Disseram-nos que era um orgulho para Portugal que o nome do tratado fosse o "Tratado de Lisboa". Só que, na hora de comemorar, mais uma vez ficam eles com o "orgulho", a festa e os privilégios, enquanto nós ficamos com a factura para pagar.
"A aprovação e assinatura formal, em Lisboa*, do novo Tratado da UE foi assumida pelo Governo de Lisboa (sic) como a "prioridade das prioridades" da actual presidência portuguesa.
Para celebrar o acto, todos os alunos do 9º ano da região de Lisboa receberão um encarte alusivo à assinatura do Tratado de Lisboa, os museus e palácios de Lisboa dependentes do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC) vão ter entrada gratuita, tal como os transportes públicos de Lisboa."
* Note-se bem: a prioridade não era resolver o assunto durante a presidencia portuguesa, era garantir a assinatura em Lisboa (ironicamente, a cidade portuguesa que menos ganha com o "branding"). Somos governados por um bando de provincianos...
4 comentários:
e lambe-botas...
"* Note-se bem: a prioridade não era resolver o assunto durante a presidencia portuguesa, era garantir a assinatura em Lisboa (ironicamente, a cidade portuguesa que menos ganha com o "branding"). Somos governados por um bando de provincianos.."
Realmente so mesmo este país de burros para darem importancia ao tratado ter o nome de Lisboa.
Parecemos aqueles putos que são maus em tudo e depois vêm gabar-se que têm isto ou fizeram aquilo.
La no Sul vigora muito o facto de nos mostrarmos aos outros quando podemos e é facil. Desenvolver o país, dar boa qualidade de vida aos tugas e sermos conhecidos por sermos um pais rico e bem economicamente esta quieto que é muito complicado.
Em vez disso toca a mostrarmo-nos em eventos, Euros de futebol, Expos, Tratados, enfim coisas dessas e ficam todos contentes.
"Ah e tal o tratado que é importante foi aqui. Ah e tal o Euro que é importante foi aqui e fomos o centro da europa e do mundo durante umas semanas. Falaram muito de nós nessas semanas. Ah e tal ja tivemos um jogador que era o melhor do mundo, o Eusébio, conhecem-no?"
O Socrates aqui ha uns meses quando fazia viagens.
"Ah e tal conhecem o Ronaldo, ele é mto famoso e é portugues. Tomem la uma camisola dele, é o simbolo de Portugal, Portugal é o Ronaldo".
É este o pensamento tipico dos burros la do centro.
Caro Menezes,
Ao contrário do que você afirma, os bancos recebem de facto juros de nada.
Relembro um dos meus últimos pontos (com os quais você já concordou inteiramente): «No fim desta triste história, haverá rapaziada a dever um total de $900 mais juros para um depósito inicial de $100 em dinheiro-notas. Estes $900 de dinheiro-crédito foram criados do nada, mas pagam juros.»
Donde, a partir de apenas $100 de dinheiro-notas, os bancos criaram $900 de dinheiro-crédito, out of thin air, que emprestaram com juros. Este dinheiro-crédito é real. Circula na economia e conta para a inflação. É incluído na massa monetária M1, que inclui a circulação monetária e os depósitos à ordem, O Lopes pode perfeitamente passar um cheque de $300 ao Manel (e no entanto só existem $100 de dinheiro-notas na economia).
Portanto, se os bancos criaram dinheiro ($900) a partir do nada e o emprestam com juros, então vão receber juros desse dinheiro que eles criaram a partir do nada. È este passe de mágica que torna a actividade bancária tão gratificante.
Isto, meu caro, é um roubo de proporções bíblicas. Os bancos emprestam dinheiro que não têm, que criaram a partir do nada, graças ao esquema das reservas obrigatórias, e recebem juros por esses «empréstimos».
Eu e você não podemos fazer isso. Se eu emprestar dinheiro a alguém com juros, eu tenho de ter esse dinheiro para o poder emprestar. Os bancos não. Os bancos criam-no do nada e emprestam-no com juros.
Meneses: «Se um dos devedores só pagar metade (-45€), o banco vai ter de usar os juros dos outros (50€) para cobrir a dívida que tem aos depositantes. Se não fosse suficiente, teria que usar o capital dos accionistas. O que sobra é a remuneração do banco. E que consiste na recompensa por encontrar devedores dispostos a pagar juros pelo dinheiro dos depositantes, e por assumir esse risco de crédito.»
