20080526

MFLeite defende continuação do super-Estado Central à custa dos contribuintes

O Estado sustenta-se dos impostos pagos. Sem impostos não há Estado. Reduzir impostos seria uma forma de acabar com o peso excesso do Estado na economia, nomeadamente o Central, que em Portugal gasta 90% dos impostos cobrados. Eu defendo a redução do peso do Estado Central quer em termos relativos (face ao Estado Local e Regional) quer em termos absolutos. Porém esta não pode ser feita de qualquer maneira. Não defendo uma privatização de tudo o que seja Estado como defendem os neo-liberais mafiosos ou ingénuos. A liberalização tem que se compatibilizar com alguma Social Democracia. Algumas pistas:

·         Prefiro menos impostos para empresas e o fim dos subsídios QRENs e afins. É preferível cada empresa gerir de acordo com o seu critérios os meios libertos do que pagar impostos para depois andar atrás de subsídios;

·         PSLopes também está correcto, na minha opinião, ao defender o fim das Scuts e educação privada via vales;

·         Apesar de nunca ter me dedicado ao assunto com profundidade, na Saude penso que os serviços ambulatórios e os cuidados primários poderiam ter mais oferta privada. Acho que o Estado Central ou regional deveriam ficar com a gestão dentro do SNS de serviços mais sofisticados como seja a Oncologia;

·         As PPP, na prática, impostos pagos pelos contribuintes para alimentar a carteira de encomendas de privados com capacidade de manipular o Estado Central ou local (como por exemplo o «Concessionismo» de  Rui Rio) deveriam ter uma regra que compensava imediantamente o contribuinte cumpridor: Ter que ser directamente detidos por empresas com capital cotado em bolsa. Assim, todos os contribuintes poderiam beneficiar desses lucros.

A atribuição de competencias da administração central para as Regiões ou Autarquias fundidas, completariam o descréscimo do peso relativo do nosso super-Estado Central. Poderiamos acrescer aqui a proposta de reengenharia avançada por Patinha Antão, que argumenta que os serviços actualmente prestados poderiam ser executados com menos 27% dos recursos, ou a proposta de desconcentração pelas capitais de distrito de serviços públicos avançada por PSLopes. Relembro que o metro quadrado e os salários em Lisboa são mais caros do que a média nacional. Facilmente se obteria poupanças, pelo menos nesta classe de custos. Com estas medidas, de redução do peso do Estado Central, consumiria-se menos recursos e permitia a descida de impostos, por exemplo, do ISP proposta por PPC. MFLeite ao negar a descida dos impostos está a defender todos os beneficiários no status quo actual. Até compreendo. A minha alternativa dá trabalho e leva alguns anos a implementar. Eu há pouco tempo fiz 40 anos e ainda tenho a esperança de viver num Portugal melhor.

 

3 comentários:

Rui Rocha disse...

começo a ter medo da mfleite.

A estratégia cavaquista que ela está a usar vai conquistar os militantes do psd e quem sabe os portugueses. Aquela postura de "ah e tal sou tão sensata"..sinceramente...
O debate mostrou isso mesmo, ela estava mesmo com uma cara de quem estava a pensar:"falem falem seus pacóvios", tudo isto com o aval da moderadora do debate (que simplesmente não serve para aquela função) que até na maneira de falar para os candidatos os diferenciava.

Enfim, não gostei

PMS disse...

Bem, é a candidata que o PS prefere. Caso contrário António Vitorino não a teria considerado a vencedora do debate.

Convençam-se disto: as sondagens dizem-nos o máximo que MFL e PSL valem (pois são candidatos já muito mediáticos, i.e. muito conhecidos dos portugueses), mas o mínimo que PPC e Patinha Antão valem.

De resto, já todos sabemos o que MFL vale: subidas de impostos sem resultados, engenharias financeiras para encapotar défices e adiá-los para os anos seguintes, e um 0 na educação. Prefiro a incerteza à certeza do mau.

PMS disse...

"mas o mínimo que PPC e Patinha Antão valem."
E Neto da Silva...

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