20071121

Gestão Regional do Aeroporto II

Aparentemente, na gestão regional do Aeroporto Sá Carneiro (ASC) existiria um senão para os nossos conterrâneos lisboetas: a ANA de facto privilegia o aeroporto de Lisboa. Como? A ANA pratica taxas altas em Lisboa, para rentabilizar fortemente este aeroporto. Para não perder tráfego neste aeroporto, aplica as mesmas taxas ao aeroporto mais próximo (ASC), garantindo assim que quem quiser voar para Portugal (ou para fora) paga uma elevada maquia. Sendo o ASC um aeroporto menos atractivo em termos de localização, acaba por perder passageiros. Mais, tendo apenas uma taxa de ocupação de 30%* face ao seu máximo potencial*, deveria praticar um preço mais reduzido, por forma a optimizar a ocupação.

Em que beneficia isto os lisboetas? Em nada. Em que beneficiam os lisboetas de pagar taxas mais elevadas? E não perdemos todos por ter menos turismo? Não ficamos todos mais periféricos? É isto que está em questão na gestão regional do ASC. E é por isso que não faz sentido não estarmos todos a lutar pelo mesmo.
Mas isto não fica por aqui. O Governo prepara-se para privatizar a ANA, criando assim um monopólio privado. Se numa empresa pública existe alguma preocupação de moderação nos preços, por uma questão de serviço público, no monopólio privado isso não existe. O resultado será igualmente catastrófico para ambas as regiões, que serão estranguladas pela prática de taxas aeroportuárias ainda mais elevadas, redução do investimento, e deterioração da qualidade de serviço.

*a taxa face à capacidade utilizável sem expansão é cerca de 70% (capacidade actual de 5M pax; capacidade máxima de 15M pax).

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