que não precisamos”? Porque razão, então, o lóbi das obras públicas, os engenheiros, projectistas, banqueiros e advogados que os assessoram, mais a ilusão keynesiana do primeiro-ministro, nos hão-de impingir o que não pedimos?

Fomos nós, porventura - ou os autarcas, os especuladores imobiliários e os empresários do turismo - que reclamámos a legislação de excepção dos Projectos PIN para dar cabo da costa alentejana e do que resta do Algarve? Foi nossa a decisão que a Comissão Europeia classificou como uma batota para contornar as normas de protecção ambiental e ordenamento do território?

Fomos nós que reclamámos a privatização da electricidade para depois a pagarmos muito mais cara ou que, inversamente, protegemos até ao limite o monopólio da PT nos telefones fixos, em troca de termos o pior e o mais caro serviço telefónico da Europa?

Fomos nós que nos revoltámos contra o queijo da Serra feito em mesas de mármore, a galinha de cabidela ou o medronho da Serra de Monchique? É em nome da nossa vontade e da nossa cultura que o «ayatollah» Nunes e a sua ASAE aterrorizam e enfurecem meio país?

Fomos nós que estabelecemos uma sociedade policial contra os fumadores, que quisemos encher Lisboa de radares para controlar velocidades impossíveis e ajudar a fazer da caça à multa o objectivo principal da prevenção rodoviária?

Fomos nós que concordámos em que os agricultores fossem pagos para não produzir, os pescadores para não pescar, as empresas para fazer cursos de formação fantasmas ou inúteis, alguns escritores para terem ‘bolsas de criação literária’ para escrever livros que ninguém lê, os privados para gerir hospitais públicos com o dobro dos custos?

Fomos nós que aceitámos pagar por caças para a Força Aérea que caem todos sem nunca entrar em combate, helicópteros que não voam por falta de sobressalentes, submarinos que não servem para nada, carros de combate que avariam ao atravessar uma poça de água?

Fomos nós que decretámos que o Euro-2004 era “um desígnio nacional” e, para tal, desatámos a construir estádios habitados por moscas, onde jogam clubes que vegetam na segunda divisão ou se aguentam na primeira sem pagar aos jogadores, ao fisco e à Segurança Social? E é a nossa vontade colectiva que anda a animar uns espíritos inspirados que já por aí andam a reclamar um Mundial de Futebol ou mesmo uns Jogos Olímpicos?

Ah, e a regionalização, essa eterna bandeira de almas ingénuas ou melífluas, que confundem descentralização com jardinização? Esse último disparate nacional que falta fazer e com o qual nos ameaçam ciclicamente com o argumento de que está na Constituição, embora nós já tenhamos respondido, clara e amplamente, que dispensamos a experiência, muito obrigado?

Será que não se pode acalmar um bocadinho os nossos esforçados governantes? Pedir-lhes que parem com os “projectos estruturantes”, os “desígnios nacionais”, os “surtos de desenvolvimento”, os PIN, os aeroportos, pontes e auto-estradas, que deixem de se preocupar tanto com o que comemos, o que fumamos, o que fazemos em privado e o que temos de fazer em público? Eu hoje já só suspiro por um governo que me prometa ocupar-se do essencial e prescindir do grandioso: um governo que prometa apenas tentar que os hospitais públicos funcionem em condições dignas e que não haja filas de espera de meses ou anos para operações urgentes, que os professores e alunos vão à escola e uns ensinem e outros aprendam, que os tribunais estejam ao serviço das pessoas e da sua legítima esperança na justiça e não ao serviço dos magistrados ou dos advogados, que as estradas não tenham buracos nem a sinalização errada, que as cidades sejam habitáveis, que a burocracia estatal não sirva para nos fazer desesperar todos os dias. Um governo que me sossegue quanto ao essencial, que jure que não haverá leis de excepção nem invocados “interesses nacionais” que atentem contra o nosso património: a língua, a paisagem, os recursos naturais.

Mas não há dia que passe que não veja o eng.º Sócrates a inaugurar ou a lançar a primeira pedra de qualquer coisa. E encolho-me de terror perante esta saraivada de pedras, que ora ajuda a roubar mais frente de rio a Lisboa, ora entrega mais uma praia a um empreendimento turístico absolutamente necessário para o “desenvolvimento”, ora lança mais uma obra pública inútil e faraónica destinada a aliviar-me ainda mais do meu dinheiro para o dar a quem não precisa. Vivo no terror dos sonhos, dos projectos, das iniciativas de governantes, autarcas e sábios de várias especialidades. Apetece dizer: “Parem lá um pouco, ao menos para pensar no que andam a fazer!”

Além de mais, já não percebo muito bem o que justifica tanto frenesim. Já temos tudo o que são vias de transporte concessionado para as próximas gerações: auto-estradas, pontes, portos, aeroportos (só falta o comboio, mas os privados não são parvos, vejam lá se eles querem ficar com o negócio prometidamente ruinoso do TGV!). Já temos tudo o que é essencial privatizado (só falta a água e palpita-me que não tarda aí mais esse ‘imperativo nacional’). É verdade que ainda faltam alguns Parques Naturais, Redes Natura e REN por urbanizar, mas é por falta de clientes, não por falta de vontade de quem governa. Já faltou mais para chegarmos ao ponto em que os governos já não terão mais nada para distribuir. Talvez então se queiram ocupar dos hospitais, das escolas, dos tribunais. Valha-nos essa esperança.»

