20070606

GALIZA É O NOSSO MELHOR CLIENTE


Caros leitores

Não podemos falar das questões relacionadas com o desenvolviemtno da região Norte, sem falar em gestão e estratégia. Eu sei que insisto bastante nestes pontos, mas, de facto, estes são os "chavões" para defenirmos um rumo para este "norte desnorteado" e podermos obrigar o poder central a,efectivamente, descentralizar. Analisando a questão de um modo "empresarial" O que mais preocupa um gestor? Para que vive um gestor? Quais as regras que definem o mercado? Como analisa um gestor o mercado? SEMPRE COM BASE NO FACTOR CHAVE DE SUCESSO DE QUALQUER EMPRESA: O CLIENTE!
E nesta óptica, a GALIZA é o nosso melhor cliente... Vejamos então como devemos "gerir" esta questão: Aqui vão dados reais...

Integração
As empresas espanholas estão a invadir os parques industriais no Norte de Portugal.
Quando a IKEA anunciou o investimento de 225 milhões de euros em Matosinhos para criar a sua maior superfície comercial na Europa, a direcção da empresa foi clara: os clientes-alvos serão portugueses e espanhóis, porque a Galiza “está a apenas uma hora de distância”. Mais que uma estratégia comercial montada a pensar num mercado alargado de seis milhões de consumidores do Noroeste peninsular, a decisão da IKEA mostra que até na Suécia a crescente proximidade entre as duas regiões é já uma realidade conhecida.A Galiza é hoje o principal destino das exportações portuguesas. Dentro do ‘cliente’ espanhol, que é o maior consumidor mundial de produtos nacionais, a região consegue mesmo ultrapassar gigantes económicos como a Comunidade de Madrid ou a Catalunha, onde o poder de compra é bastante superior. Os galegos tinham em 2004, de acordo com as últimas estatísticas do Eurostat, um produto interno bruto (PIB) «per capita» de 17.416 euros. Na região da capital e de Barcelona os valores ultrapassam os 25 mil euros.Nos primeiros 11 meses do ano passado, Portugal exportou mais de 1750 milhões de euros para a Galiza - cerca de 22% do total vendido em Espanha. No mesmo período, Madrid e a Catalunha, com as quais a economia portuguesa sempre teve uma forte ligação, compraram, respectivamente, 1121 e 1629 milhões de euros. Continuam a ser, ainda assim, as duas zonas de onde os portugueses mais importam. A Galiza surge em terceiro lugar com 14,5% do total.

A região galega tem hoje uma importância estratégica para o comércio externo português. Desde 1999, as vendas de produtos portugueses cresceram mais de mil milhões de euros por ano. Se fosse um país, a Galiza era hoje um dos principais destinos das exportações nacionais, quase ao nível do Reino Unido, que é um mais antigos parceiros nacionais (5º maior cliente), e mesmo acima de economias como a italiana ou a holandesa. A proximidade entre Portugal, em particular o Norte, e a Galiza vê-se também no investimento. Os primeiros passos na internacionalização de muitas empresas das duas margens do rio Minho são muitas vezes dados na região vizinha.

