20071231

Bom 2008 a todos!

Não posso deixar de assinalar no Norteamos a minha alegria por a resposta às maquinações do Terreiro do Paço terem vindo do Norte, pelo menos na sua liderança, no que respeita ao BCP!!!

Fico assim mais optimista em relação ao próximo ano. Pode ser que esta seja mais uma das pedras tão necessárias para que cada vez mais gente tome consciência da necessidade de se agarrar em armas e defender Portugal desta corja que nos tem delapidado os parcos recursos nacionais.

Oxalá!!! Oxalá.

Um bom ano de 2008 para todos, pleno de sucessos pessoais e profissionais. Que o Norte aprenda a defender uma outra visão de Portugal. O País agradece.

Final de ano bem humorado

Apostilas no último dia do ano roto II, ou o capitalismo à portuguesa

Berardo em directo na RTPN fez um ataque pessoal a Cadilhe recorrendo aos mais baixos e demagógicos dos argumentos: a reforma auferida e as insinuações sobre a personalidade do ex-ministro.

Recorde-se que logo depois da fracassada OPA da SONAE à PT, e da putativa OPA ao Benfica, Berardo vendeu logo de seguida as acções das citadas instituições com assinaláveis lucros.

Mas Berardo tem público. Se assim não fosse os "peixes de águas profundas" não o utilizavam. Com aquele português de sarjeta, e educação de taberna, tem enorme audiência na imensa mole de analfabetos leitores habituais de pasquins como o Correio da Manhã.

Caso o BCP seja tomado pelo PS, as acções subirão, obviamente, em flecha. Nada como o "mercado" sentir a protecção do "estado" para imediatamente começar a refugiar-se nelas. Claro está que Berardo, tal como nos casos anteriores, feito o trabalho sujo, as venderá imediatamente com chorudos lucros.

Apostilas no último dia do ano roto

Pelo menos no BCP haverá oposição e vigilância a sério


Miguel Cadilhe, que tem vontade própria, avança como accionista com uma lista para a direcção do BCP. O especulador e homem de mão da máfia macaense Joe Berardo, já barafusta. Um dia compreenderemos melhor o papel desta personagem em alguns dos casos mais mediáticos que ocorreram no mundo financeiro durante este ano.

Miguel Cadilhe, além da bofetada à clique do Sócrates e do Coelho, também mostra a Menezes, que ainda há dias o recomendava para presidente da CGD numa lógica de troca de boys no bloco central, que não faz parte da larga banda de boys e girls que vivem à custa dos tachos que a partidocracia distribui.

O longo braço de Pinto da Costa (segundo alguns pataratas):

Tiros no Montijo;

E em Lisboa também.

20071230

Minho a duas velocidades

Já há muitos anos que as províncias perderam qualquer poder. Antigas províncias como Beira Litoral ou Alto Alentejo morreram. Hoje fala-se em Alentejo, fala-se em Minho, na Beira apenas para tentar indicar onde fica um ou outro local. Tratam-se de regiões com as mesmas características físicas, porque humanas há muito que já não tem as mesmas características, pelo menos não no Minho (distrito de Viana do Castelo e de Braga).

Como Alto Minhoto, não ambiciono de forma alguma um desenvolvimento igual ao do distrito de Braga. Com o toda a amizade que tenho com concelhos como o de Braga, Famalicão, Guimarães, Vizela etc, não queria nenhum concelho do Alto Minho no estado em que estão os concelhos mais a sul.

No entanto, e porque acredito num desenvolvimento sustentável para o Alto Minho, ambiciono e exijo como cidadão uma igualdade de oportunidades, nomeadamente no que toca ao mundo ferroviário.

No mesmo Minho onde circulam Alfas Pendulares e Intercidades circulam também mais a norte comboios dos anos 70, uns remodelados outro nem tanto, com escadas de acesso para pessoas com mobilidade reduzida, ausência de sinalização sonora para pessoas invisuais e ausência de climatização para o total conforto quer de Verão, quer de Inverno.

O que tem em comum a estação de Barcelos com a de Famalicão? E a de Vizela com a de Valença? há uns anos atrás tinham muito, depois veio um tal de EURO2004 que permitiu modernizar todas as estações que ficavam a caminho de Braga e Guimarães. As que ficam a caminho de Vigo e da restante rede galega podem continuar sem plataformas levantadas (também os comboios facilitam o acesso ao seu interior), podem (muitas delas) continuar fechadas, e sem sala de espera, além disso tem um horário rasgado e molhado afixado na parede do lado de fora que serve muito bem.

Uma coisa é certa, no Alto Minho o serviço é mais fraquinho mas também é bem mais barato, ora vejamos os preços para as cidades euro2004: Braga - Porto: 2€, Guimarães -Porto: 2€.Cidades sem estádio ou sem futebol: Barcelos - Porto 5,7€, Viana - Valença 2,9€, Viana- Famalicão 2,9€. Atenção que estamos a falar de distancias iguais às que ligam o Porto à cidade dos arcebispos e de D. Afonso Henriques. Hmm, afinal os preços também não ajudam muito.. Vá, estou a ser injusto, porque é bem possível ir de Barcelos ao Porto por 3€, basta para isso que mude de comboio em Nine (A estação que tem uma placa alusiva à igualdade dos cidadãos da UE) e demore mais 30 ou 50 minutos. Mais uma curiosidade: Valença - Porto, quase 10€ no INternacional que em Portugal é cobrado a preços de interregional e em Espanha a preços de regional.

Mas mais engraçado é fazer uma viagem entre Guimarães/Braga e o Alto Minho. Caro leitor não se meta nisso, prepare-se para 3h de viagem (no caso de Guimarães) ou então vir de Braga, chegar a Nine e o comboio que ia para Valença ter partido há 2 mins atrás (Está no horário), e ouvir uma justifcação do género: "voce não vê que são empresas diferentes??Que uma é CP Porto e outra é CP regional???" Realmente é preciso ser muito tapado para não ver que lá por pertencerem as duas à CP não tem nadinha a ver uma com a outra.

Pronto já chega...Resta esperar pelas melhorias prometidas em 2015 aquando a conclusão do AVE, se a linha não fechar antes disso.

Bom ano a todos

20071229

Notas de fim de ano

O governo central normalmente faz chantagem com as autarquias quando se trata de construir equipamentos sociais. Queres uma escola, um hospital, um quartel da GNR, um SAP? Venha de lá o terreno de borla e o estado central abrirá os cordões à bolsa.

Bem, nem em todas. Em Lisboa toca outra música. O Ministério da Saúde vai pagar o terreno que a Câmara de Lisboa cede para a construção do novo hospital. Salvo erro, 13 milhões de euros. Bem precisa a edilidade lisboeta que se encontra atolada em dívidas provocadas por um forrobodó de despesas e pelos casos de grande corrupção que por lá tiveram lugar que, entretanto, andam convenientemente esquecidos pelos media.

Anda bem Fernando Ruas ao denunciar esta dualidade de tratamento que o governo faz entre Lisboa e o resto das autarquias. Até aqui nada de novo. Todos já sabíamos que António Costa não foi de borla para a Câmara. Outras formas subreptícias de financiamento desleal se seguirão.

Estranha-se é que, por exemplo, Rui Rio se mantenha calado. A opinião da segunda mais importante autarquia do país sobre esta clara discriminação em benefício da autarquia lisboeta seria importante. Mas, como aliás já aconteceu no caso do empréstimo - onde assistimos a uma clara ultrapassagem pela direita que António Costa fez à lei de que foi autor -, do alto da Avenida dos Aliados não saiu nada de relevante. Talvez ande distraido com mais uma guerra com os cantoneiros da limpeza e respectivos sindicatos. Forte com os fracos ...

