20080430

Minho-Lima é a região mais valorizada no Norte

De acordo com as estatísticas Confidencial Imobiliário / LardoceLar.com, entre os concelhos da região Norte (excluindo os da Área Metropolitana do Porto), Braga e Santa Maria da Feira são aqueles onde o mercado tem uma maior oferta habitacional, perfazendo quase metade dos fogos disponíveis para venda.

Numa região com 72 concelhos, os 10 maiores mercados de oferta residencial concentram 79% do total. Tais concelhos são Braga, Santa Maria da Feira, Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Viana do Castelo, São João da Madeira, Barcelos, Esposende e Trofa. São, portanto, mercados na esfera de influência do Grande Porto, capitais de distrito ou cidades média. Para entrar nesse ranking não basta a condição de capital de distrito, já que concelhos como Vila Real e Bragança têm uma posição secundária face àqueles mercados e a outros como Santo Tirso, ou Caminha.

Entre os concelhos com mais oferta residencial, os da região do Minho-Lima surgem como os mais valorizados. Na região Norte, são onze os municípios com um valor médio de oferta acima dos 1.000 euros/m2 (e uma oferta de pelo menos 50 fogos). À cabeça, surgem Esposende e Vila Nova de Cerveira, sendo os únicos onde aquele valor supera os 1.300 euros/m2. A capital de distrito mais valorizada é Viana do Castelo (acima dos 1.100 euros/m2), com as demais abaixo de 965 euros/m2.

O mercado residencial na região Norte tem tido o mais elevado ritmo de valorização entre as várias regiões do Continente. No mês de Fevereiro de 2008, o Índice Confidencial Imobiliário relativo a esta região atingia uma taxa de valorização média anual de 5,9%. Este índice apresenta uma elevada volatilidade, com variações negativas seguidas por evoluções positivas. Em Novembro de 2007, o índice atingiu um pico de valorização, com uma taxa de 6,4%. Desde então tem desacelerado, sendo essa uma tendência que se deverá manter, mercê da menor evolução registada em termos homólogos.

Fonte: Jornal de Negócios

20080429

É esta a candidatura da "credibilidade"?


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Em 2008, Manuela Ferreira Leite lamenta-se de que o PDS perdeu "a credibilidade que sempre nos acompanhou no poder ou fora dele".
Em 2002, Manuela Ferreira Leite, "ao contrário do que afirmou aos deputados, (...) teve uma intervenção directa no dossier fiscal do Sport Lisboa e Benfica", aceitando as acções da SAD como "garantia idónia para a impugnação da dívida fiscal por parte do clube". Nesta altura, o Governo do PSD negava ter feito um acordo com o Benfica, em troca do apoio que o clube tinha dado ao PSD na campanha para as legislativas de 2002.
Aparentemente, para Manuela Ferreira Leite, o "apertar de cinto" sem obter qualquer resultado prático, juntamente com a concessão de facilidades fiscais a clubes de futebol que apoiaram o PSD nas legislativas, são situações que dignificam o partido.
Manuela Ferreira Leite não é a candidata da credibilidade. Mas tendo em conta a quantidade de crédulos de memória curta que a apoiavam sebastianicamente, sem sequer saber as suas ideias para o partido e para o país, existe um epíteto semelhante e muito mais aplicável: a candidata da credulidade.

Tua - Passageiros não faltam, o que falta é vontade de ter passageiros

Um sábado, a propósito das recentes notícias sobre o eventual encerramento da linha do Tua, resolvi, com a minha namorada, passear na mesma. Em primeiro lugar fiquei chocado, juntamente com outros turistas, quando à chegada da estação do Tua fomos informados de que o troço da linha entre Tua e Abreiro (o mais espantoso do percurso) estava encerrado. No entanto, quando perguntei aos funcionários da CP e da REFER se havia obras na linha, estes comunicaram-me que as obras estavam concluídas e que apenas se aguardavam instruções "superiores" para reabertura desse trajecto.

Para transportar os passageiros, a maior parte turistas que vinham especificamente apreciar o trajecto do caminho-de-ferro, estavam dois táxis ao serviço da CP. Obviamente que, num sábado com Sol de Primavera, os dois táxis não chegavam para todos os passageiros. De forma a "resolver" o problema, o taxista chamou um outro táxi. Mesmo assim, nem todos os passageiros cabiam nos três táxis, um deles prontificou-se a ir na mala do carro e assim se resolveu o problema do transporte dos passageiros. Uma vez que com todas aquelas manobras o tempo se foi esgotando (e a automotora de ligação estava à espera na estação de Abreiro) o taxista foi "forçado" a acelerar a marcha chegando mesmo a atingir os 90 quilómetros/hora (Km/h) naquela estrada cheia de curvas e contra curvas. Não critico o taxista que fez todos os possíveis para se assegurar que toda a gente chegava a tempo ao comboio. A questão que faço é: valerá a pena a CP substituir a alegada insegurança da linha por insegurança rodoviária? Quando ainda por cima as pessoas queriam era ver o percurso do comboio? Mas, lá chegamos ao comboio sem "azares de percurso".

Durante a viagem de comboio vi com os meus próprios olhos o estado de má conservação em que se encontra a linha, forçando a automotora a circular a uma velocidade de 35km/h. Velocidade esta que torna o comboio não competitivo (quando na prática tinha todas as condições para o ser).

Chegamos a Mirandela no tempo previsto e aproveitamos o maravilhoso jardim junto ao rio para fazer um piquenique. Quando voltamos para a estação com vista a tomar o comboio de regresso ao Tua ficamos surpreendidos com a presença de D. Duarte Duque de Bragança naquele lugar. Este encontrava-se com representantes do Movimento Cívico pela Linha do Tua que recolhiam assinaturas para uma petição a favor do não encerramento da linha. Aparentemente era intenção do nosso Rei fazer também o percurso Mirandela-Abreiro, coisa que não se veio a verificar. O mais incrível é que o 'Rei' não pôde fazer este percurso porque a automotora já estava lotada (40 lugares sentados e 30 em pé). E, apesar do esforço do maquinista para receber autorização para acoplar uma outra automotora (existiam duas disponíveis na estação de Mirandela), esta foi-lhe recusada por alguém superior (da CP ou da REFER).

Em resumo, os turistas que queriam ver a linha tiveram de desistir ou ir de táxi, alguns passageiros tiveram de ir na mala do táxi e o Rei ficou "pendurado" na estação de Mirandela. Parece-me mesmo que algumas entidades querem arruinar de vez a imagem da linha do Tua para terem menos "entraves" no seu encerramento!!!

Que País em que vivemos. Às vezes, e apesar de gostar muito do meu País, tenho vergonha (já que outros não a tem) .

Hugo Guimarães no Público

Proposta para o fim de semana






Fiz este percurso no fim de semana passado e aconselho a qualquer um, é mesmo muito bom.
Quem quiser informações sobre o percurso é só dizer

20080428

Rio ao serviço do Centralismo

Jardim norteia

O chefe do Governo Regional apelou ainda à "consciência individual, para que as vossas opções não sejam condicionadas pela comunicação social de "esquerda". "Não a deixem manipular o nosso partido, nem nos ditar escolhas", pediu. Para Alberto João Jardim, "o país tem de mudar. É preciso acabar com este falso socialismo da injustiça social, que não passa do jogo em favor do grande capital".

