20080417

Pedro Baptista ao ataque na rádio preferida dos votantes em Rui Rio. Isto promete.

«Há muito, muito dinheiro a chegar todos os dias ao país vindo do Quadro de Referência Estratégico, senão também não se veriam os sinais exteriores de riqueza que todos vemos. No entanto, se parte deste dinheiro vai obrigatoriamente para as regiões, delas se excluindo a região de Lisboa por ter rendimentos acima da média europeia, o grosso das maquias não vão para as regiões mas ficam nos chamados programas horizontais e esses, não regionalizados, Vão quase todos parar por inteiro para a tal região que não pode receber os fundos europeus por estar acima da média: ou seja para a região de Lisboa.

Não se percebe como no Porto ninguém abre boca. O dinheiro que deveria servir para desenvolver o país, está simplesmente a alimentar uma classe dirigente sediada na capital que assim enriquece. E o mais descarado é que embora escondam estas manigâncias, são capazes de escrever ou de dizer abertamente que Portugal, sendo apenas Lisboa, é nessa região que se devem concentrar os investimentos europeus vindos dos impostos dos europeus e os correspondentes investimentos governamentais vindos dos nossos impostos.

Temos um presidente da Cãmara preocupado em tirar a cantina aos trabalhadores, em passar a patacos o Bolhão, em não gastar dinheiro com jardins, a poupar no papel higiénico, sem uma palavra, uma visão para as grandes questões estratégicas de desenvolvimento do Norte, ou para bater o pé ao desvio descarado dos fundos europeus, chamados horizontais, para a capital.

Temos partidos políticos no Porto que mais parecem delegações da capital, funcionam ao fim-de-semana quando os líderes vêm de Lisboa para descanso, e tentam fazer de cada um de nós uma espécie de portugueses de segunda, como se aqui o norte se tivesse transformado numa nova colónia. Colónia não, uma espécie de província ultramarina, para ser mais suave, como na outra senhora.

Até quando?»

 

1 comentário:

RDO disse...

Está aqui, denunciado um verdadeiro problema, que mais tarde ou mais cedo terá de ser resolvido: a concentração de afluxos de dinheiro em Lisboa ( è visível a quem conhecer bem Lisboa como é o meu caso, apesar de viver no Porto )em detrimento das outras zonas do País. Nomeadamente o Norte de Portugal, que está cada vez mais empobrecido, com mais desemprego e onde se vive cada vez pior. O problema é que esta geração de dirigentes políticos do Norte do País, não só não tem capacidade de contrariar politicammente esta situação, como se deixa " vender" pela primeira oferta- no fundo pensa assim: mais vale receber este e estar caldo do que não receber nenhum.

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