O assalto que a clique centralista e macaense do PS está a fazer ao BCP ultrapassa tudo o que se poderia imaginar. Nos EUA estas coisas dão cadeia.

Do lado da oposição também não saiu nada de brilhante, antes pelo contrário. Filipe Menezes não teve melhor ideia do que exigir que o governo nomeasse um tachista do PSD para substituir o tachista que passa directamente da CGD - o maior banco público - para o BCP - o maior banco privado e principal concorrente da CGD - sem qualquer espécie de pudor. Menezes deu um fantástico tiro no pé. O melhor que lhe ocorreu foi pedir compensações para o PSD pela vigarice que o PS se prepara para executar. Defender a privatização da CGD, ou propor o recrutamento duma nova equipa de gestão para a CGD por concurso público como o governo inglês fez para a BBC, foi coisa que nem sequer, por breves instantes, se lhe aproximou dos neurónios.

A certos figurões, por estes dias muito activos em volta do BCP e da CGD, quando lhes vierem com a boca cheia de "mercado", mandem-nos à bardamerda sem qualquer espécie de contemplações.

Pacheco Pereira não o diz mas anda assustado. Anda assustado com o fim duma casta, dum modo de vida que desde o século XVIII tem tido um mercado cativo: o opinador profissional. Alguns deles conseguiram vidas bastante confortáveis devido ao monopólio que os media tradicionais - cujo acesso era controlado e limitado - tinham sobre a publicação de opinião. Isso acabou com a Internet e mais especificamente com a blogoesfera. Compreende-se a angústia de PP.

20071228

Ainda sobre o BCP e as «Máfias» do Centralismo

O BCP está numa situação de «pré-pré-falência», como estão muitos bancos ocidentais. Os accionistas tem que permitir que o Estado Central tome conta da gestão. Caso contrário perderiam mesmo muito dinheiro. Portanto, aceitam a «OPA» da CGD. Obviamente que as «Máfias» aproveitam a fraqueza para se abastecerem. Quem são elas:

  • Mais lugares para Boys do PS quer na CGD, quer no BCP;
  • Certos empresários de Macau, via Boys do PS, aproveitarão para retalhar a parte africana do BCP;
  • O BPI, BES, aproveitarão tudo isto para aumentar as respectiva quota de mercado nacional;

Conclusão, certos portugueses da zona de Lisboa, aproveitarão para obter lucro/poder fácil. Aliás, a economia de Lisboa sempre foi assim, uma espécie de Marxismo-Yeltsinismo. Este modelo consiste no investimento em sectores de bens e seviços não transaccionáveis internacionalmente, orientados para o mercado interno, abrigados da concorrência, de elevadas margens, com alto patrocínio do Estado Central (condicionamento industrial, regulamentação protectora, etc), pago com impostos de todos os Portugueses e posterior «privatização» dos negócios. Estamos agora na fase do Yeltsinismo, onde as «Máfias» ligadas ao poder central aproveitam as oportunidades para se tornarem «empresários», tal como aconteceu na União Soviética pós-colectivista. Cá a Norte, os empresários não fornecem o Estado, concorrem com a China e exportam. Uma grande diferença. Voltarei a este assunto oportunamente.

Nota: Vara no BCP equivale menos 5% de quota de mercado e menos 5% de eleitores PS; Deixem os homens das sondagens trabalhar e veremos se Vara vai mesmo para o BCP.

Entre outros, a Regionalização

Apesar de todos os voluntarismos, importantes porque é na busca das utopias que se iniciam muitos dos focos de mudança, marca a agenda dos acontecimentos quem tem real poder. Poder que é detido por quem tem a capacidade de decidir e implementar, pela lei ou pelo dinheiro. E hoje, como sempre, em Portugal quem o tem é o Estado e os grupos que com ele se relacionam, directa e indirectamente, com capacidade para influenciar as mudanças na Lei e aproveitar os seus resultados. Tal não é apanágio do nosso país nem facto “moderno”, pois sempre assim foi e sempre assim será, aqui como em qualquer outro país. O que faz a diferença é o poder estar cada vez mais concentrado numa única entidade, o Estado, e nos seus acólitos, e não distribuído por uma multiplicidade de entidades, em organismos regionais cuja autonomia seja real, com receitas e custos essencialmente gerados e aplicados nas suas regiões, e em entidades privadas, Empresas, Fundações, Associações, etc, cujo poder advenha da sua independência e do âmbito da sua actuação e não da dependência de um qualquer poder público.Sempre que se fala em regionalização, os arautos do centralismo atiram com o fantasma dos “caciques” locais e da “desgraça” que estes são para o país. Dizem como seria mau tê-los ao comando das regiões a governar este "pobre povo" que, como repetidamente fazem questão de recordar, é incompetente para exercer o direito, e a responsabilidade, de escolher os seus líderes e assumir as consequências das suas decisões.A regionalização não é nenhuma poção mágica que transformará um país pequeno cheio de limitações numa grande potência mundial, mas é um dos poucos caminhos para Portugal se libertar do jugo de um monstro crescentemente insaciável, cuja apropriação da riqueza e do fruto do trabalho dos cidadãos tende para o “pornográfico”.Este país, até hoje governado a partir da centralista capital, evita que as regiões sejam governadas pelos seus representantes, eleitos democraticamente pelas populações que nelas vivem. Governantes cuja “obra” seria feita com as receitas dos impostos cobrados localmente, função da riqueza aí produzida, o que os responsabilizaria perante um povo certamente mais interventivo na vida pública, mais exigente em relação aos políticos que elege e em relação à forma como o seu dinheiro é gasto. E, mais não fosse, fazer boas ou más escolhas é direito que assiste a todos nós, como a cada um de nós deve ser atribuído o ganho das boas ou a perda das más decisões.O resultado desta “boa governação”, pensada e executada centralmente por gente de superior capacidade, está expresso no quadro, onde é clara a forma como o país se desenvolve.Na “Europa a 25” parece que ainda temos uns mais fraquitos, mas tal será certamente resolvido com o próximo Simplex, não se sabe se ultrapassando pela esquerda de TGV ou pela direita de “high cost” a partir da OTA. Deve estar a ser preparado um Plano Nacional para o efeito… Neste processo de “homogeneização” e adormecimento de um povo que se quer diverso e desperto, num caminho que é muito mais para a servidão do que para o desenvolvimento, cinicamente alguns, ingenuamente ou por mera ignorância outros, muitos "aplaudiram" a recente "vitória" do poder instalado e pouco transparente da PT. Reflexo desta música “celestial” que emana da maravilhosa entidade centralista que cuida das nossas preocupações, desde o dia em que nascemos até ao dia do juízo final, o povo português lá se vai acomodando e demonizando quem corre riscos e vai à luta. Belmiro de Azevedo é o maior empresário português, com um "império" construído muito mais pela competência e mérito do que pela "bajulação" e esquemas com o Estado, e legitimamente tentou atingir os seus objectivos empresariais lançando uma OPA sobre a PT.O que é que isto tem a ver com Centralismo vs Regionalização. Nada e tudo, não porque Belmiro de Azevedo seja do Norte, pois é hoje um empresário global, mas porque a sua vitória, perseguida para seu próprio bem, teria como um dos resultados o desmembrar de parte desse obscuro poder, e abriria caminho a novas oportunidades. Como pequena satisfação, fica o facto de a PT ter sido obrigada a fazer cedências, entre as quais a separação das redes, que nunca faria por mote próprio. Nisto do Poder ninguém o dá de livre vontade, apenas o cede a quando obrigado.Por ora, Business as usual, em que o governo nos vai brindando com mais Planos Nacionais dos quais -se a memória não me falha- o último é o Plano Nacional de Acção para o Ano Europeu da Igualdade, que como nos bem lembra o senhor Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, “tudo é avaliado sob o impacte de género” (dão-se alvíssaras a quem conseguir traduzir isto para português). Poupando os pormenores, parece que vamos ter um “camião TIR da igualdade recheado de material didáctico sobre as diversas discriminações” a “percorrer o país para falar de igualdade, com paragens em várias localidades...”, assim tipo: é pegar freguês que é coisa boa e quem paga é o contribuinte. PNAAEI!!!...ou mais uma história do “género” de dinheiro que não custa a ganhar!Eu novamente votaria SIM à Regionalização, agora muito mais seguro que essa é a única forma deste país melhorar, que para pior já chega assim.

