O Diário Económico publicou sexta-feira um artigo sobre as indemnizações compensatórias às empresas públicas. O seu título era simplesmente vergonhoso e claramente persecutório: Metro do Porto recebe quatro vezes mais em compensações estatais.
De facto, é factualmente verdade. É no entanto a informação menos relevante a dizer sobre o assunto. A indemnização passou se 2,5M€ para 10,9M€.
Curiosamente, esta notícia sai no mesmo dia em foi anunciado (apenas no Destak, segundo o Google News) que o Metro de Lisboa perde 3,2% de passageiros e o Metro do Porto ganhou 33,7%.
Note-se também que, segundo o DN, a CP, o Metropolitano de Lisboa e a Carris, encontram-se numa situação de falência técnica. Mas que valores foram para as empresas de transportes públicos locais / inter-urbanos?:
- Carris (Lisboa): 49M€
- Metropolitano de Lisboa: 24M€
- STCP (Porto): 17,5M€
- Fertagus (Lisboa): 12,6M€
- Metro do Porto: 11M€
- Transtejo (Lisboa): 6,0M€
- Soflusa (Lisboa): 4,2M€
- Rodoviária de Lisboa: 2,2M€
- Vimeca Transportes (Lisboa): 1,4M€
- Transportes do Sul do Tejo: 1,3M€
É o habitual: quando o Estado Central revela o seu enorme esbanjamento de recursos públicos, há sempre alguns jornalistas que tentam chamar as atenções para o Porto. Não acredito em teorias da conspiração, mas isto é um caso nítido de perseguição pública.
Este é só o primeiro post. É que as coisas que a jornalista deixou passar não são menos que escandalosas. É o que dá estar mais preocupada com o ressabiamento futebolístico do costume do que com o rigor das análises (recomenda-se menos futebolíte e mais trabalho). Prossigamos para o próximo post.
2 comentários:
Mais uma vez, o Porto até pode ser prejudicado em relação a Lisboa, mas é beneficiado em relação a todas as outras cidades.
Falei sobre isso no meu post seguinte (e tenho outro preparado para mais tarde).
O Estado Central continua preocupado com funções do Poder local (cultura, transportes urbanos, ...), a financiar empresas que concorrem com os privados (RTP, que transmite futebol, mas não Rugby)..., e empresas que já nem operam.
Do outro lado, corta na saúde, no investimento publico, no transporte regional e nacional (para quando os 10M para a linha do Douro),...
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