O Hospital Amadora-Sintra
A nova ministra:
Ana Jorge, que toma posse quarta-feira como ministra da Saúde, vai a julgamento no Tribunal de Contas no âmbito de uma acção de responsabilidade financeira por alegados pagamentos indevidos ao hospital Amadora-Sintra quando era presidente da ARS de Lisboa. O advogado de Ana Jorge, João Correia, confirmou à Agência Lusa que a substituta de Correia de Campos na pasta da Saúde vai a julgamento no Tribunal de Contas, em data ainda por definir, e que «logo se verá se existe ou não responsabilidade financeira». «Claro que vai haver julgamento. É o que está na lei, é a tramitação normal do processo, que é regulado pelo Código de Processo Civil. Estes processos acabam em julgamento», acrescentou João Correia. Em causa estarão alegados pagamentos indevidos à sociedade gestora do primeiro hospital público com gestão privada, o Amadora-Sintra, no âmbito do contrato celebrado entre a José de Mello/Saúde e o Estado. Ana Jorge foi uma das mais de 20 pessoas que tiveram cargos de direcção da Administração Regional de Saúde de Lisboa entre 1995 e 2001 e a quem uma auditoria da Inspecção Geral de Finanças imputou alegados pagamentos indevidos àquele hospital no valor de mais de 79 milhões de euros. De acordo com notícias vindas a público em 2003, só a Ana Jorge o Estado pedia 3,5 milhões de euros.
Portanto:
1. Há um grupo económico sediado em Lisboa que quer apostar no sector da saúde, sector virado para o mercado doméstico, sem concorrência internacional e portanto de maiores margens/rentabilidade/produtividade;
2. Consegue uma PPP para gerir um hospital público. Os contratos são «misteriosamente» mal construídos.
3. Há derrapagem nos gastos. A administração central tem que indemnizar.
4. Descobre-se que certos funcionários da ARS Lisboa deveriam ter controlado os gastos, mas «misteriosamente» não controlaram.
5. O Tribunal de Contas e IGF consideram haver ilicito e não apenas especulações à José Silva. Colocam a ex-responsável pela ARS de Lisboa em tribunal.
6. Tal como Luís Filipe Pereira, ex-ministro da Saúde, também ligado ao grupo Mello, Ana Jorge chega ao mesmo cargo com ligações suspeitas às oligarquias da capital.
Notas finais:
- É por causa disto que depois tem que se poupar no Interior, fechando SAPs;
- Pinto da Costa mesmo comprando árbitros em actividades que não envolvem o Estado, é mil vezes mais santo do que estas «máfias» do Centralismo;
- Padrão: Oligarquias de Lisboa «manipulam» decisões do Estado Central para passarem a gerir de forma altamente lucrativa antigos serviços públicos que tinham sido criados com dinheiro de todos nós. Isto é o Marxismo-Yeltsinismo, a colectivização seguida de privatização mafiosa, o verdadeiro modelo económico existente na região de Lisboa, aplicável a muitos sectores (banca, energia, comunicações, estradas, saúde, etc);
- A Norte quer-se criar um «cluster» da Saúde. Sem ajuda do Estado, por cá quer-se vender I&D e bens transaccionáveis no mercado internacional como o simulador de parto do INEB/UP que foi licenciado para fabrico nos EUA. Cá há Capitalismo.
1 comentário:
Julgo que mais uma vez estamos a descentrar o discurso o mais importante não é a imprensa lisboeta falar do Porto, para o Nicolau do Expresso e o Saraiva do Sol poderia o Porto ser Barcelona e a UP ser Harvard que o realmente iria importar seria o bairrismo, os políticos do norte sem "dimensão nacional" ou os gangues da noite.
A afirmação do Porto e do Norte passa pela melhoria da qualificação dos seus jovens e do upgrade tecnológico de uma industria que cresceu de forma desordenada sem qualquer tipo de preocupação por parte do Estado Lisboeta que não fosse sacar o máximo e investir o mínimo a típica mentalidade do ministro Lino deste governo que de vez em quando dá uns trocos aos parolos como se o dinheiro dos impostos que todos pagamos fosse seu.
Lisboa é uma cidade periférica , suja que sobrevive a custa do que consegue obter do país e dos "serviços" que presta a "capital" quando aparece em rankings é sempre a 4ª cidade da Península e francamente da minha experiencia é conhecida pelo nice weather , good food and ......" só conta para consumo interno.
Aos poucos o Grande Porto vai ganhar protagonismo , tem uma população jovem com alguma qualificação e se souber usar o seu poder económico 15% do PIB e dos 20% dos votos pode fazer mais pressão do que muitos imaginam.
Cumps
JM
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