A questão da mobilidade ferroviária em Braga tem sido discutida ultimamente pelo Pedro Morgado no Avenida Central. Convém que se aprenda com os erros do Metro do Porto, hoje que se inaugura mais um troço em Gaia.
O ponto de partida é esta luta de Rio Fernandes e Pedro Baptista (o que se aproveita do PS-Porto, diaga-se). Efectivamente o argumento usado para evitar a ligação directa Valbom (Gondomar) – Campanhã (Porto) foi sempre a necessidade construir um carríssimo viaduto, atendendo ao vale do rio Tinto. Porém este argumento revela 2 padrões: Ignorância nas soluções técnicas possíveis e preferência por alternativas mais caras, que envolvam mais cimento. Isto é previsível: A nossa economia tem 3 vezes mais construtores e engenheiros civis/imobiliários/arquitectos do que as necessidades, como em tempos referiu Rocha Antunes.
Admitindo que existe procura entre os dois pontos, não faltam então alternativas viáveis e mais baratas:
Estas alternativas, como as imagens e os links do Wikipedia documentam permitem vencer declives mais acentuados, evitando caros viadutos ou tuneis. O leitor saberá que estes sistemas são usados Barcelona, Paris, Turin e Lile ?
É a grande lição que Braga pode tirar. Efectivamente, no desenho da sua rede de metro de superfície ou electrico, deverão excluir as ligações subrubanas, que deverão ser asseguradas futuramente por uma ferrovia pesada entre Guimarães-Braga-Barcelos-Viana e deverão considerar um metro em carris, pneus ou funiculares. Não conheço Braga o suficiente para propôr traçados, mas uma ligação entre o centro da cidade e o novo estádio poderia ser assegurada por um funicular, tal como ocorre em Barcelona relativamente ao estátio Montjuic. O importante é que o processo não fique exclusivamente na mão de políticos e fornecedores. É necessário alguem que represente os contribuintes e utilizadores. A Blogosfera pode ser essa terceira componente.
Voltando ao Porto, a utilização de funiculares/metros sobre pneus, que aliás a própria Bombardier também fornece, é uma alternativa para muitas ligações. Tenciono voltar mais tarde a este assunto, mas além de Valbom-Campanhã, acrescento a ligação da estação das Devesas em Gaia à sua zona ribeirinha e a ligação do polo do Campo Alegre da UP e da zona do hostipital Santo António também à respectiva marginal do Douro.
17 comentários:
bem. um pouquinho de atenção à ortografia não fazia mal a ninguém (eu sei, eu escrevo sem maiúsculas). e, já agora, atenção aos textos. o autor deste texto fala da situação em braga admitindo não a conhecer, e depois sugere funiculares para a ligação a valbom. esta sugestão não é má, como hei-de dizê-lo?, é trenga. um funicular serve para vencer desníveis abruptos, mas apenas um desnível!, para o mesmo lado. não serve para descer um vale e depois subi-lo, no outro lado! e, senhor josé silva, o estádio do braga não se encontra no cimo de um monte, como em montjuic. não basta dar exemplos estrangeiros, é necessário saber do que se fala.
Funicular em Braga só se for para subir para o Sameiro.
O troço que citas-te centro - estádio municipal já teve projectado (à cerca de cem anos) a continuação da linha ferroviária com direcção a Vila Verde, Pt da Barca, Arcos e Monção (circulo ferroviário minhoto). E ainda o ramal para Póvoa de Lanhoso - Rossas, Arco de Baúlhe (linha do Tâmega e linha de Fafe) e depois Chaves. Claro que nada disto foi feito.
A única zona de Braga onde existe uma inclinação elevada é entre o centro e Real, mas é facilmente ultrapassada fazendo a linha passar pela Confeiteira (Este) ou por Gondizalves (Oeste, mas mais longe).
Mas continuando em falar em Braga. As estradas nacionais 14, 101, 103 e 201 (centro para Real e Prado) foram feitas com declives por onde possam passar os eléctricos. No caso da EN201 (centro-Real), que passa em frente da estação, faz pela encosta abaixo uns valentes Ss por isso mesmo (para o eléctrico). Mais uma vez nada disto foi feito.
Os eléctricos sobre pneus não são grande coisa, estão sempre a sair do monocarril condutor, o que provoca atrasos.
Caro Nuno,
Tem razão relativamente à ortografia.
De facto, um funicular apenas trabalha uma rampa. Nada impede colocar 2 funiculares para 2 rampas, obrigando de facto a transbordo. Isso poderia ser feito em Campanhã e Valbom, ficando no centro um parque de estacionamento ou zona de intermodalidade.
