20080511

Mais uma vez, futebol!

Mais uma vez, é o futebol o pretexto para se discutir a da situação que o Norte atravessa. Agora é António Barreto no Público e no seu blog.

Muito se fala por causa do futebol. Será isto um exemplo do nosso atraso? Mas pouco se discute o essencial. Assim será sempre vira o disco e toca o mesmo. À que responsabilizar os nossos dirigentes. É intoleravél continuar com as mesmas caras, que servem sempre os mesmos interesses.

4 comentários:

Asdrúbal Costa disse...

Quero desde já dizes que gostei muito deste blogue e que irei acompanha-lo com regularidade. No entanto neste post há algumas coisas com as quais discordo. Dá-se tanta importância ao futebol aqui como em qualquer outra região do pais ou até mesmo como em outros paises. Se bem que tambem esteja de facto farto de futebol, temos que reconhecer a importancia que este tem mesmo a nível politico. No entanto concordo que as pessoas do Norte devem deixar o futebol um pouco de lado, valorizando-se relativamente à mediania e atacar o cerne do verdadeiro problema, de forma a lutarem pelos seus direitos.

Cumprimentos e até breve

António Alves disse...

Caro Sguna,

A atitude de desvalorização do fenómeno futebol é, na realidade, e sem muitos se aperceberem uma atitude induzida pelas centrais centralistas de formatação de mentalidades.

Há muito que querem fazer passar a ideia que o povo do norte devia de deixar de dar importância ao futebol. Não há nada de inocente nem de bondade nisto. O povo do norte não dá mais inportância ao futebol que outro qualquer. O facto é que em regra os seus clubes são melhores que os outros mesmo lutando com armas desiguais. O que está verdadeiramente em causa é o assalto ao negócio. O futebol é hoje em dia uma indústria poderosíssima e (ainda) está centrado no porto e a Norte. O que os apoquenta são os milhões de euros que lhes fogem e que ficam no Porto e Norte. O FC Porto é o clube português que mais receitas publicitárias obtém no seu estádio. isto apesar de ser um clube, segundo dizem, 'regional'. É verdade: é um clube dos novos tempos, do pós-pós-modernismo: age localmente e pensa globalmente. Toda esta sanha persecutória só existe porque existe muito dinheiro em jogo e também porque o FC Porto e outros são péssimos exemplos para o centralisto lisboeta: uma organização eficaz, eficiente, poderosa e ganhadora fora da capital é algo de inconcebivel para aquelas cabeças. Logo terá que ser para derrubar sem apelo nem agravo. Infelizmente este país mediocre chegou a um ponto em que até a justiça e a política se faz segundo a côr clubística: onde, em qualquer lugar decente, um magistrado honesto e competente é impedido de assumir um lugar de liderança num corpo de polícia de investigação apenas porque é adepto de um determinado clube? Acreditem no que quiserem, mas no dia em que derrubarem definitivamente o FC Clube do Porto, cujo poder simbólico é enorme, esta região estará condenada ao mais abjecto ostracismo e sub-desenvolvimento crónico. Depois disso só faltará transferir as caves do vinho do Porto para o Barreiro e passar a dizer que as encostas durienses se situam na região administrativa de Lisboa e Vale do Tejo. Na realidade, quem dá uma impotância exagerada ao futebol é Lisboa e não nós. São eles que têm lá o famoso clube de 6 milhões de adeptos e imprimem diariamente dois jornais em que praticamente só falam deles mesmo quando são desportivamente uma nódoa e nada vencem.

sguna disse...

O que eu queria dizer era realmente que se dá demasiada importância ao futebol no país inteiro, não só no Norte.

Caro Manuel, não conheço muitos países, mas nos poucos em que vivi, não me recordo de ver telejornais com notícias de abertura acerca do futebol, bem ao contrário de todos os canais nacionais que frequentemente falam às 1/2horas acerca do traque do Rui Costa, ou de outro qualquer acontecimento na nação benfiquista...

A veneração cega ao futebol, eleva algo fútil a algo com muita importância política, especialmente a nivél local onde a cumplicidade com as autarquias locais faz parecer o apito dourado como roubo de rebuçados. Mas desse aspecto do futebol não se fala! Nem mesmo após o caso de Fátima Felgueiras. Mais um exemplo do "furacão que ficou na estratosfera".

Caro António, também concordo que grade parte da resposabilidade desta paródia é a comunicação social. Mas em parte estes só mostram o que as pessoas gostam de ver. Se se interrompe um ex-primeiro ministro (por muito mau que tenha sido) para mostrar a chegada do "santo" Mourinho, há muita coisa que está mal. Primeiro é a estupidez do canal de televisão, mas sem dúvida que estes sabem que é isto que o "povinho" gosta de ver.

Carlos Medina Ribeiro disse...

Muito grato(s) pela referência ao Sorumbático!

Abraço

CMR

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