Miguel Torga não gostaria muito do Minho. Achava-o monótono no seu verde - o verde da paisagem, do vinho e até do caldo. Porque amo os dois custa-me tê-los separados. Como eu gostaria que Torga tivesse sentido os mil diferentes verdes que o Alto Minho me ofereceu num destes dias de sol. Que harmonia. Que concerto em tom único. Irmanei-me neste sentimento com o pequeno grupo que acompanhei num périplo minhoto, todos provenientes de diferentes nacionalidades e todos rendidos ao todo que sentiam.
É um facto. Os centros históricos das nossas vilas e cidades são expositores de bom gosto e do bom senso que deve presidir à união da cultura, do património e dos dias que somos. Os monumentos estão preservados com esmero. Os equipamentos, do mobiliário público aos estabelecimentos, revelam enquadramento e modernidade. Sente-se profissionalismo e qualidade no atendimento que tanta falta fazia à tradicional simpatia. Nos arrabaldes comprova-se um urbanismo sensato e respira-se qualidade.
Estão de parabéns o poder local e os autarcas - os que são e os que foram. Souberam ser guardiões da nossa cultura e identidade, sem travar a alma dos dias que vão correndo. Estamos todos de parabéns.
O Alto Minho está bonito. E agora? De que vão viver as nossas pessoas neste Alto Minho, assim bonito, mas onde a riqueza e o emprego estão longe da suficiência e da qualidade? O Alto Minho não pode perder mais do melhor do seu património - as pessoas. Atrair e fixar pessoas é a próxima e grande cruzada da qual ninguém está fora. Há já muito feito mas há, sobretudo, muito por fazer.
A nossa agenda terá, agora, de estar centrada na produção de riqueza pela potenciação do mundo empresarial e pela eficaz coordenação política do processo. Temos de estancar a fuga de jovens que nos últimos anos concluem as suas formações superiores nas várias instituições de ensino superior do Alto Minho, públicas e privadas (cerca dum milhar), na sua maioria oriundos da região, os quais, finda a formação, cumprem o "fado" rumando ao país e ao estrangeiro em busca do emprego, enquanto empresas que pretendem fixar-se por cá se queixam de não encontrarem mão-de-obra qualificada. Temos de o equacionar porque este é um problema.
Tenho feito desta crónica um espaço onde se cuida a auto-estima e o prenúncio da mudança construtiva. A inauguração da primeira fábrica ENERCON em Viana do Castelo, presidida pelo Senhor Primeiro-Ministro, no dia 15; o lançamento da primeira pedra de uma outra fábrica da mesma empresa, dum total de 8, construindo o primeiro e verdadeiro cluster regional; a magnitude e excelência da construção e o elevado nível da tecnologia usada; o diminuto impacte ambiental; os 1800 postos de trabalho directos e milhares de indirectos; a atracção de empresas satélites e a criação de toda uma dinâmica económica envolvente, incluindo a exportação da maioria da produção, são, a meu ver, a confirmação da mudança. Deixo de lado, neste corredor de análise, as energias renováveis, o seu sentido de futuro e a previsão de, em 2010, 45% da energia eléctrica gasta em Portugal provir de energias renováveis.
A criação de um grande Centro de Empreendedorismo nos Arcos de Valdevez, com a VALIMAR, Câmara dos Arcos, CEVAL, Instituto Politécnico e outros e a construção de uma grande Plataforma Logística em Valença, são mais alguns dos sinais da mudança. Construamos o querer e a vontade de integrar, potenciar e desenvolver tudo isto e teremos riqueza para distribuir pelos minhotos e por aqueles que tiverem o bom gosto de escolherem esta terra para respirarem à luz de um novo fado - o do desenvolvimento da nossa região.
Rui Teixeira, professor no IPVC (jn de hoje)
Muito sinceramente, gostava muito que o Alto Minho conseguisse segurar as suas gentes, nomeadamente, as mais jovens, e ainda mais especificamente a mim.
Como disse aqui num comment, arranjei emprego em Lisboa. Depois de ter enviado quase 60 curriculos (a maioria deles no Norte de Portugal e Galiza), depois de ter andado a penar a mostrar o meu projecto final sobre a Plataforma Logística de Valença às entidades competentes e aos autarcas, sou chamado para o LNEC, para trabalhar sobre um concelho algarvio.
