Segundo os jornais, o PS e o PSD querem novas regras para as candidaturas de independentes nas eleições autárquicas. Os social-democratas propõem, com o aplauso dos socialistas, "um período mínimo de não militância partidária", isto para obstar, diz-se, a possíveis "logros". Muito clara esta argumentação que visa apenas impedir situações como a de Valentim Loureiro e Isaltino Morais no caso do PSD e a de Helena Roseta no caso do PS que originaram prejuízos evidentes nos partidos citados. Será o domínio total dos partidos sobre as escolhas individuais. Será o que se poderá chamar o "absolutismo partidário", parafraseando a metáfora do Rei Sol, que passa pelo controle da liberdade individual e a impossibilidade dos cidadãos independentes exercerem os seus direitos de participação, quer dizer sem cartão de militante não se pode participar na chamada “democracia à portuguesa”. Propõe-se também um período probatório bem alargado para se conseguir a militância partidária? Isto é, a perpetuação dos mesmos na actividade política, para salvaguarda de tachos e outras mordomias. Seria o ideal do stabishlment…
2 comentários:
Caro JAM, a ideia desagrada-me, realço contudo que as candidaturas independentes são "perigosas". Elas não são fiscalizadas pelos proponentes, estes assinam e depois perdem todo o controle sobre os eleitos.
Por exemplo: Roseta apresenta "contas" do seu trabalho a quem?
Há casos de sucesso, poucos.
Completamente de acordo consigo. Só que limitar legalmente essas candidaturas parece-me perigoso. A democracia tem defeitos e virtudes,porém a limitação da participação é um precedente que põe em causa a sua própria essência. Nos moldes em que os partidos nos propõem esse exercício de participação dos cidadãos só aumenta a partidocracia.
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