20071130

Pode escolher qualquer local, desde que seja a OTA

"O estudo desenvolvido pela Associação Comercial do Porto (ACP), que defende a opção Portela+Montijo, apresentado sexta-feira ao Executivo, irá ficar na gaveta.
...
Fonte do gabinete do ministro das Obras Públicas disse que Mário Lino enviou para o LNEC o estudo da ACP e também um trabalho desenvolvido por Pompeu Santos, que aponta como alternativa para o futuro aeroporto Pinhal Novo. Mas, garante fonte próxima do processo, "os dois estudos não vão a tempo de ser analisados". Provavelmente, serão incluídos "como anexos" ao relatório comparativo."

Ao ver toda esta palhaçada, dúvido muito que o governo acabe por ir contra o loby do betão (que surpresa!!!). Dúvido que alguma vez se estudou tanto a localização de um aeroporto. Também gostava de saber se alguém tem conhecimento da última vez que uma cidade abandonou/fechou um aeroporto? Em particular o maior aeroporto do país!

Recentemente, têm-se feito comparações entre a BAA e a ANA. Existem algumas diferenças que podem servir de exemplo para este caso. A BAA é uma empresa privada, até à recente compra pela espanhola Ferrovial, cotada em bolsa. A BAA tem em Heathrow um negócio muito lucrativo. Para aumentar lucros, conseguiu autorização para gastar em £2.4mil milhões para construir um terminal novo, acesso rodoviário e até para o metropolitano. Ora, se Lisboa é tão importante, se o novo aeroporto é vital "para a península" (lol), se a procura é tanta, porquê que o estado tem que gastar dinheiro e não deixa os privados construir o aeroporto? É óbvio que seria um desperdício abandonar o aeroporto da Portela. E voltando à BAA, esta é um bom exemplo porquê que não deve haver monopólios neste tipo de infrastuturas.

Independentemente do número de aeroportos em Lisboa, com o declinio da TAP, o ASC para ter sucesso só precisa de ser "entregue" aos interesses da região, sejam estes privados ou públicos.

Infelizmente tenho um grande pessimismo acerca deste caso. Acho que mais uma vez vamos, literalmente, ficar burros a olhar para palácios!

Indicador rápido sobre a conjuntura empresarial a Norte

Esta semana em conversa com colega de trabalho, foi-me transmitido um dado interessante: Os tempos médios de recebimento estão na ordem dos 60 dias a norte do Porto e nos 30 dias a sul do Porto. Em linha com o INE: «O indicador de clima económico registou uma ligeira diminuição e o indicador de confiança dos Consumidores manteve a tendência descendente em Novembro».

Monopólio Privado nos Aeroportos

Recentemente falei do perigo que representa a existência de um monopólio privado na gestão aeroportuária em Portugal. Sustentei que tal situação levaria inevitavelmente a taxas aeroportuárias mais elevadas (em todos os aeroportos), bem como à deterioração da qualidade de serviço. Por conseguinte, a gestão regional dos aeroportos continentais não é apenas uma questão vital para o norte, mas também uma situação com vantagens para todas as regiões portuguesas.

Para sustentar a minha tese, decidi fazer uma investigação para saber como estão a decorrer os monopólios privados de gestão aeroportuária nos outros países. Em concreto, analisei as notícias sobre a aquisição, pela Ferrovial (empresa de construção espanhola), da BAA - British Airport Authority (equivalente à ANA), que controla 90% do tráfego em Londres (onde controla Heathrow, Gatwick e Stansted) e 63% no Reino Unido. Esta aquisição aconteceu no segundo semestre de 2006, e os problemas não cessaram desde então. As conclusões da análise são inquestionáveis, e vão de encontro, com uma precisão impressionante, às minhas previsões iniciais.

Assim, temos:
- Má gestão: "os aeroportos de Heathrow y Gatwick actuaram contra o interesse público ao mostrar-se incapaces de gerir as filas motivadas pelas medidas de segurança e evitar atrasos inaceitáveis para os passageiros, tripulação, e voos."
- Atrasos nos investimentos e abuso de posição dominante: "A Comissão de Competência británica investiga a gestora de aeroportos BAA pela possivel falta de investimentos e melhorias nos aeroportos de Londres, suportados na sua posição dominante."
- Aumento das reclamações de passageiros: "As queixas dos utilizadores e companhias aéreas não tem cessado de crescer, e a posição monopolística da BAA está cada vez mais comprometida".
- Atrasos nos voos: "Quase 3 em 4 voos de Stansted se atrasam".
- Aumento significativo das tarifas aeroportuárias: "Aumento das taxas nos exercícios seguintes de acordo com a inflação mais 7,5% anual".

Como consequência, a "Comissão de Competência" (entidade reguladora) propôs "incentivar a BAA a realizar os investimentos condenando-a a uma multa mensal pelo atraso de determinados projectos nos aeropuertos", e está a analisar a possibilidade de "obrigar a Ferrovial a vender algum dos seus aeroportos". Isto, porque "a concorrência no transporte aérea é uma parte extremamente importante na economia britânica, com impacto significativo nos consumidores e negócios do Reino Unido."

Entretanto, em Portugal, pretende-se copiar este modelo. Há coisas fantásticas, não há?

20071129

"O Porto é tão centralista como Lisboa como se confirma pela "árvore de Natal" - Filipe Melo

De facto, essas ideias estão todas do avesso...

O
Filipe Moura está convencido que no Porto* queremos alguma coisa de Lisboa. Que queríamos ter o Terreiro do Paço. Não queremos. A única coisa que queremos do Terreiro do Paço é que nos deixe em paz, e que não impeça o nosso desenvolvimento**. O que sempre pedimos foi que nos deixassem tratar dos nossos próprios assuntos, pela simples razão de que somos muito melhores a prosseguir os nossos interesses do que outros que nem sequer têm grande interesse em fazê-lo. Já que nunca o conseguimos, pedimos que pelo menos não desbaratem o nosso dinheiro, o que também não tem sido fácil (e lá estamos nós mais uma vez a tentar impedir-vos de fazer asneiras). Mas como o Estado Central gosta muito de encher os bolsos aos empreiteiros, às vezes, em momentos de fraqueza, limitamo-nos a pedir que, sem aumentar o esbanjamento, o dividam por mais algumas freguesias.

Mas ele está mesmo convencido que a nossa maior ocupação no Porto é cobiçar as
parvoíces de Lisboa. Sendo assim, a propósito da vinda para o Porto da maior árvore de Natal da Europa, escreve: "Este episódio confirma que o Porto só aspira a ter o que Lisboa tem, incluindo o poder. O Porto é tão centralista como Lisboa; a “regionalização”, para o resto do norte, seria decidir entre o Porto e Lisboa. Não há grande diferença, como se confirma pela “árvore de Natal”."

Deixa-me ler outra vez: "O Porto é tão centralista como Lisboa (...); Não há grande diferença, como se confirma pela “árvore de Natal”." Caramba! Nunca imaginei que a árvore do Millennium BCP fosse um símbolo tão grande do centralismo. Ups...pois é. Parece que afinal a ideia foi de uma instituição privada que até tem a administração em Lisboa, e o evento não é mais do que uma campanha de marketing. Pois...não tem mesmo nada a ver com os portuenses que, aliás, nem acharam muita piada à coisa***.
Concerteza far-lhe-à confusão, mas para nós Lisboa não é o centro do mundo. É verdade, gostamos tanto da nossa terra que não sentimos necessidade de cobiçar a dos outros. Temos mais que fazer (e mais ainda gostávamos de poder fazer, se nos permitissem).
*Leia-se também no Norte, porque este é um blogue sobre o Norte. Simplesmente as "farpas" foram apenas lançadas ao Porto e a Braga. **Sim, não queremos que promovam o nosso desenvolvimento. Já seria um avanço brutal se simplesmente parassem de o bloquear (seja deliberada ou inconscientemente). ***Se ainda fosse o maior pão com chouriço da Europa... : )

Refundar o Estado

"Mas não se pense que o centralismo visa os interesses do país e a defesa da unidade da pátria, como alguns arengavam aquando do lamentável e mistificador referendo sobre regionalização. Nada disso. Ele visa sobretudo a defesa de interesses pessoais ou de grupos, grupúsculos e grupelhos instalados na capital. Se os românticos inventaram a caça aos dotes, os centralistas, desde os próceres do Estado Novo até aos profissionais que se utilizam da democracia, dedicam-se à caça aos empregos, benesses e acumulações.

Para Lisboa, emprego qualificado, quadros superiores, administradores e técnicos de prestígio, para o Porto e o Norte mão-de-obra barata, debandada de quadros, emigração, desempregos desqualificados e pós-graduações em gangues, assaltos, violência e ausência de perspectivas de futuro para muitos jovens empurrados para o crime. É um país justíssimo!"