Mais triste é ir ao domingo á noite para Lisboa num autocarro completamente cheio seguido doutro nas mesmas condições, ou ir a um jantar, na baixa pombalina, de pessoal de Vila Praia de Ancora e a sala estar cheia de gente...
8 comentários:
Muitos parabens Salem ! Excelente post, pelo significado que tem. Já passei pelo mesmo trabalhei cerca de ano e meio em Lisboa e durante muitos anos tive reuniões de trabalho com clientes de Lisboa e sei do que relata.
A minha defesa do Norte tem precisamente a ver com isto. Não há mercado de trabalho cá. Em LX a administração cetral trata que haja, absorvendo assim os jovens de todo o país, valorizando as propriedades e negócios deles, desvalorizando as nossas. É por isso que eu luto. Quer você regresse ou fique por Lisboa, não o censuro se o fizer, espero que perceba antão a minha causa. Felicidades.
PS: Continuo a contar com a sua colaboração no Norteamos.
«então»
Muito obrigado..
Claro que anseio voltar e vou fazer por isso, mas aconteça o que acontecer tenho sempre o Norte, nomeadamente Viana e Guimarães no coração, pelo que a minha participação no Norteamos nunca vai ser posta em causa,seja com posts ou com comments.
Caro,
Vai, mas tem de voltar. Mas aproveite enquanto aí está, e se necessário fique mais algum tempo.
Aprofunde a seu network. Este é um país muito pequeno. É preciso ter uma rede de relações a nível nacional, se queremos ter chances de sucesso.
(E não, não estou a falar de cunhas. Se alguém não perceber o que digo, estude o fenómeno "silicon valley": a inovação como resultado da interação entre pessoas muito capazes, e com elevada rotação entre empresas. Mais network = mais circulação = mais inovação / velocidade na economia = desenvolvimento económico).
E quanto ao centralismo, irá concerteza ganhar uma nova visão. Normalmente, ganha-se uma visão mais moderada, mas também mais crítica e mais fundamentada.
Boa sorte : )
Nota: parece-me que o norte terá uma vantagem forte no futuro, baseada nos talentos que saem para o resto do país e estrangeiro e depois voltam. O nosso conhecimento do mercado nacional e global torna-se assim superior.
É verdade Pedro,
Porém o pay-out é reduzido. A maioria fica. Nã tenho contra migrações internas ou externas temporárias ou definitivas, decididas individualmento. Critico sim severamente a «deportação» pela calada organizada pelo estado central para beneficiar apenas alguns imobiliários com «networking» na administração central.
Eu. Só estou a dizê-lo que temos de usar isso a nosso favor. Temos de convencer as pessoas qualificadas a voltar.
Pedro,
Salem e todos os que migram/migraram para Lisboa por falta de alternativas são vítimas do networking dos operadores imobiliários que orbitam a administração central. Isto é que é a Drenagem.
wow gold
wow gold
wow power leveling
wow power leveling
wow gold@@@@
World of Warcraft Gold
wow power leveling
wow power leveling
wow power leveling
wow power leveling
wow power leveling
wow power leveling
wow power leveling
wow power leveling
wow power leveling
wow powerleveling
wow powerleveling
wow powerleveling
rolex replica
wow powerleveling
wow powerleveling
wow powerleveling
wow powerleveling
wow powerleveling
wow powerleveling
wow powerleveling
wow powerleveling
replica rolex
powerleveling
powerleveling
powerleveling
powerleveling
power leveling
power leveling
powerleveling
powerleveling
power leveling
power leveling
power leveling
power leveling
power leveling
power leveling
power leveling
power leveling
rolex
wow gold
wow gold
Warcraft Gold
Warcraft Gold
中高年 転職
アルバイト 求人情報
ブライダル
転職
競馬
FX
ダイエット
お見合い
競馬 予想
新築マンション
新築マンション
コンタクトレンズ
婚約指輪
合宿免許
人材派遣
東京都 墓地
派遣会社
人材派遣
パチンコ 攻略
おなら
货架
OCR
OCR
手机词典
高速扫描
机票
灭蟑螂
蜗轮减速机
减速机
齿轮减速机
丝杆升降机
租房
租房
北京租房
北京租房
搬家公司
北京搬家
北京搬家公司
上海机票
上海机票
上海打折机票
上海打折机票
上海特价机票
上海特价机票
搬家公司
搬家公司
北京搬家公司
北京搬家公司
shshdjdjd
Enviar um comentário