20071113

Onde anda o Norte? Nas estradas não é concerteza...

Esta história da privatização da rede nacional de estradas é das mais inacreditáveis que ouvi ultimamente. Desde logo, porque a oposição a deixou cair num monopólio da esquerda desactualizada, como se o principal problema do mundo moderno fosse a privatização de serviços públicos. Não é. Sobretudo se o contrato de privatização for bem feito e com possibilidade de revisão periódica.

Mas este projecto é altamente criticável. Porque mais uma vez o Estado pretende entregar um monopólio a uma empresa privatizada. Um monopólio é quase sempre um erro, mas nas mãos de uma empresa que nem é verdadeiramente pública nem verdadeiramente privada, ainda é pior.

Porém, o maior defeito deste projecto é o de apontar para uma solução centralizada de um problema descentralizado. Obviamente que o Norte tem de ser contra. Como aliás qualquer outra região do País. Obviamente que o Porto devia liderar a contestação a mais um negócio que cheira mal e que vai seguramente prejudicar todo o País. Se a segunda cidade do País não tem capacidade de contestar a visão centralista, então o País está pior do que eu pensava e desejava.

Até porque, caso as estradas nacionais viessem a ser privatizadas por regiões, ainda que em monopólios regionais, pelo menos teríamos concorrência entre regiões, o que a prazo sempre se haveria de notar...

É possível um Portugal melhor. Basta querer.

PS. Publicado igualmente no Nortadas

1 comentário:

Jose Silva disse...

Excelente Ventanias !

Isto é mais um ataque do centralismo. Confesso que já me tinha apercebido do crime que é a privatização de monopólios públicos, mas ainda não me tinha apercebido do crime centralista da gestão central de assuntos locais.

Muito bem visto ! É preciso maior divulgação.

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