Miguel Sousa Tavares (Expresso 10/05/2008)

220 km/h


20080528

Alertas do Norteamos inspiram tese de mestrado em Geografia na UMinho

Os leitores mais atentos encontrarão na seguinte tese muitos dos alertas que temos publicado, como por exemplo este.

Na conjuntura actual do aumento de combustíveis e do uso excessivo do automóvel em detrimento do uso do transporte colectivo, as decisões políticas constituem marcos decisivos para o futuro. No entanto, o passado recente tem revelado decisões que pouco têm de sustentável na melhoria da mobilidade das populações.

O Livro Branco dos Transportes na União Europeia indica o caminho da gestão sustentável da mobilidade favorecendo o transporte ferroviário em detrimento dos transportes rodoviários, pelos conhecidos problemas ambientais e sociais.

No entanto, as decisões nacionais têm-se pautado por medidas que favorecem o transporte individual.

Veja-se o caso do Comboio de Alta Velocidade (AV), cujo traçado esteve dependente do traçado de uma rede externa à nossa (rede Espanhola para o comboio de alta velocidade) o que condiciona o futuro económico da região Norte. De facto, sabendo que o AV será um transporte vocacionado principalmente para o transporte de mercadorias, uma vez que não consegue competir em termos de tempo/custo com o transporte aéreo no que diz respeito ao transporte de passageiros para distancias superiores a 600km, a rede em formato “L” acaba por favorecer Lisboa, colocando-a mais perto da Europa. Em contrapartida, a Região Norte e Centro, onde a concentração de empresas e indústrias é maior, fica marginalizada face à rede ferroviária, o que favorece o transporte rodoviário para colocar os produtos na Europa.

Esta situação não se colocaria no caso do traçado do AV ser em formato “T” ligando Porto a Lisboa e ao mesmo tempo a Madrid mas por Salamanca e não por Badajoz como é o traçado actual. Neste cenário a rede de AV acabaria por servir uma área de potencial utilização muito maior do que a servida pela rede em “L” aprovada.

No entanto, mesmo com a estratégia assumida pelo governo parece-nos haver três situações que suscitam algumas dúvidas.

Comecemos pelo aeroporto de Alcochete; o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações (MOPTC) prevê uma estação de AV para servir esta futura infra-estrutura aeroportuária. Na nossa opinião é uma opção errada, uma vez que a população da Área Metropolitana de Lisboa (AML) dificilmente tomará o Comboio AV para percorrer uma distância tão reduzida. Por seu turno a região do Alentejo não tem população potencial utilizadora do aeroporto suficiente que justifique a estação em Alcochete.

Badajoz verá o seu aeroporto remodelado e o Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) não será um hub vocacionado para o público espanhol.

A população que se desloca desde o Norte de Portugal vinda de AV pode perfeitamente, na Estação de Lisboa Oriente, tomar um comboio convencional até ao NAL, desde que essa troca seja feita de forma eficiente.

A segunda situação prende-se com uma eventual linha entre Aveiro e Salamanca. Uma vez que a opção “T” não foi adoptada, não nos parece pertinente a construção desta linha, uma vez que Aveiro, Viseu e Guarda não tem massa critica suficiente para uma ligação a Salamanca por AV. Como alternativa a esta linha, para o escoamento de mercadorias, temos a Linha do Douro, que liga o Porto ao Pocinho (Concelho de Vila Nova de Foz Côa) mas que outrora ligava o Porto a Salamanca, sendo que o canal ainda existe, pelo que as obras de recuperação ficariam bem mais baratas do que a construção de uma nova linha.

A terceira situação está novamente ligada às questões aeroportuárias. O traçado inicial não contempla uma ligação ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro (ASC), o que na nossa óptica vai prejudicar gravemente esta infra-estrutura. Uma grande parte do catchement área deste aeroporto provém da Galiza, nomeadamente da zona sul e assim sendo parece-nos viável uma ligação ao ASC. Nos moldes previstos qualquer pessoa que se desloque ao ASC vinda de AV terá de se apear na Estação de Porto Campanhã e tomar o light rail da Metro do Porto, e terá assim de prolongar a sua viagem por mais 30 minutos (caso venha do Sul) ou mesmo 45, caso venha da Galiza.

O MOPTC, através da Secretária de Estado Ana Paula Vitorino, garantiu que fica reservado um canal entre Braga e o ASC para, assim que se justifique, lançar uma nova linha. Enquanto isso, entre Braga e o Porto o AV circula pela actual Linha do Minho.

Na nossa óptica, vai-se desenvolver o seguinte cenário: sem a possibilidade de ligação directa ao ASC o AV deixa de constituir uma mais valia para os espanhóis e assim perderá competitividade, e como tal, nunca se justificará a construção da ligação ao ASC, entrando-se assim num ciclo vicioso.

Temos também algumas dúvidas acerca da viabilidade da circulação do AV na actual Linha do Minho, uma vez que se trata duma linha altamente congestionada, nomeadamente entre Braga e Porto, aumentando este tráfego à medida que nos aproximamos do Porto.

Trata-se então de um exemplo em que a decisão política não avaliou devidamente as consequências na mobilidade e o impacto no desenvolvimento económico de uma região, pondo em causa as estratégias nacionais e os princípios consagrados a nível internacional quanto ao tema mobilidade.

Por Carlos Eiras (artigo de opinião produzido no âmbito da unidade curricular "Economia e Política Regional" do Mestrado em Geografia, do ICS/UMinho)

20080527

70-46

Com mais de oito quilómetros de extensão, a Linha Amarela afirma-se como um eixo estruturante no Metro do Porto, conseguindo ligar o Hospital S. João à extremidade da Avenida da República em apenas 23 minutos. Algo que nenhum outro transporte consegue bater, seja ele autocarro ou automóvel.