Parques industriais partilhados

No terreno, multiplicam-se os sinais da crescente integração das duas economias. Um dos mais visíveis está nos parques empresariais de Valença e Vila Nova de Cerveira, onde mais de 70% das empresas e das intenções de investimento são espanholas. Mas há outras explicações para a forte procura espanhola dos parques empresariais minhotos. Do lado galego “há muita dificuldade em encontrar terrenos industriais e isso encarece muito os preços em Espanha”, admitem dirigentes associativos dos dois países. Um artigo recente do diário ‘El País’ referia que há mais de duas mil empresas com novos projectos para a Galiza pendentes de local e autorização administrativa, avaliando em 5 mil milhões o investimento “em fila de espera”. Só no Parque Tecnológico de Vigo terão ficado mais de 300 empresas sem lugar para materializar o seu investimento.“E, enquanto do lado de lá eles estão no limite, nós estamos ainda numa fase emergente ao nível dos parques industriais”, refere Joaquim Covas, da União Empresarial do Vale do Minho. José Carpinteira, presidente da Câmara Municipal de Cerveira, diz mesmo que os investidores do país vizinho presentes nos parques industriais do seu município “não são estrangeiros, são, também, investidores nacionais”.Em Vigo, de onde saem 5 autocarros diários para o aeroporto Sá Carneiro, a direcção da Confederação Empresarial de Pontevedra acredita que Pontevedra e Ourense “têm já mais relações com o Norte de Portugal do que com Lugo ou outras regiões espanholas”.E, numa altura em que a concorrência asiática afasta muitas encomendas dos grandes grupos têxteis galegos, como a Inditex, da indústria nacional, surgem novas áreas de aproximação. “As relações podem até acentuar-se e diversificar-se em áreas distintas como o turismo, as energias renováveis, o sector automóvel e a biociência”, defende Valente de Oliveira.O projecto da plataforma logística de Valença deve ser outro factor favorável ao fortalecimento da integração das duas regiões. Mas António Marques, presidente da Associação Industrial do Minho, prefere salientar as diferenças na aproximação entre o Norte de Portugal e a Galiza: “Enquanto eles vêm mais com capital, nós vamos mais com mão-de-obra”.Junto ao rio Minho, mesmo sem números oficiais, todos dizem que são mais de 30 mil os portugueses que trabalham do outro lado, muitos empurrados pelo desemprego nos têxteis do Ave e pela crise na construção.Do lado de cá, os espanhóis mais populares são os médicos. Já este ano, o novo governo da Xunta de Galicia, confrontado com a carência de médicos na região, apelou ao regresso dos seus emigrados, lançando o pânico no Minho porque só em Viana do Castelo um em cada cinco médicos nos centros de saúde é espanhol. A forte proximidade entre as duas regiões obrigou os Governos a repensar toda a rede de transportes na zona. Os fluxos de pessoas e mercadorias têm aumentado consideravelmente nos últimos anos e, para muitas empresas, não interessa sequer se fazem ou não parte do mesmo país.


Política de transportes comum

A região Noroeste peninsular - a Galiza e o Norte de Portugal -, que gera o maior fluxo de transporte transfronteiriço, vai beneficiar de uma coordenação estratégica cada vez maior entre os Governos português e espanhol, ao nível de políticas integradas portuárias, de transportes e de logística do lado português que, gradualmente, deverão ser utilizadas também por empresários galegos. Trata-se de um universo de cerca de 6,4 milhões de habitantes, dos quais 3,7 milhões localizados na região Norte de Portugal. “Dos cerca de 76,5 mil passageiros que, em 2004, atravessavam diariamente a fronteira, cerca de um terço faz a travessia entre estas duas regiões, com particular destaque para a fronteira de Valença-Tuy que representa aproximadamente um quarto do total diário de passageiros entre Portugal e Espanha”, observou a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, na última reunião do Eixo Atlântico recentemente realizada em Vila Nova de Gaia. Nas mercadorias, do total de 10.360 veículos pesados que atravessavam, em 2004, diariamente a fronteira Portugal-Espanha, “cerca de 18% faziam-no entre a região Norte e a Galiza”, refere.Ao nível dos passageiros que cruzaram as fronteiras em 2004, “cerca de 95,9% utilizaram o modo rodoviário, com destaque para os cerca de 87% que realizavam as suas viagens em automóvel, e apenas os restantes 4,1% utilizavam outros meios de transporte.Foi lançada recentemente uma campanha de «marketing» na Galiza para posicionar o aeroporto Francisco Sá Carneiro como líder do Nordeste peninsular. Os resultados foram imediatos e já é consensual que, até 2011, chegue aos cinco milhões de passageiros, segundo estimativa do Ministério das Obras Públicas. Para o efeito, a ANA-Aeroportos e Navegação Aérea contratualizou com a empresa Autna a ligação rodoviária entre Porto e Vigo, cinco vezes ao dia. Tudo isto com o objectivo de encurtar a curta distância entre as duas margens do rio Minho.