Ricardo Luz in Litoral Magazine

20071227

Pecado capital

O alarido à volta da entrada ou não de Armando Vara na nova Direcção do BCP dá que pensar. À priori direi que não tenho especial admiração por esta personagem e não quero ser o que se denomina “defensor do diabo”, porém há coisas no ar que parecem ser uma perseguição pura e simples baseada em pressupostos pouco claros e até duvidosos.

O ilustre transmontano, em Vinhais nascido, é bancário de profissão e à custa do seu engenho, arte e pertinência conseguiu chegar a ministro, um dos poucos transmontanos a consegui-lo, tendo percorrido rapidamente, num percurso político tão meteórico como surpreendente, as várias etapas do poder em Portugal: dirigente distrital, deputado, vice-presidente do Grupo Parlamentar, secretário de estado e ministro. Caiu em desgraça, fruto dos obscuros financiamentos da Fundação para a Prevenção e Segurança que criou. Nada foi provado. E se granjeou inimigos, os amigos não lhe faltaram quando foi nomeado gestor e depois vice-presidente da Caixa Geral de Depósitos perante a estupefacção de meio mundo. Ali terá realizado um trabalho que muitos caracterizaram de competente e transformou-se no braço direito do administrador, dele não abdicando para a nova aventura do BCP. A sua inclusão na lista de Santos Ferreira despoletou um coro de protestos.

Em que se fundamentam? Uns dirão que a putativa entrada da nova administração no maior banco privado português pressupõe uma atitude política, isto é, uma aproximação do banco ao poder instituído, no sentido de minimizar os efeitos das irregularidades detectadas pelas autoridades reguladores do mercado. Nesta óptica acusa-se o Governo de se imiscuir nos assuntos de empresas privadas. Vara seria a face. E então porque outros da mesma lista, também do PS, não sofrem da mesma contestação? Há ainda uns outros que advogam a sua falta de competência sem pormenorizarem de forma séria, apenas referindo a inadmissibilidade de um simples “caixa” se tornar administrador de um banco.

As razões desta animosidade são mais simples. Num país pequeno, sem grandes oportunidades, tudo está mais ou menos pré-determinado. Ultrapassar condicionalismos de nascimento, de estatuto social, de raça… é complicado e só o futebol e pouco mais, o parece ter conseguido. A ascensão de Vara não é um caso de heroicidade, teve forte muleta partidária e nos dias que correm isto é pouco valorizado e até depreciado. Depois Vara é um “outsider” na capital, facto agravado por ser originário da província, e isto é um pecado capital.

Crónicas das «Máfias» do Centralismo 1: O caso do desmembramento do BCP

Inicio hoje um conjunto de crónicas que demonstram a existência de «Máfias» do Centralismo. Mas afinal, quem são as elas ? Resumidamente, são as oligarquias que operam em sectores de bens e serviços não transaccionáveis (finanças, comunicações, energia, consultoria, advogacia, PPP), que tem o Estado Central como o principal cliente e que «manipulam» os seus agentes para proveito próprio. Estes portugueses habitam num raio de 100 km em redor do Terreiro do Paço.

Aparentemente o desmembramento do BCP, em curso, escrito nas entrelinhas da Blogosfera, visa alimentar de forma conspirativa e oportunista as ambições de poder de algumas destas «Máfias», actuando via governo do Partido Socialista. Vejamos até que ponto esta afirmação é ou não especulativa.

Leituras prévias:

O mundo ocidental viveu nos últimos anos um boom de crédito barato em ienes (moeda japonesa), o chamado «yen carry trade». Devido a guerras cambiais entre a China e o Japão, este mecanimo foi interrompido no verão passado. Todos os bancos menos conservadores, mais alavancados estão agora a sofrer as consequências. Como podemos ler nos links prévios, o BCP parece estar numa situação menos boa em termos de solvência. Os bancos que arriscaram em demasia financiando-se para emprestar, tem agora que se recapitalizar. Tem sido o capital asiático que tem liderado este processo: A UBS, Morgan Stanley, Citigroup, Barclays, Bear Stearns e Merrill Lynch já venderam parte do seu capital a fundos estatais de paises orientais. Considerando este contexto, o interesse da China em investir em África, o fim da possibilidade de prolongar a alta de Lisboa para a zona da Portela, é natural que o lobby de Macau entre no BCP. Obviamente que tudo isto é feito com conivência do poder político: «Mal no filme, além do governo, que não hesitou em 'mover' as únicas peças (o duo dinâmico Vara/Santos Ferreira (e a ordem não é arbitrária...)) que inequivocamente mostram à exaustão a sua estratégia, Cavaco que se deixou envolver no lamaçal, Menezes ao reduzir tudo a uma questão de mercearia/deve e haver» e económico «Os Espíritos não dormem e sempre foram bons nas contas e no resto. Vamos pois ver se no sapatinho, nos próximos meses, não vem afinal o retalhar do BCP», saltando os Millenniums Africa para novos donos «amarelos».

Embora não pareça, tudo isto tem a ver com o Norte. É que a submissão do poder administrativo central às ambições destas «Máfias» oligarquicas de Lisboa é regra e não excepção. Desta vez a vítima foi um grupo bancário caído em desgraça. Mas poderia ser a OTA/urbanização da Portela, a gestão centralizada e privada das estradas de Portugal, ou a futura privatização do ensino superior público. Estas ficam para posteriores crónicas. Enquanto houver um Estado Central com tanto poder passível de «manipulação», nada se alterará. Apenas uma Regionalização a 5, a 5+2 ou a 30, por fusão da gestão de autarquias, é que poderá dispersar algum poder administrativo actualmente centralizado e assim dificultar a acção destas «Máfias».

Notas finais:

  • Os que a Norte me/nos acham «caliméricos» ou paranoicos ao diabolizar «Lisboa», são efectivamente ingénuos porque não percebem como Portugal funciona;
  • Os lisboetas cidadãos anónimos são também vitimas desta cleptocracia das suas elites oligarquicas. É muito importante não atacar os portugueses anónimos que lá vivem;
  • Menezes tinha o Norte a apoia-lo em Setembro. Agora anda numa campanha de auto-credebilização junto destas «Máfias». É mesmo frágil...
  • Atenção contabilista Rio: A derrama do BCP é paga no Porto. Retalhando-o, lá se vai uma apreciável fonte de receita...
  • Neste tema há muito folklore, sendo de realçar as tentativas de explicação dos factos com abordagens idológicas do João Miranda.
  • Alooo Sr Sanches ! Alooo Sr Pacheco ! Querem debater este tipo de «Máfias» ? Também nascem de conivências e proximidades regionais ...
  • Historicamente, Norte põe termo ao desbaratar praticado em Lisboa. Inconscientemente, Manuel Serrão assina acertadamente no seu blogue: «Exercito de salvação nacional».