Encontros imediatos...


Que lições Braga pode aprender com a eventual ligação por metro entre Valbom-Campanhã ?




A questão da mobilidade ferroviária em Braga tem sido discutida ultimamente pelo Pedro Morgado no Avenida Central. Convém que se aprenda com os erros do Metro do Porto, hoje que se inaugura mais um troço em Gaia.

O ponto de partida é esta luta de Rio Fernandes e Pedro Baptista (o que se aproveita do PS-Porto, diaga-se). Efectivamente o argumento usado para evitar a ligação directa Valbom (Gondomar) – Campanhã (Porto) foi sempre a necessidade construir um carríssimo viaduto, atendendo ao vale do rio Tinto. Porém este argumento revela 2 padrões: Ignorância nas soluções técnicas possíveis e preferência por alternativas mais caras, que envolvam mais cimento. Isto é previsível: A nossa economia tem 3 vezes mais construtores e engenheiros civis/imobiliários/arquitectos do que as necessidades, como em tempos referiu Rocha Antunes.

Admitindo que existe procura entre os dois pontos, não faltam então alternativas viáveis e mais baratas:

Estas alternativas, como as imagens e os links do Wikipedia documentam permitem vencer declives mais acentuados, evitando caros viadutos ou tuneis. O leitor saberá que estes sistemas são usados Barcelona, Paris, Turin e Lile ?

É a grande lição que Braga pode tirar. Efectivamente, no desenho da sua rede de metro de superfície ou electrico, deverão excluir as ligações subrubanas, que deverão ser asseguradas futuramente por uma ferrovia pesada entre Guimarães-Braga-Barcelos-Viana e deverão considerar um metro em carris, pneus ou funiculares. Não conheço Braga o suficiente para propôr traçados, mas uma ligação entre o centro da cidade e o novo estádio poderia ser assegurada por um funicular, tal como ocorre em Barcelona relativamente ao estátio Montjuic. O importante é que o processo não fique exclusivamente na mão de políticos e fornecedores. É necessário alguem que represente os contribuintes e utilizadores. A Blogosfera pode ser essa terceira componente.

Voltando ao Porto, a utilização de funiculares/metros sobre pneus, que aliás a própria Bombardier também fornece, é uma alternativa para muitas ligações. Tenciono voltar mais tarde a este assunto, mas além de Valbom-Campanhã, acrescento a ligação da estação das Devesas em Gaia à sua zona ribeirinha e a ligação do polo do Campo Alegre da UP e da zona do hostipital Santo António também à respectiva marginal do Douro.

Bens transaccionáveis, that's the question!

Vítor Constâncio considerou ainda ser benéfico para a economia portuguesa que se faça "um esforço adicional" direccionado para a produção de bens transaccionáveis, ou seja, dirigido à exportação.

in Público online

Pois, pois... agora que o fogo lhes chega ao rabo estão aflitos. Podem começar por deixar de proteger a economia 'lisboeta' de serviços não transaccionáveis internacionalmente, distribuí-los pelo resto do país, e investir nas indústrias exportadoras do Norte e Centro, que na hora da desgraça, como sempre, são chamadas a salvar a 'nação'. Podem também começar a mentalizar o povo das avenidas novas que terão que deixar a protecção do estado e dos serviços e voltar às fábricas. Nós por cá deviamos recusar-nos a ajudá-los. Era o que mereciam.

20080526

uma indústria chamada futebol

Clubes Portugueses ganham com o Europeu 2008

Em Janeiro de 2008 a UEFA definiu após longo período de negociação com a ECA (Associação Europeia de Clubes, ex-G14), uma compensação aos clubes que cederem jogadores as suas respectivas selecções. Ficou acordada a compensação de 4 mil euros por dia e por cada jogador que faça parte dos 23 seleccionados para o Europeu de 2008, o que em 29 dias de torneio equivale a 116 mil euros por jogador.
Com esta decisão os clubes Portugueses passam a lucrar com a dispensa dos seus atletas e conhecida a lista de convocados para o Euro 08, ficam também definidos os valores a receber por parte de cada clube. Desta forma o FC Porto irá receber cerca de 638 mil euros, o Benfica cerca de 580 mil euros e o Sporting cerca de 464 mil euros. O Boavista por seu lado receberá cerca de 116 mil euros, que muita falta fazem aos cofres do Bessa.
O sistema da UEFA prevê que os clubes repartam a compensação pelos clubes que o atleta representou nos últimos anos, assim sendo os clubes irão receber metade da compensação dos jogadores transferidos ou emprestados na última temporada .

http://www.futebolfinance.com/clubes-portugueses-ganham-com-o-euro-08/

MFLeite defende continuação do super-Estado Central à custa dos contribuintes

O Estado sustenta-se dos impostos pagos. Sem impostos não há Estado. Reduzir impostos seria uma forma de acabar com o peso excesso do Estado na economia, nomeadamente o Central, que em Portugal gasta 90% dos impostos cobrados. Eu defendo a redução do peso do Estado Central quer em termos relativos (face ao Estado Local e Regional) quer em termos absolutos. Porém esta não pode ser feita de qualquer maneira. Não defendo uma privatização de tudo o que seja Estado como defendem os neo-liberais mafiosos ou ingénuos. A liberalização tem que se compatibilizar com alguma Social Democracia. Algumas pistas:

·         Prefiro menos impostos para empresas e o fim dos subsídios QRENs e afins. É preferível cada empresa gerir de acordo com o seu critérios os meios libertos do que pagar impostos para depois andar atrás de subsídios;