Ao contrário do meu wishful thinking, parece que as alternativas serão MFLeite (Centralista), PSLopes (Regionalista, mas totalmente manietado pelo MSM) ou PPCoelho, natural de Vila Real, apaniguado pelo PSD Porto e Manuel Martins (CM Vila Real)  do qual ainda quase nada se sabe. A única coisa que sei é que parece um Sócrates 2 e portanto permeável aos interesses do Centralismo e suas «máfias». Oxalá, os militantes do PSD, pelo menos a Norte tomem decisões que não se arrependam mais tarde.

Ao trabalho ! Á luta ! Venceremos !

Não, não é uma comentário sobre o 25 de Abril ou sobre o 1º de Maio. É apenas um desabafo ! Só inovando a Comunicação Social é que podermos evitar que MFLeite, que é contra a Regionalização tenha 51% das preferências dos eleitores do PSD, face a 21% de PSLopes, que disse que Portugal não é Lisboa. Algumas pistas:

Ontem, consegui colocar videos Youtube no meu televisor da sala de estar via MediaPortal. O Citizen Journalism chegará brevemente a um plasma perto de si...

20080427

Centralisses - ASAE multa Junta de Freguesia por não subsidiar o Estado Central

"A junta de freguesia da Ericeira está a usar óleos reciclados para a produção de biodisel, que depois usa para abastecer carros do lixo, mas foi multada em sete mil euros pelo Estado por não estar a usar combustíveis fósseis. (...) «Fiz todos os esforços para me legalizar e, depois de preencher uma série de requisitos, fiquei espantado ao deparar que a quota está esgotada no país», disse Joaquim Casado. Depois disso, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) multou a junta de freguesia em sete mil euros por lesar o Estado, ao «deixar de comprar combustíveis fósseis», porque ao não os comprar, o Estado «não arrecada a percentagem de 50 por cento»." - na TSF, via Blasfemias

Pelo sim, pelo não, vou deixar de andar de metro. E a pé, só vou até ao carro. A mim não me apanham. Não quero ser multado por lesar o Estado. Comprar combustíveis fósseis é, antes de mais, uma obrigação de qualquer cidadão cumpridor. E não esquecer nunca os 50% da máfi...quer dizer, do Estado.

P.S. Pergunta: Porque é que existem quotas para biocombustíveis? Resposta: Para criar um monopólio protegido pelo Estado para as empresas que ocuparam essas quotas.

33 anos depois do 25 de Abril, a política de condicionamento industrial ainda não acabou. Continua a não existir liberdade para a iniciativa privada. Nem para a iniciativa pública local. Antes chamavam-lhe fascismo. Hoje, socialismo. Seja qual for o nome, em muitos aspectos ainda somos um país totalitário.

Governo de Lisboa já escolheu obra do regime

Sócrates quer fazer da zona ribeirinha (de Lisboa) a obra do regime.

Segundo Norteamos apurou, Sócrates terá mesmo afirmado que, quando terminasse o seu mandato, queria ficar para a história como o melhor presidente de câmara que Lisboa já teve. "Não é fácil", afirmou, "convém não esquecer que nos últimos 250 anos foram vários os governantes a tentar alcançar o galardão".


Enquanto isso, no resto do país (ex. Coimbra, Gaia) as câmaras municipais continuam a financiar a reabilitação urbana das suas próprias cidades...

20080426

o princípio de Peter ou um burgesso a presidente da câmara

Multas pesadas

Câmara proibiu a venda de cravosÉ impossível falar do dia 25 de Abril sem falar de cravos vermelhos. Aquela flor assumiu-se como símbolo de uma revolução pacífica quando apareceu no cano das espingardas dos militares que levaram a cabo o golpe de estado. Há quem a apelide de Revolução dos Cravos, mas ontem, cravos, só mesmo no nome. A Polícia Municipal andou em plena Avenida dos Aliados a multar as senhoras que vendiam cravos a quem passava. Marta foi uma delas. Ao JANEIRO disse que “desde que há 25 de Abril que venho para aqui vender”. Mas ontem recebeu uma multa de 75 euros. “Este presidente da câmara está a fazer uma figura muito triste”, disse a vendedora, garantindo que “os cravos que trouxe vão todos para o lixo”.

No PJ

Centralismo

Vários episódios ilustram na perfeição como o poder político, gerente do dinheiro sacado aos contribuintes, se comporta de forma não apenas irresponsável, como totalmente impune e sem freio. Em dezembro de 2007, foi inaugurada com pompa e circunstância a nova estação do Metro de Santa Apolónia. Coisa que custou a todos os contribuintes (e não apenas aos lisboetas), 300 milhões de euros. Eis que apenas passados 4 meses, António Costa veio defender o seguinte: encerramento da estação de comboio, entrega do edifício para terminal de passageiros de cruzeiros, venda dos terrenos para construção urbana e dessa forma, reduzir o défice da Refer. Ou seja, os tais 300 mlhões teriam afinal servido para criar uma rede de metro de apoio a um serviço de luxo e de turismo (os cruzeiros), e valorizar artificialmente terrenos para a construção civil. Note-se que não estou a alegar que há interesses, legítimos ou ilegítimos de construtoras privadas por detrás desta propostas, longe de mim tal coisa….. Para melhor enquadramento desta proposta, dever-se-á ter em conta um outro projecto em curso: o da construção da linha de Metro do apeadeiro do Oriente para o actual aeroporto. Algo que nos custará, a todos nós contribuintes, mais uns 500 milhões de euros. Sabendo-se que é intenção do actual governo que o dito aeroporto venha ser encerrado em 2017 e que o Metro apenas chegará ao aeroporto dentro de alguns anos, já se pode imaginar, não apenas a «utilidade» da coisa, como quem potencialmente irá beneficiar da artificial valorização urbanística por mera decisão política. Veja-se ainda que a opção do Metro foi a de escolher prolongar o ramal mais longinquo, aquele que terá de fazer maior percurso e que implicará maior desperdicio de tempo ao utilizador (quando a poucas centenas de metros passam já duas linhas…). Ainda não acabei ( e já vamos em 800 milhões, 1,5% do pib). Para alindar Lisboa, o governo criou mais uma empresa pública. E prepara-se para ser ele, Estado, a gastar dinheiro (de todos os contribuintes), e fazer as obras (mais 100 milhões, pelo menos). Em benefício de Lisboa. E mais as obras no apeadeiro do Oriente (80 milhões) e mais uma nova ponte (300 milhões). Tudo somado, aí uns 1500. Como «A média de derrapagem dos contratos [públicos] é de 100 por cento», ter-se-á uma expectativa de 3.000 milhões de euros torrados na cidade capital. Pago por todos e sem utilidade visível. Somos um país rico.

