Como se mostra aqui, o Governo anda a dispersar as direcções regionais da Administração do Estado por várias cidades a nível de cada uma das cinco regiões-plano (NUTS II), serviços que até agora estavam, em geral, concentrados na sede das regiões, ou seja, respectivamente no Porto, em Coimbra, em Lisboa, em Évora e em Faro. A política de repartição dos serviços da Administração desconcentrada pode reclamar-se de alguma virtude, distribuindo recursos pelas várias cidades regionais ("dividir o bem pelas aldeias"), o que pode remover um obstáculo à futura regionalização, embora afecte a coordenação transversal dos diversos serviços, bem como o uso comum de meios. Todavia, essa política devia ser consistente, o que não é, pois não se aplica aos próprios serviços da Administração central do Estado, quase todos sediados em Lisboa. Se as direcções regionais dos vários ministérios têm de ser territorialmente repartidas dentro de cada região, por que é que os próprios ministérios e institutos públicos nacionais não são distribuídos por todo o território nacional?
4 comentários:
LOLOL..e dinheiro para isso?? deslocalizar todas as pessoas que trabalham nos ministérios neste momento??
para não falar, que por exemplo nos EUA, têm uma capital e têm muitos estados para dividir os ministérios deles... Os serviços têm de estar todos próximos uns dos outros... Não é viável financeiramente e logiticamente dividi-los pelo país..
Podem é cosntruir uma capital de raiz no Alentejo, região mais desértica de Portugal.
1. Dupla ética...
2. Além do mais o m2 e os salários de Lisboa são menores...
Enfim.
JSilva
"Os serviços têm de estar todos próximos uns dos outros"
Porquê? Trabalho num banco com serviços deslocalizados. Servem melhor o cliente. Permitem contratar melhores recursos. Os salários são mais baixos. As rendas idem. Por algum motivo as deslocalizações são tão frequentes na economia real...
Fala de dinheito mas a deslocalização é muitissimo mais barata. Quanto aos deslocalizar as pessoas, basta usar o procedimento habitual: na semana passada os trabalhadores da DGV Porto receberam uma comunicação para decidir em 48horas se queriam ir trabalhar para Lisboa ou queriam ir para a rua...
O que quer dizer com "financeiramente e logisticamente"?
Não deveriam os institutos publicos estar próximos da população que é suposto servir? (na verdade até estão: próximos de todos os clientelismos e tráficos de influencias que abundam no nosso sistema)
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