·         PSLopes também está correcto, na minha opinião, ao defender o fim das Scuts e educação privada via vales;

·         Apesar de nunca ter me dedicado ao assunto com profundidade, na Saude penso que os serviços ambulatórios e os cuidados primários poderiam ter mais oferta privada. Acho que o Estado Central ou regional deveriam ficar com a gestão dentro do SNS de serviços mais sofisticados como seja a Oncologia;

·         As PPP, na prática, impostos pagos pelos contribuintes para alimentar a carteira de encomendas de privados com capacidade de manipular o Estado Central ou local (como por exemplo o «Concessionismo» de  Rui Rio) deveriam ter uma regra que compensava imediantamente o contribuinte cumpridor: Ter que ser directamente detidos por empresas com capital cotado em bolsa. Assim, todos os contribuintes poderiam beneficiar desses lucros.

A atribuição de competencias da administração central para as Regiões ou Autarquias fundidas, completariam o descréscimo do peso relativo do nosso super-Estado Central. Poderiamos acrescer aqui a proposta de reengenharia avançada por Patinha Antão, que argumenta que os serviços actualmente prestados poderiam ser executados com menos 27% dos recursos, ou a proposta de desconcentração pelas capitais de distrito de serviços públicos avançada por PSLopes. Relembro que o metro quadrado e os salários em Lisboa são mais caros do que a média nacional. Facilmente se obteria poupanças, pelo menos nesta classe de custos. Com estas medidas, de redução do peso do Estado Central, consumiria-se menos recursos e permitia a descida de impostos, por exemplo, do ISP proposta por PPC. MFLeite ao negar a descida dos impostos está a defender todos os beneficiários no status quo actual. Até compreendo. A minha alternativa dá trabalho e leva alguns anos a implementar. Eu há pouco tempo fiz 40 anos e ainda tenho a esperança de viver num Portugal melhor.

 

20080524

Patinha Antão ganha debate. PSL em 2º

Apesar de ter seguido o dabate quase em diagonal, na minha opinião, Patinha Antão foi o melhor, não apenas ter dito que o «Norte está a morrer», mas por ter sido o mais coerente e fundamentado. Referiu que seria necessário baixar os impostos para relançar a economia e em contrapartida fazer uma reengenharia do Estado Central de forma a que se executasse as mesmas funções com menos recursos financeiros, avançando inclusivé um núemro: 27% de recursos gastos desnecessariamente. Criticou ainda a imoralidade de entregar a saúde aos bancos e construtoras, conforme eu já tinha referido aqui.

Pedro Santana Lopes mostrou alguma fundamentação ao apresentar as suas medidas: Acabar com as SCUTs, cheques-educação, saúde privada e taxas moderadoras excepto nos internamentos e cirurgias. Ao contrário de PPC que me pareceu ao nível de uma aluno de licenciatura em Economia, PSL mostra que reflectiu sobre as possibilidades que a economia nacional neste momento tem.

MFLeite nada disse, mas foi aclamada vencedora antes e depois do debate. Não seria de esperar outra coisa da muito independente e credível comunicação social sediada em Lisboa...

Todos os candidatos se mostraram submissos a Alcochete e ao TGV. Brevemente a recessão nacional acima da média internacional e a continuada especulação sobre o petroleo acabará com a ideia do novo aeroporto em Lisboa. Relativamente ao TGV, todos se precuparam com Lisboa-Madrid e ninguem referiu o Porto-Minho-Vigo. Honra seja feita a PPC que referiu a necessidade de modernização ferroviária em Leixões. Virtudes da blogosfera portuense...

A única coisa relevante da marcha de protesto contras as SCUTs...

... à volta do Porto foi o facto de a comissão organizadora não estar sedeada no Porto concelho. Mais uma prova de que a AMPorto é um espaço onde a dinamica está na periferia. Basicamente, a teoria do «donut» de Rio Fernandes. Dúvido, mas duvido sinceramente que haja qulquer tipo de consciência sobre o prejuizo que o Norte tem tido com este governo ou anteriores, por parte dos manifestantes. Neste aspecto, penso que a manifestação não correspondeu ao «basta» que Rui Moreira pedia há 15 dias !

FCP - Feliz Como no Prozac

20080523

De facto não existe qualquer problema...para os deputados

"O PS prepara-se para chumbar, mais uma vez, as propostas do PCP e do Bloco de Esquerda que visam maior transparência nas acumulações de cargos públicos e políticos com funções no privado. Os socialistas consideram que não existe qualquer problema no facto de os deputados exercerem outras profissões fora da Assembleia da República. "

De facto, não existe problema qualquer problema em que:
  • Vários acusados num processo de pedofilia contratem escritórios de advogados de deputados, e que esses deputados votem legislação penal que favorece os acusados de crimes sexuais sobre menores...
  • Um deputado que é também advogado possa votar uma legislação num dia, e no dia seguinte vender pareceres a uma empresa, explicando onde estão os "buracos" na lei, nomeadamente a nível fiscal...
  • Um deputado possa ser "consultor" de uma empresa cujo principal cliente é o Estado...

É...de facto, não existe qualquer problema...para quem é deputado.