Por Gabriel Silva

20080425

Petroleo, Ferrovias e Cimpor no Norteamos

O rei da Arábia Saudita decidiu suspender o aumento da capacidade de produção de petroleo nos próximos anos, tendo gerado comentários alarmados de vários especialistas no sector. É fácil de perceber o que acontece a um preço quando a procura aumenta a oferta não... No final do ano o BCE deverá descer a taxa de juro como recomenda o FMI. Nessa altura o preço do petroleo em euros vai mesmo subir. Isto «Preço de um depósito de gasóleo subiu cinco euros em quatro meses» não é nada comparado com o que aí vem... Nessa altura é que se vai perceber a inutilidade de Portugal ser ter a maior densidade de auto-estradas da Europa ou a A4 para Bragança. Nessa altura vai haver corte na utilização transporte rodoviário, passando a usar o ferroviário (passageiros e mercadorias) ou marítimo (apenas mercadorias). Carlos Pereira Cruz descobiu um artigo onde se mostra a inovação no sector, que não necessita necessariamente de megalomanias tipo TGV. Como já tinha referido aqui, o sector ferroviário teve no último ano uma performance acima do DJIA cerca de 20%, o que não é fácil. Por tudo isto, é com alguma alegria que apresento a imagem acima: A delegação do Porto da direcção comercial da Cimpor, a maior betoneira nacional, anda à procura do termo «Ferrovias», inclusivé no Norteamos. Espero tenham percebido alguma coisa.

20080424

Formação em Provincianismo

Lia-se no Diário Económico de 17.04.2008: "Quantas vezes não ligámos para o serviço informativo, 118 da PT para pedir o número de morada em Lisboa, por exemplo no Marquês de Pombal, e alguém do outro lado nos respondeu 'a localidade, por favor'", a propósito da deslocalização do serviço 118 para Cabo Verde. Concluía-se mais à frente que "Em Portugal, também há muita gente que não conhece Lisboa".

A conclusão a retirar é precisamente a contrária. Em Lisboa é que ainda há muita gente que não conhece Portugal. Provincianos ao ponto de acharem que deverão ser considerados o centro do mundo para todo o português. E sobretudo muito ignorantes. Afinal, estão convencidos que não existe mais nenhum local chamado "marquês do pombal" em Portugal...mas existe:
- Rua de Marquês de Pombal no Barreiro, Cacém, Albergaria-a-velha, Parede, ...
- Av. Marquês do Pombal em Santarém, Sines, ...
- Praça do Marquês de Pombal em: Pombal, Porto e Lisboa (ver wikipedia)

Para resolver o "problema", foi feito um esforço no sentido de "dar aos seus colaboradores, cerca de 190, a formação necessária em geografia, cultura, língua portuguesa, entre outros." Nada como uma bela formação em provincianismo centralista para que eles, à imagem dos seus formadores, não se atrevam nunca mais a colocar a hipotese de haver algo em Portugal que fique fora de Lisboa...

Porque o PS vai desaparecer no Porto nas próximas eleições

Sócrates deixou sem resposta repto de Rui Moreira para privatização do Sá Carneiro - «Imediata privatização do Aeroporto Francisco Sá Carneiro; regionalização; articulação da ligação ferroviária Porto-Vigo com a aerogare e o porto de Leixões; apoio à renovação urbana no Porto e em Gaia ao mesmo nível que em Lisboa: "É sobre tudo isto, senhor primeiro-ministro, que agora o queremos ouvir". Queríamos, teria afirmado Rui Moreira, se soubesse que José Sócrates, convidado de honra do jantar do centenário do Palácio da Bolsa, o iria deixar sem resposta.» Hoje, no Público.

Mais sinais do Regionalismo fora do armário III

LFMenezes empura AJJardim contra MFLeite. Jardim diz que apoiará Santana (o tal que disse que Portugal não era Lisboa quando chegou ao poder) se este for candidato.

Problemas no turismo do Douro

Estamos às portas de mais um verão. Altura por excelência em que o Douro é “invadido” por turistas. Os operadores do sector congratulam-se a cada ano com os números crescentes de procura. Mas que beneficio tiram as regiões desta aparente mina?

A questão é antiga, mas como ano após ano, nada é feito, também ano após ano me dou ao trabalho de recordar que o Douro tem a pretensão de viver do turismo e só nalgumas iluminadas mentes é que já vive do turismo. A verdade nua e crua é que não existem infra-estruturas de apoio ao turista ou que incitem o “consumo turístico” da região.

Vão-se vendo alguns, tímidos, passos do sector privado. A estação do Pinhão é um ponto positivo, apesar de discordar dos moldes com que tudo se passou. Mas será que chega?

Não! É preciso mais. De Lisboa e do Porto lançam-se acções de promoção que raramente resultam, talvez porque estas se alinhavam em consonância com outro tipo de acções para regiões infra-estruturalmente mais desenvolvidas. O tipo de abordagem do Douro não pode ser o mesmo do Al(l)garve. O Algarve tem desde há muitos anos as infra-estruturas para receber os turistas. O Douro profundo, e talvez o superficial também, não têm.

Ponto número um: o Douro, na verdadeira acepção da palavra não é o Porto. Promover um fim-de-semana no Douro, não é levar o turista às unidades hoteleiras do Porto. O Porto é a porta de entrada. E já que se falam em portas de entrada, continua a não se perceber porque no Douro se ignoram os espanhóis. Salamanca tem que ser a outra porta de entrada.

Ponto número dois: no Douro profundo é difícil o turista orientar-se. Grande parte do problema tem sido resolvido com o aparecimento de unidades hoteleiras de luxo e outras pela região. Tem-se colmatado o problema do número de camas. Mas vejamos, os analistas consideram que ainda não foi resolvido esse problema, por outro lado, alguns hotéis queixam das fracas ocupações.

A explicação para esta aparente contraditório é simples: considerando o potencial turístico da região, há ainda insuficiência de camas. No entanto estamos longe de atingir o número potencial de turistas. Os que vêem, raramente voltam: a paisagem é bonita, mas é só paisagem que pode ser fotografada ou filmada. Os que não vêem pensam duas vezes: pode tornar-se uma aventura escolher um bom sitio para ficar e ao mesmo tempo perto dos pontos de interesse da região, que ainda não foram sistematizados de forma adequada. Já para não dizer que ou traz carro ou fica circunscrito ao hotel e as suas iniciativas.

Por Luís Manuel MA

20080423

Mais sinais do Regionalismo fora do armário II

·         Miguel Relvas não alinha com MFL, mas sim com PPC. Considerado próximo da linha Centralista/Elitista do PSD, Relvas decide apoiar outro candidato; Funciona como os ratos que abandonam o navio... Sinal de mudança no PSD;

·         Etnocentrismo/umbiguismo do Regionalismo lisboeta (leia-se Centralismo) desmontado por CAA. Cada vez é mais difícil tapar o sol com a peneira...

·         Alberto J Jardim, candidato à liderança do PSD. A Wikipedia diz que o PSD Madeira é um exemplo de partido Regionalista...

