20071206

Eficiência vs. Eficácia

Situação - quero matar um mosquito*
Eficácia: Usar um míssil nuclear. Funciona 100% das vezes. Custa 2M€.
Eficiência: Usar um insecticida. Funciona 99,999% das vezes. Custa 0,05€.

João Cravinho não sabe a diferença entre Eficácia e Eficiência. A Ota pode até ser "eficaz"*. Mas muito menos eficiente. João Cravinho quer matar uma mosca com um canhão.


*A Ota não é eficaz. Tendo a construção de um aeroporto o objectivo de potenciar o desenvolvimento económico da região e país, e sendo o desenvolvimento económico uma questão de eficiência na utilização de recursos, temos que a solução mais eficaz é também a que assegura maior eficiência. Daí que a melhor solução ideal é aquela que, dentro das opções que asseguram a resposta à procura (o caso das 3 propostas sobre a mesa), seja também a mais baratinha. Portela+1.

4 comentários:

PMS disse...

Caro Diogo, não neguei nada do que afirmou. Apenas disse que não é qualquer novidade, nem percebo a razão do espanto.

Lição nº2: Os Bancos Centrais obrigam os Bancos Comerciais a fazer reservas por forma a limitar o aumento da oferta de dinheiro.

Lição nº3: Os depositantes recebem remuneração pelo seu dinheiro. Se não quiserem estar nesse sistema, podem fechar o dinheiro numa caixa.

Lição nº4: Se os Bancos não puderem empresar o "dinheiro que não possuem" (mas que lhes é emprestado com o fim de emprestarem a terceiros) acaba-se o negócio do crédito.

Lição nº5: O cliente X deposita 1000€ no Banco A. O Banco A empresa 900€ ao cliente Y. O cliente Y usa para pagar uma casa ao cliente Z que deposita o dinheiro no banco B. O Banco A não tem dinheiro para emprestar a mais ninguém, a não ser que o peça emprestado, por exemplo ao Banco B.
O Banco não "cria dinheiro", o Banco apenas reempresta o que lhe foi emprestado.

É um negócio absolutamente transparente, e não consigo ver nele mais do que uma curiosidade intelectual. Não vejo qual a questão. Onde pretende chegar?

Diogo disse...

Caro Pedro Menezes Simoes,

Pedro: «Lição nº 2: Os Bancos Centrais obrigam os Bancos Comerciais a fazer reservas por forma a limitar o aumento da oferta de dinheiro.»

Diogo: Certo!


Pedro: «Lição nº 3: Os depositantes recebem remuneração pelo seu dinheiro. Se não quiserem estar nesse sistema, podem fechar o dinheiro numa caixa.»

Diogo: Certo!


Pedro: «Lição nº 4: Se os Bancos não puderem empresar o "dinheiro que não possuem" (mas que lhes é emprestado com o fim de emprestarem a terceiros) acaba-se o negócio do crédito.»

Diogo: Falso! Os bancos emprestam “dinheiro” que não têm. Da Lição nº 1, que o Pedro não compreendeu:

ALTERNATIVAMENTE é possível constatar que com 10.000 Euros de dinheiro em caixa, o banco pode permitir-se uma dívida de 100.000 Euros.

Neste caso vamos imaginar um cliente, o Sr. Clark, que vai ao banco pedir um empréstimo de 1000 Euros. O gerente do banco concorda e abre uma conta para ele com um crédito positivo de 1000 Euros. O Sr. Clark pode agora passar cheques até ao montante de 1000 Euros embora não tivesse depositado qualquer dinheiro no banco; ele simplesmente fica obrigado a pagar os 1000 Euros mais os juros, tendo dado provavelmente alguma garantia ao banco.

Não existe agora dinheiro suficiente para acudir a todos os depositantes se eles quisessem levantar os seus depósitos, mas o banco sabe que provavelmente o máximo que será levantado é 1.100 Euros (10 % de 11.000 Euros).

Portanto, o banco irá continuando a fazer empréstimos (ou criando crédito, que é a mesma coisa) até que o dinheiro que tenha em caixa seja equivalente a apenas 10% dos depósitos.


Pedro: «Lição nº 5: O cliente X deposita 1000€ no Banco A. O Banco A empresta 900€ ao cliente Y. O cliente Y usa para pagar uma casa ao cliente Z que deposita o dinheiro no banco B. O Banco A não tem dinheiro para emprestar a mais ninguém, a não ser que o peça emprestado, por exemplo ao Banco B.»


Diogo: Não e sim! Se o cliente X depositar 1000€ em cash ou equivalente, então o banco A (com reservar obrigatórias de 10%) poderá emprestar 9.000 €.

No Wikipedia

How a bank can lend more than it has

Reserves (silver, gold, and U.S. Bonds in past banking eras and U.S Bonds or Credit in the present banking era) are a special form of money which can be held by the commercial banks either in their vaults or on deposit at the central bank. They are generally described as a "high-powered" form of money and are needed to perform fractional reserve banking. When a bank is in possession of bank reserves this means that it is able to lend more currency to others than it has on deposit.

If we imagine a bank which has $100 in reserves, with a 20% reserve ratio the bank would be able to lend up to $400 without breaching the ratio. Hence, through each round of lending a portion is held in reserve until that portion approaches a limit of Zero and the issued credit lent into existence approaches of a limit of $400. Thus begetting a sum total of credit dollars approaching $500 total dollars (The initial seed currency "high-powered money" plus newly issued bank created credit dollars).


Pedro: « O Banco não "cria dinheiro", o Banco apenas reempresta o que lhe foi emprestado. É um negócio absolutamente transparente, e não consigo ver nele mais do que uma curiosidade intelectual. Não vejo qual a questão. Onde pretende chegar?»

Diogo: Você ainda não percebeu onde eu quero chegar porque você ainda não compreendeu o mecanismo do "fractional reserve banking". No Wikipedia está muito explícito. Leia lá outra vez com atenção.

E veja este vídeo:

Money as Debt

Diogo disse...

Pedro - «o Banco empresta dinheiro que não tem em depósitos. Tal, não é simplesmente possível.»

Tal, é a realidade meu caro. Leia o link com atenção, Pedro. E veja o vídeo. Comece pelo vídeo.

Eu sei que você não é estúpido. Eu também só soube disto há relativamente pouco tempo. Faça um favor a si próprio: veja o vídeo:

Money as Debt

Gostava muito que o comentasse comigo.

PMS disse...

Ok, vou tentar fazê-lo. O problema é que estou sem acesso... : )

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