Marcha contra as portagens - 24 de Maio

Pontos de partida (pelas 14h30, a sair em direcçãoao centro do Porto):

Viana: Campo D´Agonia

Esposende: Largo da Feira

Barcelos: Largo da Feira

Vila do Conde: Av. Dr. Júlio Graça

Póvoa de Varzim: Central Camionagem

Sto. Tirso: Rotunda Agrela

Matosinhos: Piscinas Perafita

Maia: Largo Requeixo

Porto: Rotunda Castelo do Queijo

Gaia: Rotunda Sto. Ovídio

Vale do Sousa e Tâmega: Largo da Feira de Lousada

Gondomar: Mercado Rio Tinto

Ver ainda estes dois posts antigos sobre o assunto:

http://norteamos.blogspot.com/2007/07/o-argumento-do-utilizador-pagador-no.html

http://norteamos.blogspot.com/2007/07/no-utilizador-duplamente-pagador-ii.html

onda de crimes que assola o Porto ... perdão, Lisboa

POLÍCIA E TRIBUNAIS Morte na noitedo Bairro Alto

Um jovem, de 22 anos, foi morto a tiro, na madrugada de ontem, no Bairro Alto, em Lisboa, tudo levando a crer que se tenha tratado de um ajuste de contas. Foi mais uma madrugada de medo numa zona de Lisboa que os moradores dizem estar cada vez mais insegura, muito devido ao imparável tráfico de droga. É que só ontem, além do homicídio, houve mais três casos de agressões registados pelas autoridades e pelo menos dois outros reportados pela população ao JN, que fizeram um morto e três a cinco feridos.

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Espera-se, a todo o momento, a nomeação de uma equipa especial de investigação, liderada pelo próprio PGR, para investigar esta onda de crimes que assola o Porto ... perdão, Lisboa.

facto, natural e inquestionável

Natural e inquestionável é o facto de, se por ventura, a minha região e a minha cidade pertencessem a um país chamado Espanha teriam hoje muito mais desenvolvimento, recursos, riqueza, felicidade e AUTONOMIA em relação à capital Madrid do que tem hoje sendo governada a partir de Lisboa. Repito: isto sim, é um facto, natural e inquestionável.

Outro facto, este não natural, mas também inquestionável é o Estado ter sido confiscado em favor de algumas oligarquias e da respectiva região de pertença.

Deve uma cidade ser privilegiada por ser a Capital?

Há dois tipos de pessoas:

1 - As que ser Capital é apenas o estatuto da cidade que acolhe a sede do Governo
2- As que consideram que ser Capital deve comportar privilégios especiais para a cidade que detém esse estatuto.

Para as primeiras:

  • Ser Capital é uma honra para uma cidade.
  • Ser Capital é um estatuto temporário, ainda que se possa prolongar indefenidamente.
  • Ser Capital é um privilégio atribuído pela totalidade do povo de um país, e ao povo do país pertence a possibilidade de atribuir esse privilégio.
  • A Capital é uma cidade igual às outras (as diferenças advém do peso económico, demográfico, histórico, …). As decisões políticas devem ter em conta o interesse comum.
  • Nenhum privilégio pode ser atribuído à Capital apenas por ela ter esse estatuto.
  • Projectos na Capital com impacto local devem ser financiados localmente, tal como em todas as outras cidades.
  • Em caso algum o Governo nacional pode assumir funções locais na Capital.

Para as segundas:

  • Lisboa é a cidade mais importante: é a Capital.
  • Ser Capital é um direito permanente e inalienável.
  • Ser Capital é um direito que pertence à Capital já estabelecida, Lisboa.
  • A Capital é uma cidade mais importante que as outras. As decisões políticas devem ter sempre em conta o particular interesse da Capital.
  • Privilégios "sem dono" devem ser atribuidos à Capital pois esta cidade tem os mesmos motivos que todas as outras cidades para receber o privilégio mais um: é a Capital. A atribuição rotativa de privilégios não é uma possibilidade.
  • Projectos na Capital com impacto local são "Grandes Desígnios Nacionais" e devem ser financiados a nível nacional. Projectos semelhantes noutras cidades não são desígnios nacionais.
  • O Governo nacional considera que o exercício de funções locais na Capital é de interesse nacional.

Em Portugal vivemos no sistema imposto pelas segundas.

Lisboa e Paisagem

A concentração dos fundos do Estado e dos fundos estruturais na capital determinou a criação de uma cabeça cada vez maior que arrasta um corpo cada vez mais anémico. A velha bandeira do cavaquismo que proclamava Lisboa como a metrópole que havia de conduzir o país à Europa e ao desenvolvimento está de volta. Para o Governo, os investimentos na expansão do metro, na nova travessia do Tejo, na construção do novo aeroporto, nas prioridades de ligação do TGV ou até na mais prosaica requalificação da frente ribeirinha são absolutas prioridades nacionais que hão-de centralizar o essencial do investimento público nos próximos anos. Para alguns observadores qualificados da vida pública, como António Mega Ferreira, a opção é tão indiscutível como as vacas na Índia. Porque "os países têm de assumir que há uma cidade que é capital", o que "implica investimentos de outra dimensão". Corolário lógico: "É demagogia criticá-los."

É verdade que muitos dos debates em torno das prioridades do investimento público estão contaminados pelo ressentimento tribal. É também verdade que muito mais importante do que discutir o destino das fatias do bolo é avaliar a importância de projectos concretos para o desenvolvimento, acreditando à partida que as obras públicas são capazes de o promover. Mas se estas premissas são verdadeiras, são-no independentemente do lugar onde será aplicado o dinheiro do Estado. O que não se pode, nem se deve, é formular uma ideologia desenvolvimentista para legitimar o excesso de concentração de gastos públicos em Lisboa e Vale do Tejo. Como aconteceu nos anos dourados de Cavaco Silva ou começa a acontecer na era da governação Sócrates. Criticar esse excesso não é "demagogia", é apenas alimentar a discussão incontornável sobre o país que podemos, ao menos, ambicionar. O que está em causa não é o facto, natural e inquestionável, de a capital receber mais investimento que as segundas ou terceiras cidades. O que importa estabelecer é o grau desse privilégio. Olhando as evidências do passado, o exagero foi evidente. A distância dos níveis de rendimento entre Lisboa e Vale do Tejo e o resto das regiões acentuou-se desde a integração europeia, apesar de a tendência ter abrandado nos últimos anos; a Comissão Europeia lembrou várias vezes que "o problema é que os fundos [estruturais] foram concentrados de forma excessiva na região de Lisboa".

