Reportagem antológica na SIC sobre o Parque Nacional de Montesinho.
Ao que parece, a população das aldeias que se encontram dentro do parque, têm dificuldade em obter autorização para cortar as suas próprias árvores. Árvores com 100, 200 ou 300 anos que foram preservadas pelas várias gerações daquelas mesmas aldeias, vêm agora a gestão do seu abate concentrada na mão de uns burocratas nomeados pelo poder central. Aqueles que as protegeram - legítimos proprietários - são tratados como trogloditas insensíveis aos desígnios da conservação e da preservação da natureza!
Os habitantes das aldeias que se encontram dentro do parque, não têm saneamento básico. Jipes e funcionários provenientes de Lisboa abundam por aquelas paisagens protegidas!
O governo decidiu retirar (nova lei orgânica) a gestão partilhada do parque com as autarquias locais. Agora, a direcção do parque responde apenas perante a tutela que a nomeou. Os locais não são tidos nem achados.
Os habitantes do parque são vistos como os indígenas que dão cor ao parque temático em que o interior e o norte do país foram transformados para gozo dos centralistas; o Seringuetti ganhou um concorrente no nordeste transmontano!
A direcção do parque quer cobrar taxas aos visitantes. Um habitante local pergunta como é que alguém pode cobrar taxas pelo gozo e usufruto da propriedade alheia. Eís o retrato do centralismo! Os índigenas a norte, são vistos como meras peças do xadrez nacional. Os pseudo-interesses gerais, sobrepõe-se aos direitos inalienáveis dos locais (privados).
Os bantustões da pobreza nacional encontram-se a norte. O país corre o risco da balcanização. Resta saber para qual facção é que o "exército federal" vai pender!
Originalmente publicado n´O Apaniguado
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