20071226

TGV CRIA RIQUEZA A NORTE

Um estudo elaborado pelo professor Xulio Pardellas, da Universidade de Vigo, estima que a linha de TGV Porto-Vigo poderá aumentar PIB das cidades do Norte e da Galiza entre 1 e 1,5% em 2018.
A linha de alta velocidade Porto/Vigo, que estará concluída em 2013, será construída com a velocidade de projecto de 250 km/hora (velocidade elevada), devendo permitir a linha tráfego misto, ou seja, transporte de passageiros e mercadorias. De acordo com o estudo "Avaliação do mapa de infraestruturas do Eixo Atlântico: Uma Visão Panorâmica", a que a Lusa teve acesso, da autoria do professor Xulio X. Pardellas, da Universidade de Vigo, a linha de alta velocidade Porto-Vigo vai "dinamizar as sinergias entre a zona interior costeira e os meios rural e urbano e incrementar a coesão social e a cooperação territorial no espaço europeu".
A construção da nova ligação poderá também originar "um impacto positivo entre 0.6% e 0,7% para o Valor Acrescentado Bruto (VAB) dos sectores no que respeita ao investimento público, o que significaria um aumento final do VAB da Euroregião de 5.660 milhões de euros" durante a duração da obra. A "médio prazo", avança igualmente o autor do estudo, a nova infraestrutura "contribuirá para a fixação da população, podendo mesmo gerar um aumento, e para a criação de novas oportunidades de emprego", podendo estimar-se a criação de 100.000 postos de trabalho durante o período de construção.
Neste caso, lê-se no documento, "não seria arriscado afirmar que, a médio prazo, o processo de agregação dos actuais visitantes a Santiago de Compostela e ao Porto significaria uma duplicação do número de visitantes no conjunto da Euroregião".


Criado em 1992 por iniciativa dos municípios do Porto e Vigo, o Eixo Atlântico integra 31 cidades, 15 da Galiza e 16 do Norte de Portugal. Da Galiza fazem parte Corunha, Ferrol, Lugo, Monforte de Lemos, Ourense, Pontevedra, Santiago de Compostela, Villagarcia de Arousa, Vigo, Carbalho, Vivieiro, Lalín, Barco de Valdeorras, Santa Uxia da Ribera e Sárria. No Norte de Portugal integram o Eixo Atlântico as cidades de Braga, Bragança, Chaves, Guimarães, Peso da Régua, Porto, Vila Real, Viana do Castelo, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Vila do Conde, Mirandela, Barcelos, Famalicão, Penafiel e Lamego.
Em simultâneo aqui...

Nem tudo que é Norte é bom

Um artigo de CCz sobre a pressão exercida pelo presidente da Associação Têxtil e vestuário de Portugal (Famalicão) sobre o governo:

«Na página 24 do caderno "Confidencial" do semanário Sol leio"Não daremos nem mais um passo para vender um metro de tecido ou uma t-shirt. Até aqui fomos. Daqui não vamos mais", ameaçou." (fica assim, às cores, para ver se apela a mais atenção).

As empresas, da economia de bens transacionáveis, mais bem sucedidas que conheço, são aquelas que fazem "by-pass" ao estado. Vivem e lutam como se o estado não existisse!

"Não daremos nem mais um passo..." Mas quem é que tem mais a perder? Ou melhor, quem é que tem mais a ganhar?

Porque é que uma empresa aposta na sua presença numa feira? Turismo laboral? Picar cartão? Não faz parte de uma estratégia? E a estratégia não é a nossa melhor teoria para o sucesso? Se acreditamos na nossa estratégia, se acreditamos que é o nosso melhor tiro para o sucesso... vamos abandoná-la por causa de birras? Por causa de esmolas?

As associações empresariais revelam-se, assim, como "sindicatos de empresários" especializados em espremer o estado. Depois, queixam-se da interferência do estado na economia, queixam-se do nível dos impostos, queixam-se da legislação laboral, queixam-se ... Esquecem-se que quanto mais exigem, ameaçam e esmolam, mais o estado se sentirá no direito de interferir, impostar e legislar.

As associações laborais deviam concentrar-se, devotar-se, alinhar-se, sintonizar-se com um único propósito: o sucesso dos seus associados. E o sucesso sustentável nunca dependerá de subsídios!!! 20 anos a "cravar" subsídios são muitos anos. Acredito que se transformem em exímios cravadores de subsídios, tão exímios que se esquecem do essencial de um negócio sustentável.

Ainda há semanas conheci uma empresa que apostou e foi, às suas expensas, a uma reunião internacional num país do Cáucaso. Aí, teve oportunidade de conhecer várias oportunidades de negócio. Hoje, já está a exportar para a Índia.

Leio, mas não acredito.»

20071222

Porto Natal

Feliz Natal

Votos de Feliz Natal para todos os participantes e leitores do Norteamos.

20071221

Super Dragões (ou quaisquer outros gajos do Porto) atacam em Lisboa




Nuno Assis, jogador do "glórioso ésse éle bê", foi esta córta-fêra vítima de car-jacking em pleno bairro lisboeta de Telheiras. Desconfia-se que foi obra dos superdragões de Lisboa. Não sei se existem mas não faz mal - foram eles de certeza. Podiam lá ser ótros gajos. Se não foram eles, foram ótros gajos lá do Norte. Talvez de Palermo. Cómo tódos nós sabemos Palermo é lá no Norte. Depois da Baixa da Banhêra vira-se à esquerda, depois à dirêta, segue-se em frente...
Existem mesmo testemunhas que afirmam que viram Bruno Pidá e o Macaco nas redondezas. O Macaco exibia-se em trajes menores dependórado num galho duma ólivêra próxima do local do crime. Segundo uma ótra testemunha, Marlene, fadista e empregada dóméstica na casa duns ricalhaços lá de Telheiras, o Macaco gritava "Olé, Olé, Pinto da Costa Olé!!". Apesar de quase nú, Macaco não aparentava ter friu - confirmô Marlene.

«Nós somos contra a fórmula «Portugal é Lisboa e o resto é pai­sagem»

Mendo Castro Henriques, membro do «think tank» Istituto da Democracia Portuguesa, luta também contra a Drenagem exercida por Lisboa sobre o resto de Portugal:

O DIABO - Quais são os objectivos que presidem à criação do Instituto da De­mocracia Portuguesa?

MENDO CASTRO HENIR­QUES -Como tem saído a público, o IDP é um «think tank» que está a crescer com associados em todo o País e que iniciaram um debate sem constrangimentos sobre que demo­cracia queremos e como podemos assegurar a independência nacionalnum mundo complexo. Vivemos um período crucial na construção da sociedade, em que varias revoluções silenciosas estão em curso. Portugal é uma realidade em todos os quadrantes do planeta, pelas suas comunidades portuguesas, pela presença dos seus empresários e pelos afectos trazidos pela lusofonia. Outros países da UE não têm essa sorte. Mas isto de sermos os maiores entre os mais pequenos, e os mais pequenos entre os maiores não é fácil. E por isso o IDP nasceu como um contributo da sociedade civil para apoiar a decisão do Estado; é isso que é hoje a democracia. E nós escolhemos participar na democracia através do debate sobre o território, um debate que não depende de Wa­shington nem de Bruxelas.

O DIABO-A ideia nasceu da onda de movimentos que surgiram contra a da construção do novo aeroporto da Ota e das implicações que isso pode ter no futuro do País a longo prazo?