E o que este processo isento de qualquer princípio de solidariedade nacional está a conseguir é a criação de um modelo de desenvolvimento que obedece mais a parâmetros do Terceiro Mundo do que de um qualquer país europeu - um relatório da ONU de 2001, World Urbanization Prospects, apontava para o facto de Lisboa poder concentrar 45 por cento da população do país em 2015. A excessiva concentração dos fundos do Estado e dos fundos estruturais na capital determinou a criação de uma cabeça cada vez maior que arrasta um corpo cada vez mais anémico. É este o país que queremos?

Quando autarcas como Rui Rio ou empresários de Braga ou de Aveiro começam a recuperar as palavras de ordem de há dez anos para questionar a partição dos parcos recursos do Estado, estão a olhar pelos seus interesses naturais, mas, ao mesmo tempo, estão a dar o seu contributo para a discussão sobre os danos que os excessos do centralismo colocam ao país. Ninguém espera que por cá haja "expos" em Aveiro como vai haver em Saragoça, ninguém acredita que o Tribunal Constitucional vá para Coimbra como na Alemanha está em Karlsruhe, ninguém pensa que será o Estado a resolver os problemas que a concorrência mundial coloca à indústria do Norte ou a desertificação aos dois terços do território do interior.

O que se discute é se a frente de obras da ribeira do Tejo é um projecto de interesse nacional capaz de justificar que todos os contribuintes do país as paguem, em vez da Câmara de Lisboa.

Claro que é, como todas as requalificações de frentes ribeirinhas de Melgaço a Vila Real de Santo António.

Só que para essas não há ajudas do Governo.

Por Manuel Carvalho (Público) 21.05.2008

Peak Oil chega ao MSM americano

20080522

Falta liberalizar o mercado de combustíveis

Há uns anos atrás, os nossos governantes tentaram convercer-nos que a "liberalização" dos preços dos combustíveis resultaria na redução do seu preço. Argumentavam que o preço máximo definido pelo Estado estava a funcionar como mecanismo de concertação de preços, ao servir de preço de referência para os distribuidores. A "liberalização" fez-se, e as dúvidas sobre a bondade da medida foram constantes.

Na verdade, da "liberalização" de preços nunca poderia ter resultado um preço mais baixo. Porque ou o preço de equilíbrio de mercado (concorrencial ou oligopolístico) era superior ao tecto definido pelo Estado, e nesse caso o preço subiria após a liberalização. Ou o preço de equilíbrio de mercado já era inferior ao tecto definido pelo Estado, e o preço manter-se-ia após a liberalização.

Além disso, continuou a existir um mecanismo de concertação de preços: o tecto máximo definido pelo Estado foi substituído pelo preço de referência praticado pela Galp, que tem o monopólio da refinação, mais de 40% da distribuição (que é um oligopólio). A concertação de preços só poderia desaparecer se já existisse concorrência.

E aqui chegamos ao cerne da questão: a "liberalização" de preços apenas poderia ter resultado em redução de preços se fosse acompanhada de medidas conducentes a aumentar as condições de concorrência no mercado. Ou seja, era também necessário liberalizar (sem aspas) o mercado. O que nunca aconteceu.

O mercado da distribuição de combustíveis tem ainda fortes barreiras à entrada impostas pelo Estado. O que significa que "quem já lá está" tem o seu negócio protegido da entrada de novos operadores agressivos e por isso pode praticar preços mais baixos. Vejamos um exemplo: os hipermercados praticam preços 6 a 10 centimos abaixo dos outros postos. Mas o Estado continua a não seguir a recomendação da Autoridade da Concorrência (a quem agora pede para investigar "a existência de práticas não concorrênciais"...) de liberalizar o licenciamento de postos de combustíveis nos hipermercados, que noutros países chegam a ter 25% de quota de mercado.

Desta forma. o Estado está a proteger o oligopólio das petrolíferas. Porquê?

O consumo de Prozac vai aumentar depois do Euro 2008 e das férias de Verão

Olhemos para os factos:

O MSM sabe que beneficia de contratos de publicidade institucional do Estado Central se ocupar as mentes das pessoas com futebol, casos de polícia e tragédias, como refere e bem JPPereira. Já assim ocorria no tempo de Guterres. A manipulação alienadora continuará de seguida com o Euro 2008 e as férias de Verão. Depois aumentará o consumo de Prozac. Muitos que o tomam, depois suicidam-se.