Em Braga, o funicular pode obviamente ser usado para DESCER para o estádio, a partir da periferia da cidade.
ainda não percebi como funciona o comboio sobre pneus. qual é a sua vantagem?
josé silva: eu também gosto de funiculares, e há situações de encosta abrupta em que é realmente a melhor solução, mas essa de campanhã não o é certamente. vamos a ver: o metro do porto funciona por linhas extensas que cruzam o centro do porto. é bastante provável que essa ligação a valbom, como irá certamente acontecer com a ligação a rio tinto, continuará depois de passar no centro do porto para matosinhos ou mesmo para a póvoa. ou, no sentido contrário, nada impede que as composições que venham destes destinos parem as suas viagens em camapanhã ou no dragão, podendo perfeitamente continuar para valbom ou rio tinto - venda nova - gondomar. ou seja, não se pode pensar nas linhas troço a troço, mas em toda a sua extensão.
Nuno,
A grande vantagem do comboio sobre penus, como o wikipedia indica é poder vencer elevados declives, coisa que os comboios sobre carris não conseguem. São no entanto composições mais caras.
O argumento que sempre foi usado para não efectuar a ligação Valbom-Campanhã é o facto de existir o desnível do vale do rio Tinto. A minha mensagem é que economicamente e tecnologicamente é possível fazer essa ligação e o argumento usado contra ela revela ignorância ou má fé.
é como te digo. as linhas não podem ser pensadas percurso a percurso, mas sim em toda a sua extensão. a hipótese de utilizar o metro com pneus até poderia ser uma hipótese interessante para esse troço, mas é mais cara (como indicaste) e deverá ser bem mais lenta, imagino.
Nuno, cada troço tem as suas particularidades. Eu não defendo que todas as linhas do metro de Braga usem uma ou outra solução, aliás como acontece com todas as redes de metro que usam estas alternativas.
A composição é mais cara. A via é mais barata. Não seim se vale a pena ou não. A minha mensagem é no sentido de se equacionar estas alternativas.
mas se se utilizar essas composições entre valbom e campanhã elas também percorrerão o resto da rede. e, pelo que percebi, o metro de pneus anda sobre um monocarril.
Dois erros Nuno:
1. Nada obriga a que o trajecto Valbom-Campanhã se tenha que extender a outros locais;
2. Uma composição sobre pneus usam um trilho lateral. Ver wikipedia. Esta questão é irrelevante porque o uso desta tecnologia resumir-se-ia a este precurso.
se a ligação se resumir a valbom - campanhã, é obsoleta.
O metro/comboio sobre pneus é um desenrasque a curto prazo. Os consumos energéticos são muito superiores devido ao atrito do pneu. E ainda temos que adicionar o rápido desgaste destes.
Em certos casos até pode ser mais barata a implementação, mas a longo prazo torna-se mais cara.
Por outro lado os eléctricos, Tram, metro ligeiro o que lhe quiserem chamar, suportam declives maiores que os comboios tradicionais (+-2,8%). Alguns suportam declives até 6%.
Existe ainda o sistema dos comboios de montanha, o sistema de cremalheira, que é muito utilizado na Suiça.
é bom ouvir uma voz conhecedora.
caro josé silva, não é por causa do viaduto que a linha se vai deixar de construir. falta é a vontade política, centrada em lisboa. depois da linha da venda nova, a de valbom será certamente a escolhida para reforçar o lado este da conurbação do porto.
Voz conhecedora ?
A linha de metro sobre pneus de Paris tem décadas...
Turin está a constrir uma nova...
Apenas Valbom-Campanhã é obsuleta ? No Porto todos os que pensam sobre o assunto querem que o metro seja curto e se resuma ao espaço urbano. Para sub-urbano há comboios...
Voz conhecedora, onde ?
este será o meu último comentário neste post. em qualquer sistema de metro do mundo, as linhas continuam até se cruzarem com o número máximo de linhas. não páram logo na primeira estação onde cruzam com outra. lamento, josé silva, que tentes opinar sobre transportes públicos seguindo monomanias (funiculares, comboios sobre pneus) quando obviamente não percebes nada do assunto.
Caro Nuno,
Você me tratar por tu revela a sua idade e experiência de vida...
revela o quê? revela que tenho noção que na internet não subistem os formalismos arcaicos. e o que tem a ver a minha idade com o que quer que seja? espero que os outros editores/publicadores neste fórum tenham noção do baixo nível de josé silva. qual é o lugar da idade numa discussão sobre transportes públicos? tenho 28 anos e sou licenciado em arquitetura. mais alguma coisa? irra!, que baixo nível.
Caro Nuno,
«obviamente não percebes nada do assunto»
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