Na Baixa do Porto, por David Afonso:
"O primeiro caso é o do Oporto Poets Hostel que veio ocupar as instalações da Cooperativa Gesto e do bar que aí era explorado. Perdeu-se o bar com as melhores vistas da cidade (a ser egoísta, preferia ter ficado o bar), mas ganhou-se uma unidade hoteleira de referência no seu segmento, tendo chegado a figurar no top 10 mundial do seu "campeonato". Para além do site, não deixem de ler estas críticas extremamente positivas vindas de todo o mundo. No mínimo, inspiradoras não?"
Este é um exemplo de como a requalificação urbana pode contribuir para a cidade, de como o aproveitamento de alojamentos envelhecidos no casco urbano para o turismo podem dar origem a activos económicos de primeiríssima qualidade (no segmento onde operam) que criam um enorme valor para a cidade. A quem teve a ideia, os meus parabéns. A quem ainda não teve a ideia, agora já não tem desculpa...
2 comentários:
Parece-me que um pouco exagerado pensar o turismo como panaceia da fraca condição urbana que o Porto tem. No entanto a aposta pode e deve ser complementarizada com a nova vaga "cultural" i.e. começa a existir na cidade consideráveis movimentos culturais que podem juntamente com uma boa oferta turística produzir efeitos ao nível de uma melhoria da condição urbana de certas áreas da cidade bastante degradadas ex. os quarteirões compreendidos entre a Rua dos Clérigos a Pr. Filipa de Lencastre e a Pr. Carlos Alberto têm nestes últimos anos ganho uma vida com as galerias, livreiros teatros, etc.,. Existe também uma oferta de habitação razoável em quantidade permitindo a ocupação dos espaços próprios e sociais.
A requalificação urbana pressupõe que seja permitido às pessoas a ocupação dos espaços e o seu usufruto, ora com a simples criação de hotel não haverá uma fixação populacional permanente que sedimente o aparecimento de novas ocupações funcionais em seu redor, daí dizer que este tipo de equipamento por si só não é suficiente.
A questão das actividades culturais vem assumindo cada vez uma importância maior na evolução/renovação das cidades, basta observarmos cidades como Barcelona para perceber que existe de facto uma aposta nos "clusters" da cultura com vista à criação de mais valias sociais, económicas factores fundamentais para o fortalecimento das cidades. Daí que parece-me no Porto esta aposta deveria ser mais dinamizada mesmo a nível institucional (C.M. Porto e mesmo a própria UP) para permitir o desenvolvimento de novas áreas de produção e criação cultural/ conhecimento e fundear as pessoas/actividades pois os agentes da cidade seguirão atrás criando condições para essas pessoas e instituições, promovendo a cidade de forma sustentada.
Hugo
Ninguém falou em "panaceia". De resto, completamente de acordo.
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