20071008

Centralismo e aeroportos

Aproxima-se a passos largos o momento da apresentação dos estudos sobre o novo aeroporto internacional de Lisboa.

Um dos pilares de qualquer futuro aeroporto em Lisboa tem sido a "estória" da privatização da Ana.

O Norte, e todos os descentralistas em geral, tem de estar consciente do que significa essa privatização: submissão dos interesses do aeroporto Sá Carneiro (e todos os demais do País) aos interesses da construção e desenvolvimento do novo aeroporto da capital, subordinação da gestão do Sá Carneiro (e demais) aos interesses centrais e centralistas da gestão integrada dos vários aeroportos, limitação da liberdade de crescimento e desenvolvimento de Sá Carneiro, concentração da gestão dos aeroportos na capital, distribuição de lugares entre o Centrão.

Não haja dúvidas: o tema da privatização da Ana é um tema de impacte nacional em que os anti-centralistas tem de estar unidos. E atentos.

E, já agora, também os liberais. Com monopólios não há concorrência, por definição.

É possível um Portugal melhor. Basta querer.

5 comentários:

Anónimo disse...

finalmente dizes alguma coisa acertada... pelo menos não defendes a solução Portela+1... sob a égide descentralização ou defendes...?

que se lixem os lisboetas e o novo aeroporto afinal são ricos.. a Portela até atende bem os clientes.
por causa nem há bagagens desviadas e falta de espaço para parquear os avioes..

PMS disse...

O Ventanias não sei, mas eu defendo as soluções que permitem investimentos incrementais, que são sempre as economicamente melhores. Neste caso, Portela +1, ou +2, ou mais 3... Ou mais concretamente: Portela + 1 + Beja + Fátima + Sá Carneiro (via TGV) + TGV.

Mas o seu comentário traz-me algumas questões:

- Porque prefere as soluções mais caras? Não seria o dinheiro melhor empregue noutros investimentos?
- É preciso um novo aeroporto resolve o problema das bagagens desviadas? E, se sim, Portela +1 não resolve também?
- Portela +1 não resolve os problemas de parqueamento?
- O que Portela +1 tem a ver com descentralização. Pode explicar?
- Defende também a fantástica solução da OTA, que implica construir um novo aeroporto (para além da OTA) após 2030, provavelmente na... Portela?

Já agora, sabe que a Portela está apenas a 60% da sua capacidade máxima? E ainda tem o TGV, Beja e Fátima para desviar tráfego?

Anónimo disse...

o xôr Pedro Simoes tá a gozar não?

Portela 60% da capacidade? só se for de pista.. teoricamente uma unica pista daria até pelo menos 35 milhões pax/ano e então capacidade para parquear os avioes e construir terminais?!

A solução mais equilibrada seria sempre Alcochete, ou Alcochete+1 ( Beja ou Monte Real para low costs), só porque a Portela, nos contextos actuais de falta de espaço para expansão e questoes ambientais não tem futuro... é gastar $ sem futuro

será assim tão dificil de comprender este FACTO?!

PMS disse...

O ex-presidente da Portugália afirmou que, devidamente remodelada, a Portela dá para 20 a 25milhões de passageiros, e há 2 relatórios da British Air Authority (BAA) e do Manchester Airport que apontam para os 21 milhões.

http://norteamos.blogspot.com/2007/08/mais-areia.html

(siga os links do post)

Como o ministério se recusa a avaliar a capacidade máxima da Portela, são os melhores dados de que dispomos.

Como a capacidade utilizada actualmente são 12Milhões, isso dá menos de 60% da capacidade máxima.

Alcochete mais um também funciona: é o mesmo que Portela+1 no curto prazo. Depois aumenta-se gradualmente de acordo com as necessidades.

O que é estranho é o governo estar disposto a gastar 500M€ para ampliação da Portela e ainda transformar um aerodromo em aeroporto low cost (não era economicamente inviável?) por causa da suposta falta de capacidade da portela entre 2015 e 2017, e depois querer deitar tudo abaixo. Isso sim seria gastar dinheiro sem futuro.

António Alves disse...

Há muito espaço para terminais e estacionamento em Figo Maduro e até na zona onde hoje estão os edifícios administrativos da TAP e outras empresas; não existe é vontade em poupar dinheiro: o que interessa é uma obra complexa e cara para encher os bolsos aos do costume: partidos, construtoras e bancos (o BES, por exemplo, é dono deste governo).

Mas isso não interessa. A mim incomoda-me pouco que façam um novo aeroporto. Estou-me até a marimbar para o sítio onde o façam. Podem até construi-lo a flutuar no Tejo. Desde que eu não tenha que o pagar e desde que os outros aeroportos não sejam sujeitos à vontade dos futuros donos desse aeroporto. Isto é: a ANA não pode ser entregue,tal como diz o Ventanias, de modo nenhum, a uma única entidade, precisamente a que vai construir e explorar a obra de regime do Sócrates. Tendo essas duas premissas garantidas tanto me faz que o regime tanto se enterre na Ota ou em Alcochete.

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