A propósito das barragens no vale do Tamega

Sempre tive uma renitência grande face a construção de barragens e represas, no exagero das mesmas, de paredões de betão erguidos ao alto e a inundar em albufeiras grandes pedaços de terra. Mas em Cabeceiras de Basto, como na restante região de Basto e Alto Tâmega, a anunciada alteração da face da sua paisagem, parece ter passado ao lado. Isto quando este lobby do Mau Castor, sob o encobrimento distorcido da nobre causa das energias renováveis, vai modificar profundamente os costumes e apagar da memória, irreversivelmente, muita da sua identidade histórica, cultural, humana e paisagística.

O investimento no estupro, é já por si um enormidade - para lá de 700 milhões de euros - porque é em betão, sem contar, claro, os habituais juros da demora, derrapagens e custos da subavaliação. Sobretudo quando o mesmo valor num programa nacional de eficiência energética traria melhores resultados económicos, cívicos e de educação ambiental, sem a desfiguração absurda e inconsequente do país.

Mas assim de resumido: 4 Barragens vão prender o rio Tâmega em enormes albufeiras: Daivões, Gouvães, Padroselos e Alto Tâmega (Vidago). Uma delas criará um enorme lago em redor de Ribeira de Pena (lá se vai a ponte de arame e umas aldeias em redor) e outra, a de Padroselos, irá inundar grande parte do trajecto do rio Beça, um dos últimos rios selvagens e sem poluição da Europa, que faz a fronteira norte de Gondiães em Cabeceiras, com Boticas. Para não falar da barragem do Fridão (entre Fidrão e Codeçoso) a montante de Amarante, com um paredão de 110 metros que vai levar a cota de enchimento até à Histórica ponte de Cavez.

Desta escadaria de colunas de água aliás, que além inquietar as populações a jusante, teme-se que roce os tabuleiros das pontes da Barca entre Arco de Baúlhe e Atei de Basto, como a ponte em Mondim (na imagem acima). Isto sem falar na possibilidade da Barragem de Daivões ter localização mais abaixo e destruir a Pista de Pesca de Cavez. Uma coisa é certa: os salmonídeos, trutas e bogas, vão dar lugar a lúcios e carpas; no ar ainda mais humedecido da Região de Basto, espera-se o fedor das águas paradas, escuras, ácidas, profundas e perigosas, e os caiques nos rápidos dos afluentes vão dar lugar a iates para o pior do novo-riquismo.

No mar de água doce, nem sei que sabor terão as castas de vinho verde da Sub-Região demarcada, encostada ao longo do Tâmega. E as consequências de um semelhante erro compulsivo, terão também repercussões no Tua, onde a inundação daquele vale vai enterrar (passo a contradição) de vez a questão da linha ferroviária, juntamente com a riqueza única da sua fauna e flora.

Posto isto: não há exigência de fontes energias renováveis, nem de crescimento, que justifiquem a destruição de ecossitemas e paisagens culturais com esta violência e leviandade, sobretudo quando o resultado é alagar um país e sua identidade. Na verdade, estas soluções são, no efeito imediatista, erradas e ironicamente insustentáveis.

O “Plano Nacional de Barragens com Elevado Potencial Hidroeléctrico” (PNBEPH) é assim, um dos maiores atentados ao património de todos na loucura de obras públicas do Governo e tristemente sem alvo da consulta da opinião das pessoas. Os impactos ambientais serão abafados na ilusão dos barquinhos de recreio. Enfim, no entusiasmo das cimenteiras, não admirarão os prováveis candidatos à empreitada e os vencedores. Lá está: há que alimentar os fornos da co-incineração e justificar a nomeação de ex-ministros para gestores executivos de empresas de fundação amarantina, oportunistas como a Somague e ali, tão à mão, nesta bacia hidrográfica...

Por Vitor Pimenta

 

20080422

Mais sinais do Regionalismo fora do armário

Análise sobre o PSD

Podem-se tirar muitas ilações sobre a crise no PSD. Mas há uma que sobressai: o Norte é o pior inimigo dele próprio. Mais uma vez perdeu-se em guerras intestinas, de protagonistas calculistas e de egos pequeninos e pífios. Cada vez é mais evidente a necessidade da emergência de um partido popular, verdadeiramente liberal (que promova um estado credível, a verdadeira iniciativa privada, o verdadeiro capitalismo e não seja apenas um agente de 'concessões' e 'parcerias' com as oligarquias de sempre), regionalista/autonomista e centrado no Norte.

Leituras 20080422

·         Fusão Zon-Sonaecom: Zon a caminho do Norte ou Sonaecom drenada para Lisboa ?

·         Parque de Ciência e Tecnologia em Vila Real: Mais um projecto imobiliário ou servirá mesmo para gerar novos negócios ?

·         Aviação: BA passa a voar para o Porto em Outubro; Recessão ameaça o modelo lowcost nos EUA; Já tinha referido no Norteamos que a redução do PIB provoca queda na procura do transporte aéreo. O presidente da Ryanair já disse que iria haver crise. Qual as consequeências para o ASC, agora que se estuda e se prepara decisões para a gestão do aeroporto ?

·         Matos Fernandes antecipa investimentos no Porto de Leixões. Só acredito nas mudanças quando começar a ver comboios a passar na actual linha de Leixões.

·         Reportagem sobre o metro do Porto na revista Railway-technology;

·         Amorim fornece cortiça para a Nasa, mas alguém nos comentários se queixa da manipulação que ele faz sobre os preços... Até nisto há diferenças entre o Capitalismo verdadeiro a Norte e neo-liberalismo mafioso de Lisboa: Amorim, não manipula preços com ajuda do Estado Central...

·         Traçado do Porto-Minho-Vigo conhecido em 2009. A posição de Daniel Campelo (CM Ponte de Lima) é insustentável. Para que quer ele lá o CVE se não parar por lá ? Mas se parar, então temos um comboio tipo intercidades. Ora, se é para ter um comboio deste tipo, não seria então preferível servir localizações mais povoadas como seja Barcelos e Viana ?

·         MFLeite avança com uma lista onde constam todos os Centralistas e Neo-liberais habituais. LFMenezes assumiu a ruptura com a corte e apresentará uma lista Regionalista/Populista (e Social-Democrata ou honestamente Liberal, espero eu). Ou LFM ganha ou espero que tenha a coragem de fundar um novo partido. O Norte, não pode é votar na lista dos centralistas..

 

20080420

LFM tira Regionalismo do armário

Não sou Menezista nem tenho qualquer benefício pessoal na vitória de LFM ou seu endossado. Conjunturalmente acho que é o melhor para o Norte. E também não tenho ilusões. LFM defendeu a OTA e andou estes últimos 6 meses a ver se era aceite na corte. E felizmente não foi aceite.