Hélder Pacheco, Professor , e escritor

Há mais no JN

O Estudo da Portela +1

AVALIAÇÃO ECONÓMICA DO MÉRITO RELATIVO DA OPÇÃO "PORTELA +1 "

(através do 'A Baixa do Porto')

Nem Ota nem Alcochete

1. O mundo económico mudou o Verão passado. Maiores dificulades na obtenção de crédito estão aí:

2. Financiamentos de projectos de infraestruturas mais caros e arriscados: One of the asset classes the credit insurers have wrapped is infrastructure. In this market, according to a recent UBS research report, the monolines have wrapped around $20 billion of bonds issued to fund infrastructure and utility assets, including energy transmission and distribution, airports, ports and toll roads.The report, produced by UBS’ infrastructure and utilities analysts, says about 55 per cent of the credit-enhanced debt is held by listed entities, and that it has an average term to maturity of a decade and represents about 36 per cent of the entities’ total debt.The analysts say that the seizing up of credit markets generally means that credit wraps won’t be available for new projects, acquisitions or debt raisings and those entities with lower underlying ratings could be at a disadvantage in competing for assets.The amounts of debt the listed entities will need to refinance over the next 12 months or so are, for each entity facing a refinancing, relatively modest (apart from the various refinancing of what used to be Alinta’s debt). Unless markets return to pre-sub-prime conditions, however, it would appear the entities face higher funding costs and funding of shorter duration than they have become accustomed to.Infrastructure businesses carry relatively high levels of leverage, so a 20 basis point or so increase in their cost of funds – over and above whatever happens to interest rates generally – isn’t immaterial if they permanently lose their ability to rent a AAA credit rate. The valuations of infrastructure-style assets are also quite sensitive to rate movements.
3. Os empresários/gestores de Lisboa, o lobby financiador-betoneiro não nunca teve coragem para se meter em projectos arriscados. Não será agora a excepção. Portanto, mais uma vez, nem Ota, nem Alcochete.

20071128

Reflexão sobre a urbanização do Interior (Norte)

O mundo está na «alvorada de um milénio urbano». Quem o afirma são os autores do relatório «Situação da população mundial em 2007 – libertar o potencial de crescimento urbano», recentemente publicado pelas Nações Unidas. Os argumentos são irrefutáveis: em 2008, e pela primeira vez na sua história, mais de metade da população do globo, ou seja 3.300 milhões de habitantes, viverá em centros urbanos; em 2030 este valor rondará os 5 000 milhões, cerca de 81% dos habitantes do planeta. O crescimento urbano será particularmente intenso e rápido em África e na Ásia, onde, em apenas 30 anos, a população urbana duplicará, e relativamente mais lento na Europa e na América do Norte (menos de 10%).

Portugal acompanha de perto esta tendência. Nas últimas duas décadas, a população urbana portuguesa passou de 3 para 6 milhões de pessoas, devendo continuar a crescer até 2010 a um ritmo de 1,5% ao ano. Um valor que, no velho continente, só será superado pela Albânia e pela Irlanda, e que colocará o nosso país mais próximo da média europeia (65% contra 72%). Mas, claro está, os indicadores nacionais escondem realidades territoriais díspares. O crescimento da população urbana tem sido muito forte no Litoral, e em particular nas regiões metropolitanas do Porto e Lisboa, e relativamente fraco no Interior. A título de exemplo, refira-se que, em 2001, a população residente em localidades com mais de 2000 habitantes representava apenas 24 % da população total em Trás-os-Montes e Alto Douro mas na Área Metropolitana do Porto já ultrapassava os 73%.

Todos estes números demonstram a urgência imperiosa do debate sobre o futuro do mundo rural e das cidades ou das cidades e do Interior, como o preferem intitular alguns dos cronistas nacionais. O fenómeno da urbanização parece inelutável. Não o podemos ignorar e duvido que o consigamos contrariar. Tanto mais que, na era industrial, nenhum país foi capaz de crescer economicamente sem urbanização. Mas podemos e devemos reflectir sobre as suas consequências e desafios, sobre os modelos de desenvolvimento, urbano e rural, que temos vindo a adoptar nas últimas décadas e sobre as visões ideológicas, os paradigmas teóricos, as políticas públicas e os programas de acção que os têm sustentado.

No que diz respeito ao Interior, a minha convicção é que o seu futuro se joga nas suas vilas e cidades. Bem sei que esta afirmação é para muitos uma verdadeira heresia. Mas o estancamento da sangria demográfica depende, em grande medida, do seu dinamismo e da sua capacidade para atrair e fixar pessoas, actividades, recursos e energias. Ou seja, atingir a tão famigerada massa crítica que permita gerar iniciativas, alargar os factores de competitividade, racionalizar e tornar sustentáveis infra-estruturas, equipamentos e serviços públicos.

A aposta nas vilas e cidades do Interior deve, pois, privilegiar muito mais do que uma mera extensão dos processos de urbanização. Para além de evitar erros passados ou alheios (caos urbanístico, social e ambiental), o que está em causa é a reconstrução das suas bases económicas e produtivas, tornando-as menos dependentes das actividades tradicionais e dos serviços públicos. Promovendo e apoiando, por exemplo, a criação e a instalação de empresas que explorem recursos locais, vantagens competitivas e oportunidades de mercado. O desafio é imenso e o caminho a percorrer é longo e difícil. Mas não é impossível de vencer e percorrer. Desde que aprendamos com os bons exemplos e tenhamos coragem para agir.

Luís Ramos em http://paisinterior.blogspot.com/2007/11/o-tempo-das-cidades.html

DEFINITIVAMENTE A OTA ESTÁ POSTA DE LADO

"Tudo somado e ponderado, a grande vantagem é que Portela+1 é um projecto muito mais económico e com muito mais vantagens do ponto de vista social do que qualquer uma das outras hipóteses", concluiu Miguel Cadilhe.

Norteamos considera Movimento pró-Ota «irrealista»

Em resposta ao texto Movimento pró-Ota considera Portela + 1 «irrealista» (no Sol).

1- "Tudo o que seja manter a Portela a funcionar é economicamente inviável» porque «Portugal não tem condições para suportar dois aeroportos."

Falso. A única coisa que está provada é que não é viável ter dois aeroportos, quando um deles é a OTA.

2- "Até porque «Lisboa não é Paris que tem dez milhões de pessoas e conta com dois aeroportos»"

Pois, mas a Bélgica é do tamanho da região de Lisboa e tem 5 aeroportos, 2 deles em Bruxelas; a Holanda também é pouco maior que a região de Lisboa e tem 7 aeroportos, Berna( ) tem 2, Estocolmo ( ) tem 2, Glasgow ( ) tem 2. Ah, e Paris tem 4, não 2 aeroportos. Ups... Ver aqui.

3- "Por outro lado, o novo equipamento a construir será sempre uma infra-estrutura de «passagem» para muitos dos utilizados das linhas transatlânticas pelo que «não faz sentido, obrigar os passageiros a saírem de um aeroporto para irem para o outro», recorrendo a outro tipo de transporte."

Revela uma ignorância enorme do fenómeno low cost. O que está previsto é ter um aeroporto específico para as companhias low cost, que fazem voos ponto a ponto, e cujos passageiros têm Lisboa como destino final. Para os passageiros de "passagem" a Portela continua a funcionar.

Além disso, mete o dedo na ferida. Qual o sentido de gastar 5% do PIB português para construir "uma infra-estrutura de passagem". Para que queremos um aeroporto para passageiros que não pretendem visitar Lisboa? Não é demasiado dinheiro por causa de uma só companhia aérea que ainda por cima vai ser privatizada?

4 - "«Não se trata de servir esta região ou aquela mas sim o interesse nacional» e é «necessário um novo e grande aeroporto internacional para servir a Península Ibérica», defendeu."

Lá está a megalomania outra vez. Primeiro, eleva o aeroporto da região de Lisboa a algo de interesse nacional (algo a que, pelos vistos, os aeroportos do Norte e Algarve não têm direito). Depois vai ainda mais longe: tem que ser um aeroporto para servir a Península Ibérica. Lisboa não é Paris, mas necessita de um aeroporto que sirva a península ibérica. Os espanhóis que se cuidem. Ui,ui...

A prova de que a Ota não tem por onde se lhe pegue, é a falta de argumentos dos seus defensores. Não vale a pena insistir, a Ota é a solução mais cara, mais longe de Lisboa, e mais arriscada (não permite o investimento gradual) e mais limitada (não permite expansão), e que tem a pior cobertura do território (pois duplica a cobertura a norte, enquanto fica mais longe do Alentejo).