MCH-É o inverso. Os movimentos contra o projecto de construção do «aeroporto da Ota» e que tiveram um primeiro livro em «O erro da Ota» é que nasceram das preocupações de muitos dos associados do IDP com a cultura estratégica resultante dos cursos de Defesa Nacional e da res­pectiva Associação de Auditores bem como dos movimento de cidadania da «blogosfera». O que recusamos é a irónica situação de uma elite, em Lisboa mas proveniente do «Portugal profundo», que conhece as maiores dificuldades da interioridade, mas que está apostada na liquidação desse país. Estima-se que até 2015 grande parte da população portuguesa viva em duas grandes comunidades ur­banas, Lisboa e Porto a que se junta uma terceira Faro-Loulé-Albufeira. Dentro do nosso território verifica­mos a decadência da grande maioria dos concelhos de um interior a mais de 80-100km do litoral. Nós somos contra a fórmula do general Clausel das Invasões Francesas que afirmou «Portugal é Lisboa e o resto é pai­sagem» .

O DIABO-Há algum tipo de objectivos políticos com a criação do IDP?

MCH-Contribuir para a regeneração da vida política, com muita humil­dade mas com muita determinação. Achamos que pelo debate do orde­namento, dos bens naturais que são o nosso território, dos estuários, das serras e vias de navegação interior, as regiões e comunidades urbanas, e sobretudo as duas grandes áreas de vocação europeia e mundial que são Lisboa e o Porto necessitam de afirmar uma visão sobre os seus objectivos, sobre as suas capacidades e sobre as suas missões. Se isto é um objectivo político, é nosso. Não escondemos que existem no IDP numerosos monárquicos, sobretu­do entre os quadros jovens. Para alguns associados não é prioritária a questão do chefe de estado, uma vez garantida a democracia. Para outros é indiferente. Outros serão porventura contra. É como se hou­vesse uma saudável concorrência competitiva interna neste assunto. Mas é muito importante para a imagem da monarquia que os seus militantes estejam numa frente com objectivos práticos de cidadania… E por isso foi escolhido D. Duarte de Bragança como símbolo e presidente de honra da nossa associação.

O DIABO-Quais são as preocupações re­lativamente ao País que merecem a vossa atenção principal?

MCH-Se tivesse que ser uma só palavra, seria ordenamento. O País tem que ser tratado como um todo no que se refere à gestão das grandes infra­estruturas, como revela a imperiosa escolha do NAL. É para isso que o Estado unitário está vocacionado. Não é por acaso que os defensores da Ota são um «loby» regional enquanto os adversários vão do Algarve ao Minho. Depois, o País tem regiões que são unidades de cultura e serviços onde se continua a gerar a auto estima e os afectos que prendem as pessoas às raízes. O Alentejo, a Madeira, o Algarve, o Norte, as regiões em boa parte coincidentes com as 5 CCR’s e as Regiões Autónomas, têm iden­tidades que têm de ser valorizadas com missões específicas agricolas, comerciais e indústrias e de serviços. Existir é ser diferente. Finalmente existe uma terceira camada de ordena­mento que é a escala intermunicipal. É aqui que surge a importância das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, e todas as demais regiões natu­rais correspondentes a agrupamentos intermunicipais como exposto na chamada lei Relvas de 2003. São preocupações que vêm de trás com o arquitecto Ribeiro Teles e há uma nova geração no IDP que está a ac­tualizar essa mensagem.

O DIABO-Como avalia o País actualmen­te? Estamos melhor ou pior?

MCH-Estamos vivos! Mas estamos em risco de transformar um terço do País numa imensa Olivença, a zona dos projectos INTERREG! A democracia portuguesa está sendo corroída por fenómenos de pobreza e de exclusão que afastam as pessoas da participação na democracia, absor­vidas como estão na sobrevivência imediata, como tem repetido o Dr. Femando Nobre. Em particular, a pobreza das regiões interiores é um novo factor a ser debatido no quadro do aperfeiçoamento democrático. Pobreza das regiões é a desertificação, o abandono dos serviços de apoio, a degradação dos serviços sociais, o fe­cho de infra-estruturas e um eventual enfraquecimento da representação parlamentar das zonas a mais de 100 km do litoral. Quase um terço do País está em riscos de abandono. É uma Olivença à escala do séc. XXI. Por isso, o IDP está a preparar «o novo mapa de Portugal». Não me refiro à execução de mapas geográficos, muito embora a definição de um País comece pela história e pela geografia. Refiro-me, sim, às iniciativas em que iremos promover a democracia por meio de uma visão abrangente do território, pondo a falar e a intervir as suas gentes, os seus empresários e as pessoas que passam 24 horas do dia pensando na sua região, integrada num País único que achamos que tem muito futuro

20071220

A realidade é sempre mais fascinante que as cabalas: ou mais um (o fiscalista) a juntar a àquele para quem em política vale tudo (Pacheco)

Publicado no Blasfémias por Helena Matos

LUSA - O ex-líder socialista Ferro Rodrigues reafirmou hoje a tese da "cabala" para o seu envolvimento no caso Casa Pia e disse só ter acreditado que o seu nome andava na baila depois de falar com o fiscalista Saldanha Sanches.
Eduardo Ferro Rodrigues, que hoje testemunhou no julgamento do caso Casa Pia, arrolado pelos arguidos Carlos Cruz e Carlos Silvino ('Bibi'), disse que, depois do escândalo ter eclodido, em Novembro de 2002, várias pessoas lhe contaram - inclusive a mulher - que o seu nome estava a ser 'atirado' para a opinião pública, mas que achou a "coisa absurda".
«O momento em que fiquei verdadeiramente espantado e tomei medidas de protecção dos dirigentes socialistas foi quando Saldanha Sanches [marido da procuradora do Ministério Público Maria José Morgado] foi à sede do PS dizer que o nome de Paulo Pedroso e o meu tinham sido relatados no processo», afirmou o actual embaixador de Portugal na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico).


Questionado pelo advogado de Carlos Silvino, José Maria Martins, sobre o motivo pelo qual só passou a acreditar depois de conversar com Saldanha Sanches, o ex-secretário-geral socialista afirmou que o fiscalista se «movimenta bem nos meios fiscais e judiciais» e que, por isso, «a informação seria fidedigna».
Instado por que, na qualidade de líder do PS e candidato a primeiro-ministro, não avisou Saldanha Sanches de que estava a violar o Segredo de Justiça, Ferro Rodrigues afirmou que, «a partir do momento que teve conhecimento de acusações a pessoas inocentes», a sua preocupação foi de «informar da gravidade da operação que estava em causa».
Ferro Rodrigues justificou assim os vários telefonemas [que constam das escutas telefónicas no processo] para altos dirigentes socialistas aquando do escândalo e da prisão do deputado socialista Paulo Pedroso, a carta enviada ao então Procurador-Geral da República, a relatar as informações e a pedir acesso aos depoimentos dos que o acusavam, e os contactos com o Presidente da República Jorge Sampaio.
Ferro Rodrigues disse que foi uma «atitude de autodefesa» e garantiu que nunca tentou pressionar os meios judiciais ou a magistratura.
Em tribunal, o ex-líder socialista avançou como explicações do seu envolvimento e de Paulo Pedroso, bem como de outros nomes do PS, no processo uma lógica judicial e outra política.
«Não quero entrar numa lógica de especulações, mas poderá haver uma explicação judicial de alguém que estivesse preso ou pudesse vir a ser preso querer instrumentalizar a investigação e a hipótese política, para decapitar a liderança política do maior partido da oposição, considerada demasiado à esquerda», afirmou.