A IMPORTÂNCIA DA GALIZA

1750 milhões de euros é o total das exportações para a Galiza no ano passado

2000 milhões de euros em mercadorias galegas foram compradas pelos portugueses entre Janeiro e Novembro de 2006

507 milhões de euros entraram em Portugal vindos da Galiza nos últimos 14 anos;

na última década, o investimento da região ultrapassou os 473 milhões de euros

747 milhões de euros foi quanto as empresas portuguesas investiram na Galiza desde 1993; a maior parte deste investimento foi feito nos anos 2002 e 2004, quando a entrada de fundos somou mais de 550 milhões


Lactogal na liderança ibérica

A empresa de Vila do Conde escolheu a Leche Celta para ganhar dimensão internacional no sector dos lacticínios. A empresa liderada por Casimiro de Almeida aproveitou a Galiza para abrir a primeira porta no seu projecto de internacionalização. A compra da Leche Celta à multinacional americana Dean Foods, anunciada em Agosto, rondou os cem milhões de euros e colocou a Lactogal entre as 20 maiores empresas europeias do sector dos lacticínios. Dez anos depois de apostar na fusão das cooperativas Agros, Lacticoop e Proleite para criar um grande grupo nacional capaz de responder à ameaça dos operadores externos, a empresa lusa conquista uma quota de 18% na Península Ibérica e atinge a fasquia dos mil milhões de euros na sua facturação, reforçando em 50% a capacidade de processamento de leite.


Norte e Galiza querem "megacluster" têxtil


Criar um "megacluster" têxtil e de moda entre o Norte de Portugal e a Galiza. Esta é a meta final do protocolo que a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) assinou, em Vigo, com a Associación de Industrias de Punto y Confección da Galiza, numa cerimónia que visou conseguir que as duas regiões ibéricas deixem de estar de costas voltadas.
Para o presidente da ATP, Paulo Nunes de Almeida, o sector têxtil ibérico poderá ganhar um novo protagonismo em termos internacionais, podendo "conquistar novos mercados desde que aposte na ligação entre as duas regiões". Com galegos e nortenhos a falar em uníssono, este responsável acredita que será possível "aceder a fundos comunitários voltados para projectos transfronteiriços". Do mesmo modo, o presidente da ATP pretende que o protocolo impulsione o intercâmbio de estilistas e a complementaridade das acções de promoção de moda, num lado e no outro da fronteira. Nunes de Almeida acrescentou que a ATP já garantiu a presença de responsáveis do sector têxtil galego no Fórum da Indústria Têxtil, marcado para Outubro, em Famalicão. "Vão dizer como é que as empresas galegas venceram o desafio da internacionalização, com apostas muito fortes no design, na distribuição e no valor acrescentado do produto", explicou Nunes de Almeida. Poderão ser lições importantes para os responsáveis do sector têxtil português que continua a destacar-se "pela grande força produtiva de alta qualidade, mais do que pelo design ou distribuição". Mas a ideia não é fazer com que Portugal deixe de ser o grande fornecedor de produtos têxteis acabados para os grandes grupos galegos e espanhóis (é o caso do grupo Inditex, proprietário da marca Zara, que "alimenta" dezenas de confecções portuguesas). Ao contrário, é possível reforçar essa componente, aliando-a a "novos projectos que confiram maior valor acrescentado à produção portuguesa". A prova de que isso é possível, sublinha Nunes de Almeida, é o facto de, actualmente, existirem mais de 100 lojas de marcas portuguesas no mercado galego e espanhol.


De que é que estamos à espera para travar "elefantes brancos" como a OTA e o TGV??? Chega de investimentos imbecis e de má gestão...

Para obrigarmos o poder central a "conter" os seus actos de má aplicação dos dinheiros públicos neste tipo de investimentos aqui deixo duas petições que podem assinar:




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