Estudo ACP recomenda Portela+1

Portela+1 pode trazer poupanças de dois mil milhões de euros ao erário público - Público

O presidente da TAP já aceita discutir a solução Portela + 1 caso o aeroporto da capital seja inteiramente direccionado para a operação da trasportadora nacional - Jornal de Negócios

Opção Portela+1 prevê abandono da Portela logo que o aeroporto se mostre incapaz de satisfazer a totalidade do tráfego que o demanda, o que «nunca será antes de 2017», mas provavelmente em 2030. - Sol

O estudo defende também que a opção «Portela + Montijo» permite uma poupança de 3,6 mil milhões de euros relativamente ao projecto de construção do aeroporto na Ota, na hipótese de não abandono da Portela. E mesmo num cenário de necessidade de reforço das rede viária, com um investimento extraordinário de 700 milhões de euros na adaptação da Terceira Travessia do Tejo, a opção Portela + Montijo garante uma vantagem de quase 1,5 mil milhões de euros. - Diário Digital

Opção Portela+1 permite ter aeroporto 'low cost' já em 2010. Até ao abandono da Portela, previsto nos casos da localização na Ota ou em Alcochete, para 2017, o actual aeroporto «poderá entrar em colapso, exigindo a construção de uma infra-estrutura temporária». Ao contrário, a opção Portela+1 «está pensada para aproveitar ao máximo as opções que o novo aeroporto pode proporcionar» e permitir aproveitar o «investimento afundado» na Portela, actualmente objecto de um plano de expansão, que vai custar cerca de 400 milhões de euros. - Sol. (Nota: O estudo prevê ainda o aumento da capacidade da Portela até aos 18 milhões de passageiros)

Na edição em papel vinha, no entanto, uma notícia em que se afirmava que o governo apenas iria analisar as opções Ota e Alcochete. Espero que ignorar as opções mais baratas e escaláveis não seja um dos critérios para a decisão políticas. Mas não estou preocupado. O governo não tem outra hipótese que não seja considerar este estudo. Até porque a oposição não o permitirá.

20071127

Estamos de parabéns !

Depois do fim da Ota/Alcochete, era difícil uma outra notícia tão reconfortante no mesmo dia. Mas aí está ela: «Ainda noutro dia alguém comentava ao meu lado no Gambrinus que o ministro Mário Lino não toma nenhuma decisão sobre o Porto ou o Norte sem ir consultar o seu blog (Norteamos).»

 

 

Ota/Alcochete adiadas; Norte/Portela+1 vencem

É motivo de festa ! Correndo o risco de me precepitar, anuncio a vitória da Portela + 1 e o adiamento da Ota/Alcochete. Leiamos as entrelinhas:

Está-se mesmo a ver que a governação Sócrates cedeu às evidências: Avançar com Montijo para Low Cost e centralizar voos da TAP na Portela. Assim OTA ou Alcochete serão adiadas, suspeito que para data incerta. Os próximos dias confirmarão esta antevisão.

Não sou o primeiro a anunciar esta vitória: Novamente António Cerveira Pinto detecta em real-time o que se passa.

Endereço desde já os meus parabéns a Rui Rodrigues, Rui Moreira e à Blogosfera em geral por terem incansávelmente lutado por esta causa.

20071126

"E se forem para Vigo" - Rui Moreira

"Em Agosto, conheci um investidor irlandês que visitava o Porto para avaliar as oportunidades imobiliárias na cidade. Durante a conversa, vim a saber que era também um dos proprietários do aeroporto de Blackpool, e que tinha uma relação próxima com a Ryanair. A propósito, contou-me que a transportadora estava muito desapontada com a falta de resposta da ANA a várias propostas de expansão das suas actividades no Aeroporto Sá Carneiro (ASC).

Naturalmente, e porque a questão da aeroportuária tem vindo a interessar a Associação Comercial do Porto, pedi-lhe que me apresentasse aos seus responsáveis. Dias depois, fui contactado pelo Vice-Presidente e Chefe de Operações da Ryanair, e convidado a visitar Dublin. Nessa reunião, em meados de Setembro, fui informado que estava desde Maio a tentar negociar com a ANA a instalação, já no próximo ano, de uma nova base de operações no Porto, que era uma das dez localizações pré-seleccionadas. Essa base, que poderia criar 200 empregos qualificados, estaria associada a uma estratégia de crescimento das operações no ASC, que garantiria novos destinos e volumes crescentes de passageiros, de 1,5milhões no primeiro ano até 3,5 milhões no quinto ano, estabilizando em 4milhões no sétimo ano do contrato. Como única contrapartida, a Ryanair propunha uma redução no preço de 4 euros por passageiro embarcado, o que corresponde a 2 euros por passageiro transportado.

Fiquei incrédulo por a ANA estava a marcar passo e por se tratarem de contrapartidas irrisórias para um acréscimo muito significativo de passageiros e novas rotas. A Ryanair não pretendia sequer um desconto, mas apenas um “rappel”, ou seja uma redução de preço que só ocorre se os objectivos contratados forem atingidos. Tudo isso seria confirmado, dias depois, por carta que recebi e que permitiu iniciar as diligências. Tentei ser recebido pelo director do ASC, para tentar perceber quais eram os obstáculos que se colocavam a um negócio que parecia excelente, mas este não se mostrou disponível para receber a ACP. Contactei, também, a Junta Metropolitana, a quem dei conhecimento pormenorizado deste assunto e, mais recentemente, tive ocasião de o referir ao Ministro Mário Lino. Infelizmente, a vinda do Presidente da companhia a Portugal, esta semana, revela que nada aconteceu e que, provavelmente, a Ryanair irá preterir o ASC, tanto mais que a ANA já repudiou as declarações de O’Leary, numa nota de imprensa em que se escuda na necessidade de oferecer as mesmas condições a todas as companhias. Esse argumento não colhe, porque a Ryanair só propôs que as tarifas sejam ajustadas ao volume, o que é normal em qualquer negócio ou sector da economia.

Não sei se vamos a tempo de agarrar esta oportunidade, mas pergunto-me se a garantia de trazer milhões de turistas a um custo de promoção previamente garantido e fixado não deveria mobilizar os responsáveis pelo nosso turismo, que gastam rios de dinheiro em campanhas publicitárias e na política do croquete… O que sei é que este é um sintoma de que o ASC, enquanto for público, não pode estar na mão de uma gestão distante, centralizada e burocrática, que não compreende nem recebe ordens para entender o impacto macroeconómico do seu potencial de crescimento na economia regional. O que também sei é que pelas mesmas razões, deveremos continuar a exigir que a privatização do sector aeroportuário, quando ocorrer, não seja feita em bloco, como o Governo decidiu. É que se a ANA ficar na mão de um único investidor, não me admira que este venha a recusar um negócio destes, para manter as suas margens no conjunto dos aeroportos.

Já ouvi dizer que as forças vivas do Norte estão adormecidas. É provável que assim seja, e há sintomas de submissão e de vassalagem. O Ministro das Finanças, desafiou essa inércia ao lembrar que não conhecia interessados no ASC., mas já houve quem correspondesse e, até hoje, ainda não sabe se (e em que condições) o governo admite que o ASC possa vir a ser privatizado separadamente."
Rui Moreira, Presidente da Associação Comercial do Porto (no Público)

20071125

Histórias de jovens e qualificados emigrantes do Norte 1

Inicio hoje uma série de artigos sobre jovens nortenhos qualificados que abandonaram Portugal para tarabalhar no estrangeiro. Os seus relatos são muito pertinentes e retratam a situação económica e profissional que cá se vive. Para reflectir. Fonte: Blogue http://mindthisgap.blogspot.com/.