20080521

Douro, faina fluvial

dourofainafluvial



Em Portugal, existem poucos locais com aquela beleza, sendo difícil descrever, por palavras, os cerca de 54 quilómetros de via férrea, que separam Mirandela da foz do Tua, pois é uma experiência inesquecível, que fica na memória de qualquer visitante e com o desejo de um dia lá voltar. Para se ter uma ideia da beleza ao longo deste itinerário, podem-se ver as fotos no seguinte ‘site’:

Após a abertura da nova janela tentar premir em “apresentação de slides” e para ver fotos no ecrã inteiro basta seleccionar, em cima, View (Ver) e de seguida, Full Screen (Ecrã inteiro) ou a tecla F11. A visualização das fotos demorará cerca de 1 minuto e meio.

http://picasaweb.google.pt/rodrigues.rui1/LinhaDoTua03?authkey=rk1Bwb8VOgY (Duplo clique para ver fotos)


Rui Rodrigues

Debate energético

Numa altura em que o país está à beira da revolta por causa do preço dos combustíveis, o primeiro-ministro anda por aí a inaugurar auto-estradas sem portagens e a prometer construir ainda mais. Numa altura em que preço do petroleo em USD bate records (mesmo descontando a elevada especulação); Que a modernização ferroviária sobretudo nas mercadorias, para o Norte ainda fabril e exportador, mantem-se parada; Que está programada uma manifestação contra as portagens à volta do Porto, pelas razões erradas, na minha opinião e que a A4 avança para ser mais uma auto-estrada do «lá vem um», as implicações do Peak Oil continuam por debater em Portugal e a Norte:

A questão do Pico Petrolífero é central, pois determina todas as outras. Isto é importante, em particular e sobretudo, na questão dos grandes investimentos públicos. Trata-se de despesas muitíssimo vultosas, elas provocam dívidas que comprometem não só a geração actual como gerações futuras. Este governo prevê investimentos colossais – como novo aeroporto, TGV e agora um terceiro atravessamento do Tejo – que não podem ser suportados pela combalida economia portuguesa. Além de serem investimentos que não se destinam a aumentar a capacidade de produção nacional, eles estão a ser decididos sem que sequer se tente antever o que virá a ser o mundo pós Pico Petrolífero. Gastar recursos em activos fixos que estimulam o tráfego rodoviário, aumentam o consumo de petróleo e dentro de poucos anos ficarão sub-utilizados é má utilização de recursos públicos. Muitos empreiteiros ganharão com isso, mas a sociedade como um todo perderá. Tais erros terão de ser pagos no futuro.

Mas as alternativas verdes não são menos alienadoras:

Basta observar a actual corrida dos mercados financeiros e respectivos fundos de investimento em direção aos biocarburantes (biodiesel e bioetanol), e o envolvimento direto das empresas petrolíferas e energéticas no negócio, para percebermos que uma nova bolha especulativa está em plena formação. Chamem-lhe a BOLHA VERDE! Os protagonistas no terreno pressionam os governos, aturdidos pelas sirenes da alta do petróleo, para que lhes subsidiem os novos carburantes e em geral as energias alternativas. Pressionam os agricultores para enveredarem pelo cultivo intensivo dos agro-carburantes e, claro está, adoptarem os Organismos Geneticamente Modificados. Procuram entrar nos países com grandes áreas agrícolas efectivas e potenciais para aí implementarem os seus projectos de agro-carburantes. Contratam agências de comunicação e põem-nas a trabalhar na grande campanha mediática da década. (...) O biodiesel e os biorcarburantes não passam pois de alternativas de emergência ao pico petrolífero. São temporárias e insuficientes. E a explicação para esta transitoriedade é simples: se algum dia fossem produzidos na proporção máxima tolerada pelos actuais motores a diesel (30%), a capacidade de o planeta alimentar as suas criaturas ficaria irremediavelmente comprometida. (...) O problema energético actual tem, em suma, que ser visto como aquilo que é: uma emergência real e global, que exige respostas globais, rápidas, bem informadas, criativas, tecnicamente competentes e democraticamente supervisionadas. Menos do que isto, ou deixar as coisas como estão, i.e. num impasse e entregues aos oportunistas de ocasião, só poderá conduzir o mundo ao desastre.

No sector da empresa onde trabalho há produtos cuja margem não compensa o custo de transporte na exportação para a Europa além Pirineus. No sector do fabrico de tintas, a exportação é quase impossível. No vestuário, o problema não se coloca. O Norte abastece lojas mundiais da Zara, por exemplo. Para manter a nossa base industrial viável e para evitar que a nossa e futuras gerações paguem a carteira de encomendas actual do «lobby» betoneiro-projectfinance-PPP, é essencial que estes assuntos sejam amplamente debatidos.

PS: Uma alternativa sensata de produção de biodiessel a Norte: Norgen

Para acabar de vez com a conversa dos 6 milhões

Número de adeptos dos principais clubes em Portugal, segundo aFutebolFinance:

1. Benfica - 4,1 milhões (38,8%)

2. FC Porto - 2,6 milhões (24,4%)

3. Sporting - 2,1 milhões (20,2%)

Já segundo um estudo encomendado pelo Benfica, o número de adeptos deste clube é um pouco superior, embora abaixo dos 5 milhões:

  • Portugal - 4.751.320
  • Litoral Norte - 716.750
  • Interior Norte - 219.440
  • Grande Porto - 410.640
  • Litoral Centro - 1.011.840
  • Grande Lisboa - 1.637.610
  • Sul - 611.940
  • Madeira - 94.340
  • Açores - 48.760

20080520

O Governo de Petrogal


Manuel Pinho pediu à Autoridade de Concorrência (AdC) para investigar a existência de cartelização nos preços de combustíveis. Mas o problema, a existir, não é de cartelização, é de concentração: existe uma empresa com 50% do mercado (a Galp) e cujo preço funciona como referência para todos os concorrentes. Logo, estes não têm necessidade de combinar aumentos de preços entre si.