No meio disto tudo a reacção de Ferro Rodrigues é provavelmente o que existe de mais lógico e foi aos tribunais que coube avaliar da fundamentação dessas acusações.
Outra coisa a merecer discussão é o comportamento de Saldanha Sanches que foi à sede do PS dar informações a que terá tido acesso provavelmente por razões familiares.

Por fim fiquei com uma dúvida sobre a tese da cabala: Ferro Rodrigues fala da decapitação duma «liderança política do maior partido da oposição, considerada demasiado à esquerda».
Mas essas liderança «considerada demasiado à esquerda» era prejudicial para quem? Para o governo de então ou para o maior partido da oposição? Quem perdia e quem ganhava com a manutenção dessa liderança?

Nos sapatos do 'outro' ou HÁ LIMITES MESMO NA LUTA POLÍTICA

Publicado por CAA no Blasfémias


Caro Dr. Pacheco Pereira,

Vamos supor que algum intelectual renomado, vá lá, um fazedor de opiniões para além da própria, a propósito do processo Casa Pia (I e II), dos ditos daqueles dois advogados casapianos ou dos seus livros, das revelações retardadas da dra. Catalina, das juras dos políticos das últimas décadas sobre a atenção desvelada que deram ao assunto, se lembrava de sentenciar:

- «que há um "meio" muito pouco saudável EM LISBOA, que se tem vindo a criar nos últimos 20 anos, que goza de consideráveis cumplicidades e complacências, policiais e políticas, no PS e no PSD, onde tudo acontece e parece que nada acontece, e que, quando se diz aquilo que é uma evidência, cai o Carmo e a Trindade»;
ou:
- «… Numa também típica reacção "italiana" - os mafiosos dos Sopranos quando são perseguidos pelos seus crimes respondem que se trata de uma perseguição aos italo-americanos -, levantam-se vozes indignadas a defender, imaginem, LISBOA E O BENFICA…»;
e ainda:
- «… E é exactamente por isso que a doença que grassa já há uns anos (…) me preocupa e não me cala. Não foi o PORTO que a inventou, foram LISBOETAS que a fizeram e que a mantêm com todos os maus argumentos e com a única lógica que conhecem, a do poder e a do dinheiro, com a mesma dimensão do Bada Bing. Tenho a veleidade de considerar que, falando desta doença e destes "meios", sirvo melhor a minha terra…».

Como ficariam o Carmo e a Trindade acima citados? O que julgariam os lisboetas de tais analogias? O que sentiriam ao verem-se envolvidos na subtil leviandade de se tomar a parte pelo todo?

Só fiz este exercício para que se saiba o injusto murro no estômago que alguns, como eu, sofreram ao ler o seu texto.

Leituras 20071220

·         Investigadores da UP e UMinho envolvidos na descoberta de semicondutor inovador;

·         Mota da UAveiro à conquista do Dakar;

·         Imobiliária portuense e Simoldes Plasticos (Oliveira de Azemeis) apostam na Polónia;

·         Frezite (Trofa) acolhe fórum Manufuture 2007;

·         Laboratório europeu Columbus, da Estação Espacial Internacional com tecnologia Efacec;

·         Instabilidade nas fronteiras regionais: Afinal serão 5 regiões de turismo + 5 polos. Já agora, o que são polos ? Almeida Felizes entretanto já defende uma Regionalização com 5 + 2 regiões. Já agora, sabia o leitor que nos anos 60, quando as CCR foram idealizadas, o Algarve e o Alentejo estavam juntos ?

·         Ambiente económico em Portugal deteriorou-se em Novembro; Recessão em 2008 !

 

20071219

A máfia do Porto, o novo bode expiatório nacional

Pelo leitor Meme:

O país para umas coisas é pequeno e nem sequer faz sentido regionalizá-lo, no entanto, no que a fenómenos mafiosos diz respeito não há nada como regionalizá-los e associá-los a um determinado segmento social e local da doente sociedade Portuguesa! Objectivo!? Enfocar a atenção do (zé povinho) que até é emocional e gosta de futebol e vai daí caçar e dar-lhes uma cabeça de prémio (qual Jorge Nuno João Baptista) para acalmar a urbe, isto não é novo... é cultural! Entretanto esqueçem-se todas as cumplicidades...

Por cima da bandeja rola a cabeça de Pinto da Costa por baixo da bandeja a título de exemplo: Casa Pia, Submarinos, Herdades, falencia financeira da Capital do País, Estado (CGD-Armando Vara) vota contra a OPA do grupo Sonae mas ao mesmo tempo privatiza a GALP dentro do gabinete do ministro da economia, etc... etc... tudo debaixo dos nossos olhos inebriados pelo êxtase da cabeça do dito.

Os crimes no Porto são gravíssimos, mas pelo que se começa a perceber, dezenas de jovens "abandonados" (não é desculpa, mas contribui para a raíz do problema) pela sociedade e organizados em gangs até ouvem hip-hop de fraca qualidade aculturados pela MTV, face ao vazio das suas vidas e face ao vazio de oportunidades que a sociedade lhes endereça, até começam a ganhar uns cobres à base do músculo e de serem beras, vão ver jogos do FCP (efeito da multidão e da claque) que by the way ainda é única entidade (identidade) que lhes dará alegrias e perspectivas do sucesso... o território é pequeno e depois eu tenho de ser mais bera do que tu... até podem despachar uns kilitos de droga com margens interessantíssimas têm dinheiro para adquirir armas... até que um dia descamba numa morte... de um dos amigos, então temos de vingá-lo e por aí fora...

Não vão os políticos à raiz do problema, demitam-se uma vez mais das suas responsabilidades (continuem a fechar negócios dentro de gabinetes) e daqui por 10 anos têm novamente o problema! A máfia como qualquer outro tipo de criminalidade previne-se! Alguêm sabe da taxa de desemprego no distrito do Porto e qual o seu impacto nas camadas jovens da sociedade, qual a taxa de abandono e insucesso escolar no Porto e já agora do País?

PS: Também, muito pertinente «Direito a Decidir» de António Alves

A brigada da mão fria

Na senda de Saldanha Sanches e José da GLQL ou até mesmo da Carolina arrependida, Pacheco Pereira vem novamente referir o mundo de moral cinzenta ligado ao futebol portuense. Novamente não nego o tom entre o branco e o preto. E acho que não devemos negar, para podermos ter credebilidade para desmascarar as máfias de Lisboa. Assim faço um apelo ao Dr Pacheco, Dr Sanches e José para se inspirarem na seguinte frase e começarem a escrever sobre ela. É que me parece que a mafiosidade é muito maior. A frase: «o pior da nossa democracia são os homens e mulheres sem rosto que mandam efectivamente no país. São 200 famílias, a brigada da mão fria, os que andam em festas de whisky na mão”. Marco António referindo-se aos sulistas, elitistas e nada liberais do eixo Lisboa-Cascais.

20071218

Saldanha Sanches, o Diversor

A produtividade luxemburguesa vs a portuguesa

Uma excelente análise de CCz sobre Produtividade.