Bem, o que motivou a sair de Portugal nao foi tanto o ter uma nova experiencia ou sequer o facto de nao ter trabalho.Apesar de ter trabalhado 8 anos numa cidade que se consiguiu tornar uma nulidade em todas as areas (o Porto), gracas aos brilhantes politicos que populam as nossas esferas de poder, nunca cheguei a estar desempregado.No entanto a situacao de emprego no Porto e' precaria (85 % dos trabalhos sao precarios, segundo o JN) e como ha pouquissimas oportunidades uma pessoa ja esta' um pouco com aquela ideia de ter de se sujeitar a todo o tipo de coisas. E claro os patroes sabendo que a situacao esta' ma' brandem o chicote o mais que podem. Mas que quer dizer precario ao certo?Eu vou relatar a minha experiencia de trabalho no Porto e depressa vao perceber porque troquei o ex-motor economico de Portugal por Dublin. Sim! Ex! Porque so algumas regioes da Grecia estao atras do norte de Portugal, neste momento! La' vou eu ter de bater no ceguinho sem referir nomes. "Mas voces sabem de quem e' que eu estou a falar..."
1999 a 2002: Acabadinho de sair da FEUP ingressei numa companhia de multimedia do Porto. Naqueles tempos aureos antes do "dot-com crash" essa companhia apresentava-se como uma empresa que tinha contratos com o U.S. Army e o U.S. Navy. Durante os 2 primeiros anos assisti a um rapido crescimento em numero de colaboradores que na realidade foi motivado por uma operacao de marketing. O que e' certo e' q a mesma foi vendida em 2001 para um dos maiores grupos economicos portugueses, aproveitando a publicidade dos celebres contratos com os EUA e o facto de ter crescido bastante em numero de colaboradores. Qual nao foi a surpresa do grupo quando apos uma auditoria descobriram que a suposta lucrativa empresa tinha acumulado imensos prejuizos. Ou seja a empresa tinha sido engrossada para ser vendida por bom dinheiro. E eles enfiaram o barrete. A partir desse momento assistiu-se a uma verdadeira caça 'as bruxas com o intuito de arranjar todos os motivos possiveis e imaginarios para despedir colaboradores. Em meados de 2002 cançado do ambiente, sai para trabalhar como subcontratado numa multinacional alema na zona industrial de V. Conde.
2002 a 2006: Estar subcontratado numa outra empresa e' uma situacao complicada, pois esta'-se dependente de duas empresas (“Ja' de uma!... Sabe Deus!”) e um tipo e’ olhado de lado pelos “internos”. Mas as coisas no inicio ate' pareciam estar a correr bem apesar das horas que trabalhavamos a mais. Ate' que passado 2 anos se descobriu que a nossa empresa de outsourcing tinha uma situacao financeira nao muito famosa. Nessa altura a empresa multinacional alema (o segundo maior investidor estrangeiro em Portugal) tentou forcar-nos a rescindir com essa empresa de outsourcing e assinar no mesmo instante por outra. Claro que os colaboradores sairiam lesados dessa situacao pois perdiriamos os anos de antiguidade. Depois de muitas indefinicoes e indecisoes e apos alguns colaboradores terem chegado mesmo a rescindir por carta registada, tudo ficou em aguas de bacalhau. E os mesmos colaboradores que tinham rescindido tiveram de dar o dito pelo nao dito, o que diga-se e' uma situacao no minimo hilariante. Provavelmente a empresa de outsourcing aumentou a comissao ao responsavel do departamento da multinacional e “tudo ficou em familia e na paz do Senhor”. Por vezes os salarios eram pagos com algum atraso, ja' para nao falar nas despesas, e os colaboradores manifestaram o seu desagrado com a situacao. Passado um ano a granada estourou: a multinacional recebe uma carta registada do fisco indicando que a empresa de subcontratacao tinha acumulado uma consideravel divida fiscal pelo que futuros pagamentos a' mesma estavam confiscados pelo estado.Conseguem adivinhar quem se lixou no meio disto tudo??? Exactamente!!! O mexilhao!!!Estavamos em Setembro de 2005 e chegados a Outubro dado que nao recebemos o salario fomos forçados a assinar por outra empresa de subcontrataçao. Eu ainda rescindi por justa causa alegando falta de pagamento, o que pelos vistos nao me serviu de nada pois o sistema de justiça portugues esta' feito de modo a premiar as fraudes e os esquemas. ”Ou sera’ que nem sequer existe? Nao sei deve andar algures entre o inexistente e o inutil”. Alem de termos ficado a berrar o dinheiro ainda servimos como arma de arremeço internamente para as guerrinhas politicas internas (comuns em Portugal, diga-se) de modo a que algumas pessoas tirassem partido da situaçao em benificio proprio. Portanto estive 6 meses noutra empresa de outsourcing a trabalhar para o mesmo sitio a' espera de encontrar alguma oportunidade no Porto. Mas assim que finalmente apareceu algo, bati com a porta sem hesitar.
2006 a 2007:Depois de ter tido uma ma' experiencia numa multinacional resolvi aceitar um desafio aliciante, numa empresa que estava a comecar e numa area de vanguarda. Logo na primeira semana a pessoa que me tinha feito a avaliacao tecnica para que eu fosse contratado, bateu com a porta. Apesar desse primeiro mau sinal, no inicio as coisas ate' pareciam bem encaminhadas. Aproveitando a operacao de marketing do governo (o "choque tecnologico") a empresa teve bastante publicidade aquando da visita de S. Exc. o Presidente ao Rei de Espanha, pois o mesmo ofereceu um sistema de navegacao GPS para mostar que Portugal aposta na tecnologia e inovacao. Seis meses passaram e nao tive nenhuma critica durante o meu periodo experimental. Apos isso atribuiram-me uma tarefa em que eu manifestei claramente que nao tinha experiencia nenhuma e que nao me podia comprometer em prazos com o desconhecido. Claro que me esqueci que em Portugalas coisas sao impostas e nunca debatidas. No inicio deste ano os colaboradores que tinham iniciado o projecto junto com o outro elemento que se tinha demitido, bateram tambem com a porta. E sendo assim so' ficou o meu chefe, um colaborador que ele tinha contratado pois ja trabalhava ha muitos anos com ele e os estagiarios. E sendo assim ouve uma limpeza de balneario e fui "convidado" a sair. Talvez estivessem a' espera q aparecesse com uma soluçao miraculosa numa area que nao tinha experiencia ou entao trabalhasse em regime de "preto". Pois muitas vezes ouvi a frase "De dia e de noite! Depressa e bem!". E entretanto soube que colegas meus nao tinham recebido os “prometidos” premios de produtividade.
2007 ate Maio:Ja farto deste pais e ja a pensar em sair o quanto antes, resolvi antes de tomar essa drastica decisao; tentar uma ultima, derradeira e definitiva vez na mais famosa software house de Portugal. Famosa porque tem contratos com a NASA e a agencia espacial europeia. No entanto sabia de antemao que mais uma vez ia trabalhar como subcontratado para a mesma multinacional de ha um ano atras. Mas pensava eu que uma vez la dentro depois poderia vir a trabalhar noutros projectos. Puro engano. Primeiro vi que toda a gente que estava nos escritorios do Porto trabalhava para a dita multinacional. Segundo tinhamos de trabalhar em regime de escravatura para conseguir cumprir os prazos que certas mentes iluminadas que nada percebiam do sistema, tinham definido. So' por exemplo no meu primeiro mes de trabalho trabalhei 241 h. Ou seja trabalhei os 31 dias do mes...ou se preferirem trabalhei 12 horas por dia (excluindo fins de semana). Fazendo as contas penso que ganharia mais a' hora, nas obras ("E anda um gajo a tirar um curso superior para que?"). Alem do mais, quando ficavamos ate' mais tarde, nem tinhamos direito a jantar (pratica que era comum ha alguns anos atras) e ate' cheguei a ouvir mais uma famosa frase quando alguem perguntou pelos custos dos jantares: "Ah!... Isto e' um jantar de amigos. Nao e' pago pela empresa!". E quando tinhamos de ir de proposito ao fim de semana ao escritorio, trabalhavamos de borla e ainda pagavamos as refeicoes e a gasolina. Eu sei que para compensar a cambada de inuteis que ha em Lisboa, alguem tem de trabalhar por dois! Mas tudo tem limites! Ha' 30 anos quando o meu pai trabalhava tambem era forçado a trabalhar horas a mais e sem receber por isso (parece que ja' e' tradiçao no Norte). Mas pelo menos pagavam-lhe o jantar e o taxi para casa. 30 anos depois parece que estamos pior que nessa altura. E como os tribunais nunca mais se pronunciam sobre o dinheiro que a ex-ex-ex-ex-empresa me deve, desisti de esperar e pensei: "Sei falar bem ingles, logo nao tenho que aturar esta M....". E se pensei mais depressa o fiz... Em menos de um mes tinha 3 ofertas concretas para Dublin e outra para a Holanda. Pagaram-me as viagens e a estadia so' para vir a entrevistas cara-a-cara, depois de ter passado nas entrevistas por telefone (so' nisto ja' se ve a diferença de tratamento). Sendo assim demiti-me imediatamente e contactei os RH para que me informassem qual era o tempo legal de pre-aviso. Qual nao foi o meu espanto quando me disseram "Contratos a prazo sao para ser cumpridos ate' ao fim e nao podem ser rescindidos. Mas a gente abre mao disso, pois nao queremos que as pessoas estejam contrariadas connosco. Temos e' de salvaguardar a passagem de conhecimento". Depois de me atirarem areia para os olhos eu fiquei pensativo ao telefone, do tipo: "ABREM A MAO DE QUE? Ja ouvi muitas bacoradas dos RH, mas esta bate tudo"..."Mando este gajo 'aquela parte, bato com a porta e nunca mais me poe a vista em cima?". Mas depois lembrei-me dos meus colegas e pensei que era injusto para com eles pois eles nao tinham culpa. Mas eu farto de ter problemas laborais em portugal e virem-me com lenga-lengas destas, ainda por cima estando eu num sindicato e ter uma ideia de quais as leis de trabalho. Com este tipo de atitudes, ainda mais me convenci que estava a tomar a decisao certa, pois ate' para um tipo se ir embora conseguem fazer filmes.... E como nao tenho cunhas nao perco nada em sair de Portugal, pois nao estou a usufruir do sistema de compadrio, tambem conhecido por corporativismo.
2007 desde Junho (Dublin):Pode-se dizer que em 6 meses em Dublin, consegui o que nao consegui em 8 anos em Portugal: ficar efectivo numa empresa. Da’ para notar a diferenca?Nao ha nada como sitios organizados! Para ja nao se tem de estar a trabalhar para o boneco como acontece em Portugal por falta de planeamento. Quantas e quantas vezes em Portugal muito do trabalho e' deitado ao lixo porque as coisas sao mal especificadas ou nem o sao sequer. Ja nao me lembro de ter uma vida tao santa desde que deixei a faculdade. Depois as coisas nao sao impostas como em Portugal. As chefias tentar perceber as areas em que uma pessoa tem experiencia e atribuir os projectos onde essas valencias podem ser uteis. Em Portugal e' do genero: "Precisamos de um macaco para fazer isto...pim pam pum cada bala mata um...Voce e’ o elo mais fraco!". Depois os salarios sao muito melhores que em Portugal e so se trabalha 37,5 horas semanais.Quanto a frases feitas como o "CHOQUE TECNOLOGICO" em Dublin percebi o seu verdadeiro significado! Choque tecnologico e' na Irlanda os salarios serem quase 3x superiores e pagar menos impostos que em Portugal.Alem disso, aqui ha’ carreira na area de IT e e’ comum ver-se pessoas com mais de 40 anos a trabalhar em IT. Coisa inexistente em Portugal, onde ate' e' desprestigiante trabalhar em informatica. De facto em Portugal, a partir dos 35 anos torna-se muito complicado arranjar uma colocaçao em IT, isto porque os patroes preferem ter 10 ou 20 estagiarios pois e’ o governo que lhes paga os salarios, em vez de ter uma equipa experiente de 3 ou 4 pessoas. Portanto, com essas perspectivas de futuro so’ se pode tomar uma atitude: "MUNDO!!!! Antes que seja tarde".Aqui ha' expecializaçao: SW Architects, Requirement Analysts, Release Engineers, QA Engineers, SW engineers, Team Leaders. Em Portugal um gajo e' pau para todo o servico e tudo e' feito em cima do joelho, a fazer figas e com o credo na boca. E o planeamento consiste em empurrar o trabalho a fazer pela cadeia alimentar abaixo, ate' chegar ao preto que vai ter de fazer tudo do zero. Mas que espera um gajo quando as chefias sao preenchidas pelo circulo de compadres dos “tubaralhos”?.Aqui ha’ inumeras ofertas de trabalho que sao publicadas ate’ nos jornais. Ao passo que no Porto nem sequer se ve um anuncio nos jornais. Funciona tudo de “boca em boca, como no recrutamento para a Mafia”.E ca' continuo eu a' espera que o tribunal portugues resolva alguma coisa em relacao ao dinheiro que me devem e que nao me pagam, passados dois anos, e pelos vistos tao cedo nada sera' resolvido. Se estivesse 'a espera que se resolvesse alguma coisa, antes de fugir de Portugal, provavelmente so' viria quando precisasse de bengala ou de arrastadeira.Se quizerem saber mais sobre isto:http://add.urbandictionary.com/verify.php?code=949487b8b1
Coisas boas de Portugal:Sim nem tudo e' mau! Sempre ouvi os emigrantes dizerem que "Portugal e' bom e' para passar ferias!". Agora percebo o que querem dizer com isso. Mas ha outro cenario em que Portugal nao so' e' bom como talvez seja ate' o melhor pais da Europa. Alias Emilio Giovini (um famoso mafioso que esteve preso em Portugal), disse ha muito tempo atras que Portugal era o melhor pais da Europa para se viver, desde que se seja rico. E nao e' que ele tem razao? Nao ha nada como ouvir a voz da experiencia! Bom clima, a melhor comida do mundo, montes de lambe-botas e um sistema corrupto facilmente subornavel. "... Mas como nao tenho pais ricos, nem ganhei a lotaria..." (la' diz o anuncio). Com as horas de trabalho a que um tipo e' sujeito nesta escravocracia conclui-se que so' e' mesmo bom para passar ferias. Paises elitistas nao sao bons para se viver, a nao ser para menos de 5% da populacao.Eu a brincar muitas vezes dizia que Portugal e' o Brasil da europa (ate' ja' temos uma boa seleccao).Mas um ex-colega meu do Brasil calou-me com esta frase "Nem no terceiro mundo se trabalha de borla". E eu fiquei sem resposta.Como tenho a sorte de estar a trabalhar num ambiente multi-nacional com pessoas de varias culturas, ainda consegui tirar mais uma triste conclusao.Na area de IT e' facil arranjar trabalho em qualquer cidade europeia, menos no Porto. E' este o efeito pretendido do "choque tecnologico"? Bem pelo menos a parte do "choque" esta' conseguida.Ja' me disseram que tinha tirado o curso errado.... Sinceramente acho que tirei o curso certo, mas no pais errado!Pois a area de IT e' das que mais riqueza cria no mundo (pelo menos no primeiro mundo).Portanto tirem um curso superior, pesquisem na internet paises que tenham falta de pessoas qualificadas na vossa area e nem olhem para tras! Nunca foi tao facil emigrar, sobretudo agora que nao ha fronteiras dentro da UE e nao e’ preciso vistos nem grande burocracia e ainda por cima ha’ “lowcosts” em que os voos ficam ao mesmo preco de uma viagem de carro Porto-Lisboa.Desde que nao vao parar a' Polonia ou a' Romenia, irao sempre para um pais melhor.E mesmo estes paises, daqui a uns anos, provavelmente ja' terao passado Portugal, quem sabe?Pois, a julgar pelas declaracoes do Min da Economia, aquando da visita a' China quando realcou que Portugal tambem era um pais de salarios baixos, parece que a estrategia brilhante do governo vai passar por esperar que todos os paises da Europa leste passem Portugal, para depois voltar a acenar a's mesmas empresas que ainda ha' pouco tempo sairam de Portugal, com os famosos salarios baixos. E ai virao eles outra vez, para explorar mao de obra barata!
Em resumo, na minha vida professional tomei duas decisoes certas:
1-inscrever-me num sindicato, por causa dos problemas laborais a que um tipo esta’ sujeito em Portugal e que se tornaram o pao nosso de cada dia
2-fugir de Portugal A.K.A. emigrar.»

