O discurso proveniente de muitos sectores políticos centrados na capital, tem constantemente em foco a questão da imigração. Questões como os direitos dos imigrantes, as injustiças e as discriminações sofridas por estes indivíduos, o respeito que os portugueses devem ter pela sua cultura e religião estão na ordem do dia. Enfim, à esquerda e à direita, o "outro" é o centro do discurso.
Esta realidade de imigração é comum a todo o país?
Não, bem pelo contrário! Se alguém reparar nos dados e nas tendências verificadas nos últimos tempos, reparamos que este discurso não tem aplicação a todo o território nacional. O caso do norte (norte do Vouga) é simplesmente brutal. Aqui não estamos a falar de imigrantes mas de emigrantes. Portugueses que em desespero partem para ficar melhor. São alvo de discriminações e violências várias, mas como vimos no caso da Holanda ou da semi-escravatura em Espanha, os autores do discurso pró-imigrante, são ao mesmo tempo omissos para com a realidade migratória nortenha.
Os migrantes portugueses não gozam da simpatia da elite da capital que continua a acarinhar o "outro" de latitudes e de pigmentação ensolaradas. Podemos arriscar que um racismo anti-branco e anti-nortenho começa a despontar na elite política da capital. Enfim, esses portugueses que estão a invadir a espanha, as ilhas britânicas e restante europa, são o sinal de que a imagem artificial do portugal moderno e desenvolvido da capital, é apenas coisa para "inglês ver"! Por outro lado, os sonhos multiculturalistas da esquerda e de certos sectores assistencialistas, caiem por terra perante esta realidade dual e que coloca em causa esta estranha política de prioridades.
O país encontra-se perante um diapasão político, em que mais de metade de Portugal não encaixa nas divagações de certos sectores bem-pensantes da capital! Sinal de esquizofrenia? Pior. Sinal de que a norte, a pobreza vai alastrando e que as estrutras democráticas construídas no pós 25 de abril falharam
3 comentários:
o norte tambem tem cada vez mais imigração.
chineses, africanos, brasileiros e outros povos aumentam a ritmo avassalador a cada dia que passa.
O numero de nascimentos desses casais vs o das familias nortenhas é bastante superior.
a médio, longo prazo a identidade nortenha irá desaparecer para dar lugar a um norte misturado, um norte similar ao Brasil, um norte que de nortenho não terá nada, mas de mistura terá muito.
O norte tambem à semelhança do resto da Europa caminha para a mistura e perda de identidade, embora num ritmo mais lento.
Mas é essa a nova ordem mundial desde a 2 guerra mundial, a destruição das identidades nativas europeias, portanto não podemos fazer nada senão assistir à lenta destruição.
Não estou muito certo da evid~encia e eminência do carácter catastrofista que descreve.
J.
Júlio,
Os emigrantes portugueses, por essa europa fora, nos idos anos de 60/70/80 viviam em condições pouco desejáveis (para não usar outro termo). A harmonização monetária só o é simbolicamente. Quando se acena com um vencimento que não se consegue cá, os portugueses vão. O mesmo trabalho cá é muito menos vantajoso. Não compensa o trabalho cá quando há outras oportunidades, bem melhor remuneradas. Quando aqui ao lado se paga 3x mais pelo mesmo serviço...
J. Moreira
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