Tem sido divertido assistir aos tipos do oeste e da margem sul do tejo apelidarem-se mutuamente de megalómanos.
Este prós & contras tem sido fantasticamente esclarecedor: com aquelas guerras todas julgo que cada vez mais portugueses se convencem que não é preciso mega aeroporto nenhum.
Afirmações esclarecedoras de um certo modo de pensar têm sido também as de Augusto Mateus. "Lisboa tem condições magníficas para ser o intermediário da economia portuguesa, precisamos de construir uma cidade aeroportuária capaz de competir com Barajas, etc e tal", ou algo do género. Passando por cima desta eterna mania de querer competir com gigantes, o que querem é obrigar-nos a usar o mega aeroporto nas nossas viagens e com as nossas mercadorias. Pagar-lhes o serviço e a portagem. Isto é uma espécie de sequestro económico. Faz lembrar as histórias dos seringueiros no Brasil superiormente retratados por Ferreira de Castro no romance "A Selva". O explorador pagava-lhes, mas o desgraçado do seringueiro, sequestrado na selva amazónica, não tinha outra hipótese senão alojar-se, alimentar-se, curar-se e vestir-se nos estabelecimentos do patrão. E claro, este cobrava preços de tal modo exorbitantes que o infeliz trabalhador, apesar de fuçar na selva como um louco, estava em permanente dívida para com o seu algoz. O sertanejo, obviamente, morria na selva assassinado pelos índios - talvez a melhor das hipóteses - ou fragilizado pelo trabalho violento e pelas febres.
3 comentários:
Administração Central monopoliza de forma colectivista um certo sector e depois privatiza-o mafiosamente: Marxismo-Yeltsinismo, o modelo económico de Lisboa.
O ataque de Henrique Neto ao conjunto de interesses que habitualmente decidem os grandes investimentos públicos foi das "coisas" mais desassombradas que vi na televisão portuguesa nos últimos tempos. Concorde-se ou não com os argumentos da sua defesa pela OTA, a verdade sobre os lobbys, os interesses especulativos, as grandes empresas sempre parasitas edebaixo do guarda-chuva do poder é irrefutável.
É verdade. Henrique Neto teve tomates! Mas os seus argumentos em favor da Ota são os mesmos que a condenam. Alcochete idem. A diferença não é significativa. A Ota fica a oeste da Azambuja. Não fica a meio caminho entre leiria e Coimbra. Os argumentos são válidos, mas aplicados na causa errada.
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