Leituras 20071125

·         Portuense na presidência da RTP

·         UMinho recebe dois prémios European Enterprise Awards

·         Argumentos fracos da RAVE;

·         Empresa de confecções fecha em Penafiel;

·         MOPTC, ANA, Lino, não sabem o que é um rappel ! Por Rui Moreira, hoje no Público.

·         CP Porto, aliás, deveria ser CP Norte, atinge objectivo de passageiros transportados previsto para 2014; Sinal de crise, petroleo caro, Peak Oil, mas também maturidade da sociedade civil, que não tem complexos na utilização de transportes públicos. Também cliente ocasional deste serviço. 

 

 

 

 

20071124

Uma associação empresarial do Norte com mentalidade lisboeta

Do Localismo

Há uns dias, um colunista escreveu num jornal local de Guimarães que «Nestes últimos tempos muito se tem falado no eixo Guimarães – Braga, região Minho e até na regionalização. Não sei porquê, mas de cada vez que vêm com muito alarido em torno do Minho, eu não consigo deixar de ficar logo de pé atrás. Já sei que aí vem mais uma investida. Aí vem Braga a querer pôr-se em bicos de pés. [...] O meu maior receio, enquanto vimaranense, foi que ao avançar para uma regionalização ou uma descentralização, Guimarães continuasse ostracizada e alheada dos centros de poder».

Esta postura bairrista e localista foi denunciada por Carlos Abreu Amorim nas páginas do Correio da Manhã : «Regionalizar é dar poder. Há dois contra-argumentos base – o primeiro crê que o País deve ser governado a partir de um centro de poder quase único que pode ter postos avançados pelo resto do território (desconcentração) mas que será sempre o dono da decisão. Depois há este localismo: não importa se o todo (incluindo a minha parte) está mal desde que o meu vizinho não pareça ficar em melhor situação do que eu. Poucas coisas são tão difíceis como dar poder. Sobretudo quando quem mais teria a ganhar com isso não entende que o poder beneficia sempre os que lhe estão mais próximos – se o meu vizinho fica bem é porque eu estou melhor do que antes.»