Meu caro Meneses, você traçou um quadro muito negro. Vejamos, de facto, as percentagens de crédito malparado no mundo real – no Jornal de Negócios (Setembro de 2007): o crédito malparado representa actualmente 1,8% do crédito total. O crédito à habitação que representa 79,8% do total concedido. Repare, Menezes, que o crédito à habitação implica a existência de hipotecas, que os bancos podem executar quando há incumprimento. Ou seja, praticamente 80% (79,8%) de todo o crédito malparado está na habitação que está mais ou menos seguro pelas hipotecas. Quer isto dizer que 0,36% (1,8% * 20%) do crédito total é que está verdadeiramente em risco. Se eu fosse accionista acho que poderia dormir muito descansado e muito recompensado.
Menezes: «Estou a ver que, embora o Diogo descreva bem os mecanismos, não os consegue compreender. Está a ignorar uma questão essencial. Se não houver redepósito do primeiro empréstimo, não há reempréstimo. E o "redepósito" exige remuneração. Exactamente a mesma que o depósito inicial. Suponha que há um depósito inicial em cash de 100€, a uma taxa de 4%. O Banco pode criar 900€ de crédito, emprestando a 5%. Quanto recebe o Banco? 45€. E quanto paga? Se criasse dinheiro a partir de "thin air", pagava 4€. Mas não, paga 40€. Não pode ignorar os re-depósitos.»
Diogo: Obviamente que tem de haver redepósito dos empréstimos. É essa a lógica do sistema. Só assim os bancos criam dinheiro a partir do nada. Só assim transformam $100 em $900. E evidentemente que os bancos pagam aos seus clientes uma taxa pelos depósitos. Mas cobram juros superiores a isso. É esse diferencial nos juros que os bancos empocham do dinheiro criado out of thin air.
Diogo: "Eu e você não podemos fazer isso. Se eu emprestar dinheiro a alguém com juros, eu tenho de ter esse dinheiro para o poder emprestar."
Menezes: «Não, não tem. Pode pedi-lo emprestado a outra pessoa para o reemprestar, que é o que os bancos fazem. E o Diogo tem que fazer uma reserva, ao contrário dos bancos. E estará a criar ainda mais dinheiro que os bancos. Meta isto na cabeça: os bancos pedem emprestado o dinheiro que emprestam a outros. A depositantes, ou a outros bancos. Em última análise, é sempre aos depositantes. E os bancos PAGAM por esse dinheiro, tal como você e eu pagamos pelos nossos empréstimos. Nem mais, nem menos.»
Diogo: Você está a fazer uma confusão desgraçada Menezes. Eu não tenho que fazer reservas nenhumas. Posso emprestar o que tenho, ou posso pedir emprestado para emprestar. Se pedir emprestado tenho que o pagar. Mas não posso criar dinheiro.
Agora os bancos comerciais, graças às reservas obrigatórias, criam dinheiro. Graças aos empréstimos e redepósitos conseguem transformar $100 em $900. E as pessoas pagam juros desses empréstimos e cobram juros desses redepósitos. É essa diferença de juros que os bancos empocham.
Menezes: «O que o Diogo está a propor é que os bancos deixem de pagar juros nos depósitos, e que não reponham o capital dos depositantes quando os empréstimos correm mal. Não percebo mesmo qual o seu problema. O sistema é transparente e remunera todas as partes envolvidas. Só tem crédito quem quer, e só tem depósitos quem quer. Há liberdade de entrada e saída no negócio bancário. O Diogo pode fundar um banco e conceder crédito gratuito, se entende ser essa a melhor situação. Até pode não pagar pelo dinheiro dos depositantes, uma vez que entende que esse é dinheiro que não existe. Até pode conceder crédito a taxas muito baixinhas, se quiser remunerar o seu trabalho. Todas as partes são livres, a informação é absolutamente transparente. Os bancos até têm, na verdade, regras muito mais restritas do que nós, que não temos que fazer reservas.»
Diogo: O que eu estou a dizer é que os bancos não deviam poder cobrar juros de dinheiro por eles criado. Do nosso exemplo, eles só poderiam cobrar juros de $100, que é de facto o dinheiro–notas que eles têm. Dos outros $900, que eles criaram artificialmente , não deveriam cobrar nenhum juro. Cobrariam apenas uma taxa para despesas de manutenção e lucros. Mais nada.
Eu não me oponho que se crie dinheiro a partir do crédito. Simplesmente, este não deve ser remunerado com juros.
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