A entrevista à SicNotícias tem muito significado. LFM gravou, num meio de comunicação social com alguma audiência, comentários sem filtros contra as «máfias» do Centralismo. Isto é significativo. Ou ele desistiu mesmo e portanto dá-se ao luxo de ser frontal e perder votos em Lisboa, algo em que não acredito, ou vai mesmo mudar de estratégia. Mesmo desistindo pessoalmente, endossará as «suas» bases a um candidato de sua confiança. Assim, em ambos os cenários, percebe-se que este golpe de teatro (convocação de eleições) visa marcar uma ruptura. A ruptura é passar a assumir a existência do conflito, pelo menos dentro do PSD, entre elites-bases, Estado-Nação, Lisboa-resto de Portugal. É assumir o Regionalismo como ideologia a aplicar em Portugal. No nosso caso será um Regionalismo de todas as regiões contra Lisboa/Estado (e não lisboetas cidadãos comuns, entenda-se). Isto é verdadeiramente revolucionário e faltava fazê-lo há muito tempo. A forma não auto-censurada, explicita que LFM usou para qualificar os seus adversários dentro do partido e as «máfias» que efectivamente controlam Portugal, significa o fim de um tabu fundamental: Em nome da unidade nacional, nunca se referia abertamente a discrepância entre decisões tomadas pelo Estado Central e o interesse dos cidadãos que o sustentam. Nunca se assumia uma luta efectivamente existente entre todas as regiões contra Lisboa. Como eu solicitei aqui, a estratégia de LFM será agora atacar as elites/oligarquias de Lisboa e defender o resto de Portugal. O descontentamento latente deste, maioritário, vai ser agora explicito e LFM ou o seu endossado, subirá nas sondagens. Apostam ? Mais importante do que a tão falada clarificação ideologica partidária, Esquerda, Direita, Liberalismo (o bom e o Neo-liberal), Social-Democracia, o Regionalismo saiu do armário e assumiu-se na passada 6ª feira.

PS1: Na página 4 do Expresso de ontem vem lá explicada a conspiração que estava a ser montada para depôr LFM. Os conspiradores eram os centralistas habituais, entre eles, JPAB, Rio, MRS, António Borges e JPP. Acabaram por ser surpreendidos por LFM, que andou anos neste tipo de guerrinhas dentro do partido, e também pela lógica da Blogosfera. É que hoje há muita «inteligência» em rede capaz de processar as entre-linhas e canalizar os resultados para a tomada de decisão...

PS2: Frases aparentemente soltas e sem significado:

  • Roma paga aos «traidores» que para ela trabalham;
  • No tempo das colónias, os bons governadores eram premiados com altos cargos na metropole;
  • Rio preferido por Cavaco para a liderança do PSD (1ª páginas Expresso);

Agora se percebe porque é que as reclamações de Rio contra o Centralismo era sempre muito pouco sonoras...

20080419

O Burgo



A dinâmica económica estrutural recente do Minho

O Minho tem uma estrutura produtiva caracterizada pela forte presença de sectores produtores de bens transaccionáveis, muito sensíveis à concorrência dos novos países emergentes. A especialização em sectores que experimentam forte processo de ajustamento estrutural tem sido a principal causa do fraco desempenho do emprego nos últimos anos.

No entanto, os serviços, nomeadamente os serviços de apoio às empresas, a prestação de cuidados de saúde e a acção social apresentam dinâmicas positivas, embora insuficientes para absorverem a mão-de-obra libertada pelos sectores tradicionais. A importância das actividades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) mantém-se também inferior à média nacional, quer em termos do peso relativo do investimento no produto, quer em termos dos recursos humanos afectos a esta actividade. Assim sucede ainda que no Cávado e no Ave se observem novas dinâmicas, associadas à presença da Universidade do Minho.

Para a leitura da dinâmica económica do Minho acabada de fazer concorrem, por um lado, alguns dados conhecidos sobre a evolução do desemprego, das exportações e do investimento em I&D e, por outro lado, a análise da evolução da actividade económica das NUT III Minho-Lima, Cávado e Ave realizada com o recurso à “análise das componentes de variação” ou shift-share, na designação inglesa.

Esta técnica decompõe o crescimento de uma dada variável (o emprego, por exemplo) em factores distintos que possam influenciar o seu comportamento. Estes factores ou componentes pretendem captar o efeito da dinâmica macroeconómica global, da composição sectorial da região (componente estrutural) e, ainda, o efeito de outros factores específicos da região (componente regional ou diferencial) no crescimento desta.

A componente nacional representa o crescimento que a região teria se tivesse a mesma variação observada a nível nacional. No entanto, é de esperar que só por coincidência a estrutura económica regional seja idêntica à nacional. É baseado neste facto que se inclui a chamada componente estrutural. Como, adicionalmente, nada garante que o crescimento de cada sector ou actividade a nível regional seja idêntico ao observado a nível nacional, importa que essa diferença seja igualmente sublinhada. A componente regional ou concorrencial capta precisamente esta diferença, isto é, mede o desvio do crescimento regional relativamente aquilo que era esperado caso cada sector se tivesse comportado do mesmo modo que a nível nacional. Se esta componente é positiva, o modelo aponta para a existência de vantagens comparativas regionais (por exemplo, melhores infra-estruturas ou maior produtividade do trabalho), que favorecem crescimentos sectoriais regionais mais elevados.

A análise das componentes de variação foi aqui realizada para dois períodos temporais distintos (1996-2000 e 2001-2005), utilizando dados referentes ao emprego não público por conta de outrem, nos sectores secundário e terciário.

Os resultados alcançados permitem concluir que a componente estrutural em ambos os sub-períodos e para todas as NUT III em análise foi negativa (em razão de dificuldades decorrentes do perfil de especialização) [Tabelas 1 e 2]. Por sua vez, a componente regional apresentou um comportamento favorável, com a excepção do Cávado, no primeiro período, circunstância essa que indicia alguma inconsistência competitiva.

Em maior detalhe, comparando as três sub-regiões, verificamos que há diferenças significativas na dinâmica do emprego entre elas. Em termos de crescimento médio anual efectivo do emprego por conta de outrem, apenas a NUT do Minho-Lima observou um crescimento superior à média nacional em ambos os períodos. O desempenho negativo da componente estrutural em todas as NUT, por sua vez, demonstra uma forte dependência de sectores que estão em contracção do emprego a nível nacional. No entanto, os dados evidenciados em termos da componente regional (positiva, com a excepção já sublinhada da NUT Cávado, no primeiro período) revelam que as empresas locais tendem a perder menos emprego que as congéneres, do mesmo sector, localizadas noutras regiões do país.

Estes dados são significativos e têm óbvia utilidade para fins de planeamento, assim as entidades públicas locais e nacionais os queiram considerar, já que constatar situações pouco releva se não existir vontade de actuar sobre elas, corrigindo problemas e potenciando recursos e capacidades dos territórios.

Por Cadima Ribeiro.

Absolutamente arrassadora

...a entrevista de Luís Filipe Menezes à Sic Notícias (seleccionar os videos).

E como extra, LFM foi absolutamente esclarecedor do que é o centralismo, visão que é integralmente igual à minha: algo que nada tem a ver com regiões, mas tão somente com o clientelismo e tráfico de influências do Estado com os grandes grupos privado (no fundo, o "marxismo-yeltsinismo" ou "neo-liberalismo da banha da cobra" de que o José Silva tem vindo a falar). Como era de esperar, o resumo da Sic ignora esse momento fundamental da entrevista. Porque a censura também faz parte do centralismo.