Nunca duvidei de que haveria resposta. Ainda que a referência tenha sido demolidoramente crítica e acertada, qualquer bairrista que se preze tem que fazer eco da sua visão. Diz o ilustre colunista: «O meu comentário queria dizer, exactamente aquilo que lá estava. Não era referente a regionalização nenhuma. Falava na generalidade, abstraído da interpretação política que o mesmo poderia ter. Mas se quer mesmo saber, não sou regionalista. E não reconheço ao Porto ou a Braga – e respectivas classes políticas – qualidades que me façam querer suspirar pela sua ascensão. Vejo melhor por cá. Mas ainda assim, mal por mal, prefiro ficar como estou. Incompetência por incompetência, que se mantenha – e este mantenha tem o sentido amancebado da coisa – apenas uma, a actual, a centralista, que já sai bastante cara.»

Esclarecidos? Nós também não... Ao menos descobrimos o Decálogo do Localista.

20071123

Planamento estratégico da AMPorto: Omeletes sem ovos

Pois é José Pedro Lima. Não adianta reclamar por Rivoluções culturais, cinemas na cidade, elécticos na Baixa ou outras causas que movem e preocupam os actores do «cluster» imobiliário da AMPorto, se não há suficiente animação da economia local. Não perceber que enquanto esta não arrancar, tudo o resto (procura de Cultura, resolução de problemas sociais dos bairros, disponibilidade para comprar arquitectura de qualidade) não arranca é como tentar fazer omeletes sem ovos. Mesmo os contabilistas das autarquias deveriam perceber isto... Também não adianta pressionar os nossos políticos se eles estão reféns da comunicação social de Lisboa e esta refém da oligarquia centralista, que por sua vez manda na administração central e esta na ANA. Ao nosso ritmo (infelizmente), perceberemos a inveitabilidade de um partido regional ou afim.

PS: Como explico aqui, as obras do ASC foram deitas para show-off arquitectónico e prejuizo operacional. O desconto pedido pela Ryanair pode trazer mais turistas mas vai dar prejuizo à ANA, que tem que ser pago por todos os contribuintes enquanto não é vendida a empresários lisboetas sem coragem para se envolver em negócios com concorrencia internacional, como todo o Norte faz. Um grande nó, que ainda fica mais complicado se se considerar que a procura de transporte aéreo está directamente ralecionado com o crescimento dos PIB dos mercados emissores , sendo que as previsões de recessão para o resto da Euroopa no próximo ano começam a ser maioritárias. Enfim, assim se vê o que é o planemaneto estratégico da AMPorto.

Oportunidades a Norte

Por Ricardo Arroja:

Na semana passada estive em Badajoz, Espanha, como participante no debate dedicado ao tema “Barcelona, Lisboa, Madrid, Porto – poker o dobles parejas?”. A conferência foi organizada pela Junta da Extremadura e contou com vários painéis reunindo políticos, empresários, jornalistas, economistas, gestores, entre outros. Fui convidado pelo jornalista Carlos Magno para representar a cidade do Porto no segmento que reuniu os palestrantes mais jovens. Desde logo aceitei. Pela honra que é representar a cidade onde nasci e resido. E pela afinidade que, por motivos profissionais, me liga a Lisboa e a Madrid. O meu objectivo no debate foi duplo: a) evidenciar as semelhanças e diferenças existentes entre Portugal e Espanha e; b) apontar alguns dos sectores económicos emergentes – “clusters” – que despertam neste momento na cidade do Porto e no Norte do país em particular. Por Norte, entenda-se a região tal como ela é definida pela União Europeia – acima do Douro até às fronteiras com Espanha.

As economias de Portugal e Espanha apresentam algumas semelhanças estruturais. A revista “The Economist”, numa edição especial de 2008 intitulada de “Pocket World in Figures”, indica que a origem do PIB português se encontra distribuída da seguinte forma: 3% na agricultura, 22% na indústria e 75% nos serviços. Em Espanha, a distribuição é muito semelhante: 4%, 29% e 67%, respectivamente. No que diz respeito às componentes do PIB, em Portugal o consumo privado tem um peso de 67% do total, o consumo público 21%, o investimento 23% e o saldo entre exportações e importações apresenta um balanço negativo de 11 pontos percentuais. Em Espanha, a mesma distribuição evidencia os seguintes valores: 58%, 17%, 27% e o défice entre as exportações e as importações é de 2 pontos percentuais. A dependência energética nos dois países, ou seja, a proporção de combustíveis importados para acomodar o consumo interno é, em Portugal e Espanha, de 85% e 77%, respectivamente.

Quanto às oportunidades futuras em Portugal e Espanha, das 4 cidades e regiões analisadas no colóquio, aquela que revela maior potencial de convergência económica é o Porto e o Norte do nosso país. Até 2013, Portugal irá receber mais de 21 mil milhões de euros da União Europeia – cerca de 14% do actual PIB português. A fatia de leão, cerca de 14 mil milhões de euros, vai para os projectos faraónicos: o aeroporto, o TGV e o comboio de mercadorias entre Sines e Elvas. Mas entre os programas regionais, que no conjunto representam 7 mil milhões de euros, o do Norte, a região mais pobre do país, é o maior – cerca de 3 mil milhões de euros. A afectação deste montante deverá privilegiar alguns sectores específicos nomeadamente aqueles associados à tecnologia e inovação. Na minha opinião, dever-se-á dar prioridade aos têxteis técnicos e ao sector de tecnologia da saúde. Nos primeiros, devido à tradição têxtil já existente aliada à modernização recentemente implementada, que permitirão aproveitar as oportunidades nas fibras têxteis utilizadas na produção agrícola, na construção civil e na exploração geológica. Nos segundos, devido à forte concentração no Norte de recursos humanos especializados nos vários domínios da ciência, em particular na investigação em medicina.

De acordo com os dados publicados na proposta portuguesa do QREN (www.qren.pt), mais de um quarto de todos os investigadores em inovação e desenvolvimento a trabalhar em Portugal estão na região Norte. No campo da produção científica, o domínio é ainda mais avassalador. Nas publicações especializadas em ciências, 34% são produzidas no Norte. Nas dedicadas a engenharia, informática e tecnologia, a percentagem sobe para 39%. E nos de medicina, a escala quase rebenta: 48% estão no Norte. As estatísticas surpreendem pela robustez porque, infelizmente, há um défice na sua comunicação. Mas facilmente se conclui que as condições ao nível dos recursos humanos no Norte são, nestes sectores, muito boas. É aqui que se devem implantar os empresários dispostos a investir na saúde, nos dispositivos médicos, na investigação farmacêutica ou na biotecnologia. Além disso, as tendências demográficas também favorecem o Norte porque é nesta região que se encontra a maior concentração de população jovem do país – cerca de 38% dos jovens com menos de 25 anos de idade. E é no Norte que reside a mais forte tradição empreendedora em Portugal, que ainda hoje se faz sentir. É daqui que saem metade das exportações portuguesas.

20071122

Uma questão de «fibra»

Empresas de Lisboa vivem de privatizações de monopólios públicos:

  • O Relatório de auditoria sobre as Estradas de Portugal E.P.E é um manancial. Aquilo dá para tudo. Até para pôr aquela entidade - um Instituto Público Empresarial a pagar a advogados para fazer leis: «Foi esclarecido pela EP que, relativamente aos trabalhos solicitados pelo MOPTC, de acordo com os termos de referência por este definidos, realizados pelas Jardim, Sampaio, Caldas & Associados, F9 – Consulting e PricewaterhouseCoopers e respeitantes ao modelo de gestão e financiamento do sector das infra-estruturas rodoviárias de Portugal, estes traduziram-se em relatórios de estudos e minutas de propostas de diplomas legislativos, alguns já publicados em Diário da República»
  • Manuel Alegre questiona Governo sobre mudanças na EP. O deputado do PS Manuel Alegre questionou hoje o Governo sobre as mudanças na empresa Estradas de Portugal e disse temer que estas representem «uma espécie de neo-feudalismo, sob a forma de privatização encapotada». Para o socialista «é inusitado um prazo tão longo, sejam 92 ou 75 anos, para a outorga da concessão da rede viária nacional» à empresa Estradas de Portugal, que foi transformada pelo actual Governo em Sociedade Anónima (S.A.). «Parece assim algo temerário comprometer o futuro a tão longo prazo, numa matéria que faz parte da esfera de um dos mais antigos serviços públicos que o Estado teve obrigação de proporcionar aos cidadãos», considera.

