20080401

Universidade do Minho em adptação

Parece que os tempos do campo de golfe em Azurem ficaram para trás. A UMINHO, Escola de Engenharia, analisa como se organizar e responder aos desafios do futuro: A discussão das propostas na Workshop 2 da Escola de Engenharia

A propósito da discussão ocorrida na passada sexta feira das duas moções em causa, uma delas, “Uma Escola ao serviço da Sociedade”, que vou referir como proposta B, da minha autoria e do colega Fernando Castro e a outra de A. Cunha (que refiro como proposta A), ocorrem-me algumas achegas a questões que ficaram talvez por explicar. Será também esta uma forma de divulgar junto dos colegas que visitem este blog e que não estiveram presentes na sessão o nosso ponto de vista sobre alguns dos aspectos das propostas e algumas sugestões (minhas) sobre a materialização das nossas ideias em projectos concretos (Associação de Centros/Departamentos).

1ª Projectos de Ensino.

Pareceu-nos que a este aspecto foi dada mais importância que seria de prever pela proposta A, uma vez que nem o RJIES refere qualquer alteração nesta área, nem a comunidade universitária mostrou interesse em tocar neste assunto, talvez até porque muito recentemente foram alterados, fundados e extintos cursos, quando da adaptação ao processo de Bolonha.

Pareceu-nos que a razão está no que vem a seguir, com o objectivo final de responder ao que está previsto como conclusão de todo este processo, que se prende com a nova orgânica das Unidades Orgânicas: Os “novos” Departamentos e Centros de Investigação. Foi referido logo na primeira WS que a Escola de Engenharia está muito fragmentada e por isso seria recomendável aproveitar os novos estatutos para fundir Departamentos e/ou Centros. Pareceu-nos que a proposta A justifica a associação de Departamentos na óptica dos projectos de Ensino, por isso deu tanta importância a este tema.

Para nós, da proposta B, esta via de associação de Departamentos peca por ser pouco diferente daquilo que já se faz pontualmente nos Conselhos de Cursos há muitos anos, e agora mais intensamente através dos projectos integrados pós-Bolonha.

Também não faz sentido que Departamentos tão diferentes como o DPS (Produção e Sistemas) estejam juntos com Departamentos que fazem maioritariamente Investigação em Materiais. Faria, por exemplo, muito mais sentido juntar o Departamento de Engenharia Civil com os outros departamentos de Engenharia que fazem I&D nesta área (Polímeros, Têxtil, Mecânica).

2º Investigação e Parcerias

O ECDU e agora o RJIES estão muito mais virados por uma Associação segundo Áreas do Saber, o ECDU com os grupos disciplinares e o RJIES com a relevância que dá aos Centros em detrimento dos Departamentos (vistos segundo uma óptica de Ensino) concedendo só aos primeiros representação no Conselho Científico.

Os Departamentos serão sub-unidades da Escola, tendo como responsáveis uma espécie de Vice-Reitores, à Escala da Unidade Orgânica, que serão delegados do Presidente da Escola, com funções “meramente” executivas mas não deliberativas. Será uma gestão “top-down” sem qualquer forma de um departamento exprimir o seu voto num Conselho deliberativo, uma vez que tal Conselho não existe.

Nós defendemos uma Associação de Centros/Departamentos, uma vez que defendemos também que uns e outros devem ser tendencialmente coincidentes, em áreas do saber.

Passadas 48 horas desde o debate e deixar alguns colegas insatisfeitos, e antevendo a proposta A de novos departamentos baseados nos clusters sugeridos, atrevo-me a deixar esta sugestão alternativa baseando-me nos princípios já referidos de associação de Centros/Departamentos que abrangem as actuais Áreas do Saber.

·         DEM-Departamento de Engenharia de Materiais (DEP,DET,DEM, DEC)

·         DEPSIE-Departamento de Engenharia de Produção e Sistemas de Informação e de Electrónica (DPS, DSI, DEI)

·         DI-Departamento de Informática (DI)

No caso dos Materiais, a associação já foi referida na proposta B como sendo natural. No caso do agora designado DEPSIE, esta Associação de departamentos até já funciona, como Centro de Investigação, o Centro Algoritmi.

O caso do Departamento de Engenharia Biológica deixar-se-ia ao critério das Unidades Orgânicas (Escolas de Engenharia e e da Assembleia Estatutária de ficar como departamento independente sob a alçada da Escola de Engenharia, ou como um Departamento Autónomo ou Associado à Escola de Engenharia a uma outra Escola (Ciências).

O Departamento de Informática poderia ser autónomo, dependendo também da decisão da Unidade Orgânica e da Assembleia Estatutária.

Estes dois departamentos, sedeados em Braga, lucrariam com uma Associação às Unidades Orgânicas daquele Campus. Para os departamentos maioritariamente sedeados em Guimarães, já não justifica, quanto a mim, essa associação.

Quanto ao Departamento Autónomo de Arquitectura, só depende deles, já que há uma proximidade geográfica e sinergias podem ser criadas nomeadamente nas áreas mencionadas pela proposta A, que não nego possam ser interessantes.

Quanto aos Centros, conforme a nossa opinião de coincidência entre estas duas entidades, criar-se-iam respectivamente: o Centro de Materiais, que seria uma associação dos Centros FCT inseridos nos departamentos respectivos, com excepções de centros já com alguma identidade própria, tal como os 3B (só a título de exemplo), o CEPSIE (ex-Algoritni) e os Centros dos Departamentos de Informática e do de Engenharia Biológica manter-se-iam, tal como estão, por já haver uma coincidência entre Departamentos e Centros.

3º Interfaces

É notória a diferença entre as duas propostas também nesta área. A proposta A quer deixar tudo na mesma, com a ligação à Indústria e ao exterior a fazer-se através da Tecminho. Nós por outro lado, não advogando o fim da Tecminho, que teria a seu cargo áreas mais abrangentes, tais como o gabinete de patentes, GAPI, e a formação em áreas não abrangidas pela Escola de Engenharia, sugerimos uma outra interface dedicada à Transferência de Tecnologia e Formação na área da Engenharia. Esta Interface faria a coordenação das interfaces existentes no seio da Engenharia e de outras que seriam formadas noutras áreas relevantes para a indústria. Dar-se-ia assim um novo impacto a esta área tão relevante para a Escola e para a Universidade, e que é uma parte importante do nosso lema “Uma Universidade ao Serviço da Sociedade” .

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