20080418

A balcanização de Portugal

Não basta vagas de fundo para Menezes ganhar (o) Norte

No dia 25 de Maio quando LFM sair reforçado das eleições antecipadas, terá que mudar de estratégia se quiser ganhar as eleições de 2009. Terá que deixar de tentar agradar à oligarquias de Lisboa que mandam em Portugal, deixar de ser um Socrates2 e terá que apresentar decedidamente propostas muito mais credíveis aos olhos dos portugueses, sobretudo fora de Lisboa.

Detelhando. Todos já perceberam que Sócrates perderá em 2009, desde que haja alternativa leigeiramente melhor. A recessão em curso, que nem se quer ainda cá chegou encarregar-se-á de dinamitar a credebilidade descrescente do «engenheiro». Mas perante isto e como seria normal, as oligarquias de Lisboa não querem LFM, por muito que ele vá morar para lá, contrate Cunhas Vazes ou alinhe em Neo-liberalismos de banha da cobra, como era a OTA. A oligarquia lisboeta, antevendo o fim de Sócrates preparava-se para lançar António Borges como 1º ministro em 2009. JPPereira já o tinha afirmado aqui que LFM teria que sair da liderança até 2009 nem que fosse à «bomba»: Ora isto servirá de lição para LFM. A oligarquia dos golpes palaciano-mediáticos de Lisboa, que ceifaram PSLopes em 2004, nunca o tolerará. LFM tem que entender isto, mudar radicalmente, deixando de se preocupar em conquistar essas oligarquias.

Por outro lado, as propostas de LFM nos últimos 6 meses não foram substancialmente diferentes da política neo-liberal que o PS tem seguido. Por isso LFM não descolou nas sondagens. O Portugal profundo não sente nada de radicalmente diferente que o leve a votar no PSD em 2009. E portanto, se LFM quer subir nas sondagens a partir de 25 de Maio tem que apresentar uma polítca credível sobretudo para os eleitores fora de Lisboa, que não estão domesticados pela comunicação social pró-centralista, e que não são beneficiários da governação PS.

Como detecta JMMoreira , ao contrário do Liberalismo Clássico, o Neo-liberalismo é um embuste. Não é carne nem peixe. Apenas é um esquema para as altas oligarquias (subornando políticos, aproveitando-se da febre dirigista destes ou ambas) alargarem os seus negócios à custa de consumidores e contribuintes. Isto passa-se nos EUA e também em Portugal, como provam as PPPs, intenções por trás da OTA ou outras mafiosidades que habitualmente relato no Norteamos ou que relata o José da GLQL. Ora este tipo de política percisa de ser clarificada. Eu que aceito o Capitalismo como modelo económico para o funcionamento de uma sociedade tenho que reconhecer a necessidade que este tem de crescimento, de aplicação rentável de capitais próprios disponíveis em novos sectores e projectos e portanto tenho que aceitar a necessidade da passagem de serviços públicos para a esfera privada, de forma sustentar esse crescimento. Para ser coerente, tenho que aceitar privatizações/PPP/concessões na educação, saúde, gestão de águas, manutenção de estradas ou até gestão de prisões. Porém isto não pode ser feito de forma dissimulada, nas costas do povo, às escondidas, como ocorre no Neo-liberalismo corrente, desde as concessões à Rio, até construção de um TGV exageradamente sofisticado para as nossas necessidades de forma a gerar carteira de encomendas para os operadores do sector.

Assim, LFM tem aqui uma oportunidade de ser verdadeiramente, frontalmente e honestamente Liberal ao propor uma política de privatizações/concessões/PPP às claras desejavelmente referendada pelo povo. E os novos «capitalistas» nem teriam que ser necessariamente as «máfias» habituais. Poderiam ser os próprios cidadãos investido directamente ou via fundos de investimento, nos serviços públicos a privatizar, escola, hospital, auto-estrada, aeroporto. Haveria também a alternativa social democrata, mais à esquerda, de suspender a passagem de serviços públicos para privados, aconteça o que acontecer. Ou poderia haver um misto, com alguns sectores a ficarem claramente públicos. Há ainda outra oportunidade de inovação nos investimentos públicos: Seguir a linha de pensamento do Norteamos, investir com racionalidade, maximizando as infra-estruturas existentes, minimizando a verba gasta, como seja a manutenção da Portela ou o upgrade da linha do Douro em alternativa à ligação Aveiro-Salamanca. Portanto LFM ao mudar a forma de fazer política, sendo mais claro e respeitador dos impostos dos contribuintes e das margens pagas pelos consumidores, iria ter muito mais credibilidade do que a governação actual. Seria verdadeiramente Liberal e não um mafioso Neo-liberal, como é a actual governação Sócrates. Neste aspecto a forma conta muito.

O nosso Neo-liberalismo, ou seja, a ajuda disfarçada do Estado Central às oligarquias dominantes, tem em Portugal uma agravante. É que elas estão estatisticamente concentradas na região de Lisboa, beneficiando apenas os seus residentes. Já aqui exemplifiquei que enquanto a economia do Norte é de milhares de PMEs que actuam em sectores de bens e serviços transaccionáveis no mercado internacional, sendo raramente fornecedores do Estado, a economia de Lisboa é, estatisticamente, baseada na administração pública, delegações de multinacionais geradoras de importações e grandes grupos que vivem para o mercado interno, à sombra do mesmo Estado. O eleitorado de Lisboa vai estando satisfeito como o modelo de desenvolvimento porque vai sendo sucessivamente beneficiado, via maiores oportunidades de emprego, salários, serviços públicos e valorização de imóveis. Por isso votará PS, com base nas promessas de Alcohetes, travessias do Tejo, gestão centralizada do QREN, dupla ética habitual e outras Mega-Lisboatices dirigidas pelo Estado Central. Assim, o esforço necessário para convençar estes eleitores a votar PSD é muito grande. Para LFM é preferível apostar em todos os deserdados do status-quo centralista, apresentando políticas de efectiva «deslisboetização» da economia portuguesa. Continuando a ser liberal e não centralista à Estaline ou colonialista, LFM deveria era colocar as várias regiões em competição, dando-lhes poder para se auto-desenvolverem, transferindo administração pública para o resto de Portugal, como prometeu Santana Lopes ou como já apresentei aqui. A competição inter-regiões, dotando as administações públicas regionais de poderes de coordenação do desenvolvimento económico iriam parar com a «Drenagem» e a prazo gerar crescimento económico e emprego. Ora estas medidas, na prática representariam uma promessa de poder para fora de Lisboa, onde a propensão dos eleitores para votar LFM é maior e onde tem as suas bases de apoio, à custa da subtração de poder de Lisboa, onde dificilmente LFM ganhará votos. Na prática fazer promessas (e cumprir) aos eleitores com maior probabilidade de votarem PSD, à custa dos benefícios dos eleitores do PS. Grosso modo, 8 milhões de portugueses a votar no PSD seriam superiores a 2 milhões de lisboetas e afins a votarem no PS.