O Norte produz bens e serviços transacionáveis no mercado internacional:

  • Portuense NDrive lança o primeiro telemóvel português em Espanha, Itália e França. O novo NPhone, assim baptizado pela NDrive Navigation Systems, é o primeiro telemóvel desenvolvido por uma firma portuguesa, e começa esta semana a ser vendido nas cadeias de retalho, anunciaram hoje os responsáveis da empresa especializada em sistemas de navegação. O produto, que foi hoje dado a conhecer numa conferência de imprensa, chama-se NDrive Phone S300 e pretende ser "um telemóvel com navegador", descreveu João Neto, presidente da empresa portuense. O aparelho é preferencialmente destinado ao segmento empresarial. Baseado em "software" desenvolvido pela NDrive ao longo dos últimos dois anos - especialmente no que respeita a sistemas de navegação -, a montagem final do novo telemóvel é realizada na região de Guangdong, no sul da China. As vendas a nível nacional começam esta semana pelas cadeias de retalho, onde foi colocada já uma primeira remessa de 3000 NPhones, mas João Neto prefere para já não detalhar qual é a meta de vendas até ao final deste ano. Dentro de poucas semanas, deve seguir-se a comercialização do novo telemóvel as lojas dos operadores móveis, com quem a NDrive está neste momento a tratar da certificação do produto. O preço de venda ao público será de 399 euros. O próximo mercado a atacar será a Espanha, ainda antes do final deste ano, seguida de Itália e da França, acrescentou hoje o mesmo responsável. Em termos de parcerias, a NDrive está a trabalhar em conjunto com a Microsoft, já que o novo produto trabalha com base no sistema operativo Windows Mobile, e também com a InfoPortugal (grupo Impresa) para o fornecimento de parte dos conteúdos.

Ainda há dúvidas ?

 

 

 

 

20071121

Gestão Regional do Aeroporto III (actualizado)

Qual o impacto para o Norte da não gestão regional do aeroporto? Vamos a umas contas simples, tendo em conta o potencial da criação de uma base da Ryanair no ASC.

Aumento do número do passageiros: + 4.300.000 passageiros adicionais (total de 5.000.000 pax).
Gastos por passageiro / estadia: 125€ (valor reduzido tendo em conta os gastos dos turistas nos últimos anos)
Aumento anual das receitas regionais: +540 Mio €
Aumento anual das receitas do Estado (impostos): +108M€
Custo* da Iniciativa (em 2015, apenas em caso de sucesso**): +20M€
Incremento anual do PIB regional: + 1,2%

Eis o que nos pode custar uma decisão desfavorável...

*O custo não é exactamente um custo, é um desconto de quantidade. Isto é, a ANA reduz a sua margem unitária de lucro para ganhar em quantidade.
** Em caso de insucesso, o custo é nulo. Isto é, caso apenas consiga 4.999.999 passageiros, o custo é nulo.

Gestão Regional do Aeroporto II

Aparentemente, na gestão regional do Aeroporto Sá Carneiro (ASC) existiria um senão para os nossos conterrâneos lisboetas: a ANA de facto privilegia o aeroporto de Lisboa. Como? A ANA pratica taxas altas em Lisboa, para rentabilizar fortemente este aeroporto. Para não perder tráfego neste aeroporto, aplica as mesmas taxas ao aeroporto mais próximo (ASC), garantindo assim que quem quiser voar para Portugal (ou para fora) paga uma elevada maquia. Sendo o ASC um aeroporto menos atractivo em termos de localização, acaba por perder passageiros. Mais, tendo apenas uma taxa de ocupação de 30%* face ao seu máximo potencial*, deveria praticar um preço mais reduzido, por forma a optimizar a ocupação.

Em que beneficia isto os lisboetas? Em nada. Em que beneficiam os lisboetas de pagar taxas mais elevadas? E não perdemos todos por ter menos turismo? Não ficamos todos mais periféricos? É isto que está em questão na gestão regional do ASC. E é por isso que não faz sentido não estarmos todos a lutar pelo mesmo.
Mas isto não fica por aqui. O Governo prepara-se para privatizar a ANA, criando assim um monopólio privado. Se numa empresa pública existe alguma preocupação de moderação nos preços, por uma questão de serviço público, no monopólio privado isso não existe. O resultado será igualmente catastrófico para ambas as regiões, que serão estranguladas pela prática de taxas aeroportuárias ainda mais elevadas, redução do investimento, e deterioração da qualidade de serviço.

*a taxa face à capacidade utilizável sem expansão é cerca de 70% (capacidade actual de 5M pax; capacidade máxima de 15M pax).

Gestão Regional do Aeroporto I

Há questões em que deviamos todos estar de acordo, de norte a sul. A questão da gestão regional do Aeroporto Francisco Sá Carneiro (ASC).

A gestão regional do ASC permite introduzir concorrência na gestão das infraestruturas aeroportuárias em Portugal. Isto tem vantagens tanto para a região Norte, como para a região de Lisboa.

Vantagens da concorrência para os cidadãos Lisboetas:
- Redução das taxas aeroportuárias
- Melhoria da gestão aeroportuária e qualidade de serviço (nomeadamente as perdas de malas)
- Aumento do número de turistas na região (via redução de taxas e melhoria do serviço)
- Redução do número de voos de interligação (i.e. que não tem por objectivo a ligação a Lisboa, mas a outra cidade), aumentando a disponibilidade para voos que servem os lisboetas e os estrangeiros que querem visitar Lisboa
- Fim da subsidiação a uma infraestrutura deficitária (ASC).

Vantagens da concorrência para os cidadãos Nortenhos:
- Adequação (redução) das taxas aeroportuárias ao nível de utilização do aeroporto (40%).
- Aumento do número de ligações, reduzindo a situação periférica da região.
- Aproveitamento de todas as externalidades da infraestrutura, nomeadamente no turismo, podendo aumentar o PIB da região até 1,5%, com a actual capacidade instalada (3%-5% com expansões).
- Reforço do potencial do eixo Aveiro-Viana como plataforma logística do Noroeste Atlântico.
- Aumento da atractividade da região como destino de negócios.
- Transformação do ASC numa infraestrutura superavitária.
- Rentabilização da ligação Porto-Braga-Vigo.

Drenagem é isto

Drenagem é isto: Estado Central prejudica resto o de Portugal para favorecer negócios em Lisboa. Alguém precisa de desenho ?

Taxas no Sá Carneiro são 2-4 vezes as da concorrência - "autoridades de Lisboa estão a bloquear o crescimento do turismo no Norte"

Retirado d' "O Primeiro de Janeiro":

"A construção de uma base de operações da Ryanair, no Aeroporto do
Porto, depende de Lisboa.
A conclusão é do presidente da Ryanair, Michael O’Leary, que ontem apelou à ANA para “dar ao Porto liberdade para crescer e ser mais criativo”, permitindo a instalação uma base operacional no Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

Os custos demasiado elevados praticados pela empresa que gere os aeroportos nacionais são a razão invocada pela Ryanair para escolher aeroportos noutros países onde, segundo O’Leary, a diferença de preços é de duas ou quatro vezes inferior.

A instalação de uma base da Ryanair no Porto permitiria um crescimento até aos três milhões de passageiros.

“As autoridades de Lisboa estão a bloquear um enorme crescimento do
turismo”
, considerou Michael O’Laery.

A construção de uma base da Ryanair, com três ou quatro terminais,
implicaria um investimento de mais de 200 milhões de euros.

“Não se pode cobrar preços de Lisboa quando se quer ter uma base de
uma companhia de baixo custo no Porto”
, sustentou Michael O’Laery.

“Continuaremos a dialogar, mas as decisões são em Lisboa e não aqui”, lamentou Michael O’Leary, ressalvando que a companhia tem excelentes relações com o director do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, Fernando Vieira.

A companhia aérea de baixo custo gerou mil postos de trabalho e transportou quase um milhão de passageiros, sobretudo turistas que gastaram 125 milhões de euros na região. (...)

Após ler esta noticia, percebi qual é a dificuldade. É que afinal é o Presidente do Aeroporto de Lisboa que diz se as taxas no aeroporto do Porto são adequadas ou não. Alguém sabe o que significa conflito de interesses?

Distrito do Porto: PS 2007 = PSD 1998; Muito triste

Ser inteligente, honesto, Portuense (distrito) e militante ou simpatizante do PS, nos dias que correm, é uma autêntica quadratura do círculo, isto é, ninguém consegue ter as 4 qualidades simultaneamente. Os socialistas portuenses ou não são inteligentes ao ponto de perceber que o PS nacional considera o Norte como carne para canhão, ou estão na política para proveitos pessoais. A prova disso são os seguintes posts do blogue de militantes do PS Porto, http://vimaraperesporto.blogspot.com:

É triste ver estas criaturas assim desesperadas. O PS Porto actual só tem paralelo no PSD Porto pós referendo de 1998. Também foram enrolados pelos seus lideres de Lisboa. Alguém sabe como saimos disto ?

 

20071120

Diz Michael O'Leary

Base Ryanair no Porto, só com melhores condições da ANA

Relato da História de Portugal e Espanha em real-time

Embora possa parecer fora do âmbito do Norteamos, incluo novamente um texto de António Cerveira Pinto. É notável a capacidade deste blogger de sintetizar e enquadrar os acontecimentos quotidianos nas tendências históricas que vivemos. Esta capacidade de análise estratégica deve inspirar todos os «Norteadores», para consigamos fazer o mesmo em relação à evolução da região Norte, como por exemplo conseguir interpretar a decisão do participante Salem em ir trabalhar para Lisboa. Fica então o texto:

Hummmm... Passa-se algo de estranho!

