20080129

O paradoxo da prostituta

Na caixa de comentários do Avenida Central, a propósito deste post, e também do comentário do intitulado "Degolador", que é um bom exemplo duma espécie de pensamento que, a meu ver, é recorrente nestas questões da Regionalização, escrevi, por minha vez, o comentário que aqui reproduzo.


15:47
Degolador disse...
Pois pois...estes gajos do Porto nunca me enganaram!A falar de regionalização nuns encontros denominados "Porto: Cidade Região" ... o que eles querem sei eu.Cada vez menos me sinto inclinado a deixar cair a bandeira das 2 ou 3 regiões a norte do Douro ... é que o Porto não me está a inspirar nenhuma confiança. Para ser dependente (e explorado) por alguém, sempre prefiro ser chulado directamente por Lisboa, que já sei com funciona.


16:21
António Alves disse...
Rui Rio nunca foi regionalista e nunca o será. Rui Rio é apenas um oportunista profissional que vê as coisas a andar para trás (Eleição de Menezes a líder do PSD) e agora quer ser reeleito para a Câmara, pois não tem para onde ir. Como no Porto já começam a descortinar a fraude que ele é convém agora mostrar-se regionalista. Com o tempo, se for necessário, até será capaz de ir ao Dragão assistir a uns jogos.

Agora quanto ao "degolador": continue com esse pensamento e o melhor que poderá acontecer ao seu Minho será o caminho da extinção tal como está a acontecer a Trás-Os-Montes. A sua declaração de amor ao "chulo" é eloquente. É esse o paradoxo da prostituta: o chulo bate-lhe e explora-a, mas ela não o deixa porque pelo menos esse ela já conhece. Como paradigma de pobreza intelectual não podia ser melhor.
17:22

2 comentários:

Jose Silva disse...

Brilhante António !

Minhotos, TMAD, PF aprendam ! é preferível juntarem ao Porto no protesto contra Lisboa do que o contrário.

Carlos Manta Oliveira disse...

Tecnicamente eu diria que é um "Dilema" e não um "Paradoxo".

Mas vem pôr ao de cima um problema a meu ver muito relevante. Já li (creio que neste Blog) estatísticas sobre a constante "fuga" de quadros qualificados pra Lisboa, o último exemplo aquele da UNICER.

Mas se isso acontece na indústria (e serviços) atenção que acontece também noutros lados. De facto, há uma falta de liderança no Norte, de alguém (pessoa, grupo ou colectividade) que represente ideias e conceitos que unam e agreguem os interesses da região Norte.

Seria interessante uma região autónoma à imagem por exemplo da Comunidad Valenciana, que não tem interesses separatistas ou beligerantes, antes uma valorização cultural, de identidade, económica e industrial da região, e que o tem conseguido com muito sucesso.

Mas falta um "thinktank" que vá preparando conceitos, estruturas, projectos, um "governo sombra" para que a regionalização se torne inevitável, e não que seja imposta como remendo ou como disfarce.

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