O Norte tem que perceber o que está em jogo. LFM, assim como foi Fernando Nogueira em 1995 e Santana Lopes em 2004, representam uma ala do PSD que não alinha com as oligarquias dominantes da capital. Em ambos episódios a comunicação social centralista foi determinante para manipular os eleitores para votarem em Guterres e Socrates, dado que seria um mal menor, na óptica das citadas oligarquias. Em 1995 ainda me enganaram. Em 2005 votei pela primeira vez à direita do PS, precisamente em PSLopes. O Norte também foi enganado/manipulado em 1998 no referendo da Regionalização, aliás onde LFM ou Rui Moreira, nos «trairam». Assim é crítico que haja por parte dos residentes a Norte, de uma vez por todas, uma correcta compreensão do que é que está em jogo neste momento e coloquemos de lado as nossas opções ideológicas, simpatias pessoais ou mesmo «traições» e aproveitemos a oportunidade para chegar ao poder. Para isso é preciso pressionar LFM para ter uma política de desenvolvimento «deslisboetizada» e uma opção ideologicamente sadia, Liberal ou Social-Democrata, mas nunca Neo-liberal.

Espero que este artigo chege a quem de direito. Com a decisão de ontem LFM mostrou que tem isto. Modestia à parte, falta agora mostrar que tem inteligência e seguir os meus conselhos.

20080417

O PSD

António Borges falou de cátedra a Judite de Sousa. Quer fazer parte da solução em alternativa a Sócrates. Quer o PSD no governo para liberalizar mais e despedir à vontade na função pública. Combater o despesismo, diz ele. Menezes amedrontou-se e marcou eleições para 24 de Maio. Será que vai concorrer? Espero que sim. Gostava de ver os barões derrotados.

Pedro Baptista ao ataque na rádio preferida dos votantes em Rui Rio. Isto promete.

«Há muito, muito dinheiro a chegar todos os dias ao país vindo do Quadro de Referência Estratégico, senão também não se veriam os sinais exteriores de riqueza que todos vemos. No entanto, se parte deste dinheiro vai obrigatoriamente para as regiões, delas se excluindo a região de Lisboa por ter rendimentos acima da média europeia, o grosso das maquias não vão para as regiões mas ficam nos chamados programas horizontais e esses, não regionalizados, Vão quase todos parar por inteiro para a tal região que não pode receber os fundos europeus por estar acima da média: ou seja para a região de Lisboa.

Não se percebe como no Porto ninguém abre boca. O dinheiro que deveria servir para desenvolver o país, está simplesmente a alimentar uma classe dirigente sediada na capital que assim enriquece. E o mais descarado é que embora escondam estas manigâncias, são capazes de escrever ou de dizer abertamente que Portugal, sendo apenas Lisboa, é nessa região que se devem concentrar os investimentos europeus vindos dos impostos dos europeus e os correspondentes investimentos governamentais vindos dos nossos impostos.

Temos um presidente da Cãmara preocupado em tirar a cantina aos trabalhadores, em passar a patacos o Bolhão, em não gastar dinheiro com jardins, a poupar no papel higiénico, sem uma palavra, uma visão para as grandes questões estratégicas de desenvolvimento do Norte, ou para bater o pé ao desvio descarado dos fundos europeus, chamados horizontais, para a capital.

Temos partidos políticos no Porto que mais parecem delegações da capital, funcionam ao fim-de-semana quando os líderes vêm de Lisboa para descanso, e tentam fazer de cada um de nós uma espécie de portugueses de segunda, como se aqui o norte se tivesse transformado numa nova colónia. Colónia não, uma espécie de província ultramarina, para ser mais suave, como na outra senhora.

Até quando?»

 

20080416

Se acertamos, então Norteamos VI

Benfica mantém 2º lugar, com menos 3 pontos que o Guimarães

Fonte: Diário de Notícias

Segundo o Norteamos apurou, Luís Filipe Vieira já terá proposto à Liga de Clubes este novo método de classificação, em que o Benfica fica à frente dos adversários independentemente do número de pontos conquistados. "A Bola" está a pensar adoptá-lo já esta época.
Até hoje, este método ainda só tinha sido testado na pré-época, em que, independentemente do SLB apenas ganhar a equipas amadoras da 4ª divisão da Letónia, este era sempre declarado como o campeão da pré-época.
P.S. Desculpem mas não resisti. É de chorar a rir...

ASC: Governo consulta Norteamos...

Artigo em causa: A conspiração contra o ASC vem de longe.

20080415

Quem parte e reparte...


... e não fica com a maior parte é burro ou não tem arte.

O Semanário Económico do passado dia 11 de Abril traz um trabalho interessante sobre os anunciados mega investimentos, por parte do Estado Central, para os próximos dez anos. O trabalho jornalístico apresentava um boneco com a distribuição do volume de investimento por distrito. Eu relacionei esses dados com a respectiva população. A minha intenção era encontrar um critério qualquer para a estranha distribuição. Confesso que não encontrei nenhum , com a excepção, é claro, da mais do que notória e provinciana intenção de transformar Lisboa numa mega-região capaz de competir com Londres, Madrid e Paris, nem que para isso se sacrifique o resto do país. Dispenso a costumeira conversa do 'lamechas' e 'queixinhas' etc. Eu não quero que a minha região dependa do estado: quero é que o estado trate todos por igual e não faça batota.


Está na hora de nós, aqui no Porto e no Norte, começarmos a pedir justificações a alguns ministros, representantes políticos e deputados, especialmente os do PS, apontar-lhes o dedo quando passam na rua, apelidá-los de incompetentes, ou, mais propriamente ainda, de traidores.

Nota: segundo o Semanário Económico, nos valores totais por distrito adaptou-se, nas concessões rodoviárias, o montante total, logo estes números aparecem duplicados em alguns casos. Também não se contemplou o investimento no TGV.

Aeroportos e Alta Velocidade

Como todos sabemos o aeroporto Francisco Sá Carneiro, com um catchement area de alguns milhões de habitantes (julgo que 6) não vai dispor de estação de Alta Velocidade, fazendo com que os galegos, percam mais 40 minutos (como já foi aqui dito), até chegar ao aeroporto, ou pior, fazendo com que os galegos optem por outro aeroporto. A juntar aos galegos, podemos incluir no pacote de passageiros que chegam ao aeroporto de comboio AV, os habitantes de Coimbra, Aveiro e até Braga.

Por seu turno, é dado adquirido que o aeroporto de Alcochete terá uma estação de AV.

Vejamos o que diz o CEDEX sobre isso.