Neste cenário, os apelos à AdC para que encontre um cartel não são mais do que uma "manobra de diversão" por parte de um governo que é conivente com a concentração no mercado. É este governo que, sendo accionista da Galp, permitiu a aquisição por esta de mais de 40 postos de abastecimento da Esso em Portugal. E é este governo que continua a não acatar a mais importante recomendação da AdC, que vai no sentido de liberalizar o licenciamento de postos de abastecimento nos hipermercados (são os postos que actualmente praticam os preços mais baixos no mercado).

Não se pode amar dois corações ao mesmo tempo. E o governo que apela à AdC para que esta proteja o consumidor, é o mesmo governo que, como legislador e accionista da Galp, tudo faz para proteger o negócio desta empresa.

As 'elites' portuguesas gostam de fingidores

É sabido o sucesso que um videirinho e mentiroso compulsivo, que não hesitou em alinhar numa vigarice para obter um diploma universitário, faz numa parte considerável - a que neste momento exerce o poder - das 'elites' portuguesas. Sócrates, no seu estilo actionman plástico de fato e gravata, tem para já o futuro garantido entre elas. A outra parte, a que neste momento não calcorreia as alcatifas dos palácios do poder centralista, desespera por encontrar um clone que a possa levar de novo às sinecuras. À falta dum actionman laranja, parece que alguns têm esperança numa espécie de Ken vácuo e especialista em nunca responder afirmativamente a quase tudo que implique tomar partido claro e determinado. Só lhe falta a Barbie!!

Está provado. As 'elites' portuguesas gostam muito de fingidores. Também não admira. Há séculos que vivem do subsídio, do negócio protegido, e organizadas em profissões de loja fechada imunes à concorrência. O Povo é que se fornica!

Leituras 20080520

·         Soares da Costa pré-qualificada em metro na Rússia

·         Bosch investe em Aveiro; Blaupunkt em Braga;

·         Turismo a Norte em conferência

·         Eleições AEP: Entra Paulo Azevedo e sai Couto dos Santos; Tenho mais expectativas nesta renovação do que naquela que actualmente muito se fala.

·         O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) está entre as primeiras 100 instituições de Ensino Superior europeias que mais trocam população escolar no âmbito do Erasmus, um programa de mobilidade de alunos e professores.

·         «Fusões» de autarquias acabam por ser resposta à não Regionalização: "Douro Alliance":Cofundadores formalizam terça-feira a génese da "cidade" Vila Real/Régua/Lamego. A ideia tem 20 anos e é uma nova tentativa para dar massa crítica a parte dos 200 000 habitantes do Douro. Relembro que Gaia, 1 única autarquia tem 300000 habitantes, tal como a RAMadeira.

·         Produtores de vinho verde dão lição de gestão aos que temem fusões: Com as exportações de vinho verde a crescer 12%, sete adegas cooperativas da região Norte (Barcelos, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Famalicão, Lousada, Penafiel e Ponte da Barca) decidiram replicar no sector o exemplo da Lactogal no leite e juntaram-se para criar a ViniVerde. Outras sugestões de fusão: Aiminho+AEP+AIRAVeiro; Grupo editorial do Minho+Primeiro de Janeiro+Vida Económica.

 

Comunicação Social = Benfica

Lembro-me perfeitamente do dia em que Guterres se demitiu. A abertura de todos os telejornais dizia: "Toni já não é treinador do Benfica".

Num país viciado em futebol, e em particular no Benfica, num país em que o "Apito Final" é tema de todas as conversas, e acareações de ex-namorados dão primeiras páginas, dir-se-ia ser estranho que a notícia do envolvimento de Luis Filipe Vieira numa agressão de um cidadão apenas fosse noticiada no Sol e na IOL.

Mas não tem nada de estranho. A nossa comunicação social é ávida de notícias de futebol, mas só se forem a favor do Benfica. Ou contra o FC Porto. De preferência, contra o FC Porto.

Promiscuidade "Política - Futebol": CMLisboa IV

É curioso como aqueles que tanto aplaudiram Rui Rio por fechar as portas da CMP ao FC Porto, ficam silenciosos perante o espectáculo mediático na Câmara Municipal de Lisboa, em que o Presidente António Costa abriu os Passos do Concelho de propósito para receber os jogadores do Sporting em directo para a Sic-Notícias, por causa da vitória na Taça.

Como dizia CAA, "quando é na ‘capital do império’ são festejos desportivos - quando sai da orla da dita capital tratam-se de ‘conspirações manhosas’, tenebrosas e sinistras, que a boa ética e a moralidade pública exigem um rápido fim."

Defendo que faz sentido que as Câmaras Municipais homenageem os atletas da cidade que pratiquem feitos meritórios. E, assim, da mesma forma de Rui Rio agiu com excesso de zelo ao evitar receber o FC Porto, mesmo quando este projectou internacionalmente o nome da cidade, ao vencer a Liga dos Campeões e a Taça Intercontinental, António Costa procurou fazer espectáculo ao receber o Sporting a propósito de um título de parca relevância tendo em conta o historial do clube (para não falar no historial de todos os clubes da cidade.

Não me parece que ganhar uma Taça de Portugal seja o maior troféu a que um dos clubes de Lisboa possa aspirar em Portugal.

Recomendo ainda a leitura destes posts antigos:
http://norteamos.blogspot.com/2007/12/promiscuidade-poltica-futebol-cmlisboa.html
http://norteamos.blogspot.com/2007/12/promiscuidade-poltica-futebol-cmlisboa_06.html
http://norteamos.blogspot.com/2007/12/promiscuidade-poltica-futebol-cmlisboa_4099.html
Leituras recomendadas