Sou um regionalista convicto. Não porque sinta especial emoção em ter nascido transmontano e crescido minhoto, mas porque encaro a reorganização administrativa do país como uma oportunidade de promoção do desenvolvimento integrado do país. O modelo das 5 regiões (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve) parece ser o que reúne mais consenso. Apesar disso, creio que não é o que melhor serve os interesses do país.
A propósito da proposta de criação de uma Região de Turismo única a Norte, ergueram-se várias vozes críticas que puseram em causa a pertinência do modelo apresentado. De entre os críticos, é essencial distinguir aqueles que, sendo regionalistas, pretendem um modelo alternativo dos que, sendo anti-regionalistas, não desperdiçaram a oportunidade para fragilizar o Processo de Regionalização em Curso. Seja como for, as resistências à criação de uma Região de Turismo única a Norte não devem ser ignoradas porque são um excelente balão de ensaio para o que sucederá no próximo Referendo. Se é um facto que alguns (nos quais me incluo) deixarão cair a bandeira das duas (ou três) regiões a Norte no momento de contar armas a favor da Regionalização, a verdade é que será por aí que os anti-regionalistas tentarão captar a simpatia dos regionalistas menos convictos.
Atente-se ao que escreve Paulo Saraiva Gonçalves no Notícia de Guimarães: «O meu maior receio, enquanto vimaranense, foi que ao avançar para uma regionalização ou uma descentralização, Guimarães continuasse ostracizada e alheada dos centros de poder e que essa tal mudança para nada mais servisse que não fosse alimentar outros egos, continuando a “engordar outros porcos”...»
Todos os receios são legítimos. No entanto, a menos que o (nosso) bairro seja o limite, a melhor forma de combater a ostracização e alheamento dos centros de poder é, precisamente, a Regionalização. Não fosse esta uma via, por excelência, de aproximar os cidadãos dos centros de poder.
[também no Avenida Central]
20071116
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