Na edição desta semana do “Vida Económica”, no artigo “Produtividade nacional é um terço da luxemburguesa”, assinado por Fernanda Silva Teixeira (sobre o primeiro programa televisivo “Economia do Mês”) encontramos algumas afirmações sobre a produtividade que … que não gostamos e não resistimos a comentar.“Sendo o país mais pequeno da União Europeia, e contando na sua população activa com cerca de 20% de emigrantes portugueses, o Luxemburgo é o quarto país mais produtivo do mundo. Portugal encontra-se em trigésimo nono lugar. De facto, a produtividade luxemburguesa atinge cerca de 2,7 vezes a produtividade nacional.Vasconcellos vai mais longe. Se os nossos compatriotas viessem a Portugal fazer o nosso trabalho, entravam em fim-de-semana às 17 horas de terça-feira ou em férias anuais a 15 de Maio até 2 de Janeiro.Como explicação para a produtividade nacional ser cerca de um terço da luxemburguesa, Muyser apontou a forte motivação e o elevado sentimento de saudade.”Esta saborosa explicação foi dada pelo senhor Alain de Muyser, embaixador luxemburguês em Portugal… como se a motivação e a saudade pudesse ser responsável por uma diferença de 2,7 vezes.Mas a afirmação de Vasconcellos e Sá, profissional que muito respeito e admiro, também não é melhor: “se os nossos compatriotas viessem a Portugal fazer o nosso trabalho, entravam em fim-de-semana às 17 horas de terça-feira ou em férias anuais a 15 de Maio até 2 de Janeiro.”Se os nossos compatriotas viessem a Portugal fazer o nosso trabalho, teriam uma produtividade muito parecida com a nossa, e ponto.Grande parte da produtividade “extra” dos trabalhadores luxemburgueses resulta de produzirem produtos e serviços com muito maior valor acrescentado que os produtos e serviços produzidos e prestados em Portugal.Como é possível acreditar que a saudade e o correr mais depressa pode ser responsável por tal diferença de produtividade?







É claro que a organização do trabalho, a capacidade de gestão, contribui para uma produtividade superior, mas 2.7 vezes superior é muito!!!!A produtividade será tanto maior quanto maior o valor acrescentado, quanto maior a margem conseguida. Enquanto apostarmos no negócio do preço-baixo, com margens apertadas, nunca poderemos aspirar a saltos na nossa produtividade como país.

Diz me em que região estas e eu digo te quem és

Sintra, de facto uma vila muito bonita, mas nada que não tenhamos aos pontapés no Norte. Sinceramente, acho que ao nos falta nucleos como Sintra. Estou-me a lembrar por exemplo do Geres, das aldeias tipicas da Beira Alta como Castelo Rodrigo, temos o Douro, temos diversos centros históricos, enim temos tudo aquilo que voces sabem.. E a minha pergunta é: porque não estão esses sitios repletos de espanhois??porque não podem os nossos comerciantes e serviços cobrarem preços exorbitantes aos forasteiros (embora eu não concorde)??Porque não conseguem os nossos nucleos ganharem nome??Não conseguem??Não deixam??

20071217

Partidocracia

Segundo os jornais, o PS e o PSD querem novas regras para as candidaturas de independentes nas eleições autárquicas. Os social-democratas propõem, com o aplauso dos socialistas, "um período mínimo de não militância partidária", isto para obstar, diz-se, a possíveis "logros". Muito clara esta argumentação que visa apenas impedir situações como a de Valentim Loureiro e Isaltino Morais no caso do PSD e a de Helena Roseta no caso do PS que originaram prejuízos evidentes nos partidos citados. Será o domínio total dos partidos sobre as escolhas individuais. Será o que se poderá chamar o "absolutismo partidário", parafraseando a metáfora do Rei Sol, que passa pelo controle da liberdade individual e a impossibilidade dos cidadãos independentes exercerem os seus direitos de participação, quer dizer sem cartão de militante não se pode participar na chamada “democracia à portuguesa”. Propõe-se também um período probatório bem alargado para se conseguir a militância partidária? Isto é, a perpetuação dos mesmos na actividade política, para salvaguarda de tachos e outras mordomias. Seria o ideal do stabishlment…

Nem Ota nem mega-Alcochete VI: O mito da urbanização dos terrenos da Portela

«O grupo de peritos que, nos anos 80, "descobriu" a Ota como possível localização do novo aeroporto de Lisboa já na altura preferia a zona de Alcochete, não tendo avançado com essa proposta porque as Forças Armadas se recusavam a desmantelar as instalações do Campo de Tiro.

"Segundo Luís Coimbra, actual administrador do Instituto Nacional da Aviação Civil (INAC) e que à época fazia parte do grupo de peritos, "as notícias [de que o LNEC terá escolhido Alcochete em detrimento da Ota] não surpreendem". "Se o LNEC decidiu Alcochete, decidiu muito bem", diz este especialista em planeamento aeroportuário, adiantando que, na sua opinião, a escolha era "óbvia". -- DN Online.

A escolha da Ota ficou então a dever-se à recusa dos militares? Mas desde quando os militares mandam na actual democracia?! Este esclarecimento tardio de Luís Coimbra parece-me frouxo. O verdadeiro motivo que conduziu à Ota, e que teria aproveitado a boleia dos generais com asas, foi a necessidade de libertar os terrenos da Portela para financiar parcialmente a construção do NAL e abrir o derradeiro capítulo da expansão de Lisboa no interior do seu apertado perímetro municipal. Como reconhece implicitamente Luís Coimbra, nenhum novo aeroporto na Margem Sul impediria a continuidade da Portela. Só mesmo a Ota tem essa virtualidade assassina!

A escolha de António Costa para a CML, e até o empréstimo de 400 milhões de euros (mais de 80 milhões de contos, com que garantias?) recém aprovado, reforçam esta convicção generalizada entre os bloguistas que há pelo menos dois anos vêm batalhando contra o erro da Ota. Em plena manobra de recuo, despachado João Cravinho para Londres, empandeirado Mário Lino para o Ambiente, restaria a quem desenhou a estratégia garantir que o novo lóbi, o do Campo de Tiro do Alcochete, iria mesmo defender o encerramento da Portela. É o que está a acontecer.»

Pode ser que sim, António. Mas vejamos o que vale a Portela urbanizada, com ou sem Jogos Olímpicos 2020. A primeira questão a notar é que o preço de qualquer bem depende da sua procura no mercado. A Portela urbanizada, não é excepção. Vamos admitir que a Portela se tornaria uma zona de habitação ou de escritórios. Qual será a procura destas propriedades daqui por 10 anos ? E sobretudo, quem serão os compradores ?

·         Concerteza que não serão Portugueses: «Atingido um nível tão elevado de endividamento que já ultrapassou há muito o patamar de 100% do rendimento disponível, era de esperar um profundo travão no recurso à Banca. Os números parecem contradizer a lógica». Aparentemente apesar do endividamento, o crédito à habitação ainda se expande. Mas durará a expansão até 2017 ?  Portugal já tem a 18º dívida externa per capita, a 16ª dívida externa por euro de PIB e o 4º pior país do mundo em termos de reservas bancárias face aos activos, significando que a própria banca está excessivamente endividada. Haverá espaço para mais financiamento a particulares e empresas para comprarem imóveis na Portela urbanizada ? A resposta é não. Mesmo que vendam as propriedades no resto de Portugal para irem viver para a Portela, essas propriedades perderão valor...

·         «Por outro lado, só tem sido possível ao país viver acima das suas possibilidades, comprando ao estrangeiro mais do que aquilo que lhe vende, ou porque o estrangeiro lhe dá dinheiro - como tem sucedido por parte da UE - ou porque lho empresta. E, na realidade, os portugueses - Estado, empresas, particulares - têm-se socorrido cada vez mais do crédito concedido por estrangeiros, seja indo buscá-lo lá fora, seja endividando-se junto de um sistema bancário onde a presença de bancos estrangeiros é cada vez mais notória. Nos casos em que os empréstimos não são reembolsados - e isso está a acontecer com frequência crescente - são os estrangeiros que ficam com a propriedade dos portugueses: empresas, quintas no Douro, casas de habitação. É também por esta via - a segunda - que os portugueses pagam aos estrangeiros o facto de, durante anos, terem andado a viver à custa deles: entregando-lhes as suas propriedades». Ora este poderá ser outra alternativa para a Portela urbanizada: captar residentes estrangeiros, particulares ou empresas. Mas vejamos:

Como podemos facilmente concluir, não haverá procura de propriedade na Portela urbanizada. Os terrenos já não valem muito. O boom do imobiliário acabou em Portugal há uns 5 anos e no mundo ocidental está a acabar por estes dias.