A inclusão de uma estação de Alta Velocidade no novo aeroporto, em Alcochete, aportará poucos
passageiros e, ao contrário, poderá criar problemas na coordenação das obras, avisam os espanhóis. No caso concreto da linha de Alta Velocidade Madrid-Lisboa, a existência de uma estação adicional no novo aeroporto apresenta vantagens muito reduzidas”, lê-se no relatório do Centro de Estudos de Obras Públicas do Governo espanhol, elaborado em Março para o LNEC.
Intitulado “Revisão de alternativas da terceira travessia do Tejo”, o documento refere que as populações que poderiam beneficiar de um acesso directo ao aeroporto seriamÉvora e Badajoz, com 55 000 e 145 000 habitantes, respectivamente, a que poderiam somar-se os 55.000 habitantes de Mérida. Ou seja, o relatório conclui que estes “núcleos de população não podem
aportar um número relevante de passageiros para o aeroporto”.
De acordo com o documento, “uma alteração no traçado da linha de Alta Velocidade Madrid-Lisboa, que implique uma paragem no novo aeroporto, não acresce um valor significativo e pode introduzir incertezas adicionais no processo, devido à necessidade de coordenar, em tempo útil, dois grandes projectos – AV e novo aeroporto -, ambos de elevada complexidade".

Ryanair e a multiplicação dos «Suevos»

O Norteamos é lido pelo comentador/blogger «Suevo» do moribundo blogue Legião Invicta. Várias vezes tenho trocado impressões acesas com ele. O único ponto em comum que temos é ambos defendermos o desenvolvimento da região Norte. Porém o «Suevo» propõe separatismo baseado em questões de raça, entre outras, algo que obviamente discordo. No entanto o actual estado da «Drenagem» exercida por Lisboa, leva-me a admitir que o futuro a médio prazo é incerto. Ainda ontem a Liga do Norte duplicou o número de deputados em Itália... As minhas convições manter-se-ão. Duvido que a Norte surja um espírito separatista. Seria primeiro necessário que a emigração se tornasse díficil e que o FCP passasse 10 anos ou mais sem ganhar, para que as massas alienadas a Norte tomassem consciencia da situação... No entanto, há relatos como o seguinte que me fazem pensar na multiplicação dos «Suevos». Trata-se de um anónimo comentador, que nem blogger é e que por isso representa bem o pensamento dos cidadãos comuns (que não se deixam alienar pelo futebol, claro está):

«Base no RYR no Porto? Não. Neste momento e depois da tentativa de negociação com os autistas que gerem a ANA, a Ryanair decidiu que os espanhois são bem mais flexiveis, inteligentes e abertos à perspectiva de investimento estrangeiro. A base de Reus abre já em Outubro (facto já oficialmente confirmado) e continuam a levar a bom porto negociações em outros aeroportos. A ANA continua muito mais preocupada em entupir o aeroporto de Lisboa e, com isso, justificar o investimento faraónico a ser feito em Alcochete. Lentamente, condena os aeroportos do Porto e Faro a tornarem-se em aeroportos regionais, nega a possibilidade de emprego, directo e indirecto, a centenas de pessoas e condena uma região já de si empobrecida a mais um passo na direcção errada. É imperdoável, criminoso e revoltante como a impunidade se mantém e decisões deste porte passam ao lado da maioria da população. A região Norte não podia ter perdido esta oportunidade e não há como justificar terem negado os 4 Euros de deconto que a RYR pedia. Em qualquer parte do mundo o negócio rege-se pelo mesmo princípio: quem compra em mais quantidade, tem direito a um maior desconto; foi isso que foi proposto à ANA, foi oferecerem um volume de passageiros jamais visto e, como contrapartida, exigiam um deconto de QUATRO EUROS!!!!!! A ANA desculpabiliza-se, atenta contra o senso comum de todos nós e justifica-se dizendo que tem de dar as mesmas condições a todas as companhias aéreas, independentemente do contributo real que qualquer uma delas dê para o aeroporto. Passam um atestado de estupidez à população, saem incólumes depois da imundice que fizeram e ninguém faz nada. Não é pois de espantar que as vozes moderadas do Norte de comecem a revoltar e se difundam opiniões extremistas e aparentemente descabidas. O que me parecia absurdo, parece-me cada vez mais plausível e campo fértil: o Norte não faz parte de Portugal e essa ideia deve ser cultivada. A seu tempo e caso as coisas continuem como se tem visto, a democracia irá legitimar essa ideia e os grilhões que nos mantêm ligados à liderança Lisboeta serão cortados. Hoje, na minha humilde opinião, esta é ainda uma opinião de “caverna” mas que lentamente germina tanta é a lenha que nos dão para queimar. O caso da Ryanair é só mais um, infelizmente de uma dimensão bem maior do que a que que se possa imaginar, mas a lista é longa e ilustre. Pessoalmente, vou renunciar à minha cidadania, optar por um passaporte cujas cores me deem orgulho e fazer o mesmo com os meus filhos. Sigo o exemplo da Ryaniar e cago p’ra Portugal.»

20080414

Empreendedorismo da UP fechado numa fábrica durante dezenas de anos

A Norte, quando há desemprego, «empreende-se», emigra-se para a Europa ou para Lisboa ou cria-se um pequeno negócio (por isso os nossos empresários tem de facto baixas qualificações). A Sul, quando há desemprego, arranja-se emprego ou fornecimento no/ao estado central.

A Norte criam-se empresas industriais que não vendem ao estado central ou local e ambicionam a exportação. A Sul, as empresas lá localizadas, de «Serviços», vivem de negócios com o Estado (finaciadores-betoneiros), ou já foram publicas (bancos) ou beneficiam do proteccionismo estatal (PT) ou são monopolios naturais (energia, media) ou resultam de privatizações mafiosas (Aquapor, EstradasPortugal) ou são delegações de multinacionais ou beneficiam da destabilização de serviços públicos, como por exemplo o que está a acontecer com o ensino superior.

A Norte cria-se por iniciativa privada o cluster da Saúde para exportar medicamentos, instrumentos/material médico e serviços de I&D nesta área; A Sul o «cluster da Saúde» consiste na sabotagem do SNS para libertar mercado para a BES Saúde, Mello Saúde e Hospitais Privados de Portugal (GCD);

A Norte há verdadeiro Capitalismo, quase libertário, povoado por dezenas de PMEs em concorrência quase perfeita; A sul há neo-liberalismo onde o Estado transfere serviços/actividades publicas lucrativas para oligarquias locais, como escreve hoje Mário Crespo. É triste os Blasfemos portuenses ainda não terem percebido isto... São liberais livrescos...

Há muito que lamento o conceito de ensino de Empreendedorismo por funcionários públicos universitários. Um verdadeiro paradoxo. Mas agora ultrapassou-se o limite, com a FEUP a organizar uma conferência em que se socorreu de lisboetas para debitarem as seguintes cretinices:

É o tal ditado inglês: Não deixem os engenheiros/cientistas ciências exactas sair da fábrica/laboratório, para não terem a oportunidade de fazerem/dizer asneiras. Mas como o evento, Semana de Promoção da Inovação e do Empreendedorismo da Universidade do Porto (SPIE UP), é da universidade, a responsabilidade reparte-se pelas Ciencias Sociais e Humanas que estariam na sesta... Se todos estes doutorados conhecessem o percurso de Filipe Vilanova (Salsa), todos eles se fechariam numa fábrica durante dezenas de anos !

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