Durão Barroso transformou-se no alvo de protestos dos internautas espanhóis, por ter afirmado que Portugal acolheu a Cimeira dos Açores, prévia à invasão do Iraque, para satisfazer um pedido dos seus «aliados e amigos, sobretudo Espanha». -- Durão atacado em Espanha por causa da Cimeira dos Açores, Sol, 19-11-2007.

Hoje de manhã interrogava-me, durante uma conversa telefónica com um amigo, sobre o motivo que teria levado José Manuel Durão Barroso a denunciar o logro em que teria caído durante a cimeira de guerra que antecedeu a segunda invasão do Iraque por uma coligação internacional comandada pelos Estados Unidos.

Segundo afirmou Barroso à TSF/DN, foram-lhe mostrados documentos que evidenciavam a existência de Armas de Destruição Maciça no Iraque. Veio a saber-se depois que as fotografias exibidas eram falsas. Ou seja, Portugal comportou-se como um aliado, mas foi levado ao engano. O reparo é tardio, mas ainda assim necessário, sobretudo quando se tornou evidente aos olhos de todo o mundo o atoleiro em que se transformou o Médio Oriente depois das invasões aliadas do Afeganistão e do Iraque.

Só não entendi porque motivo resolveu Durão Barroso adiantar que a realização da cimeira na Ilha Terceira dos Açores resultara da aceitação de um pedido expresso da Espanha (ou seja, de Aznar) para que a reunião tivesse lugar em Portugal. Fugir de responsabilidades? Parece-me pouco e seria demasiado amador uma tal escapatória retórica semanas depois do desaire diplomático constituído pela visita do rei de Espanha a Ceuta (abrindo deste modo caminho ao projecto de União Mediterrânica proposto por Sarkozy) e dias depois do incidente, ainda não terminado, entre o rei de Espanha e o presidente da Venezuela, do qual resultou a ameaça, proferida por Hugo Chávez, de transferir para Portugal a sua agência de negócios com a Europa, e o provável fim das cimeiras ibero-americanas (uma figura neo-colonialista fora de prazo, que deverá ser substituída por um outro tipo de cimeiras diplomáticas entre a União Europeia e a América Latina.)

Há outras possibilidades de interpretação: avisar Dick Cheney e Bush sobre a indisponibilidade das Lages para um ataque ao Irão, ou ainda legitimar a visita de Chávez a Lisboa, demonstrando em ambas as situações que há sintonia total entre o governo socialista, o principal partido da oposição e o Presidente da Comissão Europeia no que se refere à diplomacia atlântica portuguesa, com especial incidência no fortalecimento das relações económicas e diplomáticas entre Lisboa, Brasília e Caracas.

Entretanto, os serviços de contra-informação espanhóis, presumidamente sob ordem de Zapatero (pelo vistos, cada vez mais sensível aos actos políticos do seu antecessor), montaram sem demora uma campanha nacional mediática, com forte recurso à Internet, sobre a "provocação" de Durão Barroso, insistindo na continuação da histeria nacionalista montada em torno do episódio "TU, POR QUE NO TE CALLAS!" Que estranho! Quando teve lugar a famosa Cimeira dos Açores, eu estava em Madrid, e recordo-me perfeitamente do modo cirúrgico como a imprensa e a televisão espanholas apagaram Durão Barroso de todas as "fotos de família" (ver El País 1 e El País 2).

Aqui há gato!

Os movimentos tectónicos das placas diplomáticas mundiais têm vindo acelerar de forma surda à medida que o dólar emagrece e a economia americana entra numa profunda recessão sistémica, ameaçando infectar boa parte dos mercados mundiais, com especial impacto na Europa e no Japão. Se os países produtores de petróleo abandonarem a moeda americana, que sucederá às montanhas de dinheiro virtual acumuladas pelos bancos, governos e sociedades de investimento? É isso mesmo: cairemos numa recessão mundial, da qual estarão possivelmente a salvo poucos, mas importantes países: a China, a Rússia, os Árabes com petróleo, o Brasil, a Venezuela...

A Espanha, segundo vários observadores internacionais, poderá ser uma das grandes vítimas da crise financeira mundial em curso, por causa da dimensão da sua bolha imobiliária e do tamanho da sua bolha financeira. De quem é a culpa? Não é certamente do povo espanhol. Mas talvez seja de quem montou e mantém uma das maiores máquinas de lavagem de dinheiro negro e magia financeira da Europa. Quando ocorrer o trambolhão, talvez venhamos a saber quem são.

Por outro lado, a Espanha poderá entrar muito em breve numa profunda convulsão interna, por causa dos movimentos independentistas do País Basco e da Catalunha. Pretextos não faltam: a mais do que provável auto-proclamação independentista do Kosovo, a possível cisão do reino Belga, a epidemia financeira mundial, a crise climática (a que está associada a polémica em volta do desvio de grandes rios espanhóis, como o Ebro) e ainda o facto de a Espanha ter vindo a vender grandes quantidades de ouro para segurar a sua pesada dívida externa: 1,45 biliões de euros, ou seja 145% do PIB (Cotizalia, 10-10-2007). Desviar a atenção pública para incidentes potencialmente geradores de sentimentos patrióticos, pode ser uma explicação para o que está a ocorrer. Se for, é mau presságio.

E por outro ainda, a Espanha tem vindo a pressionar Portugal no sentido de lhe ser dado acesso mais rápido aos nossos mercados urbanos e aos nossos portos, ao mesmo tempo que incentiva, com apoios económicos vários, o investimento espanhol no nosso país, com particular ênfase nos sectores financeiro, energético, imobiliário e agro-alimentar. A porta atlântica tornou-se uma necessidade estratégica de primeira ordem para Madrid. O Chile adoptou o Português como segunda língua obrigatória do país. O novo jogo euro-atlântico já começou e passará por triangulações estratégicas entre Washington, Londres e Lisboa; e entre Brasília, Caracas, Luanda e Lisboa. Que lugar terá a Espanha neste jogo? Se continuar a ter uma presença relevante na América Latina, será seguramente um rival de Portugal neste jogo; se provocar sentimentos de rejeição nas suas antigas colónias, o seu protagonismo poderá ser posto em causa a prazo. Escaldante, não?

Como se tudo isto não fosse suficiente para precipitar uma pequena fricção entre Madrid e Lisboa (que poderá, se não for acalmada, colocar em causa a XXIII cimeira Luso-Espanhola, prevista para o terceiro trimestre de 2007, e entretanto adiada), haveria que considerar também a evolução da situação diplomática no Médio Oriente. Está presentemente em curso uma mudança da maior importância na estratégia anglo-americana para o conflito entre Israel e a Palestina, traduzida já na elevação deste último estado ao patamar de novo aliado estratégico do Ocidente, como há muito preconizam vários dirigentes europeus, nomeadamente alemães. Ou seja, Bush vai sair da Casa Branca, Aznar já saíu e não vai voltar, Blair transformou-se no obreiro da nova aliança entre judeus, cristãos e muçulmanos, e Barroso pretende escovar, antes que seja tarde, as suas responsabilidades na sujeira dos Açores. Ah!... agora compreendo o recado sacana do precoce político lusitano!

Em suma, a declaração do ex-primeiro ministro português e actual presidente da Comissão Europeia (que, à semelhança de Tony Blair, pretende continuar politicamente activo,) não foi um acto falhado, mas um passo de dança.

Comentários:

  • Esqueceu-se de referir a ocorrência mais que provável de atentado da ETA em Portugal.
  • Durão Barroso é igual a ele próprio: Muda sempre em direcção a quem parece ter poder. Ele já percebeu que a «neoconeiragem», expressão fabulosa do comentador Euroliberal no Blasfemias, está com os dias contados. Durão está a preparar a nova fase da sua vida.
  • De realçar os comentários do embaixador dos EUA em Portugal sobre as relações da Galp com a Gasprom e a Venezuela e a resposta tipo caravana passa de Ferreira de Oliveira.
  • O BCEspanha vendeu ouro, assim como venderam todos os bancos centrais que o tinham, incluíndo o BPortugal. Foi uma estratégia concertada nos últimos anos para evitar a subida do Ouro. E conseguiram atrasar o processo. Não me parece que tenha sido por causa de dívida externa.
  • Parece que a diplomocia portuguesa está a assegura um novo caminho marítimo. Vá lá. O acesso a informação previligiada por parte de Durão Barroso está a ter alguma utilidade.
  • Pois Espanha corre o risco de implodir, e nós seremos apanhados de surpresa e provavelmente ainda sem Regionalização.
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