 

PS: Os lucros das companhias aéreas vão baixar no próximo ano. As previsões da IATA (Associação Internacional de Transporte Aéreo), divulgadas hoje em Genebra, revelam que os lucros da indústria vão descer dos 5,6 mil milhões de dólares em 2007 para 5 mil milhões em 2008.

20071216

Leituras 20071216

·         74% das empresas do progrma Neotec-Novas empresas de base tecnológica- localizam-se na região Norte e Centro de Portugal. Ao contrário de Lisboa e arredores, por cá o Empreendedorismo não é moda. É e sempre foi condição de sobrevivência;

·         Serzedelo (Guimarães), exige que sejam tomadas medidas quanto às linhas aéreas de alta tensão da REN que atravessam a localidade. Veremos se a dupla ética chega a este tema;

·         "Não é agradável para o poder político falar de emigração", porque o fenómeno espelha a incapacidade de oferecer emprego e "futuro" dentro de portas”. Sobretudo em Lisboa não interessa estudar nem migração interna nem emigração.

·         Criminalidade no Porto por docente da Uminho e mais um homicídio associado à miséria que se vive nos bairros socias da cidade. Rio ignorou desde 2002 a a necessidade de a autarquia protagonizar uma animação económica de forma a reduzir a recessão regional e local. Agora tem as consequências. Rio é um verdadeiro inutil. Até admira o BE e PCP ainda não terem puxado pela veia Keynesiana. Eu defendo a acção das autarquias no estimulo da economia local, usando APENAS o seu poder institucional.

20071215

Alta Tensão

As denominadas linhas de muito alta tensão sobrevoam algumas habitações um pouco por todo o país e estão a ser construídas outras a fim de satisfazer as necessidades energéticas, cada vez mais dependentes do recurso à electricidade perante o aumento do preço dos combustíveis. As populações apresentam queixas de malefícios para a saúde e a empresa - Redes Energéticas Nacionais (REN) - garante que as torres não afectam a saúde pública. Tudo ainda muito dúbio. Recentemente, a linha que percorre o concelho de Sintra será enterrada, após um acordo entre a REN e a Câmara Municipal. A decisão foi prontamente anunciada pelo senhor ministro da Economia que mantém a tutela sobre a empresa. Como efeito dominó, outras populações atingidas criam comissões e/ou carregam nos protestos para impedir que em cima dos seus lares passe a muito alta tensão. Com todo o direito, pois o que a uns se concede, a outros não se lhe deve negar, é o princípio da universalidade jurídica. Estamos convencidos que, como sempre, haverá dois pesos e duas medidas, pois um serão cidadãos de primeira, habitualmente os que se encontram perto da capital, e outros de segunda, aqueles cujo volume do protesto se dilui pela distância.

Elites falhadas

Transcrevo este comentário retirado do Público que subscrevo na quase totalidade. Este episódio da guerra dos "seguranças" permite-nos avaliar a imensa mediocridade das elites que nos dirigem. Começando no procurador, passando pelo "comentadeiro" Pacheco, pelos ministros da tutela, inspectores do MAI e acabando no senhor presidente da Câmara do Porto. Prova disso foram as declarações néscias feitas por estes figurões e a imensa palhaçada da operação especial desta noite com 500 agentes e enorme aparato. Estas coisas fazem-se todos os dias, sistematicamente, discretamente e com eficácia. Este tipo de operações só servem para os jornalistas colherem umas imagens que ficam sempre bem nos telejornais. É folclore!


15.12.2007 - 00h43 - Anónimo, Ribeira-Porto


Se a democracia fosse directamente proporcional ao sentimento “opinativo”, Portugal, resolveria o deficit a vendar democracia em pacotes. Ler os comentários a esta notícia, é viajar nos meandros da ignorância, entre o ingénuo, e o intencionalmente malicioso na sua demagogia. Duas ou três considerações. Não há nenhum problema de insegurança na Ribeira do Porto, a não ser quando jogam alguns tipos menos simpáticos contra o club da terra, e que acaba com umas cadeiras pelo ar, e meia dúzia de corridas. Nada comparável com Paris, Atenas, Berlim, Milão, ou até a pacata Oslo. No Porto, morreram uns tipos, que se queriam matar entre si, e não tem nada a ver com a populaça da cidade, a noite de copos e cervejola, a noite das danças e dos fumos. Nada. A morte de 6 tipos, resume-se a um animal que deu um murro mal dado noutro, e por isso o matou. Do mesmo animal, que fez mais uma dúzia de sacanices, até que algum mais corajoso resolveu resolver o assunto. A mais uns tiros que a partir dessa historia, foram acertando no tipo que estava ao lado. E de lado em lado, despacharam 6. Há polícias nos negócios dos streep, e da importação de umas bailarinas, e de uns avisos às rusgas etc.? Há de certeza. Onde? No Porto, em Lisboa, em Freixo de Espada à Cinta, em Alcagoitas de cima. Desde quando? Desde o tempo do Vasco Santana, e do Aniki Bobo. Os polícias do Porto, sabem o que investigam? Sabem tudo, onde estão, com quem estão, quem mandou, quem disparou...Sabem eles, e sabe qualquer tipo que tome 3 cafés na Ribeira, entre as 7 da matina e a hora de almoço. Como sabem os catraios que jogam a bola nas ruas do património mundial. Toda a gente sabe. Então porque não fazem nada? Claro que fazem, só não os arrecadam... Para quê? Perguntem aos políticos que fazem as leis, e aos “corporativistas” do sistema judicial, porque é que as fazem. Porque raio há-de um polícia, sujeitar-se a levar com uma rajada, para arrecadar um tipo que vai para a rua passado 24 horas, porque o “flagrante” não existiu? Porque raio, há-de um policia, interferir no andamento de uma situação, que melhor que qualquer tribunal, vai resolver questões há muito adiadas? Mas oh gente de Lisboa, da câmara, do parlamento de onde quiserem...Alguém avalia a perda para o país da “partida” destes 6 cavalheiros? Terrível, são os que ficam nas passadeiras, quando vão para a escola... Os investigadores de Lisboa, vão resolver tudo? Nada, de nada. È mais um episodio na guerra Porto-Benfica, ou Poder central-regiões, ou algo similar, que outra coisa. Sabem o que é aquele sentimento de tentativa de diminuir uma cidade, uma região, uma entidade, seja de que forma for? Os Policias do Porto, coitadinhos foram ofendidos? Não. Têm simplesmente uma reacção corporativa. Num pais que nunca saiu do corporativismo. Que está nos juízes, nos advogados, nos médicos, nos farmacêuticos. E só não está nos sapateiros, nos arrieiros, nos caldeireiros, porque, a despeito de manterem as ruas com os seus nomes, os que o eram, hoje são...policias, médicos, advogados etc... Basta de tanto delírio. Opinem menos e resolvam os assuntos com competência. Começando por dar condições efectivas à policia, por exemplo. E não só armas, carros, e telefones, mas também, leis que se cumpram que coloquem os criminosos nas cadeias, fazendo das cadeias não estancias de ferias e escolas de crime, mas lugares, onde quem quer comer, que o produza, quem quer ser inserido socialmente, que comece a investir nisso.
Leituras recomendadas