O Professor Cândido Oliveira retoma a questão do abandono do Norte, enquanto todo, do mapa informativo do país. A questão ainda é mais séria e grave quando a própria RTP discrimina o terceiro maior distrito e a terceira maior cidade do país. E o exemplo das televisões privadas ainda é pior. Neste âmbito, tal como afirma o Professor de Direito, o Jornal de Notícias é, em termos de imprensa, o único órgão nacional que vai dando alguma atenção ao Norte e, em particular, ao Minho.
A nossa imprensa reflecte bem o país. Os principais jornais diários estão em Lisboa e no Porto. Por sua vez, os principais semanários estão todos em Lisboa. Esta imprensa retrata um país que é, no essencial, Lisboa e, depois, o Porto. O "resto" conta pouco.
O lugar que a Região Norte de Portugal tem na imprensa é bom exemplo disso. É verdade que jornais não faltam. Temos várias dezenas (poderíamos arriscar mais de um centena) de jornais semanais ou quinzenais, quase todos de âmbito municipal, alguns jornais diários de difusão limitada (Braga, por exemplo, tem dois jornais diários), um jornal diário de âmbito nacional e larga difusão (Público), com uma edição "Porto" e outra "Lisboa" (sem indicação de sede na ficha técnica) e um jornal diário também de grande expansão, o Jornal de Notícias (JN), com sede no Porto. A nossa região é, salvo Lisboa, a mais rica do país em notícias. E, no entanto, não há um único jornal que cubra os acontecimentos da região Norte entendida como um todo.
9 comentários:
Embora, no geral, o Pedro tenha razão, comete uma grande injustiça em relação ao JN. Este é verdadeiramente, além dum jornal do Norte, o único verdadeiramente nacional.
... além de que o senhor Professor Cândido de Oliveira comete uma imprecisão científica quando afirma o seguinte: "um jornal diário de âmbito nacional e larga difusão (Público), com uma edição "Porto" e outra "Lisboa" (sem indicação de sede na ficha técnica) e um jornal diário também de grande expansão, o Jornal de Notícias (JN), com sede no Porto".
O JN é mesmo o jornal diário de maior difusão em Portugal. O Público, tanto no que respeita a exemplares vendidos, como quanto ao número de leitores, nem lhe chega aos calcanhares.
... e depois as culpas não podem ser apenas assacadas ao centralismo das empresas detentoras dos principais títulos. Braga, por exemplo, tem dois jornais diários: um obediente ao Cónego e outro completamente vendido ao Mesquita. Não existe ninguém em Braga capaz de se lançar num projecto jornalístico independente e de qualidade. Com tantos empresários, profs universitários e estudantes é um verdadeiro case study o que passa em Brag em relação à imprensa.
Eu começava por não pagar a taxa para a RTP. Aquilo que se está a pagar é um serviço público, o que está muito longe da realidade. Logo há legitimidade em não pagar e até exigir o retorno do que já foi pago!
O Publico há uns anos atrás criou a edição Minho, porque o número de vendas assim o justificava. No entanto pouco tempo depois ( meses ) voltou a integrar a ediçao minho e porto na mesma edição, uma vez que percebeu que não fazia sentido separar as duas regiões.
Desculpem, mas a maioria dos jornais nacionais tem informações sobre o "Norte". Já agora, o vetusto "O Primeiro de Janeiro" deixou de ser "nacional" para ser mais regional, ou não?
João Moreira
Caro António,
Eu pretendo salientar o papel do JN enquanto o jornal que verdadeiramente cobre o país, dando atenção ao Norte, claro está.
"O Primeiro de Janeiro" é claramente um jornal de cariz regional. É um dos poucos jornais que se dá ao trabalho de fazer as suas proprias notícias (em vez de comprar tudo à Lusa) e de ter agenda própria.
É claramente o melhor jornal para quem quer saber o que se passa entre o Vouga e o Ave (Grande Porto). Infelizmente não cobre da mesma forma o resto do Norte (apesar do caderno regiões).
Ao Pedro Simões e ao Pedro Morgado:
Com certeza que os meus caros são jovens. Historiando...
No Porto (cidade) havia três jornais de âmbito nacional: o "JN", o "Comércio do Porto" e o "O Primeiro de Janeiro". Todos eles bem anteriores ao 25 de Abril de 1974. Todos eles tiveram altos e baixos. Quase todos mudaram de mãos e de orientação. Uns mais do que os outros. Em Lisboa, hvia, também, vários matutinos e vespertinos: o "Diário Popular",o "Diário de Lisboa", " A Capital", "O Século" (todos eles dasaparecidos), o "Dia´rio de Notícias" (todos estes circulavam antes do 25 de Abril). Entretanto,, após o 25 de Abril, surgiram mais e outros desapareceram como "O Diário", "A Tarde", "Notícias da Tarde" (todos dasaparecidos e outros mais). Regressando ao Porto. Há duas formas de financiamento: privado e público. O "O Primeiro de Janeiro" foi, sempre, privado. Atravessou muitas perturbações. correu o risco de encerrar (por mais que uma vez). Acabou por se restruturar e tornar-se, não naquilo que sempre fora, um diário de referência (era um jornal de cariz independente, muito bem cotado.), mas num jornal de âmbito mais regional.
Ctos,
João Moreira
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