O lobby do betão a sul, ataca de novo. Esteas empresas/gestores tem problemas endocrinos para avançar na Internacionalização/Exportação dos seus serviços e portanto pressionam o seu único cliente, o Estado Central: « As construtoras consideram que "é benéfico para o país que os dois partidos do arco do poder façam um pacto" para definir o investimento em grandes obras públicas para o médio prazo.» Tudo isto ocorre quando o debate Portela/Ota/Alcochete volta a subir de tom. Ainda sobre esta temática é preciso ler esta a crónica, «É FÁCIL GASTAR O DINHEIRO DOS OUTROS» e o artigo de Rui Rodrigues sobre o «hub» da TAP.
5 comentários:
Nâo percebo porque havemos de oferecer um novo aeroporto a uma empresa que com a liberalização do mercado interno irá à falência.
Ontem fui a Lisboa de comboio. Tive a oportunidade de ouvir algumas queixas da TAP. O comentário aos "novos" horários Porto-Lisboa foi:
"Com a compra da Portugália, passou a haver menos voos, e os atrasos de 1h mantém-se. Outro dia ligaram-me a dizer que o voo das 19h só partia, pelo menos, às 21h. Fui de comboio e cheguei muito antes. E sai mais barato."
Rai's parta a TAP que anda a estrangular o nosso desenvolvimento económico há anos.
E falta ainda falar da conspiração da ANA e do MOPTC sobre o ASC...
Que Lisboa precisa de um novo aeroporto, acho que ng mete em questão..acho...
Há quem ponha em questão, argumentando que atingimos o "peak oil", o que significa que o preço do petróleo continuará a disparar, reflectindo-se isso nos preços das viagens, o que poderá "encolher" a procura.
Parece-me que, ainda que esse seja um cenário possível, é muito desconsiderado pelos diversos decisores. Não acho é que esse deva ser o cenário base, por não ser o mais provável, tendo em conta outras tendências (maior eficiencia energética, redução de custos não-petróleo).
E ainda que fosse o mais provável, o bom senso obriga-nos a estar preparados para outros cenários.
O que significa que Lisboa tem de estar preparada para o cenário provável em que o aeroporto actual é insuficiente.
Ora, tendo em conta a incerteza associada à evolução do tráfego aereo internacional, a solução adequada é a que for mais flexível, permitindo a Lisboa ter sempre uma capacidade adequada à procura: nem subcapacidade (por estrangular o desenvolvimento), nem sobrecapacidade (por implicar um custo desnecessário que não é pequeno). Ou por outras palavras, a melhor solução é a que for mais escalável.
Seguindo esta linha de raciocínio, há algumas coisas que se tornam evidentes:
- que se deve estudar quais as possibilidades aproveitar ao máximo o aeroporto actual (há estudos que apontam para os 21Mpax, enquanto a capacidade actual é 17Mpax)
- da mesma forma que existe hoje um terminal 2, é possível ter um aeroporto de suporte (+1) para os voos "ponto a ponto", isto é, os que não são de ligação a outros voos, normalmente os low cost e os voos internos. Este poderá ser Alcochete ou outro dos aerodromos já existentes. Note-se que a partir de 2015, com o TGV, deixará de haver tráfego interno relevante.
- Este aerodromo "+1" deverá, no médio prazo, ser substituido (ou aumentar) por um aeroporto de média dimensão, de acordo com o aumento de tráfego low cost.
- Apenas depois se deverá ir para um aeroporto de grande dimensão, podendo-se aí encerrar a Portela, mas apenas quando os custos da sua manutenção forem superiores aos custos da expansão do novo...
Como se vê, não há aqui espaço para a criação de um mega-aeroporto de raiz. Qual o sentido de gastar 5% do PIB português, quando existe um risco real de esse investimento não ser necessário? Há que dizer ainda que, tendo em conta os custos irracionais da OTA comparado com todas as outras soluções até hoje identificadas (e a localização sub-óptima), esta nunca seria uma solução adequada.
Nota: O argumento da impossibilidade de ter 2 aeroportos suporta-se num cenário de crescimento dos voos que não são "ponto-a-ponto". Nos voos ponto a ponto, a escala de um aeroporto é uma grande vantagem competitiva. Ora, como todos sabemos, são neste momentos os voos "ponto-a-ponto", as low cost, que têm permitido o crescimento do tráfego aéreo, e não se espera a inversão da tendência. E assim sendo, desde que o tráfego de ligação caiba num só aeroporto, a existência de vários aeroportos não é, como é afirmado, economicamente inviável. Antes pelo contrário.
Nota2: Quem defendia que a OTA seria bom para Fátima, enganou-se redondamente. A utilização do aerodromo local para os voos da "low cost" do Vaticano, provam o contrário. Mais: demonstram que é viável ter 2 aeroportos.
Pedro,
Os comissionistas da AECOPS não querem argumentar. Ainda pensam à moda pré-Internet: Pagam a políticos para repatirem umas «verdades» e pagam a uns «jonalistas» para os entrevistar. Tudo isto era cristalino antes da Internet ou voltará a sê-lo após a regulamentação prevista para a Blogosfera (http://elainemeinelsupkis.typepad.com/media_news/2007/10/rich-rulers-use.html).
Al Gore merecia o prémio Nobel por ter ajudado à passagem da Internet do sector militar para o sector privado...
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